30.6.11

Interioridades: rural ou não rural, eis a questão


Este meu comentário vem no seguimento de uma linha de raciocínio a que fiz referência no comentário sobre o Encontro no CISED "Natureza: quanto custa", há semanas atrás, tendo a ver genericamente com uma questão que diz muito à região de Sicó, não só devido às suas características mas também derivado da proximidade de duas cidades de média dimensão, caso de Coimbra e Leiria. Temos assim os ingredientes para discutir, para já muito genericamente, um tema que eu considero estruturante e que carece de atenção de todos, mesmo daqueles que não costumam ligar a estas coisas.
A questão que mais discórdia levantou naquele encontro no CISED, foi a questão da referência do "mundo rural" e dos terrenos agrícolas, na questão da produção de biocombustíveis. É precisamente a partir daqui que iniciarei o meu comentário.
Uma das coisas que nunca compreendi é como é que é possível se destruir o essencial para potenciar o supérfluo, falo, claro, do desvirtuar do mundo "rural" para potenciar hábitos e consumos supérfluos da sociedade "não rural". É um problema muito grave e que tem raízes muito profundas na sociedade portuguesa e, consequentemente, na nossa história.
Confesso que fiquei perplexo com as palavras do Presidente da República há semanas atrás, quando falou acerca das virtudes do mundo rural, não porque não tenha toda a razão mas sim porque há uns anitos atrás foi uma das pessoas que mais influência teve no desvirtuar do mundo rural, através de políticas que privilegiaram apenas o betão e o alcatrão, menosprezando o potencial humano dos que vivem no "mundo rural". Foram então palavras de conveniência que representam a forma de pensar de toda uma classe política, seja partido A, B ou C.
As políticas territoriais que têm sido implantadas em Portugal já há várias décadas, têm tido um efeito absolutamente nefasto sobre o mundo rural, aquele mesmo onde está tudo aquilo que nos sustenta, a começar por tudo aquilo, natural, que comemos. É uma verdade que o mundo rural é um mundo de virtudes, onde encontramos tudo, mesmo a paz que necessitamos depois de uma semana de trabalho.
Não estou a dizer com isto que o resto ("mundo urbano") é paisagem, estou sim a dizer que o mundo rural deve ser respeitado e aproveitado, mas para isso há que promover políticas certas, as quais em vez de beneficiarem interesses económicos, muitas vezes predatórios, beneficiem as pessoas que lá vivem, permitindo-lhes viver neste mesmo mundo rural em vez de terem de ir para as cidades. A questão que retrato é, apenas e só, relativa ao tremendo desiquilíbrio que se instalou no mundo rural, questão que agora é demagogicamente aproveitada por algumas pessoas.
Fiquei bastante desiludido ao ver alguém a colocar a hipótese de aproveitar os terrenos agrícolas abandonados para produção de biocombustíveis, já que isto representa na perfeição o que referi acima, o de destruir o essencial para potenciar o supérfluo, ou seja acabar de vez com a agricultura para potenciar uma indústria que apenas pretende garantir combustível para o, muitas vezes, dispensável automóvel.
O regresso aos campos, ao mundo rural, é, além de uma inevitabilidade, uma necessidade, pois é inaceitável que estejamos tão dependentes da importação de produtos agrícolas estrangeiros, isto quando parte significativa dos mesmos poderiam ser produzidos nos muitos terrenos abandonados. Para isso são necessárias políticas sérias e honestas, as quais restabeleçam uma nova ordem entre campo e cidade, algo que irá beneficiar campo e cidade.
Quem vive no mundo rural não tem de ter vergonha, tem sim de ter orgulho e não se subjugar a interesses que não têm nada a ver com as realidades locais, interesses estes que desvirtuaram já demasiado o mundo rural, a favor de jeitos e manias de algumas pessoas que não sabem o valor das coisas, a começar pela terra de onde vêm aquelas alfaces que sabem tão bem. Falo, claro, de certos colarinhos brancos que pensam que podem impor as suas vontades ao campo, prejudicando-o de forma inaceitável.
Mais do que tudo há que motivar as pessoas que vivem no mundo rural e que querem fazer algo de bom, algo como ter apoios para voltar a plantar as terras, a investir na produção biológica de alimentos, os quais são cada vez mais valorizados.
Lembro-me, em criança, da minha visão sobre o mundo ser guiada por uma linha de pensamento que nos fazia crer que o mundo rural era a pasmaceira, onde não havia nada para fazer, mas depois de crescer e começar a pensar por mim próprio, vi que afinal a pasmaceira é noutro lado, já que no mundo rural tenho tudo e dependo só de mim e não apenas de um ordenado. É isto que é importante dizer a todos, o mundo rural é muito valioso, quem quer venha cá ter que há espaço para muitos!
A região de Sicó está numa situação ainda priveligiada, perto do interior e perto das cidades, possibilitando-lhe um vasto leque de oportunidades, resta-lhe aproveitar esse facto. Cidades e campo podem e devem coexistir, bastando apenas que um equilíbrio sustentável seja promovido, pois tem havido um desequilíbrio assustador, perdendo o mundo rural em quase toda a linha e perdendo curiosamente quem mais desequilibra a balança, ou seja o "mundo urbano", genericamente falando. Ainda não se percebeu que as cidades também perdem se houver ruptura no mundo rural, pois se este estiver desabitado o que acontece é simples, rupturas sociais, económicas e muito mais...
Há muitas ideias para explorar e desenvolver, em próximas oportunidades irei destacar outras, para já deixo uma ideia que considero válida para a região de Sicó.
Como estamos próximos de Coimbra e Leiria, nada melhor do que investir na agricultura, não naquela intensiva, que é pouco amiga da qualidade, mas sim de uma agricultura familiar que potencie os terrenos abandonados que têm real potencial agrícola. Alguns podem dizer que os números seriam reduzidos, eu digo que não, já que juntando todas as migalhas...
Podia investir-se nesta questão, criar cooperativas locais (também com a ajuda do micro-crédito) que além de eliminarem os intermediários (que comem a fatia do bolo e encarecem os preços..) iriam potenciar um negócio que não pode nem deve ser menosprezado. A economia não oficial é ainda substancial, portanto nada melhor do que aproveitar as oportunidades, inovando e favorecendo com isso o mundo rural e o mundo urbano. O mundo rural ganha com a recuperação de terrenos agrícolas abandonados, e tudo o que isso a jusante implica, por seu lado o mundo urbano ganha, na qualidade dos produtos agrícolas que recebe e no potenciar da economia regional, que fica assim mais favorecida. Há dúvidas?
Voltar aos campos não é voltar à idade da pedra, isso é um estereótipo cultivado por certos interesses económicos que vêm com bons olhos grandes aglomerações de ávidos consumidores de... coisas supérfluas!
Com este comentário, muito genérico, espero ter levantado algumas questões que levem a que muitos de vós pensem seriamente no valor do mundo rural e em tudo aquilo que se tem perdido. Voltarei a este tema muito brevemente, já de forma mais concreta e direccionada.
Alguns links a reter:
http://www.sper.pt/
http://www.animar-dl.pt/
http://www.novospovoadores.pt/

