28.3.21

Blogue aberto a Leonel Morgado: politiquices no caso do esgoto no Alvorge

No dia 12 de Março de 2021 fui alertado por um amigo sobre o que o meu ex camarada do PSD, Leonel Morgado afirmou numa rede social sobre a minha pessoa relativamente ao caso ocorrido no Alvorge há uns anos. Falo, claro do "esgoto dos segredos", situação que conheci em 2012 e comecei a monitorizar desde então. Este meu amigo tinha postado um dos meus vários comentários sobre o esgoto ilegal no Alvorge, que eu voltei a relembrar nas redes sociais. Foi aí que o Leonel Morgado fez algumas afirmações sobre a minha pessoa...

Tendo em conta o que ele afirmou, não posso deixar de, publicamente, dissertar sobre o caso, já que o meu camarada Leonel Morgado fez algo que eu não aceito, ou seja faltar à verdade. Quando esta falta à verdade me tem como alvo, numa jogada política suja, não tenho outro remédio senão repor a verdade, mostrando quem faltou à verdade e quem manipulou factos com vista a jogatana política em ano de eleições autárquicas.

É pública a animosidade que tens para comigo, já que eu, no exercício da cidadania activa, denunciei muitas situações que incomodaram interesses do teu partido político, que liderou a Câmara Municipal de Ansião até 2017. Podes dizer que sou incisivo e frontal, pois sou-o com orgulho. Mas quando falas em falsidades, é bom que tenhas feito bem o tpc, algo que não fizeste. Sabes que eu sou de origens humildes, não sou das ditas boas famílias, mas faço muito bem o tpc e sou sério, daí fazer mossa na hora de denunciar factos graves.

Mas vamos aos factos, começando eu pelas afirmações do ex camarada do PSD de Ansião, Leonel Morgado. Importa referir que me desvinculei há uns 25 anos (mais ano menos ano) e desde então não tive qualquer filiação partidária ou preferência política. Desvinculei-me quando me apercebi que o lambe botismo e a subserviência valia mais do que a meritocracia. E tive esta percepção ainda bem jovem e ingénuo, imagina. Voto, conforme as eleições, em partidos diferentes, num claro gesto de cultura democrática. Tenho vários amigos no PSD local, os quais tenho pena não estarem acima na hierarquia, de forma a, de facto, poderem fazer um trabalho mais produtivo em prol de Ansião.

Ajudo e dou contributos a todas as forças políticas, sem excepção até agora. Imagina até que tu foste um dos que assistiu a uma palestra que dei, pro bono, sobre geodiversidade, no ex Centro de Interpretação Ambiental dos Olhos de Água, lá para 2010 se não me engano. Nessa altura eu era um fixe para ti, não era? Foi uma parceria entre mim e a Câmara Municipal de Ansião, liderada pelo Rui Rocha. Tens memória curta? Limpar Portugal 2010, lembras-te quem foi o coordenador concelhio, o qual reuniu tudo e todos numa causa, sem deixar que a política desvirtuasse a iniciativa? Moi :-D

Sobre o que afirmaste, caro Leonel Morgado, passo a transcrever o que afirmaste publicamente em conversa, com um amigo meu, ex colega bombeiro, numa rede social:

1 - "Esse assunto que o João Paulo Forte falsamente apresentou em 2017 com imagens de 2014 como se fossem actuais foi desmontado em 2017 em sessão de esclarecimento em que participei, com mais de 100 alvorgenses presentes, onde se deixou claro que fora inclusivamente uma equipa de fiscalização ao local constatar a qualidade do tratamento em 2017. Foi aliás esta falsidade do João Paulo Forte que insistia que o povo tem medo quando sabia o que vi, 100 pessoas a questionar a Maria Luisa, o Fernando Marques e o Rui Rocha sem qualquer hesitação ou medo, até a filha do senhor que doara o terreno estava preocupada com as falsidades do João... Que o levou a bloquear-me. e Tudo ficou esclarecido. Quem não o revela é porque não lhe convém. E tu estás esclarecido ou vais continuar a emprenhar pelas orelhas?"

2 - "...então estás a creditar num tipo que não esteve lá e a chamar-me mentiroso, a mim que estive."

3 - "Eu não minto".

