26.4.19

A magia da arte urbana: criar emoções positivas e uma cidade mais alegre



Foi na véspera do 25 de Abril que me aconteceu algo de engraçado. Tinha ido a Pombal e estava à espera que chegasse a hora de ir jantar com pessoal conhecido. De repente, naquela rua muito movimentada, mas, infelizmente parcialmente degradada, com uma zona onde em tempos existiu um edifício, reparei numa parede especial. Alguém teve a feliz ideia de tornar aquela parece algo de especial, com um toque artístico que, apesar de "simples", acaba por ser transformante, dando vida aquele local e espalhando a magia da alegria por quem ali passa e tem atenção aquela obra de arte urbana. Não sei há quantos meses ali está, já que até ontem não tinha reparado, confesso.
Numa primeira reacção, reparei nas belas aves pintadas na parede. Depois vi algo que me fez ser mais tímido, já que estava alguém à janela a olhar para mim. Por isso mesmo, decidi tirar uma foto sem dar nas vistas. Passado um minuto comecei a estranhar que a senhora estivesse imóvel "tanto tempo". E até estava, contudo, e afinal, também era uma das figurantes nesta bela obra de arte urbana. Não era uma senhora à janela, era "apenas" uma pintura bem realista de uma senhora a olhar à janela. 
Agora que sabem disto, vão pensar que também sabiam, mas experimentem ir ali e olhar de onde eu olhei, por volta das 20 horas, a ver se não pensariam o mesmo que eu...
A arte urbana já é uma realidade em algumas cidades portuguesas, destacando eu a que melhor conheço neste domínio, a Covilhã. Há lá obras de arte mais complexas e mais simples, predominantemente pinturas, e todas elas valem a pena ver. No caso de Pombal, e a juntar a esta, conheço apenas mais um exemplo, situado à entrada da escadaria que nos leva ao castelo de Pombal (julgo que retrata o Marquês - já a referenciei aqui, contudo não encontrei agora quando foi). 
Mas voltando ao início, as aves na parede, a senhora e as flores à janela são algo que dá vida aquela rua, daquele lado, muito mal tratado em termos urbanísticos, não sabendo eu quais as causas que levaram ao actual cenário daquele espaço e do péssimo estado dos edifícios situados ao lado deste terreno vacante.
Ir naquela rua e sair dali com um sorriso devido a esta obra de arte, bastante eficaz, é de aplaudir! Parabéns a quem teve esta brilhante ideia, de dar vida e alegria a quem por ali passa! Coisas simples como esta tornam os espaços urbanos locais mais agradáveis!

22.4.19

Sobre a apresentação do "Mountain Club Moinhos de Sicó", na Serra da Portela, Pousaflores.