25.6.11

Birdwatching na região de Sicó



Lembram-se daquele episódio dos Gralhos, há semanas atrás, onde era feita uma referência ao birdwatching? Caso não se lembrem, é fácil, basta procurar que facilmente chegam lá. Caso se lembrem, a referência ao birdwatching não foi por mero acaso, foi sim um estímulo pedagógico para pensarem um bocado sobre o assunto, levando-vos a pesquisar sobre o mesmo.
Apesar de já ter alguns livros sobre aves, na minha biblioteca, ainda não tive a possibilidade de participar numa actividade formal de birdwatching, ou observação de aves. Apesar deste facto, o meu interesse tem crescido nos últimos anos, levando a que já tenha falado com um amigo meu, o qual faz de guia nesta interessante actividade que é a observação de aves. Falei com ele porque pensei em organizar uma actividade aqui na região de Sicó, infelizmente até agora não o foi possível, mas mesmo assim não desisto em, talvez no próximo ano, tentar organizar uma iniciativa que vise a observação de aves.
Sei que há algum potencial turístico, na região de Sicó, associado à observação de aves, isto através de algumas conversas com quem mais sabe, pois eu sou apenas um curioso como muitos dos que estão a ler este mesmo comentário.
Por falar em curiosidades:

http://www.avesdeportugal.info/sitsico.html

http://birdwatching.spea.pt/

http://www.birdlife.org/

A observação de aves é um segmento turístico que representa um valioso recurso, o qual significa muitas divisas para as regiões onde existe o birdwatching. Em 2010 estive num destes locais de birdwatching, onde havia infraestruturas próprias, perto de Almería, em Espanha (na foto acima). Já em 2007 tinha estado num outro país (Ilha de Lesbos, Grécia), onde a observação de aves representa centenas de milhares de euros para a economia regional, foi talvez aí que comecei a interessar-me mais pela observação de aves.
No caso da região de Sicó, esta actividade pode ser mais um complemento às actividades turísticas (muito incipientes...) que já ocorrem nesta mesma região, não sendo portanto algo a menosprezar. Hoje em dia já consigo ver mais aves como é o caso das águias, animais extremamente belos, é uma sensação fantástica ir de bicicleta pela floresta e de repente depararmo-nos com uma destas aves ali bem ao nosso lado, a descansar numa qualquer árvore.
Felizmente que muitos dos caçadores retrógados que assassinavam estas e outras aves, na região de Sicó, já tiveram mesmo de se reformar, no entanto sei que ainda há alguns no activo, que no intuito de combater a frustração pessoal, vingam-se nas aves, demonstrando uma cobardia patética, fruto de uma mentalidade retrógada e machista que vem de tempos imemoriais...
Voltarei a falar sobre a questão da observação de aves, para já fica então esta breve nota.

