27.7.24

O antes e o depois da intervenção no jardim da Várzea: registo fotográfico e crítica fundamentada



Nem imaginam o quanto feliz estou por mais este "antes e depois" de um espaço em Sicó. Cuidar das nossas memórias é fundamental, tal como debater as transformações na paisagem, neste caso urbana...
Foi em Junho de 2021 que efectuei 6 registos fotográficos, em pontos específicos em redor do Jardim da Várzea, Pombal, antes do início da intervenção no respectivo espaço verde. A intenção era simples, voltar aos mesmos pontos depois da obra terminada, de forma a efectuar novos registos. Isto porque preservar a memória destes espaços é muito, mas muito importante. E ver a transformação possibilita debater sobre a mesma, já que não é apenas uma memória, mas sim registos fotográficos que possibilitam factualmente comparar e, assim fazer por exemplo, juízos críticos de valor. Eis que passados 3 anos voltei ao local para proceder a novos registos fotográficos.
No meu caso este interesse também por espaços verdes vem do tempo da licenciatura, onde uma das disciplinas opcionais que escolhi foi precisamente a de Espaços Verdes. Esta disciplina permitiu-me abrir horizontes como não esperava. Há um antes e um depois de ter tido esta disciplina.
Resumindo estes registos fotográficos, podem ver que são 6 registos fotográficos do Jardim da Várzea em 6 pontos diferentes. São 5 registos panorâmicos e 1 em fotografia simples, os quais permitem ver o antes e o depois.
Sobre a minha opinião crítica, considero que não foi a melhor opção intervir desta forma. A obra no seu todo foi de 1.711.971 euros (este valor dava para fazer um plano de paisagem para Sicó....). Perdeu-se identidade e humanismo neste espaço verde. Incluiu-se... betão. Aqueles ângulos rectos de betão nada têm a ver com o espaço, sendo um erro ridículo. Havia necessidade de abater várias árvores de porte médio? Isto mesmo tendo em conta que plantaram várias. Para quê a relva, para os cãezinhos virem fazer o seu cocó? Deveria ter-se pensado bem o estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo... E se não me engano tem menos bancos para nos sentarmos! A área de usufruto do espaço verde diminuiu (facto), e esse aspecto é mais um sinal preocupante de como se fazem as coisas mais para "inglês" ver e menos para desfrutar.
Com muito menos dinheiro teria sido possível fazer bem melhor do que foi feito. Pena que assim seja, intervir sem chamar a população ao debate, de forma a fazer a coisa como é suposto...














22.7.24

Dizer que é pouco inteligente é... pouco!


Foi através d´ Os Amigos do Arunca que fiquei a saber de algo que me surpreendeu pela negativa e me preocupou bastante tendo em conta que o ordenamento do território e os problemas de poluição são temas que me são caros. Trata-se da construção de um campo sintético de futebol em pleno leito de cheia do rio Arunca, em Pombal. Não sei de quem é o campo em causa, sei apenas que fica a poucas dezenas de metros de um outro campo de futebol. 
Quem, como eu, estudou disciplinas que versam sobre o ordenamento do território, sobre hidrografia e afins, lembra-se bem que uma das regras mais sagradas quando se planeia algum tipo de infra-estrutura em leito de cheia (ex. parques verdes e estruturas de apoio), é a de não construir estruturas que possam ser afectadas aquando de episódios de cheia e inundação. Ora, construir um sintético em leito de cheia é precisamente uma coisa que não deve ser feita, já que aquelas bolinhas de borracha preta e microplásticos presentes neste tipo de equipamento, serão levados pela água quando esta reclamar o seu território, ou seja o leito de cheia. E isso irá ocorrer muitas vezes e de forma recorrente. E não, não há forma de evitar isto após a construção de um campo sintético. É, portanto, à revelia das regras mais básicas que se construiu este sintético. Em termos ambientais é igualmente negativo criar-se ali mais um foco de poluição, pois além de um campo sintético, este campo é agora um permanente foco de poluição.
Esta é a sina do tuga, fazer asneira atrás de asneira e não aprender com isso. Pena que assim seja... E o triste é que quando a água vier buscar uns kg de microplásticos e bolinhas de borracha, eu não me vou rir, mas sim ficar triste.
Ah, e para os que dizem que o que eu digo é um disparate, vejam bem a última figura, lá em baixo...






