28.5.20

Inquérito sobre Participação e a Reabilitação Urbana de Condeixa-a-Nova

Tendo em conta o interesse desta questão, passo a divulgar um inquérito pertinente, o qual decorre do trabalho de investigação de uma tese de mestrado, onde o foco é a reabilitação urbana de Condeixa-a-Nova. Este inquérito tem como alvo cidadãos e associações de Condeixa-a-Nova, portanto caso seja o vosso caso, peço-vos ou para participar ou então, para divulgar entre os vossos conhecidos de Condeixa-a-Nova.
O inquérito para os residentes está logo abaixo deste parágrafo e o inquérito para as associações está logo a seguir, portanto não há que enganar. Pequenos gestos como participar neste inquérito, são uma mais-valia para o nosso futuro, já que permitem análises que mais tarde vão poder apoiar as decisões que tornam a nossa vida melhor. Portanto toca a participar e a divulgar entre quem vive em Condeixa e pelas associações de Condeixa-a-Nova. Como não posso participar, já que não resido em Condeixa, resta-me ajudar a divulgar este inquérito, já que sei o quanto é importante. Sempre que se justificar, farei divulgação no azinheiragate de trabalhos académicos sobre a região de Sicó, da qual Condeixa faz parte.




https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSew3FMZynDXyZNremXOjF85laVaMODD8kV_PKvLX0I1vZtrTA/viewform




23.5.20

No Pontão há porcos bem oleados!



Esta é uma situação que mostra bem o quanto ainda temos de andar em termos de mudança de mentalidades. E não tenhamos ilusões, estas mentalidades ainda existem mesmo onde pensámos que não era suposto, dado muitas vezes pensarmos que estamos mais evoluídos do que concelhos vizinhos, sejam eles quais forem. A burrice, a ignorância e a malvadez são, infelizmente, universais e transversais à sociedade.
Esta situação passou-se no Pontão, concelho de Ansião, e o que se vê na primeira imagem é um local onde foi despejado óleo de carros, algo de tremendamente grave em termos ambientais. Já na segunda imagem, predominam os resíduos de um esgoto de uma ou mais casas, a céu aberto.
Apenas agora falo deste caso porque, como é meu costume, deixo passar uns tempos para que as autoridades façam o seu trabalho sem interferências. Publicitando o caso cedo de mais, poderia haver alguma tentativa de ocultação de provas. Mas como já passaram alguns meses, esse risco já não existe e, espero, o/s prevaricadores já terão sido autuados. Só espero que a coima seja na ordem dos milhares de euros, pois assim eles aprendem.
Ambas as imagens são relativas à mesma área, onde existe uma linha de água que foi aproveitada para despejar óleo usado de carros e todo o tipo de esgotos. Tudo isto a escassas dezenas de metros de uma oficina de carros, portanto as contas não deverão ter sido difíceis de fazer...
Mas fazendo uma análise dos factos, será que nunca ninguém viu isto? É num local fácil de observar quando lá passamos! Tenho sérias dúvidas que ninguém tenha visto, tal como tenho sérias certezas que ninguém fez alguma vez uma denúncia. Medo? Não há que ter medo, pois fazendo a denúncia através da SEPNA, podem solicitar a salvaguarda do vosso nome, de forma a não terem problemas. Eu sei o que é ter problemas e sei que pode ser complicado sofrerem represálias, tal como eu sofri em tempos. Continuam a ter medo? Simples, entrem em contacto comigo que eu trato de tudo. Lembro, contudo, que se me tentarem enganar, podem ter problemas. Há uns anos um artista tentou enganar-me e depois acabou por pagar uma coima. Não se iludam, não sou ingénuo...

