24.12.20
21.12.20
Uma espécie de xenofobia territorial?
Estamos a poucos dias do final de um ano que ficará para a história como um dos piores dos últimos anos. O motivo, esse já todos sabemos. Mas não estou aqui para falar dessa questão, estou sim para falar de um outro assunto e em jeito de comentário de final de ano, mais sentido e sempre abordando o que mais importa, o património.
Quero falar de algo com o qual já não era confrontado há muitos anos. A última vez que isso aconteceu foi aquando do abate das azinheiras, em Alvaiázere. Nessa altura surgiram alguns energúmenos que utilizavam o “argumento”: tu nem sequer és daqui – Isto estando eu a fazer o que era suposto e para o qual era pago enquanto funcionário público. Juntava-se a paixão ao património e ao território, o qual, e para mim, não tem fronteiras administrativas. Foram tempos estranhos, onde o pior da condição humana veio à tona. Foi uma altura onde os trogloditas saíram das grutas escuras em que viviam. Passados poucos anos as vozes desses imbecis calaram-se, ficou à vista quem era quem e as máscaras deles cairam. Não esperavam levar umas lições e bofetadas de luvas brancas... Mas não só, já que o reconhecimento surgiu e os tais trogloditas perderam o seu palco quase na sua totalidade (alguns ainda lá andam...). Hoje continuo a ter gosto e paixão por Alvaiázere, com muita gente amiga por lá.
Mas isto foi há muitos anos. Agora aconteceu algo de semelhante, mas em Ansião. Ironicamente por parte de gente que vive perto dos limites administrativos entre Alvaiázere e Ansião. A história acaba por ser simples, um grupo restrito de velhos do Restelo, que já me tinha sinalizado há alguns anos, perdeu a cabeça ao ver uma entidade pública a divulgar a “sua” terra utilizando os topónimos oficiais e legais, imagine-se. Indignaram-se pelo facto, já que isso colide com a sua visão algo fanática, de componente religiosa. Tudo por causa de uma capela. O que eles queriam era que a entidade pública tratasse a Serra da Portela por um topónimo que nunca existiu, de índole religiosa. Fingem não saber que o nome da serra é, desde 1940 Serra da Portela e que isso é bem diferente de eles tratarem a serra por Anjo da Guarda (capela). Tentam impedir que outros tratem a serra pelo seu nome, querendo impingir a terceiros a sua visão redutora, parcial e religiosa sobre a serra da Portela. Houve um que demonstrou algo que deve ser novo na geografia, já que, para ele, a vertente da serra da Portela virada para o lado da casa dele é Anjo da Guarda, mas do outro lado, que já não vê, já é serra da Portela. Outro, mostrou não saber sequer os limites físicos da serra da Portela, já que, para ele, a serra é só do lado da capela e parte do topo, já o resto é terra de ninguém. Dizem também que eu semeio a discórdia, como se isso fosse possível ao falar dos factos em causa. Eu digo o nome da serra da Portela (facto). Digo que alguns a tratam por Anjo da Guarda (facto), tal como outros a tratam por Monte da Ovelha (facto). Digo também que a podem e devem tratar como querem, não podem é enganar as pessoas/terceiros e afirmar que o nome oficial e legal da serra é outro que não Portela (facto).
Há um que até afirmou que eu sou uma pessoa letrada, ao mesmo tempo que se baseia num mero desenho, a fingir um mapa, com o topónimo manipulado, para, desesperadamente, tentar enganar terceiros, omitindo o mapa oficial e legal. Pouco inteligente, especialmente sabendo ele que eu trabalho com mapas e não com desenhos. E, claro, sem esquecer a ajuda que teve na divulgação de um comentário ressabiado e cheio de ódio, de alguém que há uns meses ficou muito irritado comigo quando lhe falei num caso, ocorrido há duas décadas, de manipulação de preços, vulgo fraude, associada a alguém que ele conhece e a uma outra individualidade, minha conhecida (ele ficou ofendido por eu ter falado num facto que não abona nada para o seu conhecido, eu apenas tenho vergonha do que o meu conhecido fez e condeno o mesmo, é a diferença de valores entre nós...). Não esquecendo também um artista que se achou esperto ao perguntar à pessoa X onde eu morava e, com isso, fazer uma charada, sem sucesso, diga-se. Esse artista não fez o TPC e demonstrou uma ignorância colossal, falhando por muitos km. Espero que receba um mapa no natal. E convinha que ele tirasse a referência a Tomar no seu perfil. Para quem se afirma ansianense, é estranho colocar no seu perfil a referência Tomar. Não deve saber que há muitos ansianenses espalhados pelo país, os quais não deixam de ser ansianenses por morar fora de Ansião uns tempos. Ou então uma fulana, auto-intitulada de boas famílias, que perdeu as estribeiras, ficando à vista o seu real carácter, ou falta dele. Uma aprendiz de investigadora que ignorou princípios sagrados da investigação e da divulgação histórica e patrimonial. Passadas poucas horas cometeu mais erros de principiante e acabou a utilizar o asneiredo típico de gente mal formada contra alguém que conheço, bloqueando-a de seguida. Não esqueço também a atitude pidesca de alguém que se indignou quando eu divulguei a Serra da Portela, mais uma vez, numa plataforma digital. Há alguns anos, quando fiz algo de semelhante, com dezena de fotos de Ansião, algumas delas da Serra da Portela (numa plataforma que a Google já extinguiu – permitia colocar fotografias através do Google maps), isso não o incomodava, talvez por nessa altura eu não ter a visibilidade que tenho actualmente. Ou ainda uma beata, que afirmou que há mais Portelas, sem referir que também há mais Anjos da Guarda (lugares, pois serra do Anjo da Guarda não conheço nenhuma, mesmo já tendo feito investigação nesse domínio, com vista a um artigo sobre grutas e religião em Portugal).
