28.8.12

Fontes de Sicó


É algo que muitos já esqueceram, pois o dito desenvolvimento eclipsou muitas destas fontes, no entanto elas continuam lá, firmes ao sol, à chuva, à geada e até ao vandalismo. Ao ver esta imagem concerteza alguns se lembram de ir à fonte buscar a preciosa água. Para outros esta imagem nada diz.
Em muitas destas fontes é comum ver-se a placa "água sem vigilância", sinal da muitas vezes má gestão deste recurso.
Apesar da região de Sicó ser relativamente pequena, há uma imensidão de fontes de água, com várias tipologias. A esta, em especial, nunca tinha dado destaque, no entanto, e como me deparei recentemente com esta bela fonte, decidi que era boa altura de o fazer. Não vou dizer onde esta se situa, já que com a quantidade de roubos que se tem vindo a observar, o melhor é mesmo esconder a sua localização. 
Seria interessante alguém pegar nesta questão e escrever um livro, pois matéria prima não falta. Não faltam também as fontes de informação, nomeadamente os velhotes que tanto conhecimento têm guardado e por partilhar. Quem sabe um dia poderei fazer isto mesmo, vontade não me falta, o tempo é que anda curto...
Interessante seria também cruzar esta informação com outras regiões de Portugal e, mesmo do mundo, já que é algo com imenso interesse e potencial. Se algum leitor do azinheiragate, que viva fora de Portugal, tiver interesse em desenvolver futuramente esta questão, eu estarei disponível para ponderar futuramente esta questão.
Brevemente voltarei a esta questão, mas apresentando outra tipologia de fonte.

23.8.12

Sicó: uma região a uma só velocidade


O título deste comentário pode parecer um bocado estranho, mas pensando bem o mesmo poderá ser o título adequado para o que pretendo falar. 
Choca-me que nos dias de hoje ainda se utilize a palavra rural como sinónimo de pouco desenvolvido, daí ter decidido aclarar um bocado esta questão. 
Acho curioso que certas pessoas tão amigas da "urbe" e tão críticas do "rural", quando se fartam da "urbe" utilizem o "rural" como escape a uma vida tão stressante e, por vezes, supérflua na "urbe".
Num dos últimos fins de semana, num dos muitos passeios por Sicó, onde vou em busca da verdadeira Sicó, deparei-me com uma daquelas coisas que já não se vê todos os dias. Não estava à espera, mas lá tive tempo para sacar da máquina fotográfica e registar o momento genuíno.
Esta fotografia que agora partilho com todos vós, serve exactamente para ilustrar o título do comentário.   Este comentário serve para mostrar que andar devagar não significa retrocesso, significa sim viver a vida e tudo aquilo que ela tem de melhor. Só andando devagar se vê muito daquilo que esta região tem de melhor. Só indo do ponto A para o ponto B calmamente é que se tem tempo de pensar naquilo que realmente é importante.
Muito do afastamento que muitos de nós têm vindo a ter sobre os seus territórios decorre precisamente da velocidade com que se movem. Ao andarmos regularmente demasiado depressa perdemos precisamente muito daquilo que faz com que a região de Sicó tenha uma identidade muito peculiar e valorosa. Ao andarmos demasiado depressa vamos perdendo muitas das nossas capacidades, entre elas a capacidade de discernimento sobre o objecto patrimonial. Quantos de nós, ao cruzarmo-nos com uma carroça, não apitam para esta sair da frente, em vez de abrandar a apreciar?
Fica a sugestão para que nos próximos tempos pensem bem sobre esta questão. Num qualquer destes dias, quando estiverem a ir do local A para o local B, parem a meio destes, já que concerteza terão algumas surpresas escondidas à vossa espera!

19.8.12

A elaborada vitimização patrimonial de Paulo Tito Morgado

Pessoalmente não tenho quaisquer dúvidas que será o seguimento de uma elaborada estratégia de "vitimização patrimonial" por parte do presidente da Câmara Municipal de Alvaiázere, Paulo Tito Morgado. Isto tendo como base uma espécie de notícia que consta na última edição do Jornal O Alvaiazerense, que tem como título "Presidente da Câmara rejeitou acusações de "destruição de património".
Digo que é uma espécie de notícia por motivo muito simples, o de que o Jornal O Alvaiazerense não refere, como aliás deveria ter feito, a referência a quem é que acusa Paulo Tito Morgado. Logo à partida, isto torna a coisa convenientemente parcial, já que Tito Morgado não revela os "acusadores.
É também curiosa a expressão que este autarca utiliza, quando refere que o acusam de destruir todo o património, já que sendo o crítico dos críticos, nunca ouvi ninguém referir que este destruia todo o património, nem mesmo eu o disse. Ouvi dizer sim que este destruiu/degradou até agora muito património. Claramente o autarca está-se a vitimizar, inflacionando a coisa de modo a ser visto como uma vítima e não como "predador do património". 
Honestamente até gostei de saber do seu desafio, ao literalmente desafiar os autores para que estes apontem qual foi o património que tivesse destruído. Passo a enunciar apenas alguns, mais emblemáticos, de uma extensa lista:

1- Serra de Ariques 
2 - Serra de Alvaiázere
3 - Boca da Mata 
4 - Avanteira-Pelmá
5 - Ribeira de Alge
6 - Olho do Tordo
7 - Antiga escola primária do Bofinho
8 - Rua da Seiceira
etc
etc

