27.6.22

Dois livros a não perder...



Eram para ter sido incluídos no último comentário que fiz sobre a temática dos livros, contudo, e à altura, ainda não tinham chegado às minhas mãos. Agora, já em trânsito para a minha biblioteca pessoal, posso abordar novamente esta temática que tanto me alegra e à qual dou excepcional importância.

O primeiro livro foi apresentado há poucos dias na Biblioteca Municipal de Alvaiázere, local onde estiveram os três autores desta notável homenagem ao património natural de Sicó. Além do meu exemplar, autografado pelo estimado amigo e presidente da Al-Baiaz, Élio Marques, comprei um extra para oferecer a um amigo destas lides que já andou comigo por Alvaiázere e Ansião em busca da sua biodiversidade para análise científica. Enquanto sicoense, agradeço aos três autores por este importante livro, o qual espero que ajude a inspirar todos aqueles que pugnam pelo património natural da região de Sicó. Quem estiver interessado na compra do livro, pode entrar em contacto com a Al-Baiaz, ou então falar comigo, que eu agilizo a aquisição dentro do que me for possível.

O segundo livro é da autoria do Professor Galopim de Carvalho, conhecido da maioria dos portugueses, dada a sua visibilidade, entre outros, na causa da preservação do património paleontológico. Já estive a dar uma olhadela e vi muita curiosidade que me surpreendeu. Uma delas foi sobre Vila Chã, actualmente, e erroneamente, Vila Cã, em Pombal. Mas há muitos outros topónimos da região de Sicó que são ali descritos, facto que é deveras interessante e justifica a aquisição deste simples, mas genial, livro sobre os topónimos com origem na geologia e geografia portuguesas. Nos próximos tempos irei tentar debater alguns destes topónimos nos vários grupos sobre a região existentes nas redes sociais. Há que estimular o conhecimento geográfico!

23.6.22

Marketing territorial gratuito para a "minha" bela Sicó!



Há quem possa dizer que vale o que vale, e que é apenas uma migalha. Concordo, contudo lembremo-nos que um pão é constituído por milhares de migalhas. Trocadilho à parte, há poucos dias surgiu na minha conta do Instagram um "alerta" especial, relacionado com uma das minhas publicações. Neste caso foi uma publicação sobre um comentário que fiz, ilustrado com uma bela fotografia (modéstia à parte), a qual chamou à atenção quem o partilhou. Vale o que vale, mas isto pode ser mais uma muito pequena ajuda no marketing territorial da região e concretamente de Alvaiázere. E isto sem custos associados nem campanhas publicitárias. Foi apenas algo feito por carolice e pelo gosto de quem gosta da região e de Alvaiázere. E há quem seja pago para fazer isto sem que chegue longe, imagine-se...
Já não é a primeira vez que isto aconteceu. A última vez foi através de uma outra publicação que fiz, sobre uma corrida de carrinhos de rolamentos em Pombal. Uma foto chegou à televisão, através de um programa da RTP2, também à conta da minha conta do Instagram. A ironia disto é que consigo fazer isto à conta da minha carolice e do meu tempo livre. Imaginem que fosse pago para fazer isto, onde chegaria... Qual a ironia? Bem, a ironia é que nunca consegui, até hoje, qualquer aprovação de projecto na região de Sicó nem fui convidado para trabalhar nestes domínios. Isto ao mesmo tempo que outros, menos bem preparados, são pagos e convidados para trabalhar estes domínios. E a probabilidade de eu poder vir a trabalhar naquilo que mais gosto na região que mais gosto e da qual sou originário é cada vez menor...

 

18.6.22

"lapsos" que prejudicam o desenvolvimento territorial...