Nem mesmo a chuva e vento foram capazes de impedir que mais de uma centena de pessoas se tivesse deslocado à Serra da Portela (Pousaflores), no dia dos Moinhos Abertos 2019, concretamente no dia 7 de Abril. Eu fui um dos que fez questão de ir, seja pelo facto de poder, mais uma vez, ver o moinho a funcionar, seja pela confraternização, seja pelo facto de ser naquela tarde que iriam apresentar o projecto "Mountain Club Moinhos de Sicó". Se o tempo estivesse mais apelativo teriam concerteza sido pelo menos duas centenas de pessoas a estar ali.
Sobre este projecto, já há uns meses que alguém me questionou se eu sabia do mesmo, contudo nem mesmo eu sabia do que se tratava no concreto. Depois deste dia, 7 de Abril, fiquei a saber e é sobre este projecto que vou dissertar umas linhas.
No geral gostei do projecto. Não sabia que era tão vasto, ou melhor, que extravasava o moinho de vento da Serra da Portela e a sua área de influência. Fiquei bastante agradado com o facto de o projecto se prolongar até um dos meus locais predilectos de brincadeira em criança, ou seja os Olhos de Água, em Ansião, local onde nasce o rio Nabão!. No geral é um bom projecto, faltando apenas algum amadurecimento e consolidação, maior ou menor dependendo da área temática em causa. No final houve alguma partilha de ideias, algo que enriqueceu o projecto, tal como é suposto.
Há um pormenor que me agradou de sobremaneira, ou seja confirmar mais uma vez que o azinheiragate é continuamente consultado por todos, inclusivamente empresas, para retirar ideias, algo que sempre foi um dos meus objectivos. 
Mas voltando ao projecto, uma nota importante, o facto de agora ser fundamental o envolvimento dinâmico e permanente de alguns dos actores locais, sejam cidadãos, associações ou outros, com conhecimentos nas mais variadas áreas de interesse para o projecto e para a região. Não se pode cair na tentação de dizer que é um bom projecto e depois baixar a guarda... Já vi muitos bons projectos a seguir caminhos que, no final, levaram ao insucesso. E este projecto, diga-se, mexe comigo, já que além de focar os Olhos de Água, foca também a Serra da Portela. Poucas pessoas sabem, mas o atentado ambiental perpetrado naquela serra no final da década de 80 teve um impacto muito grande em mim. O cenário lunar que ali ficou depois de uma máquina arrasar a serra da Portela ainda me está na memória. Mesmo não sabendo, na altura, nada sobre geologia e património, percebi já na altura o quanto criminosa foi aquela acção, perpetrada por quem tratava a serra por outro nome que não o seu... 


No final da apresentação, surgiu mais um ponto de interesse, ou seja o convívio à volta da mesa e com música a acompanhar, através dos Amigos da Gaita. Pão caseiro, feito no Ciclo do Pão, pão com chouriço, queijo, bolos e tartes vários, foi só escolher e degustar. O Ciclo do Pão será uma âncora importante do projecto no que concerne ao moinho de vento da Serra da Portela. No final muitos puderam levar um pão médio para casa apenas por 1 euro, sendo eu um deles.
Uma curiosidade do convívio, o facto de um casal inglês se ter deslocado ali e me ter confidenciado que estava a ser um espectáculo. Foi curioso a senhora me ter dito isto mesmo, mesmo sem eu a conhecer e estando este casal a residir ali próximo há poucos meses. A cultura portuguesa a dar cartas!


17.4.19

"Mais depressa se apanha um incompetente do que um competente", já diz o "ditado"...