20.6.11

Imprensa local ao serviço de interesses políticos e económicos?

Esta é a segunda vez que faço referência a um caso que, quanto a mim, pode muito bem representar uma manipulação da opinião pública, manipulação esta perpetrada por interesses políticos e económicos associados a um parque eólico em especial, tudo isso feito através de um jornal local, o qual penso que nem se terá apercebido do facto, já que estes interesses sabem mover-se bem e ser, por vezes sublimes, fazendo as coisas sem que os outros se apercebam daquilo que afinal está escrito nas entrelinhas.
Da primeira vez, referi-me a uma notícia dada pelo Jornal Serras de Ansião, na qual esta mesma notícia era moldada convenientemente à posição de alguns interesses políticos, tornando-se uma não notícia e uma atitude que além de ser pouco ética, não contribuiu nada para a boa imagem do Jornal em causa.
Desta vez a situação é ligeiramente diferente, referindo-me ao Jornal O Alvaiazerense, o qual acompanho com regularidade. Quando a actual direcção deste jornal entrou em funções, lembro-me claramente de esta ter referido que não estaria ao serviço de interesses, servindo para informar a população de forma imparcial, como aliás se exige a todos os meios de comunicação social, locais, regionais ou nacionais, daí estranhar, agora, o conteúdo mais do que parcial, de uma reportagem sobre o Parque eólico da Serra de Alvaiázere.
Antes de iniciar a descrição do caso, tenho a referir que com este comentário pretendo apenas o cabal esclarecimento de uma situação concreta, já que a minha dúvida está devidamente fundamentada, como irei demonstrar adiante. Estarei disponível para esclarecimento por parte da direcção do Jornal O Alvaiazerense, disponibilizando este espaço de discussão para eventual resposta por parte do mesmo.
Como não tenho acesso à edição em papel, restringirei o meu comentário ao texto publicado no site do Jornal O Alvaiazerense, na edição de 30 de Abril, sobre o Parque eólico. 
Um dos primeiros factos que estranhei nesta reportagem, foi surgir o nome de alguém ligado à SEALVE, S.A., isto porque quando surgiram as várias polémicas associadas à construção deste parque eólico, genericamente nunca surgiu sequer um nome que desse a cara pela SEALVE S.A., agora, convenientemente surge um nome, algo de curioso, sem dúvida. Não esqueçamos que a SEALVE S.A. nunca quis prestar esclarecimentos aquando das polémicas, agora que o parque eólico já está de pé a postura muda, qual a razão desta notável mudança de atitude?
Sobre factos mais concretos, é dito que o parque eólico tem previsto serem instaladas 9 máquinas, algo que estranho muito, pois a previsão era de 9 mas 2 das torres foram chumbadas, afinal em que ficamos, vamos ter mais polémica por a SEALVE S.A. querer colocar a qualquer custo as duas torres que foram chumbadas noutro local da Serra? As 2 torres chumbadas estavam dentro do perímetro do castro da Serra de Alvaiázere, daí terem sido chumbadas. Estão aprovadas apenas 7 torres, não 9, será que há algo de devamos saber e que não sabemos? Como eu sei que pessoas da SEALVE S.A. acompanham este blog, "espero" por resposta da mesma, caso obviamente esta assim o entenda.
Estranho também ter sido feita a referência aos pareceres desfavoráveis ao parque eólico e estas entidades, não terem sido questionadas no âmbito desta reportagem (nem uma...), tornando-se estranha esta abertura para falar com a SEALVE, S.A. e a não abertura para falar com quem na altura própria se manifestou em sede própria contra este projecto. Não seria correcto, do ponto de vista jornalístico, falar com as duas partes?
Apesar de ser uma opinião muito pessoal, parece-me que, mesmo de forma indirecta e sublime, houve aqui algum intuito em minar a imagem de quem se mostrou contra este projecto (face à opinião pública em Alvaiázere), daí nenhuma das entidades referidas ter tido hipótese de falar, nesta reportagem, sobre o caso. Esta atitude tem muitas semelhanças com a estratégia do autarca local, Paulo Morgado, que promove "tempo de antena" a quem está próximo das suas posições e não promove o mesmo (impede) a quem não lhe está próximo, atitude nada democrática, embora natural para o mesmo. Tem sido notável o número de vezes que este autarca surge, em fotografias, na imprensa local. Por exemplo, na edição de 31 de Maio o mesmo surge por duas vezes na capa do Jornal O Alvaiazerense, coincidência ou mero acaso?
Um aspecto que me preocupa muito, no âmbito da não inclusão de opiniões, que não a da SEALVE S.A., é o facto de ter sido referido algo que não corresponde à verdade, constituindo assim uma afirmação falsa, refiro-me à seguinte afirmação:
"As polémicas que haviam inicialmente foram-se atenuando com o tempo, os problemas ou os impactos ambientais que se previam não ocorreram, porque houve um estudo muito intensivo antes"
Quanto a esta afirmação, falsa, tenho a dizer algumas coisas, em primeiro lugar as polémicas subsistem, foram apenas abafadas pelo tempo, algo de conveniente para a SEALVE, S.A., infelizmente a "nossa" memória é curta, felizmente que existe a internet para relembrar.