18.5.20

A iliteracia no domínio dos espaços verdes: crónica do Jardim da Várzea


Fonte: CM-Pombal

Eis então que venho dissertar sobre uma uma questão que tanto tem agitado a opinião pública em Pombal. Falo, claro, do projecto de requalificação/reabilitação do Jardim da Várzea. Conheço apenas o aspecto proposto para aquele jardim, tal como se observa na segunda imagem que ilustra este comentário. Já a primeira imagem é apenas uma montagem que pretende juntar um bocado de humor a esta temática. Quem não se lembra daqueles livros para iniciantes às mais variadas temáticas? Faltava um para espaços verdes. O humor faz bem à saúde.
Começando, preferi deixar passar uns dias desde que esta questão "incendiou" as redes sociais em termos de reacções (boas Vs menos boas) e de debate (produtivo Vs pouco produtivo). Isto porque, assim, tive a oportunidade de ler e perceber o que os pombalenses comentavam, algo que é sempre importante. Gosto de ter tempo para, de forma ponderada, analisar os factos e as reacções, especialmente de quem é coerente e consequente. Quando há tamanha reacção por parte da comunidade, a regra é que esta reacção ocorreu depois desta mesma comunidade ser posta de lado num qualquer tipo de processo. Este foi um destes casos. Dita a regra que, havendo a ideia de promover uma intervenção que vise a reabilitação ou recuperação do espaço urbano, de entre o qual se inserem os espaços verdes, a população tem de ser ouvida, já que acções/intervenções como esta mexem com aspectos tão importantes como a identidade dos locais e a identidade dos próprios residentes. Como está à vista de todos, isso não aconteceu com o projecto que visa reabilitar o Jardim da Várzea.
O que aconteceu sim foi, a Câmara Municipal de Pombal ter tido a ideia de intervencionar este espaço (positivo) e de ter pedido um projecto a um especialista (positivo). O que falhou? Falhou o fundamental, ou seja antes mesmo de pedir a um técnico que elaborasse um projecto, não envolveu a população, de forma a que o técnico tivesse em conta quem usufrui daquele espaço (além de outros aspectos básicos que manifestamente não teve em conta, contrariando assim as boas práticas instituídas no domínio da gestão dos espaços verdes). Depois aconteceu o que se conhece, ou seja a população indignou-se, e com razão, já que o que eu vejo na imagem associada ao projecto é uma praça e não um jardim. De uma forma resumida não se trata da reabilitação de um espaço verde, mas sim de uma transformação para uma praça, algo que seria lamentável de ocorrer caso fosse em frente
Este assunto fez-me voltar atrás no tempo, e de duas formas. Num passado algo recente, fez-me lembrar as obras de reabilitação do centro da Vila de Ansião, já que ali a população foi chamada a dar a sua opinião, mas apenas quando as obras estavam a começar, ou seja discussões públicas só na teoria e só para dizer que houve discussão pública, quando isso, factualmente, não aconteceu. Infelizmente é uma regra em Portugal, o faz de conta. Pombal está apenas a seguir a regra e não é o facto de, depois de a população ter manifestado o seu descontentamento sobre a forma como o processo decorrer, a Câmara Municipal de Pombal ter vindo à praça pública pedir a opinião dos pombalenses que muda muita coisa. Tenho as minhas dúvidas de fundo se o processo irá ser corrigido, ou seja voltar à estaca zero e começar como deve ser, sustentado, de forma a terminar da melhor forma. Isto mesmo tendo em conta as posteriores afirmações do Presidente da Câmara e do Presidente da Junta de Freguesia. É o meu desafio à Câmara Municipal de Pombal e à Junta de Freguesia de Pombal.
Continuando, e já num passado mais distante (17 anos), lembrei-me das aulas de Espaços Verdes, uma disciplina opcional que tive durante a licenciatura, onde aprendi bastante sobre espaços verdes, nomeadamente jardins (em Lisboa fiquei a conhecer todos, alguns autênticas maravilhas botânicas e estéticas). Nessa altura fiquei a conhecer uma temática bastante interessante, onde aprendemos muitos dos aspectos que devem balizar a acção de quem lida com os espaços verdes. É por isso que também me interesso por esta temática. Depois juntei mais uns conhecimentos em climatologia local, onde fiquei a perceber a importância dos jardins nos centros urbanos, nomeadamente a sua importância na mitigação da ilha de calor urbano. Isto além de outros aspectos, como biodiversidade, bem-estar, entre outros aspectos relevantes a ter em conta no planeamento dos espaços verdes.
Especialmente por estes motivos, sou bastante sensível a esta questão da reabilitação do jardim da Várzea. É um espaço verde que tem sido neglicenciado e subvalorizado, que não merece ser descaracterizado. É um jardim com uma traça e memória que deve ser respeitada. É um espaço verde que merece investimento e muito mais atenção por parte quer da Junta de Freguesia de Pombal, quer da Câmara Municipal de Pombal. É um jardim que merece atenção por parte da população e que merece ser desfrutado pelos cidadãos, que em tantos dias podem ir desfrutar este espaço com os seus, em vez de ficarem em casa. É um jardim onde, em pleno Verão, as temperaturas podem ser 2 ou 3 graus mais baixas do que na envolvência, com sombra e vida animal, nomeadamente aves. É um jardim, por isso impermeabilizar o mesmo, além de tudo o mais, é um disparate autêntico (num sector da cidade bastante susceptível em termos de inundações urbanas...). E é um espaço que aprecio bastante, já que no meio da confusão é um oásis verde urbano. No último dia perdi algumas horas à procura de uma foto que tirei nesse jardim da última vez que estive em Pombal. Infelizmente não a encontrei no meio de milhares de fotografias, talvez porque foi tirada com o telemóvel e julgo que se terá perdido num dos discos externos. Fico com a impressão que a terei aqui utilizado num comentário nos últimos 2 ou 3 anos (fotografia tirada à noite, no sector central do jardim).
Termino com uma questão que nos deve fazer reflectir, e que ainda não falei, ou seja o valor que damos por exemplo ao trabalho de um jardineiro. Noutros países são bem remunerados e fazem um trabalho extraordinário em prol dos espaços verdes. Em Portugal oferecemos aos jardineiros o ordenado mínimo ao mesmo tempo que lhes exigimos espaços verdes bem tratados. Dá que pensar...