Desde miúdo que oiço um ditado que diz que "mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo", mas agora há um outro ditado: "mais depressa se detecta um presidente de junta incompetente do que um presidente de junta competente". Falo, claro, do presidente de junta de freguesia de Alvaiázere, o qual me surpreendeu pela negativa ao cometer duas ilegalidades no exercício de autarca e, depois de "apanhado", em vez de reconhecer o erro, surgiu com  a conversa da treta do costume. Já agora, porque é que o presidente da junta de freguesia de Alvaiázere ainda não foi demitido, como a lei aliás prevê em casos como este?!
Em Fevereiro último denunciei a abertura ilegal de dois estradões em plena Rede Natura 2000 (mais dois entre muitos em Alvaiázere...) por parte da Junta de Freguesia de Alvaiázere. Confirmada a ilegalidade pelas autoridades (recebi hoje mesmo o ofício!), eis que o presidente da junta surgiu com as afirmações (balelas..) que eu antecipava...
Há poucos dias fui ao terreno fazer uma avaliação dos estragos e do real impacto num destes estradões, concretamente na Boca da Mata, um local idílico. Agora, já feita a análise, passo a dissertar sobre esta questão, já de uma forma mais objectiva.
Aproveitei para ler o que se disse na imprensa, nomeadamente de um alegado morador, que não se identificou, mas que quis dar a sua opinião. Disse que a abertura do estradão era uma necessidade por causa do fogo (deve ter querido dizer da caça...). Falso! Existiam ali caminhos que, desde que fossem limpos, resolveriam o problema facilmente. Conheço muito bem o local! Noutros sectores, pequenas intervenções não intrusivas mitigariam a questão sem impactos de monta. Apesar deste mesmo morador ter dito numa primeira fase que ninguém conseguia ali passar (falso!), logo de seguida diz que os donos dos terrenos conseguem passar com mais facilidade... Em que ficamos? E fala dos donos dos terrenos abandonados? As silvas são fáceis de cortar. Depois, sobre os megalapiás, disse que o local continua intacto, facto que, tal como podem ver pelas fotos, não é verdade. Foram destruídos megalapiás e lapiás, que, só por curiosidade, são habitats protegidos... Achei também engraçado este morador dizer que os megalapiás podiam ser melhor preservados com o corte das silvas que os cobrem nalguns sectores. Curioso confundir a mera visualização dos mesmos com preservação, algo que só demonstra o  que afinal sabe de geoconservação...
Mas deixemo-nos de rodeios e vamos ao cerne da questão. Na primeira fotografia podem ver a importância que o presidente da junta de Alvaiázere dá ao património. Um antigo lagar destruído e o desprezo pelo espólio respectivo!
Já as seguintes fotografias dão uma ideia do que se destruiu, desde carvalhos, oliveiras, lapiás, megalapiás, um antigo depósito de água raro, antigos caminhos seculares, abandonados, etc. Já nem falo de eventuais vestígios arqueológicos, presentes naquela área (uns já descobertos e outros por descobrir...). A integridade deste local idílico foi posta em causa. Um recurso fabuloso afectado por incompetência grosseira do presidente da junta de Alvaiázere. Eu teria vergonha na cara e pediria a minha demissão...
Um presidente de junta competente não faria isto. Um presidente de junta competente falaria com a Engenheira Florestal da Câmara, de forma a resolver o problema. Ela falaria com o ICNF e trataria a questão da melhor forma. Seria fácil, pois de facto existiam ali caminhos, os quais, em boa parte, poderiam ser limpos de vegetação (tal como já aconteceu noutro caso) e, noutros locais, bastaria uma intervenção não invasiva para possibilitar o trânsito de tractores ou veículos vários. Mas isso não chegaria para o lóbi da caça, que tem também ali interesses... (estais aí sr ex bigodes?)
Mas afinal a freguesia de Alvaiázere não tem um presidente de junta competente, já que este, à revelia de todas as regras e leis às quais está sujeito, decidiu que o que importava era abrir dois estradões, mesmo que contra a lei e sem prestar contas a ninguém. Estas acções ilegais são passíveis de levar a uma exoneração do respectivo autarca!
Confesso que não esperava isto por parte do presidente da junta de Alvaiázere, seja por o conhecer, seja porque há todo um historial vergonhoso de abertura de estradões em Alvaiázere e Almoster que devia ter servido de lição a todos. E aqueles que aplaudem esta acção ilegal, preparem a carteira, pois vão ser chamados a pagar as respectivas coimas decorrentes de mais estes dois estradões ilegais. Há que tenha orgulho em ser ignorante...
Termino com uma questão ao presidente da junta de Alvaiázere, se eu comprar um terreno na sua freguesia e lhe pedir para me recuperar uma casa antiga, você empresta as máquinas, trabalhadores da junta e ainda cede uns trocos para reabilitar a casa? É que, pela sua lógica, parece que basta pedir para que se faça algo de ilegal, tal como aconteceu com estes dois estradões...











