28.10.15

Mostram-me os vossos fósseis?


Fósseis há muitos, mas não os devem apanhar! Muitos acham graça quando os encontram e levam para casa, mas anos depois deixam de ter graça e são mandados fora sem apelo nem agrado. A única situação em que os fósseis se podem apanhar, é quando estão em risco de se perder ou degradar. 
Vamos então ao que interessa. Há umas semanas, em conversa com umas pessoas já de idade, soube de algumas histórias, verídicas, aqui na região de Sicó, onde várias pessoas (indeterminadas), e já há algumas décadas, apanharam fósseis com possível interesse científico nos seus terrenos. Não falo das comuns amonites (na fotografia), mas sim de outros fósseis menos conhecidos (indeterminados). Possivelmente alguns destes fósseis estarão perdidos/esquecidos algures num barracão ou loja de uma qualquer casa antiga. Possivelmente alguns dos familiares destas pessoas, algumas eventualmente já falecidas, poderão ver este comentário. Assim sendo, apelo que entrem em contacto comigo, caso tenham ou saibam de um fóssil menos comum. A intenção é uma e só uma, a de que caso seja um fóssil raro, este facto chegue ao conhecimento de especialistas e enriqueça mais um bocado o conhecimento científico neste domínio e, assim, a região fique ainda mais valorizada. Não se perde nada em tentar a sorte...

23.10.15

É estranho, muito estranho...


Fui surpreendido há umas semanas atrás, aquando de mais uma passagem pela Serra da Ameixieira, em Ansião. A razão é simples, um geossítio que eu já tinha inventariado e referenciado em 2007,  foi destruído sem apelo nem agrado. Confesso que não sei quem foi, mas espero vir a saber.
Sim, antes de mais convém referir o que é um geossítio:
"ocorrência de um ou mais elementos da geodiversidade (aflorantes quer em resultado da acção de processos naturais quer devido à intervenção humana), bem delimitado geograficamente e que apresente valor singular do ponto de vista científico, pedagógico, cultural, turístico ou outro;" Brilha, 2005
Este era um geossítio resultante da intervenção humana, colocado à vista derivado da acção uma antiga exploração de lajes calcárias, para pedra de calçada (estou para ver se foi reactivada...). Tinha interesse científico, pedagógico (facilmente visitável pelas escolas mais próximas) e também algum interesse turístico. Interesse? Paleontológico!
Este era um local/geossítio conhecido pelas entidades públicas, daí eu não compreender esta destruição. Pergunto eu agora, para que serve oferecermos o resultado da nossa investigação a entidades públicas se estas muitas vezes não ligam a mesma investigação? Para que serve apresentarmos propostas que visam o desenvolvimento territorial se não levam a sério as nossas propostas? Será que vale mais ser filiado num qualquer partido político do que ser um especialista na matéria? A ver vamos se mais algum geossítio vai à vida, a começar pelo sumidouro situado ali na área da zona industrial do Camporês...


19.10.15

E a minha proposta é esta...


