22.12.09

Época festiva por excelência, esta altura do ano é sem dúvida especial, por isso nada melhor do que terminar esta mesma época festiva e este ano de 2009 com algo de positivo.
Para finalizar mais um ano em que o Azinheiragate tentou partilhar com todos vós factos bons e menos bons da região de Sicó, decidi utilizar a foto mais extraordinária que tirei este ano, na região de Sicó, para vos desejar boas festas e um 2010.
Não vos quero maçar muito agora, querendo no entanto pedir-vos para reflectirem sobre o que de melhor e de pior se passou na nossa região em 2009. A reflexão é algo que é especialmente importante nesta fase do ano, podendo fazer parte de um exercício mental que vise transformar um novo ano que se aproxima rapidamente, num ano em que maximizemos o que de melhor se passou na região de Sicó e se minimize o que de pior aconteceu. Fazer com que as transformações que têm vindo a ocorrer sejam positivas é um dever cívico de todos vós, combater os lobbys que têm vindo a depradar esta nossa bela região em proveito próprio é também um dever, apesar de nem todos poderem "arriscar" nestes perigosos meandros. Para ambos aqui estarei, continuando a ser uma pedra no sapato de alguns destes lobbys.
Festejem com aqueles que vos são mais próximos, com conta peso e medida e não se excedam nas estradas, pois mais vale perder um minuto da vida do que a vida num minuto. Aproveitem para visitar alguns dos locais mais bonitos da região com a família e/ou amigo/as e disfrutem bem do nosso património, natural ou cultural, além da boa gastronomia. Dêm mais valor a tudo aquilo que torna esta região muito especial e que a torna diferente, para melhor de outras regiões do país. E lembrem-se que são as coisas mais simples que nos tornam melhor pessoas.
Boas festas e um feliz 2010, são os desejos do Azinheragate para todos vós.

18.12.09

Natal de mau gosto?

Hoje o comentário era para ser sobre um caso em Penela, mas tendo em conta que me avisaram para uma situação aberrante noutro local, tenho de adiar o comentário relativo a Penela, o qual irei colocar daqui a poucos dias.
A situação sobre a qual me avisaram é a que vocês vêm nas fotos, algo de muito mau gosto em época natalícia. Em duas rotundas da vila do Avelar houve alguém que teve uma ideia que apesar de ser bem intencionada, reveste-se de um profundo mau gosto.
A ideia peregrina foi simples, para embelezar duas rotundas para a época natalícia, surgiu a ideia de se cortar quase vinte, repito, quase vinte pinheiros ainda jovens e colocá-los nas rotundas. Além de ser algo que atenta contra o nosso património florestal, é um caso de extremo mau gosto, mais parecendo um caso carnavalesco com aquelas fitas pouco próprias.
Não me vou alongar muito neste assunto, deixando apenas uma sugestão à pessoa que teve a ideia, será que não era mais feliz embelezar estas rotundas com materiais recicláveis a fazer de adereços? Já vi casos em que isto resultou na perfeição e juntou-se o útil ao agradável, aproveita-se resíduos que podem ir para o ecoponto, tornando-os temporariamente amigos do pai natal!
Quando passarem nestas rotundas (para os que têm essa possibilidade) observem e digam-me de vossa justiça.

14.12.09

A atitude das superfícies comerciais perante questões ambientais

É um tema que dá pano para mangas, como se costuma dizer, mas desta vez vou ser muito conciso, querendo eu que o que agora vou relatar sirva para reflecção de todos nós.
Uma das muitas frentes em que estou, no domínio ambiental, é precisamente na acção potencial de algumas superfícies comerciais na região de Sicó, por isso tenho-me deparado com situações boas e outras menos boas.
Antes de ir a uma situação menos positiva, queria relatar factos que vos podem dar a entender o impacto positivo que todos podemos ter de alguma forma neste âmbito. Foi já há mais de 6 anos que eu vi algo que me incomodou, uma pequena superfície comercial deitava todos os seus resíduos, nomeadamente papelão e cartão, no caixote do lixo, estando sempre os três caixotes cheios de resíduos que poderiam bem ir para a reciclagem. Isto tudo sendo que à mesma distância (15 metros) se situava um conjunto de ecopontos.
Passadas poucas semanas e farto de ver esta situação, decidi escrever uma carta para a gerente, de forma a lhe mostrar a importância do correcto encaminhamento dos resíduos, bem como do impacto positivo que esta acção poderia ter na própria imagem do estabelecimento comercial. No dia seguinte, fui à loja e coloquei a carta na caixa de sugestões.
Para minha surpresa, no dia seguinte, tudo o que ia anteriormente para o lixo, ia agora para o ecoponto, confesso que me deu muito prazer ver isso mesmo e ver que afinal vale a pena chamarmos à atenção, de forma construtiva, os nossos lojistas, ficamos todos a ganhar. Senti o dever cumprido, mesmo que não vivesse à beira deste estabelecimento.
Outro exemplo positivo, foi há coisa de 3 anos, quando vi que outro estabelecimento comercial, apesar de até colocar algumas coisas para a reciclagem, tinha um monte enorme de papelão por detrás do seu estabelecimento, causando um certo impacto visual. Fui então falar com o gerente e ele disse-me que era demasiada quantidade de papelão para o pequeno ecoponto, compreendendo eu o problema. Disse logo que ia ajudar à resolução do problema, entrando em contacto com a ERSUC.
Dias mais tarde, e após o contacto via endereço electrónico, lá veio um camião próprio, o qual... ficou cheio de papel para reciclar. De novo senti missão cumprida, mesmo que não vivesse à beira da superfície comercial, foi algo que me deu enorme prazer ajudar e mostrou que pequenas atitudes positivas podem ter um grande impacto.
Mas nem tudo pode ser positivo, infelizmente, por isso passo a relatar algo que concerteza irão ficar perplexos.
Foi há mais de uma semana, quando andei a fazer uma "ronda" a algumas superfícies da região de Sicó, com o intuito de pedir a colaboração de algumas destas superfícies comerciais, na divulgação do Projecto Limpar Portugal ( http://limparportugal.org/ - http://limparportugal.ning.com/ ), através da colocação de um cartaz desta iniciativa nas respectivas montras.
Fui à primeira e tudo bem, não haveria problema algum, na segunda igual. Quando chego à terceira, foi-me dito "duvido que ele aceite, sabe porquê não sabe?!" Na minha ignorância momentânea disse "sim, sei, mas não custa nada pedir". Honestamente pensei que seria por política da empresa, mas alguns minutos lá cheguei á conclusão óbvia...
Já há algum tempo tinha chamado à atenção desta superfície comercial sobre uma questão ambiental, questão esta que parece que fez mossa. Sinceramente não tinha pensado que tinha tido tanto impacto, algo que me agradou, mas é triste quando fazemos um reparo de forma construtiva e depois ficam com o "burrinho". Ninguém é ou pode ser obrigado a ter um poster do Limpar Portugal, ou de outra iniciativa ou actividade, é legítimo que haja recusas, pena é que esta possível recusa possa ser apenas e só por ressabiamento para com uma pessoa individual.
No que me toca, este facto não me afecta, pois sou voluntário e não ganho um tostão com isso, portanto se é por mim esta recusa não tem lógica nem impacto algum. Esta atitude apenas prejudica a superfície comercial e não por ela própria, mas apenas e só por uma atitude irreflectida de uma ou duas pessoas que pode ter resultados muito negativos, caso por exemplo da perca de clientes. É bom estas pessoas lembrarem-se que dependem dos clientes e não o contrário.
Penso, sinceramente um destes dias fazer um ranking ambiental das superfícies comerciais na região de Sicó, não sei como nem quando, mas...
Da minha parte, consigo conciliar preços acessíveis com atitudes correctas das superfícies comerciais perante o ambiente, pois é dele que dependemos, ao contribuirmos estamos a preocupar-nos com a nossa qualidade de vida e dos nossos mais queridos.
Ainda acreditam que uma pequena atitude vossa não consegue ter impactos muito positivos?!

9.12.09

Vídeos chocantes que comprometem seriamente....

