27.11.18

Limpar...folhas?! Será que umas aulas de educação ambiental resolvem o equívoco?


Fonte: Município de Ansião

Anteontem estava a ver as fotografias do Limpar Ansião, mais concretamente deste último sábado, onde a limpeza de centrou nas freguesias do Avelar, Chão de Couce e Pousaflores. Foi, portanto, o segundo fim-de-semana onde a excepcional iniciativa do Limpar Ansião se desenvolveu.
Infelizmente não pude participar em nenhuma das duas acções, por motivos pessoais e profissionais, tendo-me restado apenas a possibilidade de acompanhar ao longe ambas as acções e felicitar mais esta realização do Município de Ansião, que decorre do Limpar Portugal, em 2010. O Limpar Ansião é então uma semente do Limpar Portugal, que foi "regada" pelo anterior e actual executivos, facto que aplaudo e que me alegra bastante. É um feito do qual duas forças políticas, várias entidades públicas e privadas e população em geral se podem orgulhar. Uma causa que une!
Decidi escrever este comentário porque vi algo que me deixou perplexo. Não é nada de novo, pois já em 2010 o então presidente da junta do Avelar tentou politizar, através de uma tentativa de golpe de bastidores, a acção ambiental em causa, querendo impor-me regras a poucas horas da  iniciativa (depois de tudo acertado e concordado entre mim, na altura coordenador concelhio e ele), algo que na altura lamentei e condenei profundamente. Actualmente o presidente da junta é outro, contudo também agora surgiu algo que considero lamentável e que desvirtua gravemente esta acção ambiental. Sendo o Limpar Ansião uma acção que visa a limpeza de resíduos sólidos urbanos, vulgo lixo, deste nosso território, que sentido faz andar na rua a limpar... folhas? Nenhum! O Sr Inácio deve-se ter equivocado na acção em causa, só pode... Quando não se sabe, pergunta-se a quem sabe. Confusões como esta desvirtuam o Limpar Ansião, algo que lamento profundamente. Dou negativa ao Sr. Inácio, que agora precisa de explicações! Quando quiser diga Sr Inácio, pois no que concerne a aulas de educação ambiental e afins não cobro nada.


23.11.18

Criatividade: ter ou não ter, eis a questão


Estava a ver o meu arquivo de fotos, de forma a encontrar um bom registo para fazer companhia a este meu breve comentário, e encontrei um registo curioso, que fiz há uns tempos em Santiago da Guarda. 
Hoje venho falar de criatividade, essa palavra que abarca tanto e de tanta forma diferenciada. Desde que criei o azinheiragate, já conheci dezenas de pessoas com uma enorme criatividade e logo nas mais variadas artes. Focando-me apenas na região de Sicó, e nos últimos 14 anos, fui conhecendo muitas pessoas com capacidades acima da média. Pessoas novas, menos novas, com a 4ª classe, 9º ano, 12º, licenciatura e por aí adiante. É algo de fascinante, pensar em tudo isto e ver que a criatividade é transversal (parece óbvio, mas...). Mas não chega ser criativo, há que dar asas à criatividade e aí é que as coisas mudam. Conheço muitas pessoas com ideias muito boas, contudo, e por motivos vários, não conseguem ou não dão largas à sua criatividade. Umas porque não têm capacidade financeira, outras porque vão adiando (a arte de procrastinar...) e outras porque há quem lhes dificulte o caminho. Já vi de tudo neste domínio.
Há que ganhar coragem para conseguir ter um "palco" para ser criativo, dinamizando a economia, potenciando o património, valorizando as imensas mais-valias que Sicó tem, entre muitas outras coisas. Podíamos estar muito adiante do que estamos, mas por vários motivos estamos atrasados uns anitos... Falta de competência por parte dos actores de desenvolvimento, capelinhas, invejas e outras coisas mais, são esses alguns dos problemas.
Falando em algumas acções de capacitação que têm ocorrido em toda a região, e tendo eu já participado em duas, vejo que a estratégia não tem sido a melhor. Numa das acções, e após ter frequentado o primeiro dia, acabei por não voltar, pois de chapa 5 e formação "chave na mão" estou eu farto. Gastou-se dinheiro para pouco. Numa outra acção mais recente, apesar da qualidade dos formadores ser boa, faltou ali um elo de ligação, o qual possibilite que a semente tenha um acompanhamento diferente, em vez do esperar que a semente se desenvolva por si mesma. Há que regar a semente todos os dias e ser "chato", de forma a garantir que da semente nasça algo com futuro.
Quando nos perguntam o que faríamos se ganhássemos o euromilhões, todos dizem que comprariam isto ou aquilo e pouco mais. Eu, pelo contrário, faria algo diferente. Daria por exemplo apoio, através do micro-crédito, aquelas pessoas que falei atrás, que têm criatividade e potencial mas que não têm o apoio certo. Porquê? Porque muita da criatividade que existe por aqui vai-se perdendo, algo que, em termos pessoais e em termos económicos é uma perda dramática. É isto.