13.4.19

A importância do comércio local na dinamização da economia local e regional


De vez em quando abordo aqui a questão do comércio local, já que é um tema muito importante e a vários níveis. Hoje destaco um estabelecimento comercial, situado em Alvaiázere, que me despertou a atenção há uns tempos. Tendo em conta que há poucos dias voltei a Alvaiázere, eis que fui visitar esta loja, de modo a ver se correspondia à boa impressão que tinha dela.
Antes de mais, tem uma localização excepcional, ou seja na rua principal, situada à frente da Câmara Municipal de Alvaiázere. Situa-se num edifício recuperado há poucos anos e tem uma boa apresentação. Tem os obrigatórios bolos/pastelaria com chícharo e curiosamente tem também pinhão (na última fotografia uns são de chícharo e outros são de pinhão). E não se fica por aqui, tendo mais produtos. 
As pequenas lojas do comércio tradicional são fundamentais para a economia, daí que não sejam de "menosprezar" quanto ao seu potencial empregador e de dinamização da economia. Dali surgem muitas vezes ideias criativas e inovadoras que, no conjunto, significam uma boa notícia para a economia local. E Alvaiázere bem precisa...
Sempre que visitarem aldeias, vilas ou cidades, lembrem-se do comércio local e de proximidade. E não se esqueçam que os preços são por vezes inferiores aos das superfícies comerciais, as quais esmagam a margem de lucro de quem produz... Ao comprarem localmente, no comércio local, estão a tendencialmente apoiar as gentes locais, que produzem, e as economias locais, que assim crescem!



9.4.19

Chamada à recepção: venham esses resumos sff!


Ainda faltam uns meses, contudo, e como quem é investigador bem sabe, é preciso preparar os resumos com antecedência. Assim sendo, fica o convite a investigadores das áreas referidas no respectivo site do  congresso, para que pensem em algo de interessante para apresentar. O azinheiragate é visto por muito/s amigo/as do património, esperando eu ver alguns deles neste congresso. A quem não é investigador e, por isso, não vai apresentar nada, fica o convite para que reservem estes dois dias na vossa agenda, de forma a que possam assistir a um congresso daqueles que vale mesmo a pena, onde se aprende e partilha conhecimento e factos sobre o património natural, cultural e afins.
Já agora um desafio às autarquias da região de Sicó, tratem de pensar apresentar o vosso património. Deleguem a tarefa a um dos vossos técnicos, que tenha as competências certas, para apresentar trabalho feito pelas autarquias. O evento em causa ficará concerteza mais enriquecido. É importante motivar mais os bons técnicos que as autarquias ainda vão tendo. Vão ver que o rendimento deles vai aumentar! Fica a dica...

4.4.19

Plásticos e dias de mercado municipal: urge mudar regulamentos e mentalidades!


Em Setembro último, abordei uma questão, a qual se relacionava com o cenário pós dia ou manhã de mercado municipal. É um cenário que se repete por todos os mercados municipais deste país, sendo que Ansião não é excepção. 
Há umas semanas, e em Ansião, deparei-me com este cenário. Na primeira imagem numa rua ainda de dia e a segunda já de noite, numa outra rua (ao pé do tribunal). Ambas no dia do mercado. Apesar de ambos os locais distarem respectivamente algumas dezenas ou centenas de metros do recinto do mercado municipal, ambos padeciam de um problema, a invasão de plásticos. Como os regulamentos estão, é normal que isto aconteça, contudo as coisas têm de mudar. Urge apertar os critérios, de forma a que não se possa ver um único plástico no chão em dias de mercado! Os feirantes têm de ser sensibilizados numa primeira fase e obrigados a não poluir. É difícil? Sim, é, mas trabalhando a questão em conjunto, ouvindo todas as partes consegue-se resolver, daí eu voltar a esta questão. Imaginem quantos plásticos voam dali, indo para as ruas, para o mato ou mesmo para cursos de água. Ficamos de boca aberta quando vemos imagens relacionadas com a poluição em países ditos de terceiro mundo, contudo quase que achamos normal ver este tipo de cenários nas nossas terras. Somos ou não somos evoluídos? Se calhar não somos tão evoluídos como gostamos de pensar...
Assim sendo, lanço o repto a todas as autarquias e freguesias da região de Sicó onde ocorram os típicos mercados tradicionais (além de todas as outras autarquias e freguesias do país em igual situação), para que este problema seja de uma vez por todas resolvido através de acções concretas e eficazes. Todos ficamos a ganhar e ninguém perde!
Vamos resolver a situação ou vamos continuar a olhar para o lado quando vemos estes plásticos no chão?!