Este foi o cenário com o qual me deparei da última vez que fui ao cinema, em Ansião, em meados de Junho. O filme era "O hobbit: a batalha dos 5 exércitos". Éramos apenas 3 pessoas, sendo assim um luxo, ter uma sala de 200 lugares para apenas 3 pessoas. Tantos anos depois e continua a ser uma sala muito agradável
Desde então tem sido minha intenção abordar também esta questão no azinheiragate, até porque se trata da componente cultural, tão importante para qualquer sociedade. Há poucas semanas li uma notícia sobre esta questão, a qual foi tratada em sede de Assembleia Municipal. Li o que todas as partes afirmaram sobre esta questão, nomeadamente o autarca Rui Rocha e o deputado Marcelo Afonso. Fiquei esclarecido sobre alguns pontos e compreendi, no concreto, o porquê do cinema estar às moscas. Gostei também do que foi dito pelo cronista Leonel Antunes, sobre a dinamização da componente cultural.
No entanto não compreendi o porquê do desinvestimento e, diga-se, alguma apatia da autarquia face à componente cultural, nomeadamente dinamização deste sector, tal como é suposto esta o promover. É óbvio que temos alguma dinamização, já que o associativismo tem peso, no entanto, e por parte da Câmara Municipal de Ansião, exige-se mais.
A semana passada fiquei perplexo, pois soube de alguém que queria fazer uma exposição na sala adjacente à sala de cinema, mas que encontrou "inesperadas" dificuldades para conseguir o espaço. É alguém que costuma ter visibilidade nacional no seu meio, facto que me surpreende ainda mais.
Mas vamos ao que me faz escrever estas linhas. Pretendo com este comentário dar a minha sugestão para a dinamização de todo aquele espaço.
Há uns meses que ando a matutar a ideia (entre outras) de criar um "estaleiro cultural", de forma a que, sem qualquer intuito financeiro, se dinamize tudo aquilo que de bom se faz em termos culturais em Ansião. Ou seja, seria reunir algumas pessoas chave que tivessem um mesmo intuito, criar, estimular, organizar o ambiente propício para que a cultura tivesse um espaço onde se potenciasse a cultura local. Criar uma verdadeira agenda cultural e programar vários eventos/actividades, aberto/as a todo/as. Isto sem a interferência directa da Câmara Municipal. Obviamente que o processo deveria também ser complementado com a ajuda da Câmara Municipal, já que a infra-estrutura é da sua responsabilidade.
O centro cultural, do qual o cinema faz parte, poderia ser o espaço físico para isso. Poder-se-ia ter o cinema à mesma, mostrando filmes e documentários temáticos vários, nomeadamente antigos (1 ou 2 vezes por mês, dependendo dos meses). Mais teatro, artes, música, tertúlias, etc. A inovação não tem limites... É notório que falta uma matriz cultural e esta ideia poderia ir no sentido de colmatar essa falha.
Mas para isto é preciso que várias pessoas se cheguem à frente, de forma a ter uma estrutura de pessoas responsáveis pelo tal "estaleiro cultural". E não se queixem que não têm tempo, tempo há sempre, portanto só é preciso assumir e gerir a coisa. 
Depois é também preciso que todos aqueles que são actores na componente cultural se mostrem disponíveis e abertos para novas ideias e formas de potenciar a cultura, não de uma forma circense, mas sim de uma forma natural e espontânea. Quem é que quer fazer um brainstorming comigo?!
Esta é uma ideia concreta e objectiva, portanto quem a quiser debater comigo, que me aborde na rua, que me envie um mail, que me telefone ou então que mande recado.
E para terminar, confesso que me irrita constatar que a única "actividade cultural" nocturna em Ansião se resuma ao simples gesto de frequentar os bares do costume...

14.10.15

A Máfia do eucalipto...


Estas são imagens de um local que ardeu no início de Setembro. Não importa dizer onde foi exactamente, importa apenas saber que foi na região de Sicó, em plena Rede Natura 2000 e que daqui a 1 ano irei voltar ao local para fazer novo registo fotográfico. Aposto que daqui a 12 meses este local estará povoado por... eucaliptos. Ali ao lado já estão massificados, aposto que de forma ilegal (brevemente irei indagar...).
Há incêndios e há incêndios, este foi daqueles especiais e muito curiosos. Se eu fosse bruxo diria que quem manipulou o fósforo teve uma intenção concreta e objectiva, a de fazer arder aquela área, de forma a não só limpar o mato, bem como queimar uma floresta valiosa, de modo a abrir caminho ao eucalipto. Foi um incêndio estratégico e, diga-se, resultou em pleno. Não foi só mato que ardeu, pois oliveiras, pinheiros e medronheiros foram todos à vida. 
E os belos medronheiros, que tanto medronho e dinheirinho poderiam dar? Claro, dá trabalho apanhar. É preferível deixar arder para depois surgir o eucalipto, pois esse não dá trabalho nenhum.
Nos últimos anos houve quem de forma brilhante promovesse um ambiente muito propício para a plantação de eucaliptos. Isto não sem que ardam milhares de hectares de floresta. A monocultura do eucalipto ganha terreno mesmo nos locais mais improváveis, ou seja em áreas protegidas. Não será estranho que certos antigos quadros de empresas privadas, ligadas à exploração florestal (essencialmente ligadas às monoculturas) estejam hoje em dia nos quadros de entidades públicas que, supostamente, defendem a floresta portuguesa. Não será também estranho que a educação ambiental tenha, no concreto, retrocedido muitos anos nessa mesma entidade pública, onde, curiosamente, se gastam resmas de papel premium, mesmo em época de vacas magras.
E a fiscalização é uma palavra vã, o que importa é plantar eucaliptos, mesmo que de forma ilegal, pois o progresso é assim mesmo, pelo menos aos olhos de gente sem escrúpulos. A estes, apetece-me mandar para um certo local, mas felizmente que aqui não é local para utilizar linguagem menos própria.
E é assim a realidade. O dinheiro cega quase tudo e quase todos. Já quase que se acha normal ver arder tanto hectar para depois surgir eucaliptal. Seguimos na onda da passividade e há quem ganhe milhões com isso, já que afinal os incêndios são um verdadeiro negócio. Até o que há uns anos não se aproveitava hoje em dia se aproveita. Compra-se queimado e ganha-se à mesma dinheiro...
Se souberem de plantações de eucalipto ilegais, denunciem! Se perceberem que há ali jogadas duvidosas denunciem!



