20.12.23

Assim não vamos lá...


falei deste tema várias vezes ao longo dos últimos anos, já que é algo de muito importante, seja no domínio patrimonial (muros de pedra) seja a nível do impacto na paisagem rural e cultural de Sicó. Infelizmente, e mesmo tendo em conta as frequentes palavras vãs dos autarcas da região neste domínio, o certo é que não vejo medidas para resolver o que, no meu entender, é um grave problema. Não basta dizer que se vai proteger os muros de pedra, há que fazer que isso aconteça e que, por exemplo, a aberração que se vê na imagem não ocorra. Há várias formas de resolver o problema, mas se não nos mexermos é natural que não se saia do mesmo lugar.
Confesso que isto de apontar problemas que não são resolvidos é cansativo passados tantos anos a bater na mesma tecla enquanto activista do património de Sicó, tal como é frustrante não conseguir mudar mentalidades neste domínio ou não conseguir fazer aquilo que mais gosto na minha região, Sicó. Estamos a poucos dias do final de mais um ano e as minhas aspirações de voltar à minha região começam a esfumar-se. Não basta ser competente, ter mérito e reconhecimento q.b., é preciso algo mais... Agora começo a perceber bem o que alguém me dizia há uns meses, quando eu lhe dizia que gostava mesmo de voltar à minha região para me estabelecer em termos profissionais. Disseram-me: "não sejas maluco...". Nesta altura concordo plenamente com essa pessoa. A ver vamos como vai ser 2024 e se vai implicar ir para fora, lá fora. A luta por Sicó continuará, independentemente do que aí vier, isso é garantido!

 

16.12.23

Abater árvores autóctones? Falem com os especialistas, em Alvaiázere...



Quando fui alertado para esta situação acreditei e não fiquei nada surpreendido, já que afinal é em Alvaiázere, onde o abate de árvores autóctones é comum e tem longa tradição. Desta vez foi, como de costume, num local idílico, com a desculpa esfarrapada das faixas de protecção de incêndios. Afectou-se a galeria ripícula e não só, foi tudo a eito a regra e esquadro. Quem mandou fazer esta besteira nunca deve ter visto os incêndios que ali costumam ser recorrentes, os quais não queimam a galeria ripícula. Num dos últimos incêndios que ali andei, enquanto BV, ardeu tudo menos a galeria ripícula. O que fizeram aqui foi uma burrice chapada que vai ter o efeito inverso. Além de não servir para proteger nada, vai facilitar ainda mais a expansão das invasoras e exóticas naquele local, inclusivamente na galeria ripícula. Será que esta gente não estuda isto?! Isto é básico!!!

Relativamente a esta questão da parolice das faixas a regra e esquadro, onde a regra é arrasar tudo sem critério, é algo de infelizmente comum, este é apenas mais um lamentável exemplo que em nada dignifica os organismos estatais e locais.

Sinto vergonha de ver mais este atentado à biodiversidade, já devidamente denunciado por outra pessoa que valoriza o património arbóreo. Sinto vergonha do que esta gente está a fazer ao país e à região a todos os níveis. Ganhem vergonha na cara!





 

12.12.23

Ai fizeram borrada?! Agora... aguentem-se à bronca!!!


Já há vários anos que vejo borrada atrás de borrada que o pessoal faz à conta de TT´s, btt´s e trails, apontando eu sempre que posso essas borradas. Estou farto de ver tanta burrice chapada feita à boleia de eventos desportivos, os quais se tornaram um...negócio. Há poucos dias surgiu mais uma borrada, a qual não vai passar em branco, vos garanto!
Na imagem que ilustra este comentário consta uma muralha de um povoamento arqueológico, na Serra da Portela, sector de Chão de Couce, o qual foi mexido indevidamente para que ali passasse uma prova de trail, por cima da muralha. Ora, isto é algo de muito grave, algo que atenta contra o património cultural!
O pessoal acha que pode fazer o que quer sem se preocupar com o património, pensando que vale tudo pelo desporto, mas está enganado. Desporto é respeito. Quem fez esta pouca vergonha brevemente irá ser contactado pelas autoridades na matéria. Agora... aguentem-se! E que sirva de exemplo a outros...