Nota: nos muitos comentários que já li sobre ideias/propostas para o projecto de recuperação do Jardim da Várzea, vi muitas ideias que apesar de bem intencionadas não se enquadram minimamente no perfil do jardim. A intenção é recuperar e valorizar o jardim sem que o seu perfil seja desvirtuado.

13.5.20

Comprar no pequeno comércio, de proximidade, é bom e pode não ser sequer mais caro!



De uma forma regular gosto de dissertar sobre a importância do comércio local, nomeadamente do pequeno comércio e dos pequenos produtores. Isto para que cada um de vós se (re)lembre da importância do comércio local, dos produtores e empresários locais e, com isso, se (re)lembrem de comprar local, apoiando assim da melhor forma a economia local e regional.
Desta vez quero tratar a questão de uma outra forma, não tão óbvia. Mas antes de lá irmos, gostaria de agradecer as fotografias que solicitei quer a uma produtora local, quer a uma empresária do comércio de proximidade, de forma a enriquecer este comentário. Onde as podem encontrar? Num mercado municipal, em dia de feira, e numa pequena loja próximas de vocês, neste caso em Ansião.
Indo então ao cerne da questão, sou do tempo em que surgiu uma superfície média em Pombal, de uma cadeia alemã, que praticava preços baixos e apresentava produtos novos e desconhecidos até então. Muitos ansianenses iam lá como que se de uma excursão se tratasse, ao fim-de-semana, encher o carro de produtos. "Iniciava-se" a era das médias e grandes superfícies para muitos de nós. Prometiam-se preços baixos e isso levou tantos de nós a começar a frequentar estas superfícies comerciais, esquecendo muitas vezes o pequeno comércio e os mercados municipais e os seus dias de feira. 
Os anos passaram e assumiu-se que os preços ali eram mais baixos do que no comércio de proximidade. A maioria não questionou até hoje a veracidade dos factos. 
Nos últimos meses há dois episódios em especial que me relembraram da importância do questionar dos factos, expondo-os agora desta forma. Num dos episódios, e numa pequena loja, algures por Arouca, vi o preço de um produto que regularmente compro. Acabei por comparar o preço deste produto nesta loja ao preço do mesmo produto numa grande superfície. Mais barato uns 30 cêntimos! E não era o único produto mais em conta. Já noutro episódio, numa pequena loja em Braga, tive de comprar um pacote de bolachas, daquelas de água e sal, enquanto aguardava por conhecidos, pois a fomeca era muita. São baratas, mas mesmo assim acabei por descobrir que numa grande superfície as mesmas bolachas eram 16 cêntimos mais caras!
São apenas alguns exemplos de uma realidade que insistimos em desconhecer. Continuamos a insistir que no pequeno comércio é tudo mais caro, quando essa não é, de facto a realidade. Continuamos a achar que pegar no carro e fazer umas dezenas de km é que é poupado. Isto tendo o pequeno comércio tantas vezes ao nosso lado. Claro que há algumas diferenças, e não defendo que comprem cegamente no comércio de proximidade, mas sim que comprem com cabeça, escolhendo o melhor e no bom comércio de proximidade que temos. O menos bom acaba por ser vítima da competição e sai de cena, portanto todos nós sabemos onde ir e com quem ir ter, seja loja ou numa banca no mercado municipal, evitando o menos bom.
Agora mais do que nunca, o comércio local e os empresários na nossa terra e da nossa região precisam de nós, bastando para isso comprar local para consumir local. Com esta pandemia houve muitos produtores e/ou empresários que inovaram, de forma a fazer face aos tempos difíceis. A eles e a todos os que nos conseguem presentear com produtos de qualidade, o nosso apoio enquanto consumidores é e será fundamental!
Só como curiosidade, quando viajo, um dos locais que não prescindo de visitar é mesmo o belo mercado municipal ou mercado de rua, seja em Portugal, seja na Europa ou fora dela. Quem já teve a felicidade de viajar q.b. como eu, sabe porquê. Ficamos enriquecidos com aquele ambiente mágico, onde a visão e o olfacto são espicaçados q.b.. 
No caso de Ansião não se aplica a palavra belo mercado municipal, já que este está já há demasiados anos sem as condições mais dignas e necessárias para quem ali vende e para quem ali vai comprar. Daqui a mais uns dias vou focar, mais uma vez, esta mesma questão...