19.11.18

Frio e chuva também é uma boa desculpa para ler!


Tempo frio é, para muitos, mais tempo para ficar em casa ao quentinho. Tempo frio é, para não sei quantos, sinónimo de mais tempo para ler. Deixem de lado o telemóvel, colocando-o longe da vista e em silêncio, e toca a ler livros, obviamente sem "acordo" ortográfico e livros úteis. Volto então à carga literária 3 meses depois da última incursão literária. 
O primeiro livro foi uma descoberta aquando das Jornadas Técnicas sobre os Carvalhos, onde assisti a uma palestra da autora deste muito interessante livro. Depois de uma vista rápida, não houve dúvida que este era para incluir na minha biblioteca pessoal.


É um título forte, e não é por acaso. Trata-se de uma perspectiva interessante sobre um grave problema que tem vindo a carbonizar Portugal há 4 décadas. Sendo eu geógrafo de profissão e bombeiro voluntário, obviamente que tive de trazer este livro para casa, para nas próximas semanas me sentar no sofá e passar umas horas nas lides literárias.


Plástico, esse malandro que nos anda a perturbar gravemente a vida e a vida dos animais selvagens, nomeadamente peixes. Numa das últimas idas a uma livraria descobri este livro, o qual me prendeu a atenção de sobremaneira. Depois de conferido que não padecia do "acordo" ortográfico, tive de o trazer. Sei que daqui a 1 ou 2 semanas poderão ler este livro na Biblioteca Municipal de Ansião, pois este livro irá fazer parte da sua colecção de livros sobre a temática do Ambiente e Educação Ambiental. É uma boa ferramenta pedagógica, portanto fica a dica para mais uma visita à Biblioteca Municipal de Ansião (e outras mais!).


A temática da arquitectura vernacular, e não só, é uma das minhas áreas de interesse, daí a preferência por este livro, que dá para aprender mais umas coisas, parte das quais espero colocar em prática a seu tempo. Bastante interessante, sem dúvida!


Filipe Duarte Santos é um nome que dispensa apresentações, pelo menos por parte de quem se interessa pela questão climática. Já tinha um outro livro deste autor e agora junta-se-lhe mais este, que, pelos conteúdos, justifica o acto de compra. 


Pode parecer estranho surgir aqui este livro sobre a internet, contudo de estranho não tem nada. O Azinheiragate é um blogue sobre a temática do Ambiente, Cultura e Património (e não só), sendo uma ferramenta digital que utilizo para passar mensagens que considero importantes e que contribuem, no meu entender, para cidadãos mais esclarecidos, os quais podem assim contribuir para uma democracia mais saudável. Trata-se então do bom uso da internet, a qual, quando mal utilizada, pode ter efeitos perversos para a democracia e, portanto, para a Natureza, para o Património e para a Cultura.


Quando peguei neste último livro, pensei que era mais do mesmo, já que há vários do género que se repetem, contudo não era esse o caso, já que este livro representa algo mais. Tem perspectivas que enriquecem o debate e o discernimento sobre os factos que mais importam, daí não haver dúvidas sobre a sua aquisição.