Fui esta semana à Serra de Alvaiázere, já que fui avisado que o parque eólico já estaria a ser feito, mas sinceramente nunca pensei a verdade ser tão chocante....
Já todos sabem que eu descobri muita ilegalidade no processo deste parque eólico, e que nada foi feito para investigar isso mesmo, mas ainda ninguém sabe de algo que descobri na segunda e na terça de manhã, quando fui ao local, é algo de chocante e que confirma suspeitas minhas sobre o estudo geológico....
Vou tentar explicar isto de uma forma simples, pois é um tema complexo para quem não tem muitos conhecimentos nesta área, mas no final vão compreender a gravidade dos factos.
Na fase de acompanhamento público (2008), critiquei fortemente os resultados do "estudo" que o geólogo responsável elaborou, especialista este que de calcários percebe tanto como eu de engenharia de pontes. Este estudo era claramente mal elaborado e, por isso eu elaborei um parecer (Julho de 2008) onde constava:
«No ponto 3.4.2 (p. 17) – Geologia, geomorfologia e solos
É referido que se avaliará e acautelará a distância de segurança entre a área afecta a trabalhos de construção e as eventuais cavidades cársicas identificadas na prospecção geológica, assegurando a estabilidade da área de trabalho e das cavidades. Não é concretizado como se fará isto, não compreendo tanto cuidado com as cavidades quando afinal algumas foram destruídas aquando da construção da estrada em Outubro de 2007, algo de que tenho fotos!
Não é referido o deslizamento que poderá ocorrer na vertente Este da Serra de Alvaiázere e que está a colocar em risco algumas habitações, especialmente quando é colocada a questão da utilização de explosivos, como mitigar esta questão gravosa?!
Na página 22 do RECAPE é referenciado que deverá ser «elaborada uma planta de condicionamento à escala de pelo menos 1: 5 000 com todos os elementos do projecto e as áreas a proteger e salvaguardar, tais como áreas sensíveis do ponto de vista ecológico, ocorrências patrimoniais…. Zonas de importância geológica» Como se não estão referenciadas muitos destes elementos?!
No parecer do Professor António Gonçalves Henriques (Director da APA), com a referência 146/08, relativamente ao processo de AIA nº 1161 “Parque eólico de Alvaiázere”, é referido também, no que concerne às cavidades cársicas que:
«As cavidades detectadas devem ser melhor interpretadas, uma vez que a DIA prevê a necessidade de compatibilizar o projecto com as cavidades cársicas…»
Este parecer aconselha também a utilização de geo-radar como complemento da prospecção de cavidades cársicas.
Infelizmente a falta de competência técnica e científica do técnico geólogo no domínio do carso, levou a que este referisse que o método de geo-radar «poderia fornecer resultados requerendo uma interpretação delicada muitas vezes controversa….»
Diria eu, como especialista no carso, que este geólogo é tecnicamente inqualificado para este estudo, já que não conhece este método aplicado ao carso, onde em países como nos EUA, onde é praticado por quem sabe, tem mostrado bons resultados como técnica complementar. Eu pessoalmente aconselharia este geólogo a ter formação nesta técnica, o Karst Research Institute (Eslovénia) é uma das entidades que lhe pode dar informações precisas sobre esta técnica de modo a desmistificar estereótipos sobre novas tecnologias aplicadas ao estudo do carso.
Este geólogo refere adiante que:
«Por ultimo, informa-se que a campanha de prospecção interessa apenas a zona onde se prevêem localizar as torres dos aerogeradores que está situada no flanco de encosta e a cotas inferiores àquelas em que ocorre o campo de lapiás, não interferindo com as referidas formas superficiais que são por definição estratos aflorantes»
Mais uma vez conceitos imprecisos, pois os lapiás têm a sua expressão visual a nível superficial, mas a bancada calcária do qual tem origem nesta área tem cerca de 40 metros de espessura, além do facto de o sector Oeste da Serra ter pendor em monoclinal precisamente para Oeste, sendo que a camada que tem expressão visual na escarpa de falha a Este, facilmente pode ter expressão visual a Oeste. É bastante provável que ali haja grutas de grande profundidade, por isso a questão das cotas é algo de muito relativo.
No seguimento deste raciocínio, não vejo nota alguma sobre as consequências na rede hidrográfica e infiltrações no maciço calcário, o facto de não haver linhas de água superficiais é enganador ao mais desconhecedor
...»
Reparem que eu disse isto em 2008! Agora, antes de prosseguir, vejam o que é afinal um geo-radar:
Depois de entenderem isto tudo, vejam agora o que se está a passar na Serra de Alvaiázere:
Vendo estes vídeos e fazendo a ligação com tudo o que disse atrás, digam-me como é que isto é possível?! Se o geo-radar tivesse sido realmente utilizado estas grutas tinham sido facilmente detectadas. Supostamente o geo-radar foi utilizado, mas uma coisa é certa, os resultados não batem certos, o que indicia que efectivamente os resultados apresentados não correspondem à verdade, ou seja o estudo não foi feito naquela área e os resultados não são verdadeiros. Como é que não se detecta uma série de grutas existentes nuna linha de fractura que se prolonga pela Serra de Sul para Norte?
Ando sinceramente a pensar divulgar os meus pareceres técnicos que fiz na fase de acompanhamento público e pós avaliação, estes mostram suspeitas que algumas pessoas temem fortemente.... Nesta fase basta juntar as peças do puzzle para ver que este parque eólico tem uma história secreta que andam a tentar esconder, pois os lobbys são muito poderosos e conseguem fazer tudo para chegar onde querem, o lucro fácil. É um património de valor nacional e internacional que anda a ser destruído para que alguns possam ganhar muito dinheiro, quem perde é país e o povo! CHEGA!!!
Estou disponível para os facultar esta documentação aos orgãos de comunicação social, jornais, rádios e televisão!

1.12.09

A cegonha teimosa de Pombal....

Sou apenas um dos muitos que conhecem, de vista, esta bela ave, mas infelizmente sou dos poucos que a pode tentar ajudar a dar-se a conhecer, ajudando não só esta espécie, mas também alertando para os problemas que as aves têm também nesta região.
É teimosa e ainda bem que assim é esta cegonha, muitos pombalenses a conhecem, além claro que muitos dos que ficam por breves minutos à espera de apanhar o comboio na estação de Pombal. Há também aqueles mais atentos que do IC2 a conseguem observar num breve momento de passagem por aquele local.
Não me lembro há quantos anos ela ali anda, mas desde que me lembro ela ali está, fico muito feliz por ter a oportunidade de ver os anos passar e ela continuar ali a acasalar e ter mais uma cria, algo de fácil de ver quando o macho por ali anda. Há duas semanas, estava eu prestes a apanhar o comboio para o Porto, lembrei-me que tinha os meus binóculos na mochila, tirei-os e vi este belo espécime ainda de mais perto, foi realmente muito entusiasmante, confesso.
Esta "conversa toda" não é para vos fazer perder tempo, é sim para vos fazer reflectir sobre qual afinal o respeito que muitos de nós temos por espécies de aves tão belas, que se mantêm em locais como este, as quais assistem a tanta asneira que fazemos, ficando teimosamente nos seus locais predilectos, mesmo que lhes comece a ser desconfortável, poluição, prédios que começam a crescer em locais que não deviam (o autarca de Pombal continua a não querer aprender com os erros do passado que levaram às cheias de 2006...).
Peço, acima de tudo, que reflictam os factos e se lembrem de animais como este, os quais porventura vos conseguem arrancar um sorriso quando olham ao longe para eles....
Quando andarem por Pombal, seja perto da estação seja perto do estádio olhem para cima para as chaminés e vejam se ela lá está, pode estar chuva, sol, mas ela está sempre por lá!
Será que não é tempo de Pombal reconhecer em termos institucionais esta bela ave pela sua persistência e pelos sorrisos que ela arranca a tantos de nós?!
E já agora que falamos das belas aves, será que imaginam o potencial do birdwatching na região de Sicó, bem como o seu impacto no turismo ?! Eu até imagino, já que me conheço pessoalmente especialistas, mas..... pensem nisso, é apenas mais um nicho a explorar (pelo menos enquanto os caçadores não matarem mais águias, milhafres e outros mais...).

26.11.09

Alvaiázere: Iniciativa Limpar Portugal em risco


Desculpem os mais atentos em estar a insistir tanto no relato de situações lamentáveis em Alvaiázere, já não o fazia há um tempo, mas a gravidade dos factos justifica-o. Prometo que irei dar mais atenção a outros sectores da região de Sicó nas próximas semanas.
Desta vez falo-vos da iniciativa Limpar Portugal, iniciativa que alguns de vós já terão ouvido falar e que daqui a poucas semanas começará a ter um grande impacto nos media nacionais:
Há semanas atrás decidi aceitar o convite que me foi endereçado para ser o coordenador concelhio desta iniciativa em Alvaiázere (e Ansião também), começando eu a mexer-me para dar forma a esta iniciativa neste belo concelho.
Apesar de saber que há atritos entre mim e duas ou três pessoas de destaque em Alvaiázere, sabia também que sou capaz de separar as coisas, portanto entrei em contacto com algumas entidades públicas de forma a pedir o seu apoio a esta nobre iniciativa. Sem o apoio de entidades públicas e/ou privadas o sucesso desta inicativa é quase que impossível.
Infelizmente o ressabiamento é algo que continua a ser um dado adquirido em Alvaiázere, já que não se compreende como é que quase um mês após ter entrado em contacto com estas entidades, não tenha sequer uma única resposta positiva, nem mesmo das entidades que mais responsabilidades têm no domínio das políticas ambientais concelhias.
Tendo em conta estes factos, e para evitar o total insucesso desta iniciativa em Alvaiázere, decidi que a partir de hoje (26/11/2009) deixo de ser coordenador concelhio em Alvaiázere, esperando eu que o meu afastamento leve os ressabiados a apoiar esta iniciativa tão importante em Portugal. Já relatei os factos em reunião distrital e a minha posição foi totalmente compreendida por todos os elementos que fazem parte da coordenação distrital.
É com muita tristeza que me afasto desta lugar de coordenação, já que queria dar muito de mim, mas mesmo assim continuo a ser voluntário e disponível para ajudar quem esteja disponível para assumir a coordenação concelhia, seja quem for.
É triste ver que uma iniciativa tão importante seja alvo de atitudes ressabiadas, mas são coisas que infelizmente acontecem.
Uma coisa vos digo, em Ansião, onde sou coordenador, as coisas estão a correr às mil maravilhas, total cooperação e nenhum vestígio deste tipo de atitudes, algo que mostra quem é quem e que prejudica apenas e só quem continua a ter atitudes vingativas para com a minha pessoa.
Peço a todos que divulguem esta inicativa e que se juntem aos vossos grupos concelhios na região de Sicó (e não só), pois já ha grupos constituídos em todo o país!