Postas estas três afirmações tuas, passo a responder-te factualmente:

1 - Faltas à verdade quando afirmaste que eu apresentei este assunto em 2017, com imagens de 2014. Eu apresentei primeiramente esse assunto em 2012, quando eu tinha suspeitas. Sobre as imagens, nunca as referi sendo de 2014. Apresentei-as sim em 2016, dizendo que eram de 2012. Ou seja, nem o tpc fizeste, não te dando ao trabalho de ler o que eu escrevi. Há uma única mentira da minha parte, já que não foram alunos de Coimbra que me facultaram as fotografias do esgoto ilegal. Tive de proteger as minhas fontes, daí esta distracção. Sou conhecido por nunca revelar as minhas fontes.

Prosseguindo, sobre a equipa de fiscalização, foi lá depois de eu ter denunciado o caso e pedido uma fiscalização. Curioso não teres referido isto. Porque não referiste aquela curiosidade de poucas horas antes de eles terem lá ido as fossas foram despejadas? Memória selectiva? Claro, política baixa como de costume. Sobre a qualidade do tratamento, porque não falas de dois pontos fundamentais, primeiro o esgoto ilegal que foi feito, a pedido da IPSS responsável pelas fossas, pela Câmara Municipal de Ansião? Não tiveste acesso a esse ofício? É de 2012 e é público!. Segundo ponto, a qualidade do tratamento é tão boa que a qualidade da água é aquela que eu mostrei através de análises pagas do meu bolso. As águas afinal não eram límpidas... Eram sim cheirosas e nutritivas. Como pessoa inteligente que és, sabes interpretar o que consta no relatório, portanto não preciso de desenvolver esse ponto.

Sobre o medo que referiste, e bem, ele existe, mas esqueceste que o Alvorge não se resume às 100 pessoas que estiveram na reunião, a qual me fez lembrar os comícios políticos em que ambos participámos há muitos anos. Eu não estive lá, mas fiz o tpc e as minhas fontes informaram-me. Curioso que eu falei com várias pessoas do Alvorge, as quais manifestaram medo por falar desta situação. O facto é público e não faz parte de um mundo virtual. Como pessoa inteligente que és, deves saber que além do mundo político, tipo bolha, existe o mundo real fora dele, onde as coisas não são tão cor de rosa como pretendes fazer passar. Compreendo-te de alguma forma, já que tens de defender o teu partido político e isso leva-te a pintar um cenário que acreditas, mesmo embora não corresponda de todo à verdade. Política, como de costume.

Sobre te ter bloqueado, não me lembro sequer a altura em que o fiz, mas seria interessante dizeres publicamente porque te bloqueei. Gosto de pessoas humildes e que sabem debater, não gosto de pessoas arrogantes que se acham superiores e que deixam que a política as torne pessoas vulgares. Esqueceste foi de dizer que passados uns tempos desbloqueei-te e que depois foste tu depois a bloquear-me. Estás á vontade para dizer o porquê.

2 - Tipo? Olha a confiança Leonel, esperava mais de ti. Por acaso sou uma pessoa humilde, mas se a intenção era menorizar-me, não o conseguiste. Sabes Leonel, é que há 30 anos eu era apenas o João Forte e actualmente continuo a ser apenas o João Forte, sem manias, sem tiques de vedetismo, sem gostar que me tratem por prefixos ou de ser bajulado. Pareceste um outro teu camarada do PSD de Ansião, que outro dia me tratava por tu nas redes sociais, sem ser sequer meu amigo, e tratava um licenciado por Dr. As patetices que a política faz, não é?

Sim, não estive na reunião mas fiz o tpc, informando-me com quem lá esteve. O princípio é o mesmo do método científico, bibliografia é fundamental. E olha que sei muito de muita coisa sem lá ter estado. Como o fiz? Li, falei com quem lá esteve, analisei os factos, cruzei informação, etc.

3 - Sobre o terceiro ponto, já demonstrei que faltaste à verdade, com os factos atrás enunciados.

Sabes qual foram duas das melhores coisas que fiz na vida? Largar a clubite partidária e a clubite desportiva, tudo na década de 90. Ganhei qualidade de vida e não ando com o rabo preso a ideologias políticas ou clubes desportivos. Os anos acabaram por mostrar que foi uma boa opção. Sou conhecido por ser uma pessoa frontal, incisiva, politicamente incorrecta, mas séria, imparcial, honesta, com carácter e com "espinha dorsal". A independência é uma mais-valia. E nos últimos anos tenho dado contributos a várias forças políticas, já que apesar de não ter partido político ou clube desportivo, gosto de um bom debate e de um bom jogo. E gosto de usar todas as ferramentas que a cidadania me permite.