14.11.18

Projecto Recicla Soure: quero saber mais sff


Até há poucos dias desconhecia o "Projecto Recicla Soure" e foi numa das minhas voltas por Soure que me deparei com dois destes locais que visam dar seguimento à "promoção da reciclagem multi-material e valorização orgânica de resíduos urbanos. 
Não vou embandeirar o projecto, até porque conheço bem a temática da reciclagem e do muito que está por fazer e mudar em Portugal e na região de Sicó. Ando um bocado desiludido com esta questão à conta de um livro que tenho escrito mas que ainda não consegui publicar. Este livro é o reflexo de 20 anos de activismo. Já tive dois nãos e estou agora à espera de resposta por parte de uma outra entidade. Quem eu mais pensava que poderia apoiar a edição de um livro inovador e único sobre a temática, foi quem mais me desiludiu, ou seja uma entidade de âmbito nacional. Esta entidade após contacto inicial mostrou algum interesse, mas 4 meses depois de enviada alguma informação para análise, e apenas 1 dias depois de ter enviado uma mensagem, de forma a solicitar informação sobre a análise, recebi uma resposta seca e pouco profissional, de que não estavam interessados. Já percebi que os interesses instalados não gostaram de ouvir umas verdades, algo que me motivou ainda mais.
Mas voltando a Soure, é bom ver surgir um projecto deste tipo, contudo há que esperar para ver os resultados, já que não sei como foi pensado este projecto. Não sei qual o sucesso que irá ter, ainda mais porque há interesses que se podem considerar de certa forma conflituosos e ambíguos.
Não tenho confiança num sistema em que uma empresa de resíduos, com forte influência autárquica, privilegia há demasiados anos a deposição em aterro de resíduos recicláveis. Não tenho confiança num sistema em que uma empresa de resíduos é muito lenta no desenvolvimento de soluções que foquem em primeiro lugar a reciclagem, focando em primeiro lugar a deposição em aterro, que é muito lucrativa, facto que atrasa o estabelecimento de uma estrutura focada na reciclagem de materiais, algo de muito lucrativo e benéfico para todos.
No domínio da reciclagem há muito por fazer, tal como na questão dos resíduos orgânicos, que representam uma percentagem importante dos resíduos que cada um de nós produz. Há poucos meses propus uma ideia para a Vila de Ansião, com vista a valorizar este tipo de resíduos em especial.
Logo que este projecto esteja mais avançado voltarei a falar do mesmo. Para já fica o convite à reflexão sobre a temática da reciclagem.



9.11.18

Quero mais, muito mais!