23.11.09

Violação repetida do PDM, Rede Natura e manipulação de informação


Antes de ir ao cerne da questão, queria comentar as afirmações do administrador da Construções J.J.R. & Filhos, empresa responsável pela exploração da pedreira dos Penedos Altos, em Alvaiázere, sobre mais uma violação da empresa que explora esta pedreira. Esta notícia saíu na edição 1321 do Jornal de Leiria.
O estradão aberto há 3/4 semanas é mais uma de várias violações do PDM feitas pela empresa que explora a referida pedreira, juntando-se à exploração de pedra desconforme ao PDM há vários anos, à Destruição da Rede Natura 2000 pela anterior desconformidade da extracção de pedra com o PDM em vigor e à desconformidade da central de alcatrão com o PDM.
O estradão aberto não é nenhum aceiro, não tendo sequer autorização para isso mesmo, ao contrário do que o administrador da J.J.R. & Filhos refere, quando diz que não é necessária autorização. É algo que carece de autorização oficial, desde CCDR-Centro até ao ICNB, não se compreendendo de forma alguma este atentado ao património natural e cultural.
Importa também referir que este estradão curiosamente tem a direcção de um terreno que foi comprado á poucos meses por uma pessoa ligada e esta empresa, não importando, para já, referir a pessoa em causa, a qual deverá, ela própria, esclarecer esta feliz coicidência.

Indo agora ao cerne da questão:

São apenas três dos muitos factos associados ao cada vez mais conhecido caso da Pedreira dos Penedos Altos, situada no concelho de Alvaiázere. Nenhum dos factos que irei descrever agora favorece a posição da empresa que explora esta pedreira, nem mesmo o autarca que tem defendido a posição desta empresa a desfavor da população prejudicada pelo projecto de ampliação desta indústria extactiva.

Desde que se desenrolou este processo, tem-se assistido a um rol de casos bastante polémicos, alguns deles graves demais para que passem em branco, destacando eu um caso muito grave de manipulação de informação de índole geográfica.

Para quem não sabe do caso, passo a explicar:

Há poucos meses, a empresa que explora a pedreira dos Penedos Altos, iniciou um processo que visava a ampliação da área de onde explora rochas sedimentares (calcário). Até aqui tudo bem, mas o facto é que esta pedreira está rodeada por casas em todos os quadrantes, à excepção do quadrante Oeste, onde existe um castro (antigo povoamento da idade do bronze). Os habitantes (a esmagadora maioria destes) começaram a ficar preocupados, já que havendo casas a menos de 200/300m, algumas delas com paredes rachadas, não fazia sentido a ampliação da pedreira. Sendo assim, de forma legal exerceram o seu direito de cidadania, protestando contra esta possível ampliação, algo que naturalmente começou a incomodar a empresa que explora esta pedreira, localizada em terrenos baldios, alugados pela Câmara Municipal de Alvaiázere à Bripealtos.

Em termos genéricos foi assim a primeira fase deste processo, mas o grave começa a passar-se na segunda fase deste processo, onde se começam a descobrir factos bastante comprometedores...

Estes factos começam a descobrir-se na fase de participação pública, onde, naturalmente, cidadãos e entidades elaboraram as suas considerações sobre este mesmo projecto. Para os cidadãos e entidades que fizeram os seus pareceres, técnicos ou não, a opinião foi quase que unânime, o projecto de ampliação não fazia sentido tendo em conta a grave perca de qualidade de vida das populações e a destruição de património natural e cultural, base da economia local não potenciada.

Aqui, a empresa que explora a pedreira ficou ainda mais incomodada, pois obviamente os seus interesses estavam em risco. Descobriu-se por exemplo que esta empresa já estava a extrair ilegalmente há vários meses (alguns anos), em clara incomfornidade com o Plano Director Municipal de Alvaiázere, que estava igualmente a violar a Rede Natura 2000 e também que a central de alcatrão, estava a funcionar sem o devido enquadramento legal (PDM), algo que constitui uma ilegalidade para todos os efeitos.

O caso chegou às televisões e aí surgiu o meu amigo Tito Morgado, em defesa da.... empresa e em desfavor das populações afectadas, algo que não constituiu nenhuma surpresa dadas as suas posições insustentáveis no domínio territorial.

A partir deste momento começou como que uma guerra entre lobbys e populações afectadas, surgindo inclusivé manipulações inaceitáveis da opinião pública, é precisamente aqui que eu vou começar a minha análise, sobre a qual incide este comentário no azinheiragate.

Vou comentar factos, com base "apenas" nas factualidades ocorridas e presentes em documentação, pois é com base em factos concretos e não em opiniões parciais e manipuladoras que eu me rejo.

Na exposição proposta pela empresa "Penedos Altos - Britagem dos Penedos Altos, LDA.", datada de 3 de Agosto de 2009, enviada por esta empresa ao Secretário de Estado do Ambiente, posteriormente ao parecer desfavorável, datado de 30 de Junho de 2009, pela CCDR-Centro, constam vários factos, alguns destes que conduziram a um intrigante, e posterior, parecer favorável condicionado ao projecto de ampliação da pedreira dos Penedos Altos:

1- Na página 10 desta exposição sobre o projecto, constato algo de muito curioso, quando a certa altura é referida a minha pessoa:

«...importa em primeira linha tecer duas considerações acerca do conteúdo da reclamação do Sr. João Paulo Forte...»

Agradeço sinceramente que me tratem por Sr., não compreendendo no entanto porque é que na página 14, quando se refere esta empresa a técnicos com qualificações iguais ou inferiores à minha pessoa, se diz:

«... importa considerar a exposição técnica que aqui se transcreve dos Biólogos Dr. José Carlos Correia e da Drª. Maria Helena Pimentel...»

É preocupante observar que aqui há dois pesos e duas medidas no tratamento de técnicos, já que eu além de ser geógrafo tenho pelo menos as mesmas qualificações dos dois técnicos referidos por Dr. e Drª. . Será que por ter opinião contrária à da empresa sou menos do que outros? Do Dr. faço questão de prescindir (coisa que falo desde sempre), já que é um prefixo que faz as pessoas maiores do que são, mas do geógrafo já não prescindo, já que é a minha profissão.

2 - Na página 15, consta uma figura, a qual tem a seguinte legenda:

Figura IV. 5.1 - Implantação da delimitação dos habitats protegidos sobre ortofotomapa de 1995 (CNIG, 2008)

Este foi um facto que descobri apenas e só porque tenho a fotografia aérea de 1995 daquela área, já que tive de a comprar para um trabalho de investigação que iniciei em 2006. O facto é que o que consta nesta página não é um ortofoto de 1995, é sim um ortofoto posterior a 1998, algo que representa não só uma imprecisão muito grave, que benificia a posição da empresa que explora a pedreira dos Penedos Altos, bem como representa uma evidente manipulação de informação priveligiada, como são os ortofotomapas. Não sei de quem é a culpa deste facto, mas é algo que tem de ser investigado, pois é inaceitável que aconteça algo como isto. Quando trabalhamos com ortofotomapas sabemos de que ano são, portanto tirem as vossas próprias conclusões.
Uma das curiosidades deste facto é que a empresa refere que a central de alcatrão em 1995 já existiria, quando afinal a fotografia aérea de 1995 desmente enequivocamente esta posição da empresa. Portanto a central de alcatrão é posterior ao PDM (1997) e portanto não tem enquadramento legal (algo de complicado de se justificar).

3 - Na página 23, é referido:

«Não foram encontradas grutas na área do projecto, nem na sua envolvente próxima»

Esta afirmação é extraordinária, já que no estudo que foi feito para a ampliação da pedreira, não foi consultado um estudo já com 20 anos sobre grutas e cavidades desta área, bem como não foram consultados os espeleólogos que trabalham nesta região. Mais ainda porque existe uma foto bem explícita, de um algar situado dentro do perímetro da pedreira, que foi destruído em 2007 sem que ninguém tenha sabido (além de mim e de outros espeleólogos).

4 - Outro facto que eu considero pouco elegante, é o referido na página 12:

«Na verdade os reclamantes se não tiveram conhecimento foi pelo facto de ou se encontrarem ausentes, o que se compreende por não serem residentes, ou por alheamento e desinteresse ou distracção das questões importantes da "sua" terra...»

A presunção desta empresa é curiosa, será que sabe melhor das vidas dos reclamantes dos que os próprios? Além disso reparem os leitores na expressão «da "sua" terra», a forma como rodeiam a palavra «"sua"» é bastante curiosa, parece até que é no sentido depreciativo, será que há cidadãos de segunda e de primeira? Fica a questão no ar...

5 - Uma outra questão, a qual eu considero quase que difamatória, é a referida pela Bripealtos na página 11:

«.... entenda que, mesmo que só nove postos de trabalho não sejam importantes na dinamização da economia de uma região que apresenta um quadro de desertificação...»

Bem, aqui as coisas ficam ainda menos favoráveis para a Bripealtos, já que não só eu considero os tais 9 postos de trabalho na dinamização da economia, bem como defendo-os, tendo eu apresentado propostas e alternativas para o fecho desta pedreira. Apresentei alternativas e projectos que se projectam no espaço e no tempo, já que eu apresentei alternativas sustentáveis, baseadas no aproveitamento do potencial económico desta área e da própria região, tendo em conta o seu património natural e cultural (criando dezenas de postos de trabalho).
Além disso, no meu parecer (durante a fase de participação pública), mostrei preocupação sobre o encerramento, em 2004/05 de uma casa de turismo rural que fechou devido à actividade nociva da pedreira, portanto mostrei claramente o meu interesse na questão dos postos de trabalho, mesmo que nesta antiga casa de turismo rural estivesse em causa "apenas" um posto de trabalho.

Neste momento, dou uma espécie de benefício da dúvida, mas se a Bripealtos, de novo, fizer algum comentário que não corresponda à verdade das minhas afirmações, farei questão em seguir para um processo por difamação. Não tolero que uma empresa não tenha a capacidade de aceitar comentários honestos e devidamente fundamentados, fazendo depois afirmações atentatórias da imagem da pessoa que faz críticas imparciais, legais e honestas, sem manipulação alguma.