Mas voltando atrás, e referindo o que me motivou a escrever este comentário, houve um indivíduo que afirmou que eu não era de Pousaflores (facto) e não tinha qualquer associação a Pousaflores (falso), como que se a falta de algum destes fosse impedimento para fazer seja o que for em prol do património e da divulgação que faço do mesmo. O triste disto é que este mesmo indivíduo até nos deu algum apoio quando eu era atleta do GDR Pousaflores. Mais uma vez, nessa altura, já eu travava a serra pelo seu nome, Portela, mas isso não era na altura problema. Desprezo é o que este indivíduo merece. Xenofobia territorial? Tenha mas é vergonha na cara! Quando eu ia apagar fogo nos terrenos dele, ou socorrer conhecidos, aí nem piava...
É lamentável subsistir este tipo de mentalidade retrógada, ressabiada e xenófoba. Mentalidades das capelinhas, literalmente, que atrasaram o desenvolvimento territorial. Este faz-se não só com paixão, mas acima de tudo com competência. Tratar um território como que se de um quintal nosso fosse é das piores coisas que se podem fazer. E, diga-se, projectos já foram perdidos à conta da teimosia e vingança destes velhos do Restelo. Eu cá estarei para trabalhar em prol do património e da identidade (sem fanatismos religiosos à mistura), sem tentativas de manipulação da história e dos factos (perpetrada por estes mesmos velhos do Restelo) e englobando todos os que prezam a sua terra, sem pensar em limites administrativos, já que a identidade não se fabrica, tal como estes velhos do Restelo tentam desesperadamente fazer, contra tudo, legalidade incluída, e contra todos os que ousam referir o nome legal e quase centenário, Serra da Portela. Ao contrário destes velhos do Restelo, e algumas beatas, eu não impeço ninguém de afirmar que aquela é a serra do Anjo da Guarda (apesar de não ser...), eu simplesmente corrijo quem o diz, dizendo que uma coisa é elas tratarem a serra da Portela por esse nome (Anjo da Guarda), outra é o topónimo oficial e legal ser esse. Não é, ponto!
E já dizem que querem mudar o nome da serra da Portela, esquecendo-se que já o tentaram fazer, sem sucesso, porque será?! Pois, tudo o que já foi feito em termos de manipulação e adulteração histórica é conhecido (e será cada vez mais conhecido...) pelas autoridades na matéria. Há que preservar a integridade da história e dos topónimos legais, protegendo-os de modas e fanatismos religiosos, os quais estão, de facto, na base desta questão. É triste constatar que há gente com este tipo de mentalidade, ainda mais em Ansião, onde era suposto haver muito mais gente culta (ser culto não é sinónimo de curso superior...), respeitosa e honesta em termos intelectuais e não só! Felizmente que a regra em Pousaflores é haver muita boa gente, que respeita e sabe debater, concordando ou não. Uns já conheço há muitos anos, outros tenho vindo a conhecer. Curiosamente, e após esta situação, já conheci mais pessoal porreiro, que sabe debater, respeitar e trocar ideias. Quiçá saia daqui algum projecto para desenvolver com estes...