9.5.20

Arquitectura cársica: a importância da geologia na arquitectura regional

Fonte da coluna relativa às unidades estratigráficas da região de Ansião: Crispim, 1986

É uma questão que me anda a atazanar já há algum tempo, ou seja a menorização da arquitectura tradicional na região de Sicó, por parte de uma arquitectura moderna, que ignora a arquitectura tradicional em prol de uma arquitectura rectangular à base de materiais pouco ecológicos e nada ligados a esta bela região. Ou seja, o que me anda a atazanar é a descaracterização da região de Sicó também em termos arquitectónicos.
Há uns meses, e enquanto desfrutava de um de muitos locais mágicos da região de Sicó, foquei esta curiosidade arquitectónica, condicionada pela componente geológica. Quem sabe de geologia vai perceber logo o que esta imagem significa, bem como o esquema que o acompanha, mas quem não sabe, vai apenas perceber que, naquela imagem, há ali algo de estranho. Basicamente falando, e numa linguagem simplificada, temos ali dois tipos de pedra, uma mais resistente do que a outra. Como podem ver, a que está na base está mais "gasta" do que a de cima. Isto acontece porque têm propriedades e idades diferenciadas, daí uma estar em melhores condições do que a outra. Este pequeno grande pormenor faz toda a diferença em termos arquitectónicos, já que as propriedades da rocha/pedra condicionam fortemente a escolha da mesma na hora de escolher a mais duradoura. Em muitas igrejas e capelas que vocês já visitaram, já deverão ter notado que, por vezes, faltam estátuas. Isto acontece porque a rocha em que estas foram esculpidas é menos resistente à erosão, ou numa linguagem mais simples, resiste muito menos aos anos expostos aos elementos do tempo, água, sol, frio, calor, daí muitas estátuas terem de ser retiradas para se conseguir preservar as mesmas, colocando cópias no seu lugar original.
Uma das muitas belas característiticas da região de Sicó é a sua arquitectura cársica, ou seja casas construídas com pedra calcária, um traço identitário basilar desta paisagem cultural. Nos últimos anos tem-se visto que muitas casas antigas que, em vez de serem recuperadas, são simplesmente deitadas abaixo para dar lugar a casas feitas de tijolo ou blocos, revestidas cada vez mais com capoto. Não se tem investido numa forte campanha e apoios à reconstrução tradicional, com as devidas adaptações possíveis sem desvirtuar esta jóia da coroa.
Com uma política de apoio à recuperação do edificado tradicional e também, quando necessário, construção de raiz, de base tradicional, poderemos continuar a ter uma mais-valia arquitectónica na região de Sicó. Caso tudo continue igual, e daqui a poucas décadas, poderemos ter apenas uma meia dúzia de aldeias do calcário (o melhor termo é aldeias do carso) e a funcionar como que de um espectáculo circense se tratasse, a relembrar o passado. A decisão é nossa, fica a dica.
Termino com um texto que escrevi há uns tempos sobre a componente da geodiversidade, que decorre do que escrevi atrás.

4.5.20

Já doaram 0,5% do vosso IRS? Dar e escrutinar, fica a sugestão!