A empresa que explora esta pedreira tem, primeiro que tudo, saber aceitar opiniões diferentes da sua, não se trata aqui se dizer mal de pessoas ou empresas, não é a minha forma de ser, é sim de tratar assuntos como este de forma séria sem manipular a opinião pública, doa isso o que doer seja a quem for.
Aproveitava já agora para relembrar que esta empresa comprometeu-se a colocar sismógrafos em algumas casas próximo da pedreira até Setembro, algo que até agora não aconteceu.

17.11.09

O "semblante encapotado" da Serra de Alvaiázere


Estávamos ainda em 2007 (Outubro), quando fui avisado que estavam a rasgar a Serra de Alvaiázere, o objectivo seria a abertura de uma estrada de acesso para um parque eólico. Já em 2004 tinham tentado implantar ali um parque eólico, mas sem sucesso, pois foi chumbado.
Esta notícia para mim era no mínimo estranha, já que eu, na altura, trabalhava na Câmara Municipal de Alvaiázere, na qualidade de técnico superior em geografia. A primeira coisa que me veio à cabeça foi " porque é que sendo eu a pessoa mais credenciada na matéria não soube de nada?".
Foi com uma certa consternação que vi uma outra informação algo estranha, após pesquisa nas actas da Câmara Municipal de Alvaiázere, vi que a acta nº 17/2007, datada de 6 de Setembro, dava um parecer positivo para o tal acesso ao parque eólico. Tinha sido requirido um parecer, pelo autarca local, à Divisão onde eu prestava serviço a essa mesma data, e eu nunca tinha sabido de nada, algo de realmente estranho sendo eu a pessoa mais habilitada para esse mesmo parecer.

Entretanto comecei a informar-me, já que não queria estar a formar opiniões sem saber de facto o que se passava. Poucas semanas depois soube que não havia autorização para a abertura de qualquer estrada, havia apenas autorização, do Ministério do Ambiente, para fazer um desbaste de vegetação para permitir a passagem de máquina de sondagens.
Parecia que havia ali uma política de terra queimada, destrói-se primeiro e pergunta-se depois.



Foi ali que comecei a perceber que havia qualquer coisa que batia mal, tendo começado a mexer-me no meio de forma a denunciar a situação gravíssima que se estava a passar. Muito antes de ter tido os problemas que me levaram à saída compulsiva do meu posto de trabalho, já eu tinha feito alguma investigação, coisa que uma pessoa em especial tentou esconder da opinião pública, pois a certa altura houve quem dissesse que eu tinha feito denúncia desta situação em particular apenas após Dezembro de 2007, quando afinal meses antes já eu andava no terreno, há documentação disponível na internet que comprova isto mesmo (um dos documentos foi discutivo num fórum de geógrafos em Novembro de 2007).

http://azinheiragate.blogspot.com/2008/05/parques-elicos-e-desordenamento-do.html


Ao longo das semanas a investigação ia avançando e as minhas denúncias também, as quas foram feitas nas entidades próprias e não na praça pública, portanto o que agora refiro (à excepção do que direi no final) já não é nada de novo, estou apenas a atar pontas soltas.


Descobri então outra coisa curiosa, algo que até hoje ninguém me respondeu, mesmo tendo eu questionado à quase ano e meio as entidades oficiais, onde é que está a declaração de impacte ambiental, ou melhor a sua revovação? Sim, porque a DIA datada de 2004 nunca foi revogada e um projecto nunca pode arrancar sem este importante documento.

Fiz, na altura, alguns vídeos no youtube que denunciavam vários factos muito estranhos, no mínimo:


http://www.youtube.com/user/joaopauloforte#p/u/30/eMFox97ates


http://www.youtube.com/user/joaopauloforte#p/u/31/H8jR5zYaFp8


http://www.youtube.com/user/joaopauloforte#p/u/32/LJZJOr7mjGM


http://www.youtube.com/user/joaopauloforte#p/u/33/-XcvN6NzUzo


http://www.youtube.com/user/joaopauloforte#p/u/24/nS_24zzSXh8


http://www.youtube.com/user/joaopauloforte#p/u/10/GnJR3DFBXvU


Depois de terem visto estes breves comentários, penso que já estão em condições de perceber que ali há gato, mas continuemos...


Outro facto que fiz questão em salientar foi o porquê de todo este processo estar a ser feito nas costas da população, ou então o porquê da falta de diálogo entre a SEALVE, SA, empresa promotora, e a população. Curioso é ninguém, da população, saber quem está por detrás de uma empresa denominada por Sociedade Eléctrica de Alvaiázere, SA. Onde está o diálogo com a população?

Ainda mais estranho, na altura, era o facto de todas as afirmações sobre este caso serem feitas por alguém que não funcionário ou gerente executivo da empresa promotora, ao invés era sempre o autarca local que fazia afirmações sobre as matérias relacionadas com este processo, porquê? Sendo os terrenos baldios não seria correcto ser a população a fazer afirmações?


Na altura, e em sede própria, até pedi que me fosse respondido pela autoridade própria, se este autarca teria algum tipo de ligação, directa ou indirecta com a empresa promotora de parque eólico. Igual pedido foi feito sobre um elemento da Assembleia de Câmara, o ex. ministro Arlindo de Carvalho. Foram duas questões que até agora, quase dois anos depois, não me foram respondidas.


Quanto mais eu investigava, mais a pressão sobre a minha pessoa aumentava, parecia que havia quem temesse esta minha investigação. Descobri coisas muito curiosas, além do que referi até agora, desde uma curiosa delimitação do maior castro da península ibérica, a qual não incluia todo o perímetro do povoamente arqueológico (na parte não incluída surgiam três torres a ser implantadas), até um edifício com mais de 30 metros, para apoio ao parque eólico (com garagem e tudo). Tudo isto numa serra reconhecida a nível internacional pelo seu valor natural e cultural, algo de lamentável.


No estudo elaborado por uma empresa externa até surgiam coisas estranhas, desde afirmações que não correspondiam à verdade científica, até contradições notórias sobre habitats protegidos.


Tudo isto foi rebatido, entre outros, por mim durante o processo de participação pública, sendo que durante este processo o acesso à informação foi-me muito dificultado. Uma das dificuldades surgiu quando fui à Câmara Municipal de Alvaiázere para consultar a documentação, tive inclusivé de fazer uma queixa por este mesmo facto (não fiz queixa no livro de reclamações porque entendi que por causa de uma pessoa só não pode pagar a imagem de uma instituição nobre como é o caso desta autarquia), fazendo a queixa à entidade mais indicada.


Mesmo no site onde deveria constar o Resumo Não Técnico, da Agência Portuguesa do Ambiente, este esteve inacessível durante todas as vezes que eu tentava consultar, algo de muito estranho. Mesmo agora podem procurar que a única coisa que surge é do 2004, porquê?


Já em 2008, e após muita tinta correr nor jornais, surgiu o esperado 2º chumbo do projecto do parque eólico, algo, para mim, de perfeitamente natural, já que era um projecto inaceitável para esta Serra em especial e havia alternativas para o parque eólico.


Após o chumbo, surgiram algumas vozes discordantes, dizendo que todos aqueles que tinham dado parecer negativo a este projecto absurdo (eu e várias entidades locais e regionais), deveriam reçarcir a autarquia pelo prejuízo causado pelo atraso neste projecto, algo de lamentável da parte do autarca local, Paulo Tito Delgado Morgado.


http://azinheiragate.blogspot.com/2008/12/elica-gate-na-serra-de-alvaizere.html


Logo começou um processo, liderado por este autarca, com vista à reanálise deste processo com vista a uma aprovação do mesmo. Foi apresentado um projecto que pessoalmente considerei como que uma pressão ineceitável para reverter o chumbo:


http://azinheiragate.blogspot.com/2009/05/exclusivo-nacional-alvaiazere.html


Já este ano, há poucos meses surgiu no site da Câmara Municipal de Alvaiázere um aviso sobre a passagem de linhas de alta tensão para o parque eólico da Serra de Alvaiázere, algo que me intrigou. Afinal sendo eu uma pessoa bem informada não sabia que o chumbo tinha sido revertido, continuo sem saber, seja oficial ou não oficialmente, já que os meus "tentáculos" chegam bem longe...


Ainda hoje tento procurar informação sobre isto, já que tento estar actualizado todas as semanas. Há poucos dias, quando passei por Alvaiázere, surgiu uma pessoa que me avisou que já andavam máquinas a tratar de começar as obras para as linhas de alta tensão, algo que me incomodou profundamente, já que parece que a política por terras de Alvaiázere é a política da terra queimada, faz-se primeiro e questiona-se depois. Uma técnica usada por pessoas sem escrúpulos, resta saber quem são realmente estas pessoas...


Penso, com toda a certeza, que este é um caso passível de investigação por entidades competentes na matéria, bem como da imprensa nacional, pois temo que haja aqui factos que sejam graves demais para que um jornal regional investigue e depois possa ter sérios problemas por isso.


Basicamente poderá ser um furo jornalístico de relevância supra-regional!


Não é costume meu pedir favores, apenas os peço em favor da comunidade, não em meu nome. Por isso peço aos orgãos de comunicação social que semanalmente visionam este blog, nomeadamente Agência Lusa, televisões, etc, que investiguem esta situação, pois os últimos acontecimentos mostram que aqui há gato...


Se eu temo ameaças por estar a mexer-me em terreno perigoso? Sinceramente não, tenho os meus cuidados e tenho as costas bem quentinhas, pautando sempre as minhas afirmações pela verdade e moralidade e não por outras razões que não as do apuramento da verdade. Digo isto por um motivo muito simples, há mais de um ano que fui alvo de ameaças não identificadas quando falei neste caso, portanto quem fez as ameaças lembre-se que estou ainda mais forte do que quando fui alvo de ameaças e continuo a não temer.


