18.6.18

Nabão, uma questão de marketing territorial...


Há uns dias, e enquanto "deambulava" nas redes sociais, deparei-me com dois amigos que estavam a  dissertar sobre a nascente do Rio Nabão, em Ansião (sim, é mesmo em Ansião), após uma referência ao Rio Nabão numa rádio nacional. Como é algo que me é próximo, "intrometi-me" na conversa...
A nascente do Rio Nabão é, para mim, um lugar muito especial. Foi um dos meus locais de brincadeira em miúdo, tal como o antigo lagar ali próximo (arrasado para dar lugar a um pseudo centro de interpretação ambiental, ou como eu sempre disse, um alibi para ir buscar fundos comunitários para depois transformar noutra coisa que não centro de interpretação ambiental...). Familiares tinham também um terreno, o qual foi vendido aquando do início deste projecto (daí eu saber bem toda a história subjacente ao mesmo, ou seja, já sabia que depois iria ser um restaurante...).
Mas voltando ao cerne da questão, os meus dois amigos falavam da nascente do Nabão, ou simplesmente "Olhos de Água". Apontei então uma questão basilar, ou seja o facto de Ansião nunca ter "vendido" a imagem de que é em Ansião que nasce o Rio Nabão. Não são assim tantos os que sabem que é ali que nasce o Rio Nabão. Muitas pessoas não sabem sequer onde é Ansião nem imaginam que é ali que brota a água que vali alimentar o caudal inicial do Nabão. Por outro lado já sabem onde é Tomar e associam o Rio Nabão a Tomar. É aqui que entra o que eu considero uma falha imperdoável em termos de marketing territorial, ou seja, e de uma forma simples, afirmar Ansião também nesta perspectiva.
No mesmo diálogo com os meus amigos, um deles disse que o facto de o caudal ser ocasional era um problema, já que poderia prejudicar uma campanha de marketing da forma que eu idealizo. É algo de compreensível, contudo em termos de marketing territorial não é problema algum, muito pelo contrário. O que é problemático é não existir um marketing territorial que foque esta questão. O que está em défice é mesmo a divulgação e a interpretação de toda esta questão associada aos Olhos de Água, desde o que vemos à superfície até ao que lá está por baixo, sejam as grutas, sejam os aquíferos. Há toda uma interpretação que não existe, prejudicando assim a valorização daquela área e a própria imagem de Ansião. Quantos são os que passando no IC8 sabem que é ali mesmo que nasce o Rio Nabão?
"Nem quero imaginar" o quanto perplexos muitos ansianenses vão ficar quando souberem, de facto, o que ali existe por baixo... Enquanto espeleólogo já tive o privilégio de lá ir abaixo e ver aquela beldade. Lembro-me do que vizinhos meus, já de idade, me diziam há 30 anos sobre o que lá havia em baixo... Um deles dizia que cabia lá uma igreja, muito embora isso não corresponda à verdade, o certo é que iluminou a minha mente e espicaçou a curiosidade que, em parte, me fez quem sou.



2 comentários:

Unknown disse...

Foi por isso mesmo que decidi criar o grupo de cantares que se chama "Grupo de Cantares Olhos de água" e que tem como principal tema das suas canções, Ansião, o Rio Nabão, e a sua nascente.

João Paulo Forte disse...

Você criou o grupo por oportunismo. Quando não quer ouvir o pessoal da Vila de Ansião a falar da Serra da Portela faz birra, bloqueia, expulsa, difama e agora vem à Vila de Ansião usar algo que não lhe diz nada nem é de Pousaflores? Não havia nada na Serra da Portela que o inspirasse? Criasse o grupo de cantares da capela do anjo da guarda...