28.5.19

Os milhões, as requalificações, os jardins e os flops...


Quando ouvi a notícia sobre a requalificação do Jardim do Cardal, em Pombal, lembrei-me logo de um paradoxo, o qual tem o seu expoente naquilo que podem observar nestas duas fotografias, tiradas no final de Abril. Enquanto fazia tempo, esperando pela hora de estar com amigos num jantar, fui até ao Jardim do Cardal, mais precisamente a um campo de basquetebol que existe lá para os confins daquele jardim. É um espaço que está ao abandono, com uma taxa de utilização que, pelo aspecto, indicia ser baixíssima (para a prática desportiva...), mesmo apesar de ser um lugar bem catita, junto à linha de comboio.
A notícia referida dá conta de um investimento de meio milhão e é acompanhada por um discurso típico, floreado q.b.. Desconheço, no concreto, o projecto, contudo fico sempre de pé atrás com obras que parece que só existem para mostrar aos eleitores e pouco mais. Será que esta é uma prioridade sequer?
Não me parece, de todo, que uma obra como esta venha resolver um problema estrutural, o qual passa por uma crónica má gestão do espaço público e deficiente dinamização de áreas chave como esta.
Enquanto o paradigma não mudar, não vão ser obras do tipo eleitoralistas que vão mudar o rumo das coisas.Podem fazer as obras que quiserem, gastar o dinheiro que quiserem, mas se não investirem no fundamental e no prioritário não há milagres...



23.5.19

É ir, aprender e desfrutar!


A exploração da nascente do rio Nabão, em Ansião, na primeira pessoa, com projecção do documentário "Ansião - expedição às profundezas"
João Neves (espeleo-mergulhador), Rui Guerra (realizador/fotógrafo e espeleo-mergulhador) e Sérgio Medeiros (espeleólogo), irão falar da sua experiência nestes ambientes e em particular da nascente do rio Nabão.
Como é preparar toda a logística para uma expedição como esta? Quais os desafios de filmar nestes ambientes subterrâneos, acima e debaixo de água? Como é feita a exploração subaquática desta e de outras grutas?
Estas e outras questões colocadas pelo público serão tema de conversa com os protagonistas.
Com o apoio da Fundação Caixa Agrícola de Leiria, uma co-organização de João Carlos Gomes e Photoguerra.
Entrada livre"

19.5.19

Larga o telemóvel e pega num livro sff!


Passamos cada vez mais tempo focados no ecrã do telemóvel, muita vezes a perder tempo importante da nossa vida, sem aprender nada. Este exagero no tempo que se passa à frente do telemóvel é cada vez mais preocupante. Ao mesmo tempo passamos cada vez menos tempo focados nos livros físicos, facto que, para mim, é tremendamente preocupante.
Tenho por hábito tentar sensibilizar-vos para o hábito da leitura, sempre sem "acordo" ortográfico. Desta vez trago-vos mais sugestões de leitura. O primeiro livro é algo que faltava à minha biblioteca, uma perspectiva diferente. Tenho a certeza que muitos irão ficar surpreendidos com o património genético dos portugueses, pelo menos aqueles menos atentos à nossa história... 


A par de Jacques Cousteau, David Attenborough é a minha principal referência no que concerne ao mundo natural. Foi com ele que cresci a ver o mundo natural, facto que teve uma influência decisiva em quem sou e no que faço hoje. É daqueles livros em que não há hipótese de ficar na prateleira da livraria...


Há livros interessantes que não compro, já que são muito semelhantes aqueles que já tenho. Estes dois são diferentes, daí terem sido opção para vir passear comigo até casa. Ainda não os li, dei apenas uma olhadela, seja para confirmar que não padeciam do "acordo" ortográfico, seja para perceber um bocadinho sobre aquilo que tratavam nas suas páginas.


Boas leituras! E já agora, vão às nossas bibliotecas municipais, onde há muito livro que precisa de ser lido!!

14.5.19

Como se cultiva a cultura? Participando!