 

5.12.23

Muito orgulho e alguma desilusão!


Lembro-me bem do dia que um alto contacto no meio do activismo me telefonou a perguntar se já sabia. Perguntei: "se sei o quê?". Rapidamente fiquei a perceber que já estava a decorrer o prazo de participação pública de um projecto de pesquisa e prospecção de areias siliciosas e argilas especiais, em Almoster. Apesar de eu receber os avisos da plataforma "Participa", o facto do projecto ter o nome de "Murtal" passou-me despercebido, daí a surpresa. Havia ainda um mês de prazo, portanto comecei logo a divulgar aqui no azinheiragate e aos meus contactos o sucedido, de forma a todos participarem. Em poucos dias já havia uma pequena equipa de cidadãos e cidadãs a trabalhar no duro para tentar parar este projecto.
Eis que passados uns dias, nova má notícia, havia mais um projecto, e a poucas centenas de metros dali, já em Ansião, com o nome de "Pessegueiro", em Pousaflores. Novamente, mais mobilização para fazer, mais esclarecimentos técnicos a fazer. Foram, ao todo, dois meses de muito trabalho (incluindo centenas de kms feitos para poder participar nas sessões de esclarecimento respectivas), com outras pessoas, às quais desde já agradeço o seu trabalho e dedicação em prol desta causa comum a Alvaiázere e a Ansião. Houve muita ajuda de uns a outros. 
Não estranhem o número de participações ser menor em Almoster, já que isso decorreu do facto de ter sido o primeiro processo a ser público e ao facto de, naturalmente, demorar o seu tempo a mobilizar pessoal e a fazer o trabalho necessário. Mesmo assim 141 participações foi um bom número para Almoster.
Ansião teve umas incríveis 903 participações, facto potenciado por ter sido posterior ao de Almoster, ao facto de termos uma comunidade de estrangeiros residentes que fizeram um trabalho excepcional e ao facto de, ao mesmo tempo, termos tido pessoas de Almoster a ajudar e também muito pessoal de Ansião mobilizado. Foi incrível esta mobilização conjunta.
E durante estes últimos dois meses conheci várias pessoas que também fizeram um bom trabalho, pessoas que conheci pessoalmente e outras que me telefonaram a pedir ajuda. Que orgulho pessoal!
Em Ansião a Câmara Municipal deu parecer desfavorável, facto que me orgulha profundamente. A Junta de Freguesia de Pousaflores esteve muito bem na organização e logística da sessão de esclarecimento. Em Alvaiázere a conversa foi outra. Para não variar, o autarca local deu parecer favorável condicionado, mesmo admitindo que não estava bem preparado para analisar o processo. Já depois da sessão pública (onde a 16 minutos do início da mesma falhou a luz, mas apenas naquela área... voltando uma hora depois, sem que o pessoal tenha desmobilizado!), a Junta de Freguesia de Almoster, deu parecer negativo, mostrando assim que está, de facto, do lado da população nesta questão fundamental. Estou curioso para ver se a Câmara Municipal de Alvaiázere vai insistir num erro colossal, com consequências dramáticas a todos os níveis, inclusivamente políticos...
Algo de fabuloso foi ver tanta gente em ambas as sessões de esclarecimento. Em Almoster foram 100 pessoas e em Pousaflores julgo que rondava as 200.
Ou seja, nos próximos 3 meses haverá mais novidades, já que terá de haver uma sessão oficial de esclarecimento, com a empresa em causa, em Almoster e em Pousaflores. Até lá eu e outras pessoas estamos a fazer mais trabalho de casa para a luta que continua!
Para terminar um apelo, o que assinem e partilhem uma petição online que queremos levar à Assembleia da República nos próximos tempos, com alguns milhares de assinaturas!


#juntossomosmaisfortes