Mas resumindo, temos a serra da Portela e o seu moinho de vento, temos mais abaixo a capela do Anjo da Guarda, temos o ciclo do pão, temos muito património por ali, por divulgar e potenciar e temos muito pessoal que sabe falar, estar e desfrutar. O resto é fanatismo, ódio e um grupinho de ressabiados que confundem a serra da Portela com uma sua coutada.
Nota: guardo religiosamente estas duas camisolas, na imagem, há duas décadas
17.12.20
Ler, ponto!
Não podia deixar de terminar este ano tão negativo, com algo de positivo como são os livros. Sei que dois exemplares destes livros estarão brevemente disponíveis numa biblioteca perto de vocês. As bibliotecas municipais são algo de muito valioso, onde muito podemos aprender e sem nada ter de pagar. É um bem comum que devemos estimar e apoiar das mais variadas formas. E, claro, apetrechadas com livros interessantes q.b. e úteis. Mas sem desacordo ortográfico, obviamente!
Estes dois livros suscitaram o meu interesse porque focam dois temas interessantes. Um, os moinhos, mesmo que não sendo de vento. Os moinhos do rio e as suas histórias também fazem parte de Sicó, daí querer ler este livro, mesmo não retratando Sicó.
Depois, a temática dos incêndios, a qual me diz tanto e tanto me marcou, seja pela negativa seja pela positiva, já que ambos os lados coexistem. Estou curioso para ler estas histórias de pessoas reais, que não bombeiro/as, e comparar com as minhas histórias e com as histórias dos populares com que lidei durante duas décadas. Daqui a uns dias devo começar a ler ambos.
Aproveitando este comentário, um dos últimos deste 2020, fica a sugestão de compra de livros para oferecerem aos vossos mais próximos. De preferência no pequeno comércio, nos alfarrobistas ou directamente com os autores, tal como eu o fiz nestes dois casos. Oferecer um livro é algo de valioso e útil. Com os livros aprendemos, vamos onde ainda não fomos, conhecemos histórias fabulosas e outras coisas mais! Resumindo, aprendemos e alargamos horizontes. Boas leituras!!
13.12.20
O alcatrão da Ladeia...
9.12.20
Outra vez a regra e esquadro?!
5.12.20
Belas... mas invasoras!
1.12.20
26.11.20
Vândalos em acção...
21.11.20
16.11.20
E finalmente... limpou-se o matagal da Serra da Portela!
12.11.20
Estacionamento de bicicletas para totós
8.11.20
Ler, ler e ler é excepcional!
4.11.20
"Traduções" à moda do google translator...
Não é a primeira vez que abordo esta questão e, parece-me, que, infelizmente, não será a última. Há uns dias reparei em mais um painel informativo que padece de um problema crónico por estes lados. Porque carga de água continuam a insistir em pegar em textos e “traduzi-los” com o Google translator? Sabiam que há profissionais que fazem esse trabalho, bem feito?
Pegar em textos e colocar os mesmos no Google translator é um mau serviço prestado à região de Sicó, aprendam isto de uma vez por todas!1.11.20
28.10.20
O lixo é lixado!
Desde que alguém (não sei quem...) se lembrou de mandar abrir um estradão pela vertente da fórnia da Ucha, situada entre a Serra da Portela e a Serra do Casal Soeiro, me insurgi sobre esta acção lesiva para com o património e para com a paisagem. Não se justificava de forma alguma a abertura de um estradão naquele local, o qual devia ser preservado. A desculpa deve ter sido a do costume, a do risco de incêndio... O próprio mapa de risco de incêndio não corresponde, de facto, à realidade, já que ali o rico é muito reduzido!
23.10.20
Não era suposto ser um lugar de contemplação?
Há poucos dias voltei ao castelo de Pombal, já que vale mesmo a pena voltar regularmente ao castelo de Pombal e à sua área envolvente. Um dos lugares que mais aprecio na envolvência do castelo é este que veem na fotografia que acompanha este comentário. Apesar de já ali ter estado várias vezes, nunca tinha retido algo de importante e deveras curioso. Faz algum sentido ter ao lado daquele banco, um caixote do lixo? Não me parece, de todo, o melhor posicionamento para o caixote do lixo, já que é suposto aquele banco ser um local para desfrutar, sem o risco de virem maus cheiros de um caixote do lixo. Para mim a solução é simples, retirar dali os caixotes do lixo e posicioná-los fora daquela infra-estrutura. O posicionamento actual do caixote do lixo é bem ilustrativo da preguicite crónica da qual padecemos... Só alguns vão compreender o alcance deste meu comentário.
19.10.20
Onde pára a passadeira?
15.10.20
A sério que utizaram granito?!
10.10.20
Já só nos faltava esta parolice, arre...