Quanto aos problemas ou impactos, eles ocorreram e continuam a ocorrer. Os estudos não foram intensivos, muito pelo contrário, uma das muitas provas foi infelizmente dada quando eu referi que havia uma possibilidade muito elevada da existência de grutas e isso foi ignorado, tendo depois sido encontradas duas grutas precisamente no local de implantação das sapatas. A obra nestas duas sapatas esteve embargada vários meses de depois disso.... construiu-se em cima de uma destas grutas, algo profundamente lamentável de acontecer numa área supostamente protegida por leis nacionais e internacionais.
Sobre outros impactos ambientais, confirmaram-se igualmente, azinheiras abatidas, flora e fauna afectadas, mesmo que estivéssemos em habitats de interesse prioritário. Nota também que para a torre situada à frente (100 metros) de um abrigo de morcegos de importância nacional, está a ser feito um estudo de monitorização que levará anos, portanto como pode dizer a SEALVE S.A. que não ocorreram impactos? Lamentável, no mínimo, especialmente quando está provado científicamente que as torres eólicas têm grave impactos sobre aves e morcegos...
Impacto paisagístico (ambiental), não houve? Pela SEALVE S.A., e segundo as suas afirmações, não houve, mas afinal quem passa pela região de Sicó vê isso sem precisar sequer de óculos, mesmo a 15 km de distância.
Sobre os fundos, que a SEALVE S.A. diz serem tão benéficos para Alvaiázere, estes só serão se forem bem aplicados, algo sobre o qual tenho bastantes reservas. Será que se justifica destruir um valor essencial para potenciar o supérfluo? Por esta lógica metia-se uma pedreira na Serra de Alvaiázere, pois assim conseguiam-se fundos, mas seria isto correcto?!
Tenho também bastantes reservas sobre o benefício deste parque eólico, já que destruíu-se algo de importante para beneficiar não se sabe bem quem. Se os alvaiazerenses soubessem que parte significativa do que pagam na tarifa da electricidade vai para subsidiar as eólicas, o seu já fraco apoio cairia totalmente por terra, pois as eólicas são um grande negócio para empresas como a SEALVE S.A. algo que a mesma não pode desmentir, é um negócio altamente lucrativo, embora esta tenha tido centenas de milhares de euros de prejuízo devido aos tais impactos e polémicas, tudo porque os supostos estudos intensivos não foram intensivos, foram sim supérfluos, como aliás se confirmou, é um facto e não mera opinião. Curiosamente quem se queixou publicamente destes prejuízos foi o autarca local e não a SEALVE, S.A., nomeando este, na imprensa local, como culpados dos prejuízos precisamente os nomes das pessoas e entidades citados nesta reportagem como contrários à construção do parque eólico, coincidência ou mero acaso?
Um dos meus grandes receios, é que Jornais como o Alvaiazerense possam, mesmo que de forma indirecta, estar a ser manipulados por interesses predatórios com vista à manipulação da opinião pública, com vista ao apoio desta população a projectos predatórios promovidos por interesses obscuros (acontece um muitos municípios, infelizmente). Já todos sabemos que os jornais locais representam uma boa ferramenta para interesses políticos e económicos conseguirem o apoio da população, boa parte da qual susceptível de ser facilmente manipulável por notícias com segundas intenções. Espero com este comentário estar, além de ver esclarecida esta situação, contribuir de alguma forma para a independência e melhoria da qualidade da imprensa local, neste caso do Jornal O Alvaiazerense, jornal que prezo dada a sua correcção para comigo, mesmo em alturas mais difíceis, como foi o episódio das azinheiras em 2007/08. Em vez de se vergar ao poder político, este teve a coragem de, na altura, dar voz a todas as partes, algo que não esqueço e que mostrou, na altura, independência jornalística deste mesmo Jornal.
Resta-me agora esperar pela resposta do Jornal O Alvaiazerense, de forma a saber o que este tem a dizer e a justificar, caso assim o entenda, a parcialidade desta reportagem no concreto.
Falando agora no panorama da imprensa local, a nível da região de Sicó, sei o quanto difícil é jornais locais conseguirem afastar-se muito do poder local, pois dependem, em parte dele. Lembro-me de um jornal local, que não de Alvaiázere, no qual também tenho pessoas conhecidas, onde uma destas pessoas me disse que não poderia publicar notícias mais comprometedoras sobre certo município, devido ao facto de este mesmo município lhe dever uma quantia significativa (publicidade), que a publicação de notícia menos abonadora poderia afectar gravemente o equilíbrio financeiro deste mesmo jornal. É por esta e outras razões que devemos pugnar e defender a imprensa local de interesses obscuros, pois um "mero" jornal local pode ser uma "arma" muito poderosa, no bom e no mau sentido. Para concretizar este raciocínio, basta pensar na influência que um jornal local pode ter numa faixa de população que muitas vezes lê apenas e só o jornal da terra. Para bom entendedor...
Para finalizar, há apenas duas respostas possíveis à questão que dá título a este meu comentário, sim ou não. Sei que o titulo pode ser encarado como provocatório, no entanto eu considero-o apenas e só como um convite a uma reflexão ponderada, honesta e construtiva, a bem da imprensa da região de Sicó e a bem do património desta, ainda, bela região. Fica o desafio para um debate sobre esta questão importante para toda a região.