Para terminar, Leonel, sugiro que não cometas os mesmos erros, ou seja não fazer o tpc, afirmar algo que não corresponde à verdade, manipular factos para a novela política do Alvorge. Em vez de contribuíres para a má imagem da política, contribui para uma boa imagem da mesma. Não confundas a minha humildade com falta de competência. Sabes bem o quanto eu sou reconhecido pelo trabalho que faço, nomeadamente a nível de denúncias ambientais. Sei bem que não te dás bem com a minha acção em prol do ambiente, pelo menos quando afecta pessoal teu conhecido, mas é a vida. 

Ah, e gostava que dissertasses sobre a questão da poluição dos aquíferos, a qual ocorre também graças a esgotos ilegais como aquele. E sobre saúde pública, tens alguma coisa a dizer? Aceita um conselho que te dou, não te deixes vulgarizar pela política.

Tens a caixa de comentários para o contraditório, tal como é suposto em democracia e tendo em conta a liberdade de expressão. Peço-te apenas que não me trates por tipo, já que esse termo é reservado para amigos, os quais o podem utilizar à vontade, já que não o fazem de forma depreciativa. Tu és apenas o que sempre foste, um mero conhecido. Trata-me apenas por João Forte, sem prefixos. E evita também o prefixo Sr, já que apesar de já estar nos entas ainda sou jovem.

Estou sempre disponível para o debate, incisivo ou não, frontal ou não, contudo o mesmo já não se aplica a politiquices, as quais dispenso.

Os meus cumprimentos

23.3.21

Parque rural? Mas os Poios são algum jardim zoológico?


Fonte: CM-Pombal

Sou um fervoroso apoiante de projectos para a região de Sicó, sejam eles das mais variadas áreas e origens. Vejo com muitos bons olhos exercícios académicos que tenham em Sicó o seu território. Contudo, só o sou e só o defendo quando há respeito pela identidade e quando o exercício/trabalho académico não potencia a arte cirsense que tanto tem descaracterizado a nossa região.
Foi, por isso, com espanto que tive conhecimento do resultado de um protocolo entre a Terras de Sicó e a Universidade de Coimbra. Fico perplexo como é possível terem sido pura e simplesmente ignorados bons projectos para a área dos Poios e terem sido acolhidos projectos que não tiveram em conta as populações e que, tal como nos é apresentado, em vez de potenciarem a paisagem, são mais um prego no caixão da paisagem de Sicó. Parque rural?! Mas os Poios são algum jardim zoológico? Os locais são alguns animais para serem expostos? Passadiço? Será que ali faz algum sentido um passadiço?! E um plano de gestão para aquela área, onde pára ele?
Há uns anos tive a oportunidade de conhecer um projecto, também ele académico, para esta área, contudo o mesmo não foi aproveitado pelas entidades públicas. E era um excelente projecto, o qual respeitava a identidade local e os locais.
Em vez de ouvirem as populações, ignoram o fundamental, contribuindo assim para a perda de identidade e para a perda de população. Os jovens não querem viver num circo, querem sim viver num cenário o mais natural e de acordo com a sua identidade. Não querem que o seu território seja desvirtuado para que outros venham ali, aos magotes, munidos de máquinas fotográficas degradar uma já por si frágil forma de viver. Não é por acaso a indignação que tenho constatado por parte de tantos que conhecem e apreciam os Poios.
O desenvolvimento territorial não é isto meus senhores!
 