É algo que é fundamental falar, já que é por estas e por outras que Sicó e, concretamente Alvaiázere, não saem da cepa torta. Mas antes de comentar, deixo uma nota de esclarecimento da ADECA, que refere o cerne da questão, a qual irei dissecar seguidamente:

"Nota de esclarecimento: A Adeca vem pela presente forma informar todos os seus associados e todos os empresários a quem presta apoio, que este ano foi afastada da organização da FAFIPA 2022, contrariando o espírito de apoio e entre ajuda que existia há mais de 15 anos. Constatamos agora que para além dos diversos eventos direccionados para os empresários também se irá realizar um sunset de empresários evento que faz parte da história da Adeca e que é de facto “marca” nossa. Assim para além da desconsideração que foi dada a esta casa, os eventos dela foram também “plagiados”. No que nos diz respeito lamentamos o tipo de prática que está a ser levado a cabo pelo executivo em funções, pelo que ilibamos qualquer responsabilidade relativamente aos eventos que vão decorrer, sendo que os logotipos da ADECA incluídos na publicidade dos eventos não coincide / reflecte a parceria, que na prática não existe para este evento. Quanto aos nossos associados e empresários estamos disponíveis para Vos continuar a apoiar no que mais precisarem como até a data tem sido feito, sem olhar a interesses pessoais ou de qualquer outra índole. 
A direcção"

Para quem está de fora será mais difícil compreender, mas o que se passou aqui foi, alegadamente, uma represália de um autarca a uma associação (ADECA) pelo facto de esta ser gerida por alguém que nas últimas eleições concorreu igualmente às eleições locais. Este tipo de represálias é bem conhecido por mim, que também fui alvo por parte de um partido político, o qual na minha opinião que se confunde com uma família bem conhecida localmente, a qual se tem perpectuado na sua "coutada" alvaiazerense. Represálias, projectos metidos na gaveta e afins são a marca da, ironicamente, família política no poder, a qual desta vez ganhou apenas por umas dezenas de votos. A queda nos votos está a ser enorme a cada ciclo eleitoral e nas próximas eleições a coisa pode finalmente virar. Mas até lá há que promover a política da terra queimada, secando tudo à sua volta, tendo na mão todos aqueles que dependem do emprego local e apontando baterias para todos aqueles que têm denunciado tudo aquilo que tem sido denunciado. O que importa é assegurar a continuidade, mesmo que à custa do desenvolvimento de Alvaiázere. E enquanto isso ocorre, continuam as mesmas promessas, repetidas há décadas, sem que Alvaiázere tenha saído da cepa torta. E isto num território com tremendas potencialidades e património incrível.
Acho curioso também o facto da ADECA também, alegadamente, ter sido alvo de plágio numa das suas iniciativas, facto que me faz lembrar quando elaborei um percurso pedonal e ele foi plagiado. Teria bastado colocar a fonte e não teria havido problema algum, já que eu oferecia o trabalho feito.
Tempos difíceis se afiguram novamente para Alvaiázere, com esta política de guerrilha que consome e atrasa ainda mais o desenvolvimento de Alvaiázere.
Não se deixem desanimar com este cenário, sejam activos em prol de Alvaiázere e denunciem o que for para denunciar. Alvaiázere merece ver o seu futuro resgatado da idade medieval.
Nota: o mais provável é entretanto surgir a desculpa do lapso, contudo essa tecla do "lapso" já desapareceu há muitos anos, de tanta vez ser utilizada...

 

14.6.22

Vão-se as feiras do livro, ficam os livros para ler! Vamos lá ler, em força!


Passados alguns meses em que não me pude dedicar plenamente a uma das minhas grandes paixões, a leitura, volto à pedagogia em prol dos livros e do hábito de ler livros de qualidade e sem desacordo ortográfico à mistura. Mas nem só de livros em português se fazem as leituras, já que quem sabe outras línguas, deve ler igualmente obras vindas lá de fora.
Folgo em ver a dinâmica que se mantém em prol dos livros e das leituras com as feiras do livro na região de Sicó. Destaco duas que surgiram nos últimos dias, em força, nas redes sociais, a feira do livro de Ansião e a feira do livro de Soure. Mas vamos a mais uma remessa de obras que adquiri nas últimas semanas. Inicio com um guia fotográfico de aves de Portugal continental. Já tinha 2 outros guias, mas em inglês, daí logo que vi este guia, em bom português, e sabendo da qualidade do mesmo, trouxe-o para a minha biblioteca, para começar a aprender mais umas coisas daqui a umas semanas.