16.6.11

Ser empreendedor na região de Sicó

Marquei este tema, há semanas atrás, como um excelente tema para abordar no azinheiragate, isto depois de ter lido um interessante artigo no Jornal de Leiria (edição de 24 de Março), sobre empreendorismo. Decidi então que seria algo de muito pertinente de abordar, daí agora falar sobre algo que interessa a muitos de vós, o que vivem na região de Sicó e os que não vivem na região de Sicó. Penso que será também algo de interessante para os leitores portugueses que emigraram, ou mesmo para aqueles que nunca estiveram na região de Sicó, mas que acompanham o que por aqui se passa.
Criar o próprio emprego é sempre uma possibilidade, mas afinal os obstáculos são muitos, em primeiro lugar, como o tal artigo do Jornal de Leiria referenciava, o ambiente não é nada favorável para se ser empreendedor, a tradição cultural, familiar e o próprio mercado de trabalho não ajudam nada ao empreendorismo, seja na região de Sicó seja no próprio país. Além disto tudo, a própria iniciativa individual não é valorizada, vem aquela conversa do "estás maluco" ou do "joga mas é pelo seguro"...
Esta questão, no contexto do património faz todo o sentido, já que pessoalmente considero que a iniciativa individual seria a solução mais prática e com maior possibilidade de sucesso no potenciar do vasto património da região de Sicó. É, teoricamente (na prática também!) possível criar muitos postos de trabalho, baseados no aproveitamento da riqueza patrimonial, muito diversificada, aqui existente.
Na prática não é bem assim, pois existe uma teia de interesses muito bem implantada, que tem raízes muito profundas. Esta "teia" impede e/ou dificulta a iniciativa individual e privada, a qual caso não esteja associada de alguma forma a estes mesmos interesses não terá sequer hipóteses de sucesso. Tudo está feito à medida de certos interesses predatórios, os quais estrangulam à nascença grande parte dos potenciais empreendedores. 
Surgem poucos empreendedores individuais ou privados, não associados a esta "teia", e mesmo assim rapidamente ficam dependentes da "teia", ficando limitado o seu potencial de criatividade, já que têm de fazer as coisas segundo os interesses da "teia".
Podem alguns pensar que eu estou a falar na teoria, mas afinal isto é o que acontece na realidade, podendo eu falar até no meu caso pessoal, pois um dia também eu tentei ser empreendedor na região de Sicó.
Começando pelo meu caso, há pouco mais de 2 anos, desenvolvi uma ideia para a criação de uma empresa de geoturismo e marketing territorial, pois tinha o conhecimento necessário, a vontade de não estar dependente dos outros e o interesse de criar algo até então inexistente na região, de forma a aproveitar o potencial da bela região de Sicó. Cheguei a ter reuniões, quer com o IEFP e com um autarca  que apesar de poder discordar de algumas das minhas posições, tem a capacidade de mo dizer na cara, ao contrário de outros. Tive toda a papelada pronta para entregar, seja ao IEFP seja para me candidatar a fundos comunitários, já que não tinha todo o capital necessário.
Uma das minhas principais preocupações, foi a de evitar a todo o custo interferências políticas, aquelas que por vingança matam à nascença boas ideias, preocupação que se veio a confirmar bem real...
As portas começaram a fechar-se, quando a minha ideia surgiu, os entraves, o "esquecimento" aos meus telefonemas, enfim, os interesses predatórios estavam agora a mover-se de modo a me dificultar a vida ao máximo. Tudo isto aconteceu por vingança, por um lado, e desinteresse, por outro, em ajudar quem é da terra (região) mas que não vai em politiquices. Depois, quando estes interesses vão falar à imprensa ainda têm o descaramento em dizer que o pessoal jovem não é empreendedor...
Resumindo a história, poucos meses depois acabei por desistir da ideia, já que era inviável, e comecei a pensar noutros projectos, estando actualmente a trabalhar num projecto onde pretendo aprender mais umas quantas coisas de modo a, quiçá, mais tarde tentar criar, em parceria, um outro projecto, embora não relativo à região de Sicó. Hoje em dia estou contente por não ter insistido demasiado em dar seguimento ao projecto, pois a esta hora estaria enterrado em dívidas (a pagar empréstimos aos bancos) e desanimado da vida.
O meu exemplo é apenas um de muitos, havendo inclusivé ideias que começaram a ser desenvolvidas e hoje em dia estão em risco.
Através deste blog, tenho conhecido muitas pessoas, todas elas com um interesse comum, o património da região de Sicó, daí conhecer bem algumas situações que lamento profundamente.
