Não é a primeira vez que abordo esta questão e, caso se mantenha, não será a última vez. Falo, claro, do erro que é juntar o Festival do Chícharo de Alvaiázere com as festas do concelho (FAFIPA), em Junho. O Festival do Chícharo deveria voltar a ser na altura própria, ou seja em Outubro, já depois da colheita desta bela e saborosa leguminosa. Ou seja, não é de todo boa estratégia promover um festival do chícharo antes da sua colheita. A lógica das festas das colheitas é mesmo ser após a colheita do produto em causa, de forma a celebrar o mesmo, nunca antes.
Este retrocesso, em termos de marketing territorial, ocorreu há cerca de uma década, sob a égide do anterior autarca, Paulo Morgado, que, devido a alegados constrangimentos económicos, decidiu que era uma boa opção deixar de realizar o Festival do Chícharo em Outubro. Já houve demasiadas mudanças, as quais afectaram a imagem desde festival. Santa Catarina da Serra, em Leiria, onde se realiza um outro Festival do Chícharo, deve estar muito agradecida com este pára arranca...
Foi uma péssima decisão, em termos de marketing territorial. Não se pode andar a acabar com um festival no mês indicado, mudando-o para outra altura. O factor financeiro não pode desvirtuar um festival deste género e desta importância. O factor financeiro não é sequer decisivo para se organizar um festival deste género, pois com pouco pode-se fazer muito. E em Alvaiázere há que tenha a sabedoria e criatividade para fazer muito com pouco...
E isto não significa que o chícharo não possa ter o devido destaque nas festas do concelho. Pode e deve ter algum protagonismo durante a FAFIPA, funcionando como rampa de lançamento para o Festival do Chícharo em Outubro de cada ano. Há, portanto, que repensar esta questão, a bem da identidade local e do marketing territorial. As coisas têm mudado nos últimos tempos, esperando eu que se consolide o que de bom se está a fazer e que não volte a acontecer o mal que já aconteceu.
E falando em marketing territorial, no dia 20 de Junho foi apresentado publicamente um vídeo de grande qualidade sobre Alvaiázere, o qual recomendo vivamente que visionem. É uma bela ferramenta de marketing territorial, a qual vos desafio a partilhar nas redes sociais. Se as entidades públicas forem coerentes e consequentes com o que ali é mostrado e dito, então Alvaiázere terá um futuro bem risonho. É algo pelo qual pugno há 13 anos. O património merece!