Pessoalmente não tenho quaisquer dúvidas que será o seguimento de uma elaborada estratégia de "vitimização patrimonial" por parte do presidente da Câmara Municipal de Alvaiázere, Paulo Tito Morgado. Isto tendo como base uma espécie de notícia que consta na última edição do Jornal O Alvaiazerense, que tem como título "Presidente da Câmara rejeitou acusações de "destruição de património".
Digo que é uma espécie de notícia por motivo muito simples, o de que o Jornal O Alvaiazerense não refere, como aliás deveria ter feito, a referência a quem é que acusa Paulo Tito Morgado. Logo à partida, isto torna a coisa convenientemente parcial, já que Tito Morgado não revela os "acusadores.
É também curiosa a expressão que este autarca utiliza, quando refere que o acusam de destruir todo o património, já que sendo o crítico dos críticos, nunca ouvi ninguém referir que este destruia todo o património, nem mesmo eu o disse. Ouvi dizer sim que este destruiu/degradou até agora muito património. Claramente o autarca está-se a vitimizar, inflacionando a coisa de modo a ser visto como uma vítima e não como "predador do património".
Honestamente até gostei de saber do seu desafio, ao literalmente desafiar os autores para que estes apontem qual foi o património que tivesse destruído. Passo a enunciar apenas alguns, mais emblemáticos, de uma extensa lista:
1- Serra de Ariques
2 - Serra de Alvaiázere
3 - Boca da Mata
4 - Avanteira-Pelmá
5 - Ribeira de Alge
6 - Olho do Tordo
7 - Antiga escola primária do Bofinho
8 - Rua da Seiceira
etc
etc
Isto acontece nos mais variados domínios, seja património natural, cultural, construído, entre outros.
De forma a dar ainda mais visibilidade à sua estratégia de vitimização, quando tenta desesperadamente dar um exemplo de boas práticas, dá, imagine-se, o exemplo das covas de bagaço do Zambujal. Diria eu que, não menosprezando obviamente o valor patrimonial das covas de bagaço, isto são migalhas tendo em conta o valor de objectos patrimoniais que, quando comparados com as covas de bagaço, eclipsam estas últimas. As migalhas comem-se no final do bolo...
Fala também da Mata do Carrascal, esse mau exemplo. Será que construir verdadeiras estradas numa mata municipal é valorizar esta? Basta ir ao local e ver.
Quanto às obras na rua da Seiceira, essas... Casas demolidas, onde pessoas felizes viviam, uma rua completamente desvirtuada da sua identidade, e mais de 2.000.000 de euros desbaratados nesta obra faraónica.
No que se refere ao tão sublinhado gosto e poder monetário para recuperar o património, aí há muito por onde falar. Desafio este autarca a apontar uma obra, feita pelo mesmo, em que seja reconhecido o gosto pela coisa. É sabido que a população não tem gostado nada do que tem sido feito, em termos de gosto, pois o que temos em Alvaiázere é apenas uma política do betão que de patrimonial nada tem. Quanto ao poder monetário, ninguém pode dizer que uma Câmara Municipal com milhões de dívidas tem poder monetário. Se assim fosse todos os portugueses tinham poder monetário, já que boa parte deles está endividado. Endividamente não significa nem nunca significará poder monetário. É algo de elementar que um economista teima em não compreender...
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