Este segundo livro foi detectado pelos meus olhos numa visita a uma livraria. Por vezes vou a livrarias ou alfarrabistas à procura de certos livros e, por vezes, descubro outros. Este foi o caso. Confirmado que não padecia do desacordo ortográfico, trouxe-o comigo, já que é deveras interessante, útil e valioso para quem lida com a vasta temática territorial.

Também descoberto por acaso, saltou logo à vista com a palavra "geografia", daí ser mais uma aquisição para complementar a minha biblioteca neste domínio. Muito interessante, prometendo leitura atenta.

Passando ao próximo livro, a temática da energia. Apesar de já ter um ou dois livros que versam sobre este tema, não eram tão completas e abrangentes como este. Digamos que é um calhamaço que vai dar luta e que indicia umas longas horas sentado na cadeira a ler com calma.

"The living mountain" é uma obra que já tinha ouvido falar mas que voltou a chamar a minha atenção quando lia um artigo sobre a temática da geoconservação. Fiz a pesquisa e vi que estava disponível numa livraria. Na linha de autores como Aldo Leopold, de "Pensar como uma Montanha", e Henry David Thoreau, com "Caminhada". Para quem é das minhas lides, sabe o quanto fabulosa será a leitura desta obra...

É uma das muitas temáticas particularmente interessantes em termos de cultura geral, ou seja conhecer a história de muitas das cidades históricas e com história deste planeta. Não resisti trazer...

Um livro que versa sobre insectos era algo que faltava na minha biblioteca, daí esta nova entrada na mesma. Estou bastante curioso para ler, especialmente tendo em conta o que se tem falado nos últimos anos sobre o declínio dos insectos a nível global. E é um tema muito, mas muito importante!

Agora duas publicações especiais. Descobri estas duas revista numa pequena livraria em Lisboa, que se dedica a publicações muito específicas como estas duas. Serão duas revistas que irei acompanhar desde já. Estas duas já foram "consumidas" pelo hábito da leitura. Ultrapassaram as expectativas e fiquei fã destas duas publicações. Perspectivas diferentes do que estamos habituados. E estão presentes nas duas artigos que falam sobre Portugal. Sim, somos um país fabuloso com muita matéria-prima para trabalhar, mas infelizmente há demasiadas barreiras para o sucesso em Portugal... O mérito de pouco vale se és alguém com princípios éticos e profissionais invioláveis...




 

10.6.22

A arte da pedra na Serra da Portela, Pousaflores



Ainda não tive a possibilidade de ir à Serra da Portela desde que a colecção de esculturas foi toda posicionada, contudo tenho observado fotografias e comentários vários. Não é fácil abordar esta questão, já que a análise da arte é algo de subjectivo, dependendo a interpretação das esculturas de vários factores. Pessoas diferentes com diferentes perspectivas, experiências de vida e bagagens culturais podem ter opiniões semelhantes ou opiniões muito diferenciadas. E depois há as "opiniões" toldadas pela política.

Na Serra da portela foram colocadas 4 esculturas, cada uma delas muito diferenciada, mas baseada nesta mesma Serra da Portela e os valores naturais e culturais ali presentes. Julgo que a escultura que é mais aceite será a da mó. Esta será, para mim, a que conseguiu o melhor resultado, conjugando o aspecto e a identidade moageira da Serra da Portela. Depois segue-se uma escultura que tem também um valor identitário muito forte, ou seja a escultura das ovelhas. Monte da Ovelha é um topónimo histórico, ainda presente na cartografia histórica da Serra da Portela. Pessoalmente teria colocado a escultura próximo do marco geodésico. Há uns meses tinha dado a sugestão de criar uma escultura deste tipo, concretamente a criação de 3 ou 4 esculturas de ovelhas, as quais seriam colocadas em redor do marco geodésico.

