4.2.19

A arte de arrebentar com o que de melhor têm, o seu património e a sua cultura...


É a triste sina de Alvaiázere, um território fabuloso e um património extraordinário, mas que tem sido recorrentemente violado nas últimas décadas. Tudo isto por culpa de uma minoria iletrada em termos ambientais e culturais, que compromete o futuro de todos os locais. Apesar do cenário estar melhor do que estava há poucos anos, continuam a haver pessoas que se estão a marimbar para o património, que é nada mais nada menos do que o ouro negro de Alvaiázere.
Ontem soube de mais um caso de destruição do património em Alvaiázere, mais uma vez em plena Rede Natura 2000 e mais uma vez bem próximo de uma área de interesse arqueológico (um Castro). Ao lado de um estradão ilegal, feito há 10 anos, voltaram a fazer o mesmo (pelos muros, penso que existiria por ali um belo caminho ali, que agora deixou de existir). Ao contrário de há 10 anos, quando o cenário era outro e as pessoas tinham medo de falar comigo e o diálogo com as entidades públicas locais era dificílimo, actualmente as coisas são bem diferentes. Há alguma capacidade de encaixe e de crítica, há pessoas que alertam, outras que me avisam, outras que me facultam alguns dados, tudo isto tem-me ajudado na hora de denunciar e pugnar pelo fim de acções que destroem o património só porque sim. Neste caso deparei-me com estas fotografias numa rede social e a partir daí fiz algum tpc. Falei logo com algumas pessoas, em separado, e houve uma característica que sobressaiu, ou seja o facto de ambas terem ouvido que a obra foi alegadamente feita por uma ou duas Juntas de Freguesia. A ser verdade, facto que não me surpreende, tenho duas coisas a dizer, a primeira é que nos próximos dias vão ter visitas à vossa porta, a segunda é que se deviam demitir, já que falharam nas vossas obrigações e, como deveriam saber, isso pode significar a perda de mandato.
Ver as Juntas de Freguesia a fazer asneira não é propriamente uma novidade no Concelho de Alvaiázere. Almoster é talvez o pior exemplo disso mesmo. Neste último caso, eu é que ainda fui rotulado como o mau da fita, algo de típico em Alvaiázere, onde quem faz asneira, em vez de a admitir, nega-a para esconder a sua incompetência e ainda aponta o dedo a quem denuncia o caso. Patético...
Lamento profundamente a publicidade negativa que, mais uma vez, Alvaiázere vai ter à conta de mais um caso, mas apontem os holofotes única e exclusivamente para os culpados destas acções que lesam gravemente Alvaiázere. Nas próximas semanas já saberemos quem foram os culpados deste atentado ambiental e cultural! Já quanto às desculpas para o sucedido, serão as do costume (a treta do alargamento de caminhos, a falsa questão da prevenção de incêndios, etc). E já estou à espera do rótulo negativo que me vão tentar colar. 
Tenho pena das muitas pessoas de bem que vivem ou são de Alvaiázere e que lutam pela sua terra. Infelizmente há artistas em Alvaiázere que deitam tudo a perder. Em vez de aprenderem, insistem na fórmula do arrebenta tudo. E depois ainda se queixam da má sorte...








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