Soube há menos de uma hora,
quando o meu radar detectou nas redes sociais algo. Estou em choque com o que
fiquei a saber, dada não tanto a parolice em causa, mas acima de tudo pela
parolice estar a ser feita numa área protegida e dentro de um povoamento
arqueológico (?). Ilegal, irresponsável e mau demais para acontecer.
A concluir-se, será mais uma
machadada no património regional e mais um foco de deposição de lixo. Isto
tudo, repito, numa área protegida e dentro de um povoamento arqueológico (?), à
revelia da lei e do bom senso. As consequências serão nefastas, a começar pela
degradação dos habitats e da degradação da flora e fauna. Sim, é isso mesmo que
veem na imagem (retirada das redes sociais), eis a moda parola dos balancés na
região de Sicó. Profundamente lamentável tendo em conta o local e os valores
que deviam ser protegidos de actos e acções como esta moda parola dos balancés
em pontos como este, panorâmicos. Só quando acabarmos de estragar os locais
mais idílicos estaremos descansados, inacreditável. É esta a triste sina de
Sicó...
Já estou a imaginar a fila de carros com centenas de cromos a ir em busca da foto para meter na sua página de facebook, no twitter ou no instagram. Para quê, para depois passarem para outro balancé? É assim que valorizam o património?! Arre...
5.10.20
Livrai-nos da poluição sonora!
Basta um título destes para iludir aqueles que se ficam pela leitura do título. E não, não sou contra o som dos sinos, muito pelo contrário. Sou um acérrimo defensor do belo som dos sinos e deste património sonoro. Sicó já teve uma fábrica de sinos, concretamente em Alvaiázere, de onde saíram sinos para todo o país. Actualmente já só existe uma ruína e registos desta actividade, bem como trabalhos de investigadores que se dedicam a promover a história associada à indústria sineira.
Mas então porque me lembrei eu deste título enganador? Bem, posso explicar de uma forma muito simples, dando o exemplo último que me levou a escrever este comentário. Há poucos dias estava eu num miradouro da nossa região, Sicó, quando oiço não o som dos sinos, a dar as horas, mas sim a gravação do som dos sinos a dar horas, facto este que me irrita profundamente. Não faz sentido esta coisa de ouvirmos sons gravados de sinos!
2.10.20
27.9.20
24.9.20
19.9.20
Tesouros perdidos!
15.9.20
6.9.20
Uma boa ideia ou um elefante branco, eis a questão!
2.9.20
29.8.20
Urge reflectir sobre o património...
25.8.20
O mês de Agosto: crónica da difícil defesa do património
15.8.20
Vamos acabar de vez com a poluição no rio Nabão?!
Há uns dias terá havido (mais) uma descarga de águas ( e mais qualquer coisa na mistura...) nas proximidades da Ponte de Cal, em Ansião. Um cheiro intenso, dores de cabeça e indignação, os quais não são novidade por ali e neste troço do rio Nabão. Lembro-me há alguns anos de ter denunciado uma situação do género uns metros a montante da ponte, que resultou numa coima para a empresa que procedia a descargas ilegais através de um esgoto ilegal. E é neste ponto que importa salientar a necessidade de fazer um trabalho de fundo, com a cartografia de todos os tubos que surgem sabe-se lá de onde, e que através deles são despejado esgotos ilegais de residências e afins. Não é um trabalho fácil de se fazer, já que além de ser difícil detectar os prevaricadores, pode incomodar pessoas conhecidas na comunidade. Contudo trata-se de um trabalho fundamental na defesa dos recursos aquíferos, do bom nome do rio Nabão e de Ansião. Apesar de obviamente complexo, é possível e exequível encetar um trabalho deste tipo, bastando haver o compromisso de levar até ao fim esta investigação. Detectadas as situações irregulares, há dois caminhos, trabalhar com quem, consciente ou inconscientemente, polui o rio e os importantes recursos aquíferos, ou, no caso de surgir alguma teimosia ou barreira na resolução da situação, autuar quem prevarica e atenta contra a saúde pública. Eu prefiro a primeira opção, a bem da rapidez da resolução de um problema que além de grave é recorrente...
O repto está lançado à comunidade e às entidades públicas.
10.8.20
Geovandalismo no Casmilo: quando é que as entidades públicas se mexem?
Faz este mês 1 ano que falei deste assunto pela última vez. Já não foi a primeira nem a segunda vez que alertei para um problema que está a pôr em causa a integridade de um local extraordinário nos domínios da geologia, da geoomorfologia e paisagístico, mas não só...