Por estes dias a memória dos dias de calor e de andar de bicicleta ficou para trás, pelo menos para a maioria. A maioria pensa que o Outono e o Inverno não são bons para andar de bicicleta, quando afinal também o são. Nos países nórdicos, há uma cultura da bicicleta que em Portugal teima em se impor. Nesses países é natural andar de bicicleta, seja com sol ou com chuva, sendo apenas uma questão de mentalidade. O último país que visitei, a Polónia, surpreendeu-me bastante nesse domínio.
Em Portugal faltam ainda as condições óptimas para que as coisas possam melhorar, sendo um caminho que ainda se está a fazer e que ainda demorará mais uns anos a ter melhores resultados. Mesmo algumas das actuais ciclovias foram mal pensadas e mal executadas.
Volto então a abordar esta temática, voltando a Pombal, desta vez a uma ciclovia que ainda não tinha focado nos meus comentários. Em 2015 falei sobre uma outra ciclovia, situada na margem esquerda do Rio Arunca.
De forma a fazer a coisa como deve ser, pesquisei no sítio da internet da Câmara Municipal de Pombal e deparei-me com o Plano de Acção de Mobilidade Urbana Sustentável, analisando-o de seguida. Possivelmente muitos pombalenses nunca ouviram falar dele e muito menos serão os que o terão lido, sugerindo eu que o façam agora. É muito discurso de ocasião, mas faz parte. Para mim não é de grande interesse deixar-me encantar com este tipo de textos, já que enquanto técnico estou um bocado saturado deste tipo de textos. O que é, para mim, de interesse, é analisar se o que se escreve é consequente e, claro, ver se faz sentido. E vejo a coisa também na perspectiva do utilizador de bicicleta, já que sou daqueles que há muitos anos faz da bicicleta um modo prioritário de transporte em pequenas e médias distâncias (até +- 10 km). Há quem faça parte das equipas que fazem estes estudos sem ser sequer utilizador de bicicleta, algo que traz consigo problemas graves, que, por vezes, promovem o insucesso de medidas propostas....
Voltando atrás, desta vez venho abordar a ciclovia situada à entrada de Pombal, vindos do lado de Ansião. Tem dois sectores, um deles muito recente, que vai da rotunda até ao posto de combustíveis. Vejo com muito interesse esta ciclovia, já que ela permite a deslocação de bicicletas onde ela era difícil e perigosa. Quando complementada, cumprirá um objectivo fundamental, facilitar a tarefa de quem escolhe a bicicleta para se deslocar, de quem promove uma atmosfera mais amiga dos pulmões e de quem, deixando o carro em casa, contribui para a melhoria da qualidade de vida de todos. Seria interessante o comércio local começar a fazer uns descontos a quem anda de bicicleta (fica a dica sr´s empresários). E também a empresas que queiram dar um prémio monetário a quem vai de bicicleta para o trabalho, chegando mais bem disposto (algo que já se começou a fazer em alguns países...).
Talvez o principal desafio agora será interligar vias cicláveis, já que as bicicletas podem e devem andar nas ciclovias ou fora delas. Em Pombal isto é notório, já que o centro da cidade está refém dos automóveis. Não é preciso criar ciclovias de raíz no sector central da cidade, bastando pintar trajectos prioritários para bicicletas. Ou seja, uns litros de tinta resolve de forma eficaz. 
Pombal é, para todos os efeitos, uma cidade plana, portanto é um bom território para se pensar os modos suaves como deve ser. Não me vou alongar mais, o que pretendo com isto é que os pombalenses (e não só), reflictam sobre esta temática, já que são eles em primeiro lugar que vão beneficiar com uma cidade mais amiga das bicicletas, do ar puro e da qualidade de vida. Menos carros, mais transportes públicos e muito mais modos suaves!



5.11.18

Limpar Ansião, toca a mexer!


Há 10 anos, e aproveitando a iniciativa Limpar Portugal, tomei por iniciativa própria as rédeas daquela iniciativa no Concelho de Ansião. Dediquei 2 meses da minha vida aquela iniciativa histórica e investi algum dinheiro do meu bolso, tudo em prol do Ambiente e da educação ambiental, de Ansião, na nossa saúde, da qualidade de vida, da paisagem, etc, etc. Naquela altura tive o apoio de várias entidades e de dezenas de voluntário/as. Já depois de 2010 surgiu pela mão da Câmara Municipal de Ansião, e do anterior executivo, o que acabou por ser o natural seguimento do Limpar Portugal, ou seja o Limpar Ansião. Ansião mobilizou-se mais uma vez em prol de uma causa muito importante. Daqui a poucos dias, e também pela mão da Câmara Municipal de Ansião e do novo executivo, volta o Limpar Ansião, daí eu fazer questão em publicitar esta actividade ambiental e cívica. 
Tudo isto para apelar à vossa participação nesta iniciativa. Informem-se, envolvam-se, passem a palavra entre o/as vosso/as amigo/as e tornem Ansião um lugar ainda melhor para se viver. Aproveitem e tirem fotos, muitas fotos, de forma a partilhar nas redes sociais e mostrar que infelizmente ainda há gente porca em Ansião e não só.
Após estes 8 anos posso dizer-vos que é um enorme orgulho ver que o que fiz enquanto coordenador concelhio do Limpar Portugal resultou e deu frutos, os quais continuam a presentear o/s ansianenses da melhor forma. Os meus parabéns à Câmara Municipal de Ansião e às Juntas de Freguesia pela iniciativa. O meu apelo à mobilização geral!