já esperada à muito tempo, a decisão acerca do traçado para o IC3. Enquanto técnico ao serviço da Câmara Municipal de Alvaiázere (Dezembro de 2004 a 7 de Março de 2008) fiz o que me era exigido, servir os interesses de Alvaiázere e das suas gentes no que concerne ao domínio territorial. Na altura logo me apercebi de qual seria a melhor solução, a qual acabou por singrar, solução esta que era o melhor compromisso em termos de economia, ambiente e social.
Logo surgiram vozes contrárias que baseavam a sua opinião em mera retórica e não em factos concretos em termos de políticas territoriais, algo que é muito complexo, mas que afinal é necessário discernir.
Desde cedo assumi a minha posição enquanto técnico de ordenamento do território, sem medo de quaisquer tipo de lobbys, externos a Alvaiázere ou não, por isso comecei a ser encarado por alguns como persona non grata, facto que em nada me preocupou, pois o que me move é a idoneidade e competência e não interesses vários.
A empresa Estradas de Portugal cedo avisou que a solução que ganhou seria a vencedora, já que os vários estudos demonstravam que seria a melhor solução, complementada com nós de ligação a Alvaiázere. Por isso fiquei satisfeito com a posição deles, algo que por vezes não acontece entre ambientalistas/conservacionistas/ecologistas.
Mesmo apesar destes factos o Presidente da Câmara de Alvaiázere, mostrou-se pouco satisfeito com o cenário, mesmo sem que factos concretos apresentasse para "contrariar" a posição das Estradas de Portugal. Em vez de apresentar estudos e factos concretos, apenas apresentou as suas ideias não fundamentadas em termos técnicos e sem nexo em termos de compromisso economia/ambiente/social, mesmo no que concerne à questão de vias de comunicação per si, não apresentou nada de concreto.
Tomou pulso firme na sua posição, estando ao lado de um abaixo-assinado que não reflectia a posição do povo, já que este assinou na sua maioria sem saber no concreto de que se tratava no específico. Assumiu que seria uma derrota a sua posição perder, mostrando-se pouco sereno em algumas situações, já que em alguns jornais referiu que em determinada situação poderia "apoiar" cortes de estrada como forma de protesto. Considero que este facto foi muito infeliz, já que a empresa Estradas de Portugal cedo lhe garantiu que apesar de a proposta que esta autarca apresentada ir perder, teria pelo menos dois nós de ligação ao concelho de Alvaiázere.
Já no que concerne aos estudos dos traçados e da discussão pública, tomei posição a favor da hipótese que desde o início defendi, já que era a que melhor defendia os interesses de Alvaiazere e das suas gentes. Em termos individuais e para a discussão pública do projecto elaborei parecer sobre o traçado que venceu, ser o mais favorável, tendo várias pessoas de Alvaiázere vindo falar comigo (off the record - com receio...) a pedir-me que intercedesse a favor da solução vencedora, em termos de instituições, dei também a minha contribuição com o meu estudo para outro estudo elaborado por uma equipe multidisciplinar de vários especialistas e "meros" cidadãos.
Por isso apenas posso estar muito contente pela seriedade e competência de quem efectivamente sabe terem ganho e com isso Alvaiázere ir ganhar muito com isso. É bom que isto se diga para que nunca seja esquecido, o ordenamento do território é para especialistas e não para aspirantes!
Como nota final tenho apenas a referir que com a solução de traçado ganhadora, Paulo Tito Morgado tem uma estrondosa derrota político/pessoal e a vários níveis, mostrando que ainda tem muito a aprender (como todos nós..) no domínio das políticas territoriais. Outro facto é que esta estrada terá portagens (mais tarde ou mais cedo, é o princípio do utilizador/pagador..) , facto muito negativo para a região e facto que salienta ainda mais a derrota político/pessoal deste autarca, já que perdeu em todas as frentes possíveis, o traçado que pretendia e as inevitáveis portagens. Os nós de ligação já estavam garantidos.....
Agora é aceitar democraticamente este resultado e caso este autarca queira discutir de forma construtiva pormenores do traçado e suas consequências em termos de políticas territoriais, estarei disponível para falar olhos nos olhos, algo que o mesmo gosta de salientar no seu dia a dia (mesmo que depois sem aviso prévio envie cartas registadas a informar não renovação de contrato uma semana após corte de azinheiras...)
Os meus cumprimentos democráticos a este jovem autarca tão promissor!