Escolhi esta imagem do meu arquivo pelo simples facto de ser uma imagem peculiar e perfeita para ilustrar este comentário, sobre o apoio que devemos dar a quem merece. Para enquadrar, esta imagem tem já alguns anos e é de uma ambulância acidentada, que esperava num terreno pelo dia de ir incorporar a economia circular, ou seja a reciclagem. Isto enquanto não vinha uma nova, desejada e fundamental nova ambulância. Fiz muitos km nesta ambulância, a mítica Ford Transit. 
Esta é a altura perfeita para falar de uma questão importante, mais ainda pelo facto de tanta Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários deste país estar a passar um mau bocado em termos financeiros à conta da pandemia, a qual está a levar muitas Associações Humanitárias aos limites, já que estas vivem e sobrevivem, além dos apoios de sócios e beneméritos, de lucros decorrentes de transportes de ambulância. Estes últimos caíram a pique em todo o país e isso está a tornar-se dramático para a sustentabilidade, já debilitada, de tantas Associações Humanitárias. Há várias formas de mitigar esta problemática, seja pelo facto de cada um de nós se poder fazer sócio da Associação Humanitária da sua terra, seja por donativos vários, nomeadamente pela doação de 0,5% do vosso IRS. Já o fizeram? Fica o apelo, pois é em vosso benefício!
Ironicamente, e há vários anos, propus o que vos proponho agora ao actual comandante dos Bombeiros Voluntários de Ansião. Na altura parece que não era uma boa ideia, mas depois não sei como, ficou a ser uma boa ideia. O tempo acaba por mostrar as boas ideias.
Mas, e obviamente, há uma outra coisa importante que podem e devem fazer, ou seja inteirarem-se sobre a gestão das vossas Associações Humanitárias. A gestão nem sempre será a melhor e a mais transparente e se todos forem acompanhando e monitorizando o que por lá se passa, a gestão será tendencialmente melhor e mais eficaz. Em Dezembro último fiquei mais uma vez desiludido com o frequente discurso de ocasião do actual comandante dos Bombeiros Voluntários de Ansião, o Sr Neves Marques, quando lamentava a escassa quantidade de cidadãos a assistir às comemorações do aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ansião. Esta escassa quantidade de cidadãos presente é, para mim, apenas reflexo da sua postura algo demagógica e muito populista, já que não se pode querer sol na eira e chuva no nabal. Não se pode, por um lado, querer as pessoas do lado do bombeiros só porque são, de facto, uma mais-valia para a sociedade e, contudo, por outro, não assimilar bem o escrutínio das pessoas, incluindo bombeiros, sobre a gestão e actuação das Associações Humanitárias e dos seus Bombeiros Voluntários. É um mal que é uma constante no mundo dos bombeiros e que quem o aponta costuma ter chatices e ganhar inimizades ressabiadas. Não é, também, de estranhar, o afastamento de tantos valorosos bombeiros nos últimos 15 anos, boa parte dos quais bombeiros com muitos anos de casa, que alegadamente e estranhamente, começaram a ser vistos como uma ameaça, pela sua competência, ao suposto "status quo" deste comandante, que fazendo um bom percurso até ao topo, começou, na minha opinião, a perder qualidades de liderança ao lá chegar, alegadamente privilegiando a amigocracia face à meritocracia. A política e a alegada politização do cargo,  também ajudou à perda de qualidades de liderança, contudo essa vertente cessou abruptamente em 2017. Desta forma vários elementos foram sendo afastados da acção, uns ficando a ser apenas pouco mais do que "carne para canhão", outros simplesmente saindo deste corpo de bombeiros sem tenções de voltar. Se questionarem estes bombeiros ou ex bombeiros, constatarão que há um denominador comum para a sua saída ou para terem sido encostados a um canto.
E exemplos não faltam para ilustrar o que falo, muito embora seja tema tabú e, por isso, publicamente escassos são os que falam destes problemas. Um dos vários exemplos que posso dar é o que me aconteceu quando tive um acidente num incêndio em 2005. Decorrente dos ferimentos que tive, acabei por ter de fazer fisioterapia em 2006 e, no final, pagar do meu bolso (700 euros). O seguro não pagou por incompetência do mediador respectivo e o mediador não foi responsabilizado por quem alegadamente dizia que fazia tudo pela defesa do nosso interesse quando acidentados. E o que me custou não foi tanto ter de pagar no meu bolso, mas sim a incompetência do já então comandante, que levou a este desfecho lamentável, com mazelas que me acompanharão até ao final dos meus dias. Passados 15 anos voltei a fazer fisioterapia para mitigar