Pretendo cabal esclarecimento deste caso e para isso há que apurar responsabilidades, custe o que custar, doa a quem doer...

12.11.09

Quintas com história: actividade emblemática da Albaiaz

A Albaiaz - Associação de Defesa do Património (http://www.albaiaz.com/), é uma associação que ao longo dos anos se tem assumido como uma entidade chave na preservação e divulgação do património natural e cultural. Apesar de operar parcialmente na região se Sicó (além de outros concelhos que não os da região de Sicó), tem feito um trabalho notável em prol do nosso património.

Infelizmente, por vezes, é ignorada pelas entidades que mais deveriam estar interessadas pelo seu trabalho notável, ou seja as autarquias, facto que não dá boa imagem destas, já que uma das razões para o insucesso de muitas políticas regionais é precisamente o ignorar de muitos actores locais de desenvolvimento, caso da Albaiaz.

Uma das figuras mais notáveis que se destaca no seio desta associação local, é o Professor Doutor Mário Lousã, defensor intransigente do património botânico da região de Sicó. Há ainda mais pessoas com grandes capacidades nesta associação, ultrapassando o potencial humano de muitas das câmaras municipais da região.

Uma iniciativa que agora quero destacar e publicitar, é a iniciativa que a Albaiaz tem desenvolvido sobre as Quintas com história, que no dia 21 de Novembro irá deslocar-se à Quinta de Cima, em Chão de Couce, Ansião. É uma oportunidade única e rara de se visitar um dos edifícios com mais história no concelho de Ansião.

Fica a informação sobre esta iniciativa:





7.11.09

As variedades tradicionais enquanto património a divulgar

As variedades tradicionais (agricultura) têm perdido importância e valor a um ritmo exponencial nas últimas décadas, com isso a nossa agricultura de subsistência tem-se ressentido bastante, indo pelo caminho mais fácil através da inclusão de variedades muito pouco amigas do próprio ambiente. Empresas gigantescas, como a Monsanto, têm pervertido a nível mundial a lógica da agricultura, pensando só e apenas no lucro fácil, mesmo que isso leve ao desaparecimento de um património genético importantíssimo para a humanidade.

Tendo em conta que faço questão em divulgar tudo aquilo que considero importante no domínio ambiental, quero desta vez abordar uma questão à qual não tenho dado a devida atenção, a componente biótica da natureza. Para isso, divulgo uma associação que quem não está por dentro destas matérias deve conhecer, mais ainda porque bem perto da região de Sicó se localiza um dos locais onde podem conhecer in loco esta questão.

Peço então a vossa atenção para esta temática e em vez de vos "massacrar" com texto, deixo-vos com um documento da Associação Colher para Semear - Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais, onde se podem inteirar melhor sobre esta importante questão, também para a região de Sicó:





1.11.09

Reconstruir o património é....


Fundamental, mas o que pretendo com este comentário é salientar algo de muito, muito importante. O património, nomeadamente arquitectónico, é uma das imagens de marca da região de Sicó, mas infelizmente muito deste mesmo património está no estado em que esta casa na foto demonstra, ao abandono e em ruínas.
E se esta rica e vasta riqueza patrimonial se pudesse reconstruir/recuperar, com evidentes benefícios económicos? Não é possível dizem algumas mentes iluminadas!
Mas o que é que os números e a realidade da região de Sicó dizem? Bem, em primeiro lugar temos milhares de exemplos como o que a foto ilustra e que podem ser recuperáveis. Em segundo lugar, que infelizmente há muitas empresas de construção civil que em vez de se voltarem para este, ainda, nicho de negócio, continuam em agonia com as suas empresas desajustadas à realidade do mercado e da região.
Há também estatísticas, realmente, muito interessantes que referem que restaurar património é uma das saídas para o desemprego, que, por exemplo, na Holanda, recuperar imóveis pesa 75% na construção civil (reciclam 90% dos resíduos resultante da demolição em edifícios!). A realidade torna-se sinistra quando se aproxima de Portugal, senão vejamos:
- Na Holanda, como disse, representa 75%
- A média europeia é de 40%
- Em Portugal, é de.... 6,5%
E na região de Sicó, será que chega sequer aos 6,5%?
Não resisto mostrar um excerto de um texto (Jornal de Leiria - 20/08/09), onde é referido:
«Elísio Summavielle repete o apelo em Portugal e lembra que há um caminho a percorrer maior do que em outros países. Caminho que passa muito pelo investimento público que as autarquias têm de fazer, quando perceberem que existe um nicho de negócio legado ao turismo cultural à preservação dos centros históricos. Mas há outro problema. Falta mão-de-obra qualificada, como marceneiros, canteiros, estucadores, artesãos e mestres, bem como a exploração de materiais e técnicas de construção tradicionais»
Então se a roda está inventada porque é que não se mete mãos à obra? Porque é que estamos atrasados mais de uma década nesta e noutras matérias? Porque é que temos aqui uma das muitas soluções para preservar o património, trazer riqueza e postos de trabalho e continuamos a assistir a estes tristes exemplos?
Porque é que não ligamos a muitas casas das nossas famílias, deixando-as a cair aos bocados com medo de gastar dinheiro e vêm ingleses, comprando-as e ganhando dinheiro com isso?
Enfim, é mais uma das razões porque temos perdido oportunidades únicas de tornar esta região uma das regiões de excelência do país, ao invés deixamos de forma passiva alguns autarcas e lobbys descaracterizarem muitas das particularidades que nos tornam diferentes, para melhor, de outras regiões portuguesas.
É mais uma questão que vos deixo para pensarem, lembrem-se dela quando passarem por uma bela casa de pedra em ruínas, aí, se calhar, perceberão melhor a importância do que vos tento mostrar. Parem e pensem no que esta região se está a tornar aos poucos...

26.10.09

A instrumentalização de planos de desenvolvimento locais

Os planos de desenvolvimento local, são um dos instrumentos mais importantes para a aplicação e desenvolvimento de políticas que visam fundamentalmente o desenvolvimento local e regional. A definição de linhas estratégicas é algo de estruturante para cada um dos municípios da região de Sicó (e não só...), mas apesar disso, este tipo de planos tem de ser feito com cabeça, tronco e membros.
Os planos estratégicos, são talvez os mais conhecidos neste âmbito, mas actualmente têm-lhes dado nomes mais pomposos, talvez para fugir à rotina.

Na região de Sicó, mesmo apesar de haver uma Associação de Desenvolvimento (Terras de Sicó), não se vislumbra algo de concreto no que concerne à implementação de uma estratégia comum a toda a região, facto mais importante do que cada um dos planos de desenvolvimento locais pensado para cada um dos municípios. Sendo uma região com uma alma comum, não é aceitável que cada um dos municípios tenha o seu próprio plano desenvolvimento, separado ermeticamente dos outros municípios, devia sim existir algo que complementasse, a nível concelhio, um plano regional de desenvolvimento baseado nas mais do que conhecidas e reconhecidas características naturais e culturais da região.

Por vezes oiço dizer que há isto e aquilo, mas quando se analisam os factos pouco ou nada há para ver, falando, obviamente, na existência de algo que se compadeça com um plano de desenvolvimento para a região de Sicó. O que se observa é a defesa de cada uma das capelinhas (municípios) da parte de cada um dos autarcas, os quais curiosamente... mandam na dita Associação de Desenvolvimento.

Por isto mesmo é fácil perceber o insucesso não só da região, bem como de cada um dos municípios no que toca à defesa, promoção e valorização do rico património que é de todos.

Falando agora num caso concreto, onde se assiste a uma mais do que evidente politização negativa de um plano de desenvolvimento, passo a destacar, pela negativa o Programa Director de Inovação, Competitividade e Empreendorismo para o Município de Alvaiázere - PDICE.

Este plano tem uma história que alguns querem esconder, mas como eu estou cá para denunciar casos que prejudicam a região de Sicó, obviamente que faço questão em "destapar a manta".
Os factos, sei-os por um motivo muito simples, à data de início do processo eu trabalhava em Alvaiázere e, por isso, sei a história que é do interesse público.
Inicialmente, quando Paulo Tito Morgado teve a ideia de elaborar um plano estratégico, facilmente chegou à conclusão que valia a pena contratar os melhores. Na altura fiquei positivamente surpreendido porque uma das pessoas da equipe contratada era nem mais nem menos do que um dos principais especialistas de Portugal, no que se refere à elaboração de planos estratégicos. O Professor Carlos Silva é uma pessoa que efectivamente sabe o que faz, sendo-lhe reconhecidas qualidades referência neste domínio, Leccionou em várias faculdades, foi, inclusivé, meu professor na discuplina de Ordenamento e Gestão do Território, onde um dos pontos chave da disciplina é a elaboração de um pequeno Plano Estratégico (na altura efectuei um para Ansião).

A pessoa com a qual foram feitas reuniões em Alvaiázere, na ADECA, foi um docente do Instituto Politécnico de Tomar, que fazia parte da equipa. Foram-me delegadas algumas competências neste âmbito, tendo eu desenvolvido ao longo de algumas semanas, conteúdos próprios para a inclusão desta informação na elaboração de um plano estratégico para Alvaiázere, algo que me entusiasmou bastante, confesso.
Passados dois ou três meses, o contacto deixou de se efectuar, não sabendo eu o porquê da situação, algo que estranhei bastante. A determinado momento parecia que era tabu falar nesta questão.
Passado muito pouco tempo, soube, por uma pessoa, que tinha sido contratada outra empresa para efectuar este mesmo estudo, algo que me baralhou. Nunca mais ninguém me questionou sobre esta questão.