Todos os anos gosto de, nesta altura, falar das festas que ocorrem na região de Sicó. Desta vez destaco 3 eventos, um em Santiago da Guarda, outro no Alvorge e outro na Serra da Portela, em Pousaflores. Poderia falar de outros, mas destaco os que me apareceram primeiro no radar das redes sociais. Destaco também algo que já por várias vezes referi, ou seja a inexistência de uma agenda de eventos regional, devidamente estruturada e divulgada. Fica a dica para a Terras de Sicó...
Mas voltando ao início, eventos como estes representam a cultura da nossa região, uns melhores do que outros, mas faz parte, já que a cultura é assim mesmo. A melhor forma de pugnar pela nossa cultura é participar nestes eventos, conviver com o pessoal e desfrutar do melhor que temos!




10.5.19

Os porcalhões, a poluição e o rio Nabão


Logo que a obra ficou terminada, cedo os ansianenses, e não só, começaram a desfrutar das margens do rio Nabão, em Ansião. Com a fruição vieram os problemas do costume, vandalismo e falta de civismo. Luzes partidas no sector da nascente, mais desprotegido, e lixo na ribeira, bem como mesas mandadas para a ribeira. Infelizmente isto continua a acontecer.
Certos porcalhões continuam a mandar resíduos para a ribeira, tal como se observa na primeira fotografia. Onde isto acontece mais vezes é ao pé do telheiro onde o pessoal pode picnicar nas mesas e grelhar a chicha ou o peixe. Se alguma vez virem alguém a mandar algo para a ribeira, não se calem. Eu, se o vir não tenho qualquer problema em chamar de porcalhão ou porcalhona, pois é algo que mexe com o/a visado/a.
Depois há outra questão, a da poluição química, facto que além de eu já ter observado, já por mais que uma vez fui contactado para comunicar o facto. Esta segunda imagem veio de uma dessas pessoas, à qual eu agradeço o envio. Há que identificar possíveis focos de poluição, de forma a punir quem faz dos cursos de água o seu caixote do lixo ou uma sarjeta!
Resumindo, estejam atentos a este tipo de situações, a bem da nossa saúde, da nossa qualidade de vida e a bem de Ansião. Há que mudar as mentalidades de alguns que teimam em se manter na idade da pedra. Eu estarei por aqui para isso mesmo, trabalhando activamente em prol da literacia ambiental e cívica.


6.5.19

Dicotomias pombalenses: reabilitação urbana, realidade ou ficção?


É um título algo provocador, que pretende fundamentalmente suscitar o debate e o espírito crítico sobre o património construído, sobre a arquitectura e sobre identidade local.
Para ilustrar devidamente este comentário, utilizo duas imagens que registei nas minhas duas últimas idas a Pombal, que ilustram de certa forma uma dicotomia. Em primeiro lugar o edificado esquecido, não valorizado e em mau estado. Em segundo lugar o edificado reabilitado, valorizado e em bom estado. O primeiro é algo que me repugna ver, dado o péssimo estado do belo edifício do qual esta "secção" faz parte, enquanto que o segundo é algo que me alegra, já que se trata de um edifício reabilitado e que mantém algo de fundamental, a identidade do lugar ou da rua em causa.
Tenho pena que a reabilitação urbana ainda não tenha chegado a Pombal a uma escala que faça a diferença, tal como se observa em Lisboa ou Porto, onde a força do turismo, para melhor ou para pior, tem levado a um investimento massivo na reabilitação urbana. Há toda uma série de ruas em Pombal, com edifícios bem catitas, que tem vindo a perder a sua identidade, graças ao desinvestimento de particulares e não só na recuperação ou reabilitação do edificado. Há várias causas, sendo que algumas delas irei centrar a minha atenção muito brevemente, em comentários mais incisivos. Para já fica o convite para que nos próximos dias olhem com olhos de ver para o edificado daquelas ruas mais povoadas de edifícios catitas em Pombal, onde ainda constam nas fachadas e interiores, histórias e estórias de muitas décadas. Tentem adoptar uma postura focada na análise da arquitectura vernacular que ainda se consegue ver por várias ruas...