Imaginem uma pessoa que vem de fora para investir, faz um projecto para turismo rural, algo de inovador, é-lhe prometido mundos e fundos e essa pessoa investe num projecto bem bonito. Meses mais tarde, já com a obra a decorrer, as coisas não são bem como esta pessoa pensava, quem prometeu mundos e fundos foge e actualmente o projecto está em risco, tendo a pessoa colocado a hipótese de desistir. Da última vez que falei com esta pessoa, esta estava a tentar vender o projecto (edifício), por isso   podem ver bem a gravidade da situação.
Outro caso, de uma outra pessoa, que está a desenvolver um projecto semelhante, esta está a desenvolver o projecto em "segredo" sem interferências dos interesses. As obras vão sendo feitas aos poucos, já que o dinheiro é pouco e as dificuldades imensas...
Ou então uma outra pessoa, esta já ligada a um projecto associado à gastronomia. Mais uma vez as dificuldades são imensas, o desemprego surge insistentemente e o projecto é de difícil concretização, tudo isto devido às entidades que pomposamente anunciam fundos e fundos...
Depois acontecem coisas caricatas, por exemplo a nível de fundos comunitários, não surge uma única candidatura para estes fundos, será isto normal?! Claro que não, pois quando surgem candidaturas, estas estão 99,9999% ligadas aos interesses predatórios instalados na região de Sicó. E não, não estou a exagerar, estou apenas a falar de casos concretos, basta fazer uma análise e questionarem-se como será isto possível.
Arriscar na criação de um negócio na região de Sicó é um risco elevadíssimo, apenas quem tem padrinhos se pode dar ao luxo de o fazer. Infelizmente não são os mais credenciados que arriscam a maior parte das vezes, são apenas lacaios dos interesses predatórios, não tendo mérito no que fazem nem inteligência para fazer algo de bom pela região.
Há alguns anos, quando se começou a definir os traçados prováveis do IC3, começaram a surgir algumas pessoas, ligadas à "teia" que começaram a investir, em "segredo" em projectos turísticos na região de Sicó, facto que poucas pessoas sabem. Eu sei disto porque tive de dar algumas informações a estas mesmas pessoas, na altura estava "subordinado" à "teia", felizmente que já me libertei dela à muito tempo...
Muitos projectos, turísticos ou não, irão surgir na prática nos próximos anos na região de Sicó, a maior parte deles associados à "teia", daí se compreende que a situação do país e da região esteja numa situação muito precária, onde as coisas se fazem à medida da "teia" e não da comunidade, ou seja todos nós. O mérito não existe, é uma mera palavra vã, aqui na região de Sicó!
É curioso, mas hoje em dia até estou agradecido à "teia" me ter dificultado a vida, pois afinal hoje não estou cheio de dívidas, não dependo de ninguém que não de mim próprio e acima de tudo sou feliz e não ando sempre stressado, hoje em dia seria um alvo fácil para interesses corruptos e sem escrúpulos.
Não gosto de traçar cenários negros, mas infelizmente é uma realidade sobre a qual não posso fugir muitas vezes, daí este "aviso" a quem pretende tentar a sua sorte na região de Sicó. Há algumas pessoas que conseguem ter sucesso, sem estar ligadas à "teia", mas são manifestamente muito poucas.
A minha decisão em escrever este comentário deveu-se acima de tudo ao facto de me lembrar bem do sentimento de alegria de um investidor, quando me mostrou o seu projecto, e do sentimento de tristeza actual, quando me informou da sua intenção de desistir de um projecto válido e meritório. Assim ficam todos a saber o que vos pode esperar caso pretendam investir na região de Sicó. Caso pretendam investir ficam a saber o que devem evitar para conseguir ter sucesso na região de Sicó, ideias inovadoras são bem vindas!
Tenho pena que tudo o que apareça neste cenário se tenha de subjugar à "teia", dificultando de sobremaneira o potenciar do rico património da região de Sicó. A criatividade e o mérito não se compram, surgem através de pessoas comuns que muitas vezes são impedidas de tentar a sua sorte, tudo isto porque a "teia" faz-nos viver à rasca. 

11.6.11

Bike Tour: pelos trilhos da Natureza

É, quanto a mim, indubitavelmente uma das grandes iniciativas do ano em Portugal, promovida por pessoas válidas e que, sem segundas intenções ou em busca de glória, se preocupam verdadeiramente com o bem comum, nomeadamente com a floresta portuguesa.
Sendo uma iniciativa que se preocupa com o nosso património florestal, o qual infelizmente tem sido muito desprezado por quase todos nós, faço agora questão em dar mais um pequeno contributo na sua divulgação, apelando a todo/as o/as que acompanham este blog façam não só ampla divulgação, bem como possam vós próprios fazer parte desta iniciativa, nem que seja só um dia ou uma manhã, isso pode fazer uma grande diferença, acreditem!