Isto acontece nos mais variados domínios, seja património natural, cultural, construído, entre outros.
De forma a dar ainda mais visibilidade à sua estratégia de vitimização, quando tenta desesperadamente dar um exemplo de boas práticas, dá, imagine-se, o exemplo das covas de bagaço do Zambujal. Diria eu que, não menosprezando obviamente o valor patrimonial das covas de bagaço, isto são migalhas tendo em conta o valor de objectos patrimoniais que, quando comparados com as covas de bagaço, eclipsam estas últimas. As migalhas comem-se no final do bolo...
Fala também da Mata do Carrascal, esse mau exemplo. Será que construir verdadeiras estradas numa mata municipal é valorizar esta? Basta ir ao local e ver.
Quanto às obras na rua da Seiceira, essas... Casas demolidas, onde pessoas felizes viviam, uma rua completamente desvirtuada da sua identidade, e mais de 2.000.000 de euros desbaratados nesta obra faraónica.
No que se refere ao tão sublinhado gosto e poder monetário para recuperar o património, aí há muito por onde falar. Desafio este autarca a apontar uma obra, feita pelo mesmo, em que seja reconhecido o gosto pela coisa. É sabido que a população não tem gostado nada do que tem sido feito, em termos de gosto, pois o que temos em Alvaiázere é apenas uma política do betão que de patrimonial nada tem. Quanto ao poder monetário, ninguém pode dizer que uma Câmara Municipal com milhões de dívidas tem poder monetário. Se assim fosse todos os portugueses tinham poder monetário, já que boa parte deles está endividado. Endividamente não significa nem nunca significará poder monetário. É algo de elementar que um economista teima em não compreender...

9.8.12

A polémica da "denúncia sem fundamento" no Alvorge


Esta é mais uma daquelas histórias que importa destacar, dada a sua especificidade. Falo, claro, da polémica associada ao novo sistema de drenagem dos esgotos que decorrem da normal actividade do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Alvorge.
Esta era uma questão que, até há poucas semanas atrás, desconhecia. Isto porque, genericamente falando, já deixei de ler jornais de regime, os quais dão muitas vezes uma notável cobertura, parcial, a pessoas ligadas ao regime.
Assim sendo, e após me terem informado sobre esta questão, lá consegui ter algum tempo para ir ao terreno ver o que se passa. Já depois de me ter deslocado ao terreno, emprestaram-me um exemplar do Jornal Serras de Ansião (edição de 15/06/2012), onde pude ler uma notícia associada a esta polémica.
Confrontando aquilo que vi no terreno com aquilo que foi escrito sobre o mesmo, concluí que estamos perante algo que realmente vale a pena debater.
Fiquei bastante curioso sobre o facto da Provedora da Misericórdia, Maria Luisa Ferreira, referir que é falso que os esgotos se infiltrem num algar ali próximo, quando no mesmo texto refere que os tanques de decantação estão ligados a sorvedouros subterrâneos naturais... Isto parece-me, no mínimo incoerente, já que isto é basicamente dizer nim.
Importa referir que não sei quem fez a denúncia, nem sequer o conteúdo da mesma, estando desta forma a fazer um apontamento estritamente pessoal sobre esta questão, baseado no que vi e no que avaliei no terreno.
Prosseguindo, ao chegar ao local em análise, vi 4 poços fechados (tanques de decantação) e seguidamente vi o novo acrescento à rede de esgotos, a qual não vai ter a qualquer lado (porque será?!). Passando os poços, tem-se 3 ou 4 tampas de esgoto, as quais mostram o sentido da rede de esgotos (SW), a qual termina sem que se observe qualquer poço de decantação. Basicamente o problema foi empurrado para mais adiante, onde ninguém vê a coisa abertamente. Irei começar a monitorizar esta situação, já que mal os sinais de poluição, à superfície, apareçam, eu estarei por aqui para denunciar. No que se refere à poluição subterrânea, também irei tentar acompanhar, embora, por vezes, seja mais difícil de monitorizar.
Irei tentar saber, ao certo, como está instituída a nova rede de drenagem dos esgotos, já que não me parece normal esta situação. Será curioso perceber o que está por debaixo daquelas tampas de esgoto...
Passando agora à componente mais técnica, gostaria de saber quais são as competências técnico científicas da Provedora Misericórdia do Alvorge no domínio ambiental, já que taxativamente afirma que não há problemas de poluição associada à rede de esgotos. Uma coisa é acharmos algo, outra coisa é sabermos minimamente algo...
Os factos são simples, goste-se ou não, a poluição associada a esta rede de drenagem de esgotos é um facto, resta saber o grau de severidade da mesma. Esta rede de esgotos está a drenar para um belo sumidouro, a Sul. De forma muito resumida, a rede de esgotos está a drenar para este sumidouro, o que significa que a poluição está a ser disseminada por uma área ainda por determinar. Daí decorre o facto de ser importante começar a monitorizar esta situação em particular, de forma a se compreender se o grau de gravidade da poluição associada.
Acho curioso o facto da Provedora da Misericórdia se manifestar preocupada com a poluição na área envolvente aos poços de decantação, mas já não manifestar a mesma preocupação pelo problema ter sido empurrado mais umas dezenas de metros para a frente. O perigo de salubridade é exactamente o mesmo, pois tudo drena para o mesmo local, ou seja aquele sumidouro que destaquei na imagem do googlearth.
Finalizando com uma palavra utilizada pela Provedora da Misericórdia, o ressabiamento não pode existir nesta questão em especial, já que trata-se apenas e só de preocupação com um problema real e indesmentível, o qual nos afecta a todos. Só não vê quem não quer...

5.8.12

O espelho do património...


Poderia eu escrever linhas e linhas sobre esta imagem, mas desta vez digo apenas que há imagens que valem mais do que mil palavras...