Depois temos a escultura relacionada com as orquídeas. Não será a que a que terá mais sucesso, já que o interesse das pessoas pelas extraordinárias orquídeas presentes todos os anos na Serra da Portela é, genericamente falando, recente, mas esse mesmo facto, conjugado com um bom posicionamento, pode ter um bom impacto em prol da preservação e valorização destes belos elementos da biodiversidade local e regional, no carso de Sicó. 

Depois temos a quarta e última escultura, que será porventura a que menos impacto terá, contudo isso faz parte do processo. Julgo que o posicionamento da escultura das ovelhas poderia ter sido outra, mas isso não é muito relevante.

Há umas semanas li o comentário político de alguém ligado a um partido político, a menorizar estas esculturas, algo que me surpreendeu vindo de quem veio, mas quando a isso mais tarde falarei. 

A arte é algo que faz falta em Sicó. Poucos sabem o que significa isto no concreto, já que a bagagem cultural de muitos não é assim tão pesada e as ideologias políticas toldam o raciocínio. 

Mas, e para finalizar, fico contente com esta iniciativa artística na Serra da Portela. A arte é como o oxigénio, não existimos sem ele...




5.6.22

E depois queixam-se que os jovens altamente qualificados se vão embora...


Há umas semanas deparei-me com algo que me fez pensar mais em algo que já me anda a fazer pensar muito há muito tempo. Confusos?
Vamos então a uma conversa importante. Uma das coisas que vejo já há muitos anos é uma não aposta nos jovens qualificados que temos na nossa região. Não se aposta em apoios a jovens com potencial para criar empresas de grande valor territorial/tecnológico e afins. Não se aposta numa dinâmica de inovação social com base nos muitos jovens com valor na região de Sicó. É por isso mesmo que eles vão embora e não voltam. Porquê? Porque se continua a insistir numa estratégia redutora e incipiente, que valoriza apenas zonas industriais e postos de trabalho que no concreto raramente exigem jovens altamente qualificados (no domínio universitário). E assim se observa uma sangria de mentes brilhantes e se agrava o esvaziamento destes territórios.
Na imagem que coloquei acima, há pormenores que não são perceptíveis por todos, mas apenas por uma minoria. Reparei nisto quando procurava informação, concretamente de Alvaiázere. Vi que foi contratada uma empresa de fora (não é problema algum o facto) e que esta mesma empresa em vez de se cingir ao que sabe, tentou aventurar-se naquilo que não sabe muito bem. Não falo da questão da biodiversidade, mas sim da componente geológica. Quando leio algo como "campos de amontes (fósseis)" ou "pias (formas geológicas em zonas calcárias", percebo que está tudo dito sobre a competência de uma empresa no domínio da geologia e do carso de Alvaiázere. Bibliografia não falta, conhecimento local também não, contudo opta-se por quem menos conhece o território num domínio científico concreto.
Fazendo uma declaração de interesses, meses antes de ter conhecimento deste projecto, tinha enviado uma proposta de projecto que visava a inventariação de locais de interesse geológico em Alvaiázere. Nunca obtive resposta ou sequer confirmação de recepção da proposta. E enviei proposta para outras autarquias, recebendo confirmação de recepção da proposta de 3 delas e sendo convidado a propor orçamento para um a destas propostas (não tendo tido seguimento até ao momento). A diferença em Alvaiázere é que sei logo à partida que é escusado enviar propostas, já que sou personna non grata do partido no poder local, contudo, e tal como sempre fiz, não é por isso que deixo de fazer o que sempre fiz, ou seja apresentar propostas, ideias e projectos. Nunca poderão dizer que deixei de apresentar propostas, ideias ou projectos.
Quando ouvirem os vossos autarcas a queixar-se que os jovens se vão embora e que a questão do despovoamento destes territórios é um problema grave, lembrem-se que também eles têm culpa no cartório. Há jovens que querem ficar/voltar e são altamente qualificados. São estes jovens que podem fortalecer a matriz do desenvolvimento territorial!
Há uns 2 anos, uma associação de desenvolvimento local fez igual e deu no que deu...