Agora que estamos prestes a entrar em mais um verão, época do ano que deixei de gostar, parcialmente, devido ao gravíssimo problema que são os incêndios florestais, há que pensar bem no que queremos para a nossa floresta e, em última análise para o nosso país. Todos nós podemos ajudar a mitigar o drama que são os incêndios florestais, uma das muitas formas é fazendo parte desta iniciativa, apenas precisam de uma bicicleta (sim, aquela que está lá arrumada no cantinho, já com algumas teias de aranha!), um ou mais amigos para vos acompanhar e alguma vontade em pedalar e desfrutar na Natureza.
Este ano não poderei ajudar directamente, já que estou ausente do país, posso no entanto tentar ajudar a motivar e/ou mobilizar quem está disposto a ajudar directamente. Seja na região de Sicó seja em qualquer região do país, todos podem fazer parte desta iniciativa, é fácil, não custa nada e o benefício é enorme.
Já pensaram que um mero passeio de bicicleta, neste verão, pode ajudar a que muitos incêndios florestais sejam evitados, e outros detectados logo ao seu início? Pois, é assim mesmo, um gesto simples pode fazer toda a diferença e eu sei bem disso, já que além de já ter trabalhado na prevenção de incêndios florestais, sou também um daqueles "doidos" (no bom sentido!) que muitos de vós vêem a combater os incêndios florestais  e que tristemente todos os verões têm de arriscar a vida para salvar um bem comum, por isso sei bem do que falo. Sei que o simples facto de duas pessoas andarem a dar uma voltinha na floresta, pode ajudar a manter o verde, evitando aquele cenário dantesco que fica após um incêndio florestal.
Muitos de vós já assistiram a situações em que estando em casa vêm o carro de bombeiros passar à vossa porta, indo na direcção daquela coluna, escura, de fumo, algo que é sempre preocupante, pois está em risco a floresta e também os bens de muitas pessoas. No entanto, e apesar de se lembrarem destas situações, não se lembram que em algumas delas vocês estavam em casa, aborrecido/as, sem ter nada para fazer, sem serem úteis. Pois é, lembrem-se agora que em algumas dessas situações, vocês podiam ter ido dar uma volta com um amigo, ou amiga, e em última análise poderiam, mesmo sem saber que tinham esse poder, evitar incêndios florestais, isto apenas estando a passear na floresta, desfrutando de tudo o que de bom esta nos oferece, inclusivé sombra em dias de calor.
Uma floresta ocupada e vigiada é uma floresta mais segura e aí o risco de incêndio será tendencialmente menor, é simples não é? Mais motivados para dar o vosso contributo neste verão?
Ideias para colocarem em prática: inscrevem-se através do link que faço nota na parte inicial, organizam-se em grupos de amigos ou mesmo fazendo novas amizades, e promovem o belo passeio ou mesmo passeios de bicicleta pelos estradões florestais, ou outros, na região em que vivem.
Sugestões que vos dou: nunca vão sozinhos para a floresta, por razões de segurança; avisem os bombeiros da vossa região, já que a entreajuda é fundamental, deixando os vossos contactos lá e ficando também com o contacto dos bombeiros, pois caso avistem alguma coluna de fumo, não perdem tempo precioso à procura do número; levem sempre água para beber, além de uma peça de fruta, ou então levem um cesto, com uns comes e bebes, para fazer um picknic, é uma excelente ideia!
Quando precisarem de descansar mais tempo, podem ficar a contemplar a paisagem num miradouro ou ponto com maior visibilidade, pois isso é muito útil na detecção precoce de incêndios. Lembro-vos que se um incêndio for detectado nos primeiros minutos, isso pode fazer toda a diferença entre uma pequena fogueira e um enorme incêndio florestal.
Penso que assim já vos agucei o apetite para entrar numa iniciativa muito meritória, espero que aproveitem esta bela oportunidade de ajudar à preservação de um bem comum. É uma experiência enriquecedora que vos pode ajudar a ser melhores pessoas, acreditem. Honrem o país e a região em que vivem, e exerçam a cidadania activa, esta é apenas uma excelente forma de o fazer, não custa nada e só têm a ganhar, vamos lá! 