Houve factos, sem dúvida muito estranhos, o primeiro é que aos alvaiazerenses, só lhes foi pedida opinião quando o estudo já estava feito (mas não apresentado publicamente), revelando-se algo de estranho porque um dos pré-requisitos para a elaboração de um estudo deste género é precisamente a participação pública. Mais concretamente os alvaiazerenses deviam ter sido consultados no início do processo, algo de pouco ético. Apenas algumas pessoas e entidades, próximas do autarca local participaram no processo, sendo algo a lamentar profundamente.

Outro facto muito estranho é que na apresentação do plano (PD-ICE), uma das pessoas presentes era nada mais nada menos do que uma ex figura do PSD nacional, será isto normal?
Ficava uma dúvida no ar, já que era, no mínimo estranho, ter sido escolhida uma empresa ligada de alguma forma a pessoas de relevo da mesma cor política de Paulo Tito Morgado.
Tive, na altura a possibilidade de analisar o documento e, honestamente posso dizer que a qualidade deixa muito a desejar, já que facilmente se detectam falhas graves e pouco aceitáveis, apenas possíveis porque o que é referido como "mergulho no território" foi apenas um molhar de pés no Olho do Tordo.

Como é que se fundamenta, a nível ambiental, que a estratégia passe por a utilização turística de um abrigo nacional de morcegos, área não visitável? Ou então que se diga que um local que está em risco de desmoronamento, caso das minas da porta, seja uma boa aposta?
Confesso que uma das coisas que mais me fez rir, foi quando li no documento que os geoparques são um bom exemplo, no que concerne ao desenvolvimento local. Não porque não o sejam, mas sim porque eu já o dizia muito tempo antes da elaboração daquele estudo, ou também por ter organizado um colóquio regional a demonstrar isto mesmo, através da... Câmara Municipal de Alvaiázere, tendo pedido favores pessoais para trazer a Alvaiázere alguns dos maiores especialistas nacionais no ramo. Andar a gastar dinheiro para tentar inventar a roda quando ela ja existe é algo que dá pouca credibilidade a quem o faz.

Chega-se ao cúmulo, neste estudo, de apresentar um geoparque na.... Bulgária, quando afinal a Câmara de Alvaiázere teve oportunidade de assinar um protocolo com um geopark.... português. Basicamente é o que se chama de um tiro no pé e algo que mostra que os ressabiamentos são algo de lamentável da parte de quem os tem, caso de Paulo Tito Morgado.Esta politização de planos é, não só lamentável como inaceitável, pois assim está-se a moldar ás opiniões pessoais planos que não o devem ser. Este tipo de planos deve ter em conta todos e não ser feito à medida de autarcas e das suas ideias megalómanas.

Muitos de vós se lembram de casos em que ex ministros, quando saem dos caros políticos, vão para grandes empresas, ficando sempre a ideia de favorecimentos pouco disfarçados. No que concerne a Paulo Tito Morgado, resta esperar para ver o que se vai passar nos próximos tempos...

20.10.09

Um desafio para todas as escolas da região de Sicó!

Fica aqui um desafio à comunidade escolar da região de Sicó:
15 anos a desafiar as escolas

XV Olímpiadas do Ambiente - 2009/2010

Estão abertas as inscrições para as XV Olimpíadas do Ambiente. Escolas de todo país podem inscrever-se numa das maiores iniciativas nacionais dedicada ao Ambiente e à Sustentabilidade, até ao final do mês de Dezembro 2009, através do site oficial das Olimpíadas do Ambiente www.esb.ucp.pt/olimpiadas.
No decorrer da iniciativa “Tardes do Milénio na Biblioteca Almeida Garrett”, promovida pelo CRE_PORTO e Objectivo 2015 no Porto, de 14 a 21 de Outubro, será apresentada a edição emblemática das Olimpíadas do Ambiente (OA). A presente edição é especial porque desafia as escolas a abordar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio como tema central, focando as ameaças globais, conservação da natureza, estilos de vida, política ambiental, poluição, realidade nacional e recursos naturais. Pretende-se que a comunidade escolar aprofunde os conhecimentos sobre a temática, desenvolva competências para investigar e resolver problemas ambientais e adopte comportamentos que salvaguardem o Desenvolvimento Sustentável. Resumidamente: assumir o seu papel no cumprimento da Declaração do Milénio, compromisso adoptado pelos governos do mundo.Ao longo de quinze anos, o projecto tem vindo a envolver cada vez mais professores e jovens (até ao momento mais de 364 000). As OA constituem uma sólida opção para motivar a integração dos conceitos e práticas ambientais no ensino formal nas escolas portuguesas. Esta iniciativa tem uma larga abrangência na comunidade escolar, sendo destinada a alunos do 3º ciclo do Ensino Básico e a alunos do Ensino Secundário e a professores de todas as escolas nacionais. Existem três formatos de participação: prova, projecto e imagem gráfica.A Final Nacional decorrerá entre os dias 6 e 9 de Maio 2010 no Faial. Pela primeira vez, o culminar de todo o trabalho realizado durante o ano lectivo será realizado numa região autónoma. O Governo dos Açores, através da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, é o digno anfitrião.A Comissão Organizadora é constituída por elementos da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza e do Zoomarine – Mundo Aquático, SA. São parceiros na organização o Governo dos Açores – Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, a Fundação Gonçalo Silveira, Objectivo 2015 Campanha do Milénio e a Escola E.B. 2,3 Silva Gaio de Coimbra. O projecto é apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e as Águas do Algarve, contando também com o honroso Alto Patrocínio da Presidência da República.As inscrições poderão ser efectuadas até ao final do mês de Dezembro 2009, através do site oficial das Olimpíadas do Ambiente www.esb.ucp.pt/olimpiadas. No mesmo endereço electrónico podem ainda ser consultadas todas as informações relativas ao projecto, nomeadamente o regulamento e as principais datas da edição.Para mais informações: Joana Bezerra (olimpiadas@quercusancn.pt; telefone 223 749 249)

17.10.09

Ler para compreender o que nos rodeia

A leitura é algo de útil para todo/as, seja pelo puro prazer seja pelo prazer do conhecimento. No que concerne à temática associada a este blog, é também útil conhecer factos que ajudem a consolidar certos conhecimentos, só assim se consegue ter opiniões devidamente fundamentadas.
Confesso que a leitura era, até ao inicio do ano, algo em que não investia muito, obviamente que excluo aqui as obrigatórias obrigatórias leituras académicas, algo que me fazia deixar de parte a leitura não académica, ou seja livros sobre a temática ambiental que não era "obrigatório" ler. Até ao final de 2008 investia muito nas leituras "académicas", tendo para isso investido bastante na minha biblioteca pessoal, que já vai a chegar aos 100 livros, algo de inimaginável para mim ainda à 9 anos.

Pode parecer um bocado supérflua esta conversa, mas mesmo assim considero que é importante relatar a minha experiência de forma a que alguns de vós comecem a explorar mais este domínio, o da leitura. Desta forma poderão reforçar os vossos conhecimentos de modo a terem juízos de valor que ajudem em muitos casos à protecção do património natural e cultural.

Podia destacar mais alguns livros que li desde o início do ano (apesar de o segundo já o ter lido à mais tempo), mas considero que estes que vos apresento agora são talvez os melhores exemplos para que fiquem a conhecer factos muito importantes. Mesmo eu, apesar de saber alguns dos factos referidos, fico contente em ter a oportunidade de ver sínteses muito boas, como a apresentada no primeiro exemplo que destaco.

Cada um destes livros apresenta factos dignos de nota. Não vale a pena destacar apenas um destes livros, porque cada um deles apresenta coisas diferenciadas, novos conceitos (outros menos novos).

O primeiro livro, "Que futuro", de Filipe Duarte Santos, é fabuloso, sei que já suscitou o interesse noutros países e estará a ser já traduzido. A sua leitura faz-se sem muitas dificuldades, mesmo para o leitor que não está tão por dentro das temáticas abordadas.

O segundo livro, sobre autarquias e desenvolvimento sustentável, é de grande importância, já que leitor pode observar factos bastante preocupantes, os quais têm levado a um enorme insucesso das políticas ambientais nas autarquias portuguesas.

O terceiro livro, "Condomínio da Terra", é algo de inovador, apresenta uma nova forma para gerir os destinos do planeta, mostrando como se pode desligar o "complicómetro" que muitas vezes fazemos a questão de ter ligado. É, sem dúvida uma enorme revelação, de um autor português!

Já o último livro apresentado, é algo que contraria a visão estereotipada de muitos jovens autarcas economistas, que utilizam formas de pensar já muito ultrapassadas. Mostra um "simples" facto, o de que é possível governar este planeta através de uma economia sustentável, algo que alguns pseudo-economistas tentam esconder (já que assim lhes estraga os planos para ganharem muito dinheiro gerindo o território de forma depradatória).








Penso que nao há nada melhor do que pegarem num destes livros e investirem na sua leitura, é bem mais útil e agradável do que passar um fim de semana inteiro num bar a fazer passar o tempo. Uma das possibilidades para os que não podem comprar livros, é passarem numa das muitas bibliotecas municipais da região de Sicó e requisitarem o belo livro, tenho reparado que algumas destas bibliotecas têm enriquecido o seu espólio com alguns livros bem interessantes na temática ambiental!

Boas leituras!

