10.7.21

Corridas de carrinhos de rolamentos: a máquina do tempo perfeita!


Não estava incluído no roteiro que tinha planeado, já que afinal não tinha conhecimento do evento (tal como muitos outros...), contudo, e logo que passei por ali enquanto deambulava pela encosta do Castelo de Pombal, deparei-me com os épicos carrinhos de rolamentos a preparar-se para mais uma prova.

Não havia outra vontade que não ir pela rua acima ao encontro deles, armado com a máquina fotográfica, a qual utilizei para disparar uns "tiros".

Para mim é algo excepcional ver e relembrar carrinhos de rolamentos, pois funciona como uma máquina do tempo, onde voltamos umas décadas ao passado. No passado, há coisa de 30 anos, eu e outros amigos pegávamos em tábuas, em duas ripas de pequena dimensão e íamos às oficinas ver se tínhamos sorte com os mecânicos, pois eram eles que decidiam se íamos ter rolamentos para meter nos nossos bólides. Sem rolamentos não havia nada a fazer, mas com rolamentos a estrada e as descidas eram nossas. O assento era a própria tábua ou então, numa hipótese mais remota, uma cadeira velha que se adaptava na tábua. E cordel, o qual atávamos a cada uma das pontas da ripa (direcção) da frente e servia como guiador do carrinho de rolamentos.
Mas agora a tecnologia é outra e, como podem ver pelas fotografias, há muita técnica metida na construção dos carrinhos de rolamentos. E ainda bem!
Mas voltando ao passado, eu tinha 3 pistas de carrinhos de rolamentos que fui utilizando naquela altura, duas no meu bairro e outra à frente do tribunal de Ansião, na rua que desce pela creche. Um dia chegámos a ter um carrinho de rolamentos que consistia numa tábua grande, na qual estavam montadas 4 cadeiras. Era épico nós, putos, rolarmos naquela enormidade de carrinho de rolamentos. Já os outros eram carrinhos mais simples, apenas para um ou para dois. Chegados à curva é que era o vê se te avias. Um ficava ao fundo para ver se vinha algum carro e o outro tentava conseguir fazer a curva sem se esbardalhar e sem ficar com os cotovelos e braços sem pele, algo que afinal acontecia regularmente. Eram as nossas medalhas, as quais se mantiam durante umas semanas até desaparecerem e darem lugar a novas medalhas. Que belos tempos eram.




Gosto de ver que estas corridas se mantêm ao longo dos tempos e espero que apareçam mais corridas. Lembro-me também das corridas de rolamentos que aconteciam no decorrer das festas do Casal de S. Brás, em Ansião. Organizem novamente sff!
E parabéns a quem organiza e a quem participa nestas corridas!!

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