o problema crónico com o qual lido desde então, sem que quem tanto diz que faz pelos seus homens e que tem os melhores bombeiros do mundo, tenha tido desde então qualquer intenção ou palavras que visem menorizar este triste episódio. Outro exemplo, simbólico mas bem ilustrativo da pouca competência deste comandante, é o facto de ter permitido que um elemento ressabiado pela minha pessoa, um elemento mais novo do que eu, e que entrou uns anos depois de mim, me avaliasse (avaliação anual) numa altura que já havia um conflito de interesses e atritos. Daí, e estranhamente, naquele ano ter tido uma nota abaixo do que era regra, sem qualquer tipo de justificação factual que não uma mera vingança por parte deste elemento que tanto temia a minha influência. Em termos éticos e morais é de lamentar este episódio, contudo, não me afecta, porque eu nunca quis ser chefe ou comandante, mas apenas bombeiro. Ao contrário de outros, que precisam dos bombeiros para ser gente e para ter reconhecimento, eu não preciso dos bombeiros para ser gente nem para ter reconhecimento. Só para terem uma ideia, a notas anuais (de 0 a 5) que tinha tido até então na avaliação anual foram respectivamente, e da mais antiga até ao ano em causa, de 3 - 3 - 3 - 3,6 - 3,2 - 3,8 - 3 - 3 - 3,3. A última nota foi de... 2,4, sendo que no ano anterior, quando não havia atritos, foi de 3,3, dada pelo mesmo elemento. Difícil de explicar, no mínimo, já que a quantidade de serviços, a dedicação e muitos outros aspectos eram... iguais. Depois dessas avaliações anuais, já sem ressabianismos à mistura, e noutra casa, tive as classificações de 4, 4,7 e 5. Note-se que estas avaliações contam caso se queira subir de posto, e desta forma o indivíduo em causa só não me prejudicou porque eu já em 2004 decidi que não iria nunca subir de posto, por não concordar com um sistema que ignora competências validadas por universidades em domínios do âmbito dos bombeiros, caso de competências relacionadas por exemplo com cartografia, climatologia, geomorfologia, entre outras fundamentais na temática dos incêndios. Estas competências foram, na minha opinião, interpretadas factualmente como uma ameaça ao suposto "status quo", em vez de uma mais-valia, daí logo que eu terminei a licenciatura, em 2004, as coisas mudaram e não foi para melhor. Pode parecer incrível, mas tecnicamente, e para todos os efeitos, o sistema actual dos bombeiros não me reconhece nenhuma competência enquanto especialista, mas se um colega meu, com o 9° ou 12° ano for tirar um curso de 1 semana à Lousã, é considerado especialista. Curiosidades que importam que se saiba.
Há muitos outros exemplos, que o tempo se encarregará de trazer a público. E eu não tenho pressa, ficarei calmamente à espera que outros exemplos sejam conhecidos. O tempo encarrega-se de mostrar os factos, bons ou menos bons.
Continuando, fiquei também pouco surpreendido com outras afirmações de ocasião deste comandante, tão incomodado sobre as naturais directrizes emanadas por quem de direito (por vezes bem, por vezes mal...). Como disse atrás, não é só pedir investimento às cegas, mas sim aceitar o escrutínio, este último alegadamente mal visto por este comandante que, na minha opinião, já fechou um ciclo positivo há alguns anos, e, acredito, sairá pela porta pequena. Não é só aceitar envelopes financeiros, mas sim reportar os mesmos e fazer uma gestão competente. 
Em termos de gestão e captação de verbas é de estranhar que, por um lado, se peça dinheiro e, por outro, não se veja com bons olhos verbas vindas por exemplo da pernoita de peregrinos de Santiago ou de iniciativas como o "Quartel Electrão", no meu tempo válidas (1700 euros de lucro nesse ano...) e posteriormente sem interesse algum. Não é também, e na minha opinião, um bom acto de gestão adquirir centenas de PIN´s, daqueles que se coloca na lapela ou num boné, com o custo financeiro associado, ao mesmo tempo que se tem elementos a fazer serviços com calças rotas (sem possibilidade de arranjo), tal como me aconteceu. Se quisesse umas novas tinha ou de as... comprar ou de esperar semanas ou meses para ter umas novas e poder andar aprumado.
Por isto e por muito mais, façam-se sócios das Associações Humanitárias do vosso Concelho, dêem donativos regulares ou esporádicos, e nas suas mais variadas formas (ex. IRS) e acompanhem estas Associações Humanitárias, nomeadamente na sua gestão, já que, no caso de serem sócio/as podem fazer propostas e jogar com o vosso voto na hora de eleger os Orgãos destas Associações Humanitárias. No caso de Ansião, tem sido positiva a gestão destes Orgãos de Gestão.