 

18.7.24

Fora com o telemóvel nas férias, dias com os livros dentro!

 


Estamos em plena época de férias, sendo, portanto, uma boa altura para vos aliciar à leitura e promover o belo acto que é ler um livro. Como quem acompanha o azinheiragate bem sabe, tenho o hábito de pugnar pela literacia, pela leitura do belo livro e de livros interessantes e úteis. 
Começando então pelas mais recentes entradas na minha biblioteca pessoal, um livro que já andava a sondar há uns tempos e que agora encontrei. Depois mais novidades, todas em português e sem desacordo ortográfico. Apesar de já ter adquirido um livro do Nuno Rogeiro, foi para oferecer a terceiros, mas desta vez encontrei este que mereceu toda a minha atenção. Os chegasnos não vão gostar deste livro em especial, mas temos pena.  Depois um livro sobre dois temas interessantes por si mesmo e ainda mais em conjunto, Natureza e urbanismo. É um livro com alguns anos, mas que se mantém actual. Já o último livro é também sobre urbanismo. É algo exigente na leitura, mas é por isso mesmo que o quis, já que acrescenta mais ao que já sei. 
Agora toca a ler! Não têm dinheiro? Simples, vão à vossa biblioteca municipal e podem levar emprestado!!




9.7.24

Nada como esclarecer um facto importante...






Já estive para falar desta questão há uns meses, contudo, e depois do desgaste da luta contra a mineração em Pousaflores, Ansião e Almoster, Alvaiázere, decidi fazer uma pausa no assunto, de forma a descansar a cabeça. Decidi agora que era boa altura para voltar à luta e fazer um esclarecimento importante, o qual tendo em conta que não fui à segunda sessão de esclarecimento em Pousaflores, ficou por fazer e é importante que se faça. É com um gosto especial que o faço, pois cruza com as minhas competências profissionais, ao nível do ordenamento do território. Ou seja é a minha praia...
Mas vamos ao esclarecimento, se repararem no primeiro excerto do mapa do PDM, a Carta de Ordenamento, podem ver que todo o sector Oeste de Ansião está "riscado" com umas linhas contínuas, paralelas e oblíquas. Podem ver a legenda para tirar dúvidas. Esta simbologia significa que toda aquela área, e em sede de PDM foi considerado como área potencial de exploração de recursos geológicos. Este PDM data de 2015. Era esta a visão, na minha opinião retrógrada, de desenvolvimento territorial do antigo executivo. Foi este o legado do executivo anterior. E é um dos trunfos, fracos, diga-se de passagem, que a empresa que quer fazer prospecção em Pousaflores utiliza, esquecendo que antes do pedido deles já estava a decorrer o processo de classificação da paisagem protegida de Sicó. Isto além da maioria esmagadora da população não querer mineração ali. Felizmente que o actual executivo municipal se manifestou contra o projecto que visa explorar recursos geológicos ali, degradando e destruindo a nossa paisagem e várias fileiras económicas, caso do turismo, mas não só. É, portanto, importante, lembrar que na próxima revisão do PDM de Ansião, uma das lutas será retirar toda esta mancha do mapa de ordenamento e alterar para um uso sustentável que promova o desenvolvimento territorial e todas as mais-valias que ali existem por potenciar.

Findado o esclarecimento, uma curiosidade, ou seja o excerto de um ortofotomapa com a área ardida em 2022 (a branco). 


4.7.24

Participem nesta discussão pública sff!! #Pombal


A participação pública tem pouca tradição em Portugal, contudo não é isso que me impede de vos desafiar para participarem na discussão pública associada a um pedido de alargamento de uma das pedreiras situadas em Pombal. Quando se fala do assunto, muitos falam, portanto estou para ver quantos vão participar neste importante acto de cidadania. O endereço electrónico onde podem encontrar toda a informação é este: https://participa.pt/pt/consulta/ampliacao-da-pedreira-do-chao-queimado 



E se precisarem de ajuda, eu estarei aqui para o que me for possível, tal como é meu hábito.