10.10.15

Geovândalos TT: além de vândalos, são porcos!

Já depois de ter detectado mais uma asneira, feita pelos vândalos do TT, mais uma vez na Cumeeira, Penela, reparei noutra asneira, também relacionada, mas que me parece que é muito boa para ilustrar, na prática, um dos principais problemas associados à actividade do TT, positiva e até desejável quando com regras, mas nociva quando feita sem regras.
Estas primeiras duas imagens são de um mesmo local, onde alguém com uma moto achou que era fixe subir o talude, mas que se esqueceu que este gesto tem graves consequências. Na primeira imagem observa-se uma recente passagem da moto. Na segunda imagem observa-se o resultado, na prática, de algumas passagens, provavelmente feitas pela mesma moto, já que distam menos de 10 metros uma da outra (havia ali vários destes exemplos...).
Na segunda imagem é por demais evidente a erosão que ocorreu posteriormente à brincadeira parva de alguém que não pensa nas consequências das suas brincadeiras parvas. As pedras que ali colocadas são para que a erosão não piore ainda mais (embora isso vá acontecer...). Muito possivelmente quem as colocou não foi quem fez a asneira mas sim a pessoa afectada pela brincadeira de cachopos.
Fixem bem estas imagens e as consequências de actos irreflectidos e irresponsáveis. Estes actos degradam a nossa região, degradam e destroem valores paisagísticos essenciais (tendo inclusivamente impactos económicos negativos). É isto que está em causa!



Indo agora ao que me fez elaborar este comentário, no concreto, pretendo denunciar mais um caso de geovandalismo, perpetrado por adeptos irresponsáveis do todo-o-terreno. Isto, e mais uma vez, na Cumeeira, Penela. A novidade desta vez é que além de vândalos, são porcos, pois nem se dão ao trabalho de recolher as fitas de uma prova realizada há uns tempos (não sei quando foi...). Como é um local ermo, ninguém reparou na coisa, mas, e para seu azar, passei por lá nos últimos dias.
Para esta gente não há regras, não há respeito pela paisagem da região de Sicó e não há qualquer respeito por uma área que além de bela, tem um importante valor geológico. Esta área deveria ter um estatuto de protecção especial, fosse pela sua inclusão na RN2000 e/ou classificação a nível municipal (geosítio). Com tanto trilho espectacular e esta gente vai para onde não deve, faz o que não deve e literalmente manda à fava tudo aquilo que é importante.
Não tenho palavras para descrever o quanto furioso estou com esta gente, com pessoal que não sabe estar e não se importa com valores fundamentais, uns do seu conhecimento, outros desconhecidos. Reina a iliteracia cultural, urge trabalhar a vertente da educação cívica e ambiental, coisa que esta gente manifestamente não sabe o que é.
Cambada de irresponsáveis...




Para que consta, muito brevemente procederei à limpeza das fitas, pois a região merece!

6.10.15

Marquem na vossa agenda e apareçam sff, o património agradece!


Mais um ano e mais um notável evento em vista, organizado por uma associação de grande mérito, a Al-Baiaz - Associação de Defesa do Património. A qualidade é ponto de honra neste evento. O local, a Casa Municipal da Cultura de Alvaiázere é um belo edifício com um belo auditório. O leque de convidados, de grande qualidade. Não falo de mim, que sou suspeito, mas falo dos outros convidados, aí já não sou suspeito. Os convidados da manhã conheço, os da tarde infelizmente não, no entanto os nomes falam por si mesmo e os temas apenas são uma extensão disso mesmo. 
Está em vista um colóquio de grande qualidade, onde aquilo que é realmente importante será abordado. Mas para ter sucesso, precisa de muita gente no auditório. A entrada é livre! Há quase 200 lugares! Estão todos convidados, só precisam de se inscrever e marcar na vossa agenda. Apareçam e tenham um dia diferente num local diferente. E já agora, ajudem à divulgação deste evento de grande qualidade, com a assinatura da Al-Baiaz!