7.6.11

Conímbriga, um ícone patrimonial da região de Sicó

Outro dia, quando um grande amigo me facultou um link fabuloso sobre Conímbriga, link que desconhecia até então, apercebi-me novamente que há temas que, apesar de evidentes, não foram retratados, até agora, neste blog. A diversidade de temas é imensa e por vezes deixamos temas para depois, passando semanas ou meses sem que nos debrucemos sobre estes mesmos temas.
Hoje, prometi a mim mesmo não adiar mais um dos muitos temas que me apaixona, a bela Conímbriga, um dos maiores ícones do património da região de Sicó. Peço desculpa ainda não ter falado especificamente deste tema, é algo que não me perdoo dada a importância patrimonial de Conímbriga.
Já por várias vezes fui a Conímbriga, a última foi há coisa de 4 anos, antes mesmo de ter sido "inaugurado" o (novo) sector Sul das ruínas. Na altura tive essa possibilidade, de fazer uma visita pré-inaugural do sector então por abrir ao público, já que trabalhava ainda na Câmara Municipal de Alvaiázere, tendo sido feita uma visita para técnicos e vereadores das Câmaras Municipais da região.
Lembro-me das primeiras vezes em que visitei estas ruínas monumentais, já no longínquo tempo da escola. Naquela altura não ligava nada às questões patrimoniais, era criança e além disso não existia um ambiente propício ao "gosto pelo património", no entanto noto que mesmo assim era menos mau do que hoje em dia, pois o património hoje em dia é algo que perdeu muito do seu valor. 
Se repararmos bem o nosso património tem perdido valor, tem perdido algumas das suas referências e tem perdido substância, felizmente que não é o caso de Conímbriga. No entanto, noto que também em Conímbriga orbitam alguns parasitas que se aproveitam do nome de Conímbriga, pretendendo com isso benefício em termos de imagem e mesmo de proveito financeiro pessoal.
Outro facto que quero destacar, é que fico sempre impressionado, pela negativa, quando falo com alguns peregrinos do Caminho de Santiago, estrangeiros, e estes pura e simplesmente não imaginam que passam mesmo ao lado de Conímbriga, ou melhor nem sequer ouviram falar desta. Eu faço sempre questão de sugerir uma visita às ruínas de Conímbriga aqueles que passam pela região de Sicó.
Ora, sendo as ruínas de Conímbriga tão importantes como será possível tantas pessoas não saberem da existência das mesmas? A resposta é simples, falta de informação por parte de algumas entidades. Um dos muitos aspectos que não é nada benéfico para a região de Sicó é o facto de cada município pensar apenas em si, não promovendo o património em termos de região, fazendo-o, muitas vezes mal,  a nível local.
Obviamente que a Câmara Municipal de Condeixa faz o seu trabalho positivo de divulgação de Conímbriga, o problema é que as outras Câmaras Municipais ainda não se aperceberam que divulgar de alguma forma o património no seu todo, inclusivé os de outros municípios, é benéfico para todos. As políticas de capelinha não ajudam nada a que este problema seja mitigado, muito pelo contrário. Para agravar, a própria Associação de Desenvolvimento "Terras de Sicó" falha neste domínio, já que além de ser uma entidade politizada, por si mesmo já negativo, quanto a mim nunca mostrou competência para tomar um caminho de verdadeira associação de desenvolvimento.
Falta um espírito de visão integrada na região de Sicó, o que tem levado a que o vasto património da região de Sicó esteja a perder o seu valor, Conímbriga é uma honrosa excepção a este cenário negativo. O património é a nossa identidade, a qual interessa divulgar e com isso podendo retirar dividendo financeiro, sem desvirtuar, claro. A falta de estratégia tem feito a nossa identidade desaparecer a um ritmo muito elevado, promove-se a homogeneidade (vejam as obras de requalificação urbana...) e a vulgaridade. Se algum valor patrimonial estorva aos interesses predatórios, esse tem o destino traçado, é triste saber de muito património, caso de ruínas romanas, está e estará enterrado para sempre, perdendo-se de forma irrecuperável.
Lamento profundamente saber que em certos locais, onde se sabe da existência de ruínas romanas e/ou outras antigas, se construam urbanizações (facto), se construam estradas (facto) ou se deixem as mesmas enterradas (facto), já que não dão votos. É caricato ver por exemplo um autarca gastar dezenas ou centenas de milhares de euros em projectos sem nexo e por outro lado queixar-se que não há dinheiro para escavações, como infelizmente acontece em vários municípios da região de Sicó.
Mas os culpados não são só os autarcas, muito pelo contrário, são aqueles que em tempo de eleições querem é alcatrão e umas manilhas à porta e pouco mais. Enquando os cidadãos não pedirem património as coisas não mudam, portanto não se queixem apenas, reflictam e percebam que a situação do país é culpa nossa, somos passivos e desde há vários anos adoptámos uma forma de estar tipo "deixa andar".
Quem, como eu, não se resigna, é rotulado de "fundamentalista", "ácido" e mais umas quantas coisas que vou sabendo através das minhas várias fontes nos vários municípios da região de Sicó... 
Agora que já não há a desculpa da chuva, há muito património para visitar na região de Sicó, deixem a televisão desligada, deixem as playstations, deixem os cafés e bares e convidem os amigos para visitar o nosso património, a crise não é desculpa para se alhearem de algo que vos diz respeito. Para começar sugiro mais uma visita à bela Conímbriga, a qual depois de visualizada no link acima referenciado não será concerteza vista da mesma forma.