9.10.09

Noras: um património esquecido na região de Sicó

Nora com alcatruzes


A nora é, como muitos de nós sabemos, um engenho para tirar a água dos poços. Provavelmente poucos são os que sabem afinal quantas noras há na região de Sicó, mas uma coisa vos garanto, são bem mais do que possam imaginar...
Mesmo já conhecendo razoavelmente bem a região de Sicó, a cada dia que passa descubro mais aparelhos deste género (sem contar com as picotas). Apesar de já conhecer algumas noras, ao longo dos últimos anos fui tendo mais atenção ao que afinal é mais um, entre muitos outros, do nosso património, mesmo em locais pouco expectáveis continuo a conhecer mais noras, algumas delas ainda em razoável estado de conservação.
Alguns destes exemplares estão em avançado estado de degradação, necessitanto de urgentes medidas de recuperação. A outras resta, talvez, um lugar num espaço museológico.
Um apelo que eu deixo aos municípios da região de Sicó, é que recuperem estes belos exemplares, alguns deles podem voltar à sua função ancestral, mesmo que "apenas" integradas em roteiros turísticos, é algo de muito valioso e que pode ser integrado de forma perfeita em algumas actividades nesta região.
Infelizmente este é um dos muitos exemplos que temos na região, apesar de terem grande valor cultural, não lhes damos o real valor e, por isso, perde-se um rico património. Ainda à poucos meses estive num encontro promovido pela Albaiaz (Associação de Defesa do Património), onde foi abordada esta questão de forma bem elucidativa.
Falem com as vossas juntas de freguesia, câmaras municipais, associações locais, só assim poderemos impedir que se perca este vasto património. A participação pública é uma das formas mais eficazes de se impedir a perca da identidade regional, por isso façam uso dela!

3.10.09

Intermarché de Ansião com gesto pouco amigo do ambiente

Terá sido, porventura, um gesto irreflectido de uma funcionária, mas mesmo assim quero deixar o alerta, o qual pretendo que sirva de exemplo de uma próxima vez que se possa repetir num estabelecimento qualquer, aqui na região de Sicó (e não só...).
Quando uma pessoa vai às compras, é livre de levar sacos de casa, para poupar o ambiente. Uma das formas de ajudar o ambiente é utilizar sacos de pano, algo que já alertei à muitos meses. É uma opção simples, barata e amiga do ambiente, já que a utilização dos sacos de plástico é um gravíssimo problema ambiental.
Aconteceu à poucos dias, que um cliente do Intermarché de Ansião foi proibido de utilizar sacos de pano, já que este cliente (não sou eu, obviamente), utiliza regularmente sacos de pano. Este acto, além de lamentável é ilegal, tenho pena que o cliente não tenha utilizado o livro de reclamações, pois o que aconteceu é algo de inadmissível. Fez apenas uma reclamação não escrita, ou seja verbal.
Obviamente que dou o benefício da dúvida ao Intermarché de Ansião, no que concerne à não repetição de algo do género. Fica, no entanto um apelo a toda/os aquela/es que fazem compras, levem sacos de pano em vez dos de plástico, e no caso de vos ser recusado, utilizem o livro de reclamações, é um direito que vos assiste enquanto comsumidores.
Fica também um conselho às superfícies comerciais da região (e não só), utilizem sacos de pano e façam publicidade neles, é uma forma de marketing bastante inteligente e amiga do ambiente!

21.9.09

Grutas e religião na região de Sicó

É um dos muitos nichos com imenso potencial na região de Sicó, a relação entre grutas e/ou cavidades com a religião. É também um tema claramente pouco explorado, não só nesta região bem como em todo o Portugal Continental.
Foi este ano que foi publicado através da Sociedade Brasileira de Espeleologia, um artigo que versa sobre esta questão em território português, sendo abordado, entre outros, o caso da Senhora da Estrela, em Pombal.
A existência deste artigo é ainda desconhecida aos olhos de 99,9999% dos que vivem na região de Sicó, por isso mesmo trago-vos aqui este mesmo artigo, o qual pode ser consultado no seguinte link:

http://www.sbe.com.br/ptpc_v1_n2.asp

Como poderão ver, foi o Grupo Protecção Sicó que esteve à frente deste feito, escrever sobre algo polo qual poucos se interessam. É pena, pois bem aproveitado, este nicho do turismo pode revelar-se muito proveitoso para uma região rica em bons exemplos a variadas escalas.
Mesmo assim fica a nota muito positiva para os "descobridores", pois daqui a alguns anos quando algumas mentes, ditas inteligentes, chegarem à conclusão que há enormes benefícios económicos, outros irão dizer, mas isso já se sabia, pena não terem potenciado esse recurso mais cedo...

15.9.09

"Terras de Sicó", um projecto falhado

Quem me conhece e costuma falar comigo sobre a temática de Sicó, sabe que eu quase me recuso a utilizar a expressão "Terras de Sicó", pelo menos desde os últimos 2 a 3 anos. Faço isto por uma questão muito simples, não aprecio nada que se confunda o nome da região, com uma entidade da região, por isso há que diferenciar claramente a região de Sicó, da "Terras de Sicó".
Curiosamente ainda nem sequer me dei ao trabalho de corrigir a expressão que eu próprio utilizo erroneamente na foto do topo neste blog, os mais atentos já devem ter reparado... mas brevemente irei repor a verdade (tenho adiado demasiado).

Pode parecer confuso, mas até a mim já me aconteceu, em conversas com pessoas de fora, apresentar a região como "Terras de Sicó" e não região de Sicó.

Mas, para os que não sabem, afinal o que é a "Terras de Sicó"? Simples, é uma associação de desenvolvimento da região de Sicó (http://www.terrasdesico.pt/). Curiosamente, apesar de ser da região de Sicó, não abarca toda a região de Sicó (?), fazendo uso sim de limites administrativos de concelhos vários, situação que efectivamente não corresponde à "verdade geográfica", aspecto último que já abordei há poucas semanas (a questão dos limites da região de Sicó).

Esta associação de desenvolvimento, quanto a mim, apresenta vários problemas, o principal é a politização da própria entidade, posição assumida pela própria "Terras de Sicó". Os outros problemas que detecto no funcionamento desta associação, são precisamente decorrentes da efectiva politização desta entidade, a qual não deveria, de todo, ser uma entidade politizada.

Uma associação de desenvolvimento, na verdadeira acepção da palavra, não pode ser uma entidade deste género, a não politização de uma associação de desenvolvimento é como que um pré-requesito para o seu sucesso enquanto dinamizadora de toda uma região.

Uma associação de desenvolvimento deve ser constituída por pessoas longe da instrumentalização política, já que de que vale a pena criar uma associação de desenvolvimento se ela não passa de uma extenção da influência de um autarca durante a vigência do seu mandato nesta mesma associação de desenvolvimento?

Será que tem alguma lógica ser um presidente de câmara a decidir por uma associação de desenvolvimento? Já não chega a influência, muitas vezes negativa, nos seus municípios? Como pode ser uma classe política, com ideias muitas vezes estereotipadas sobre desenvolvimento regional, um vector de desenvolvimento para a região de Sicó?

O insucesso da "Terras de Sicó" nota-se a vários níveis e a várias escalas, desde a organização de actividades várias para as quais não têm o necessário know how, contratando empresas de fora sem o fundamental know how, até à implementação de projectos sem o fundamental acompanhamento de entidades (não politizadas) que sabem efectivamente o território que temos. Este é um erro crasso desta associação de desenvolvimento.

Ficaria muito satisfeito se surgisse uma associação de desenvolvimento regional, imparcial, que em poucos anos pudesse competir com a "Terras de Sicó", penso que a região ficaria a ganhar muito com isso e o património agradeceria...

Se calhar, muitos dos que estão a ler este comentário pensam agora " como pode ser se esta associação está a conseguir alguns projectos?". É verdade, mas, de acordo com a minha experiência, muitos projectos poderiam estar já a decorrer há mais de uma década e com sucesso. A região de Sicó está muito atrasada no que concerne ao desenvolvimento regional, de acordo com as suas potencialidades, infelizmente faz-se crer que o progresso está a chegar porque apenas agora foi possível. O grave disto não é apenas o atraso, é sim a falta de sustentabilidade de muitos dos projectos. Além disso, estão na forja alguns projectos promovidos por interesses económicos externos que vão minar algumas das potencialidades da região, como é isto possível?

Este é um tema que dá para escrever muito, muito mesmo, por isso fica a promessa que voltarei a este tema, querendo com isso contribuir para uma discussão séria sobre algo que considero um problema a nível da região de Sicó.
Espero que este comentário ajude à reflecção pessoal da "Terras de Sicó" sobre o seu papel enquanto associação de desenvolvimento regional. Considero que seria positivo uma mudança de nome desta associação, além claro da mudança de mentalidades e paradigmas da mesma.


8.9.09

Vamos limpar a região de Sicó?!

http://limparportugal.ning.com/


É uma iniciativa que vai englobar o país todo, no entanto, o meu contributo será a nível da região de Sicó, querendo eu com isto em primeiro lugar divulgar a potenciais interessados, e em segundo lugar divulgar por toda a população, já que todos podem ajudar seja no desenvolvimento desta iniciativa seja na própria localização de lixeiras várias espalhadas pela região.

Em primeiro lugar o que aconselho é que vão ao link que consta por debaixo do logo desta iniciativa, aí podem inteirar-se da situação em termos globais e ver o enorme potencial que esta iniciativa tem na resolução de um problema ambiental grave na região que todos gostamos!

Esta iniciativa é simplesmente brilhante, vejam a sua origem e percebam como de forma simples se consegue resolver um problema bem complicado:


Eu quero dar o meu contributo não só através da divulgação do "Limpar Portugal", bem como pela participação activa nesta iniciativa ímpar em Portugal. Já me inscrevi, agora peço a todos os que se preocupam por esta questão (que interessa a toda/os vós) que ajudem a tornar esta iniciativa um marco na história da região e do país!

Vamos acabar com imagens como esta?!