15.3.21

O perigo dos gurus da permacultura


Acompanho, com agrado, a temática da permacultura já há vários anos, promovendo até um grupo de permacultura neste mesmo blogue, através do seu sítio na internet. Tem sido muito interessante ver vitórias muito interessantes dos movimentos de permacultura e ver os seus contributos muito valiosos em termos de sustentabilidade ambiental e da própria dinamização territorial.
Mas como em tudo há problemas, mais tarde ou mais cedo, que podem ter o potencial de desacreditar estes movimentos. felizmente que é um problema que ainda não é problemático, passe o pleonasmo, contudo poderá ser em poucos anos, caso o número de gurus da permacultura comece a aumentar e a fazer estragos graves.
Do que falo? Bem, a imagem em causa mostra qual é o problema. Mas quero recuar uns anos nesta questão, quando participei num congresso algures no Alentejo, onde participava, então, uma pessoa que eu acompanhava com atenção. Nesse ano, e nesse congresso, a pessoa em causa disse algo que fez soar o alarme, ou seja uma tentativa de normalização das plantas invasoras, no âmbito da permacultura. depois de ouvir o que ouvi, fiquei indignado, deixando de acompanhar o trabalho da pessoa em causa. Quando se deixa de ligar à ciência e se começa a ligar aos achismos, que nem guru, passa-se uma linha vermelha, onde a credibilidade acaba e começa a crença e a ideologia achista.
Há coisa de 2 semanas, voltei a "chocar" com um guru, quendo este disse, e passo a citar "lamento, mas não tenho energia para argumentar com quem usa o termo "invasoras" para classificar plantas". Esta afirmação é uma negação de factos científicos fundamentais e uma tentativa de normalização das plantas invasoras. Há plantas que são invasoras, ponto! A classificação das mesmas enquanto invasoras é uma questão científica, bem delimitada e justificada, ponto! Afirmar que usar o termo invasoras para classificar plantas não é correcto, não é, de todo, aceitável, é sim ser anti ciência! (daí o termo guru) É vergonhosa esta postura do tipo guru. É tremendamente perigosa esta tentativa de normalização das espécies invasoras. Quem normaliza as plantas invasoras tem de ser responsabilizado pela irresponsabilidade do acto!
Estes mesmos gurus desvirtuam inclusivamente a permacultura, descredibilizando-a. Tratar a Natureza de uma forma meramente instrumental, ignorando dinâmicas naturais, tal como estes gurus o fazem não é algo de ambientalmente sustentável.
Continuarei a acompanhar a temática da permacultura, pois não confundo duas ou três árvores com a  floresta.
 

10.3.21

Saber desfrutar, aproveitar o muito que temos!


As próximas semanas serão especialmente importantes, já que dependendo do comportamento de cada um de nós, a situação covidiana em que estamos mergulhados há meses, pode ter dois desfechos diferentes, um onde poderemos retomar a nossa vida, mesmo que com algumas limitações durante uns meses, outro onde teremos de voltar a confinar em maior ou menor grau, com tudo o que de trágico isso significa. Quem vive na região de Sicó, predominantemente rural e semi-rural, tem sorte, já que além de viver numa região extraordinária a vários níveis, tem, na sua maioria, locais para desfrutar ao ao livre. Há muitos locais para desfrutar, uns naturais e outros construídos, tal como este parque de merendas catita, nas Cavadas, Pousaflores. 
Já há uns meses destaquei outro local do género, igualmente catita, sendo que a intenção é trazer aqui regularmente estes locais para que muitos dos que não se lembram de aproveitar estes locais o façam. Vivemos demasiado focados nas paredes das nossas casas e esquecemos demasiadas vezes de desfrutar o que há fora destas paredes.
Juízo agora e saibam desfrutar do muito que temos na região de Sicó!

 

5.3.21

Os resíduos de obra, a pedreira e as soluções para mitigar o problema...



Há poucas semanas o Jornal de Leiria fez notícia com um tema que me é caro, ou seja os resíduos. Concretamente resíduos de obra despejados na Serra da Portela, mas não só. Em 2010, e dos 255 locais com resíduos que inventariei no âmbito do Limpar Portugal, do qual fui coordenador concelhio, dois terços deles tinham na sua composição resíduos de obra. Logo nessa altura, e em reunião do Limpar Portugal, com as entidades que se associaram à iniciativa, fiz uma proposta, ou seja a criação de um espaço de recolha deste tipo de resíduos, com vista ao seu aproveitamento. Seria um espaço concelhio, onde qualquer cidadão pudesse entregar este tipo de resíduos, evitando assim, a sua deposição no monte ou na berma de caminhos vários. Nada se fez neste âmbito...
Há poucas semanas, e após um pedido de ajuda, nesta mesma problemática, o assunto voltou ao debate. Após sair a notícia no Jornal de Leiria fiquei a saber que a ideia voltou a ser falada, já com um executivo diferente do de há 10 anos. Gostei de saber que a ideia da recuperação ambiental da pedreira do Camporês não morreu e que há ideias novas para propor, caso da utilização de sacos para recolha deste tipo de resíduos. Pessoalmente acho uma boa ideia, já que boa parte do que se vê deixado no monte são pequenas quantidades de restos de obra. Sacos como os que podem observar na segunda fotografia são uma boa solução. Este registo fotográfico consegui-o em Espanha.
Espero também que além do que é referido na notícia, surja algo mais, tal como propus ao actual executivo. É aproveitar para juntar o útil ao agradável e ao inovador. Um projecto referência a nível nacional. Infelizmente, e até hoje, não tive nenhuma reacção ao que informalmente propus para aquela pedreira, a qual faz parte da memória de muito ansianense. Continuo a defender a mesma ideia, e com mais convicção...