4.9.09

BTT sem regras destrói o património da região de Sicó!

É um tema que me anda a incomodar já há demasiado tempo, e por isso destaco agora algo que interessa a todos os que não só gostam da região de Sicó, mas também praticam um desporto que tem crescido de forma exponencial nos últimos anos, algo que tem começado a levantar um sem número de problemas...

O BTT é um desporto fabuloso e a região de Sicó também o é, mas noto que nos últimos 3 a 4 anos esta associação tem tido impactos bastante negativos, não pela prática deste desporto em si, mas pela falta de regras que tem levado a uma exploração abusiva de provas de BTT que visam, para alguns, apenas o lucro financeiro. Esta nota deve-se a algumas provas, organizadas na região de Sicó sempre pela mesma pessoa, que costumam ter mais de 500 participantes (ou 1000...), será isto racional? Infelizmente costumam até ser apoiadas por algumas das Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia da região de Sicó.

A resposta é simples, NÃO! O motivo é simples, há áreas sensíveis do ponto de vista ambiental que não se coadunam com tamanha barbárie que é a passagem de tanta gente num determinado local em tão pouco tempo. Em estudos ambientais há uma coisa chamada de capacidade de carga, significando isto que num determinado local não deverão passar mais do que X número de pessoas. Apliquem este raciocínio a algumas áreas mais sensíveis da região de Sicó.

Penso que o melhor exemplo do que falo, podem observar num vídeo no youtube, onde numa destas provas se assiste a um cenário pouco aceitável, todos ficaram a perder, o património e os participantes da prova:


Reparem mais ou menos aos três minutos deste vídeo o cenário que se assiste, será que é isto que se pretende numa prova de BTT que supostamente visa divulgar as belezas da região a pessoas de várias regiões de Portugal? Será que isto é um bom exemplo do que temos para oferecer?

Mostro este exemplo em particular apenas e só porque não encontrei o vídeo de outra prova onde a mesmíssima pessoa esteve por detrás e que se realizou no Vale dos Poios, local que devia estar protegido a este tipo de barbárie desportiva que apenas ajuda à depradação de alguns dos locais mais bonitos da região. Não tenho nada contra a pessoa que faz isto, apenas tenho contra o seu comportamento face ao exposto, curiosamente até conheço a pessoa em causa...
Confesso que, por vezes, é pouco confortável falar de temas que podem ferir as susceptibilidades de pessoas amigas (tenho muitos amigos que praticam BTT e que podem ficar algo incomodados com este comentário crítico, mas construtivo), mas temos de separar o trigo do joio!
São muitos os maus exemplos, uns piores do que os outros e a variadas escalas, mas todos eles têm em comum o facto de a sua organização deixar muito a desejar em termos desportivos e mesmo legais, já que sendo alguns deles em Rede Natura 2000 carecem de autorização por parte do ICNB.

Uma das formas que eu proponho para se resolver este problema é muito simples, permitir apenas que pessoas devidamente credenciadas por entidades como por exemplo o ICNB pudessem organizar este tipo de provas desportivas.


Esta foto mostra precisamente outro dos problemas (além da passagem dos participantes), a abertura de troços "especiais" para provas deste género. Abertura esta que deixa apenas locais sensíveis do ponto de vista ambiental (e protegidas...) vulneráveis à degradação acelerada, algo que é completamente inaceitável!
Relativamente a esta última foto, já falei com os responsáveis a alertar para a ilegalidade desta acção em particular, vi que houve alguma receptividade e algum mea culpa e ofereci-me para ajudar profissionalmente nesta complexa questão, a ver vamos o futuro...
Não vamos deixar a região de Sicó sofrer com estes abusos, ou vamos?! Fica o alerta...

30.8.09

Quanto custa ajudar a proteger o que é de todos?!


É uma questão pertinente esta que vos coloco agora, quanto custa afinal ajudar proteger o que é de todos? Quanto pode custar ajudar a proteger a floresta da região de Sicó, uma das suas riquezas mais importantes?
Para, de alguma forma, vos ajudar a perceber esta problemática, divulgo agora uma história contada na primeira pessoa do quanto pode significar isto mesmo. É algo que nunca foi divulgado na praça pública por vários motivos, o principal é que até há poucos meses ainda pensava que a história teria um final feliz. Infelizmente isso não aconteceu e, por isso, decidi partilhar os factos de forma a todos saibam afinal o país em que vivemos e com aquilo que podem contar em algumas situações.
Eram cerca das duas da madrugada do dia 7 de Agosto de 2005 e lavrava um incêndio de grandes proporções entre os concelhos de Ansião e de Alvaiázere, ia já na segunda noite consecutiva sem pregar olho, literalmente. A determinada altura e pelo "simples" facto de que quando andamos tantas horas a ajudar que a floresta não arda, as nossas defesas e atenções baixam de forma proporcional ao cansaço, algo que induz infelizmente a acidentes, aconteceu mesmo um acidente grave.
Não vou contar especificamente como aconteceu o acidente, mas basicamente um carro de bombeiros passou-me por cima, tendo passado por cima da totalidade de um dos braços (tive a marca no braço durante dois dias) e fui a arrojar durante uns metros debaixo do carro devido ao capacete que se prendeu no diferencial do veículo.
Após estes factos, obviamente fui para o hospital, primeiro em Pombal, onde esperei 1hora para ser transferido para Coimbra, mais especificamente para o CHC. Neste hospital, basicamente retiraram-me as botas e foram tirar vários RX (da cintura para cima foram uns poucos....), tendo logo recebido a inacreditável notícia que não tinha nada partido, algo que me surpreendeu, já que não só é difícil sobreviver a um acidente deste género, bem como sobreviver sem partir sequer um osso. Logo de seguida colocaram-me um soro e levaram-me para um espaço póprio onde dormi umas horitas até que uma ambulância me foi buscar de volta a casa, tendo primeiro de passar por uma farmácia para comprar alguns medicamentos. Seguiu-se uma maratona de cama para descansar deste acidente.
A história não termina aqui, começa precisamente a partir deste momento, pelo menos a parte que interessa mais a todos vós. Depois do acidente, as dores que me pareciam normais nos primeiros dias nunca mais pararam, algo que me começou a intrigar, já que passados alguns meses as mesmas ainda não tinham parado. Começou a primavera de 2006 e fiquei intrigado, algo que me levou a um médico.
Visto pelo médico, este indicou-me um especialista onde poderia ir fazer uma ecografia ao ombro, local das dores mais intensas, desloquei-me então para fazer esse exame, o qual detectou que efectivamente havia um problema decorrente do acidente, algo que não foi detectado na altura porque o exame necessário pura e simplesmente não foi feito no local próprio.
Visto isto, tornou-se evidente que teria de fazer fisioterapia, tendo-me deslocado ao mediador do seguro que supostamente me cobriria as despesas médicas. Foi-me dito nessa altura que o processo seria reaberto e que poderia estar descansado para proceder aos tratamentos, por isso não me tendo sido indicada nenhuma clínica em particular, desloquei-me à que me tinha sido recomendada por algumas pessoas com know-how na matéria.
Fiz então várias sessões de fisioterapia (Dezembro de 2006), já que tinha genéricamente o ombro deslocado (algo que surpreendentemente não me foi detectado no hospital), tendo no final procedido ao respectivo pagamento do meu próprio bolso para posteriormente enviar os recibos à companhia de seguros. O total das despesas foi na ordem dos 700 euros.
Logo depois de terminada a fisioterapia, onde fui muito bem tratado, enviaram-se os recibos para a companhia, tendo eu esperado vários meses sem que alguma resposta me tivesse sido dada. Por estranhar este atraso, desloquei-me de novo ao mediador de seguros, tendo o mesmo telefonado para a seguradora a pedir explicações. Foi-me dito que o processo estava esquecido na sede em Lisboa, algo que me começou a preocupar. Passados dois meses desloquei-me de novo ao mediador, tendo-me sido dito nessa altura que a seguradora já tinha pago à clínica onde tinha feito os tratamentos, tendo logo ido à essa mesma clínica, onde me foi dito que afinal não era bem assim...
Revoltado, fui, mais uma vez, ao mediador, onde, de novo, foi feito um telefonema para Lisboa e me foi prontamente dito que a seguradora não pagaria porque eu não tinha ido ao local próprio, uma outra clínica.
Após toda esta telenovela, fiquei muito sinceramente desiludido com o que se passou, perdi muito dinheiro sem culpa alguma (o mediador terá sido o principal culpado...), fiquei a saber que efectivamente os bombeiros não são apoiados quando têm acidentes em serviço a proteger o que é de todos! Sei também que tenho um problema de saúde para a vida inteira, com dores quase diárias que me limita em parte em alguns esforços e que com os anos me vai limitar cada vez mais.
A culpa? Em primeiro lugar é do incendiário que colocou o fogo, em segundo do mediador, em terceiro de todos aqueles que me deviam ter apoiado a resolver este problema e em último lugar aos burocratas deste país, que para dar apoio áqueles que protegem a nossa floresta não dão e para dar apoio aos corruptos já dão. Desculpem este desabafo mas tinha de ser...
Mesmo assim continuarei a ajudar a proteger a nossa floresta, seja na região de Sicó ou não (nem que seja na China...) e continuarei a fazer o mesmo de sempre, ajudar ou outros, mesmo que isso me custe várias coisas, saúde e dinheiro...
Este episódio é apenas sintomático do que este país tem vindo a ser nas últimas décadas, um país com potencial imenso mas que o vai perdendo a uma velocidade cada vez maior com a complacência de todos nós, políticos e lobbys, mas também de todos nós, pois dizemos que as coisas estão mal, mas a grande maioria não passa disso mesmo, fica passiva e com isso o país perde o seu património...