28.3.20

Quero ver quem descobre!


Por estes dias muitos são os que têm passado bastante tempo confinados ao lar, com maior ou menor dificuldade em encontrar algo que distraia de forma útil. Lembrei-me hoje de fazer algo de diferente, de forma a estimular o conhecimento do património local. Quando tirei esta fotografia, não fazia ideia que seria boa para utilizar neste desafio. Considero que é uma fotografia perfeita para um pequeno jogo/actividade/desafio, que quero agora propor-vos.
O desafio consiste em algo muito "simples", tentar descobrir do que se trata e onde se localiza. Terão de referir o que é e onde é, sem rodeios ou barro jogado à parede...
Dou apenas uma pista, situa-se no Concelho de Ansião. Aposto que vão demorar uns minutos a descobrir!
Nota: as respostas podem ser dadas na página do Azinheiragate ou nas minhas páginas das redes sociais.


24.3.20

Hora de mudar o paradigma e fortalecer os sectores primário e secundário da nossa região!


Região e país, obviamente, contudo o meu foco é, como é de esperar, a região de Sicó. Nesta fase difícil para todos urge reflectir sobre a nossa realidade, sobre o que o COVID 19 irá significar no curto e médio prazo para a nossa região, a todos os níveis (e.g. económico; social), e, finalmente, sobre o que podemos fazer para que a fase pós COVID 19 seja menos dura e feita de forma a que ocorra com bases sólidas, as quais possibilitem um desenvolvimento territorial e económico sustentado no curto, médio e longo prazo. Neste comentário foco fundamentalmente o sector primário e secundário.
No seguimento do último comentário, introdutório a esta temática, lembrei-me que seria boa ideia focar agora algumas ideias base. O clique para este comentário, em específico, foi algo que vi nas redes sociais. Um produtor de queijo, da região de Sicó, a fazer o que somos bons a fazer no imediato, ou seja desenrascar. Pelo que este produtor afirmava, estava com dificuldade em escoar a produção e que em vez de mandar o leite fora ia fazer mais queijo na esperança de o vender. Para isso utilizou as redes sociais e começou a ter alguma visibilidade. E fê-lo muito bem, pois no arriscar é que está o ganho. Não podemos ficar parados com medo, mas sim enfrentar os medos, os factos e pensar que apesar de entretanto as coisas irem piorar, vão depois melhorar. E aí, se estivermos preparados, sairemos mais fortes da situação complexa em que estamos actualmente e estaremos ainda daqui a uns meses.
Mas não estou aqui para falar de queijo em si mesmo, mas sim dos produtos e produtores locais, os quais nesta hora precisam do nosso apoio. E o nosso apoio faz-se de uma maneira simples, comprando, em segurança, os produtos que precisamos aos nossos produtores. Nunca eles precisaram tanto de nós e nunca nós precisámos tanto deles. Ficamos todos a ganhar, portanto há que escoar tudo o que é produção local, regional e depois nacional. Assim seremos um factor decisivo para a economia local e regional nestes tempos atribulados.
A imagem que veem na imagem é de um diapositivo sobre a produção de uma variedade local de batata de montanha, em Espanha, aquando de um curso de inovação social que fiz há poucos meses. Na nossa região também temos variedades tradicionais, portanto peguemos nas nossas enxadas e transformemos aqueles quintais não utilizados em hortas de subsistência e de eventuais trocas de produtos, bem como, e porque não, para venda local. Esta é a altura ideal de mudar o paradigma e minimizar a nossa dependência de produtos vindos de fora de Portugal!

20.3.20

E agora, qual será o futuro da nossa região?


Por estes dias as redes sociais estão a ser inundadas pelo assunto do momento e dos próximos tempos, contudo é uma inundação de conteúdos irrelevantes, inúteis, falsos e que, na sua maioria não interessam nem acrescentam nada. Cabe-nos contrariar esta má onda com conteúdos úteis e positivos, os quais contribuam para a mitigação e resolução dos efeitos COVID 19.
É um problema que ninguém esperava e que irá ter impactos gravosos a vários níveis, nomeadamente económico e social. Curiosamente a nível ambiental terá impactos positivos, mas isso fica para uma próxima conversa. 
Para a nossa região é algo de mais complicado, já que é uma região com problemas estruturais graves e que neste momento estava a começar a ter uma fase relativamente boa a vários níveis, nomeadamente económico. É um problema que ninguém esperava e que nos apanhou a todos de surpresa. Autarquias e investidores terão agora um papel ainda mais importante no que concerne ao trilhar o caminho da retoma. Será um caminho difícil, já que os impactos negativos do "furacão" COVID 19 são e serão muito grandes a vários níveis.
Além do óbvio (?) papel que todos temos na mitigação dos efeitos desta crise, que não se sabe ainda qual irá ser o impacto final, há um papel que todos temos pela frente e que ainda não ouvi ninguém falar. Trata-se de algo que é um dos nossos calcanhares de aquiles, ou seja o planeamento estratégico do nosso futuro. Costumamos "planear" em cima do joelho, mesmo a nível das entidades públicas. A desculpa é que não há tempo para isso. É um erro estratégico!
Agora que as coisas vão desacelerar bastante, temos de aproveitar o momento difícil para planear, planear e planear, de forma a que quando esta crise acabar possamos retomar a dinamização territorial e económica e de uma forma racional, sustentável e criativa! Aqui as autarquias terão um papel fundamental, tal como os investidores, sejam eles da região ou não. Cabe-nos planear para que o futuro nos sorria novamente em poucos anos. E há que perceber que até que isso aconteça muito de negativo irá acontecer, dadas as ondas de choque que todos iremos apanhar, de uma forma ou de outra, nos próximos tempos.  Este planeamento deverá acontecer a várias escalas espaciais e temporais e prever tudo aquilo que é possível, na medida do... possível. Pensar o nós e pensar os outros. Aqui será fundamental o pensar a região sem capelinhas. Se o nosso vizinho estiver bem nós também poderemos estar bem. Junto somos mais fortes!

15.3.20

A sociedade evolui, os badalhocos não!


Faz este mês 10 anos que aconteceu o Limpar Portugal em Portugal e em Sicó, evento ímpar que, diga-se, ajudou a mudar mentalidades para melhor. Não foi um evento único, pois deixou sementes que nos anos seguintes teve seguimento em muitos municípios. Foi, para mim, um evento marcante, já que sendo coordenador concelhio e fazendo parte da organização a nível distrital, foi algo que me ajudou a capacitar neste domínio e a consolidar quem sou actualmente enquanto activista ambiental.
Efemérides à parte, e antes de ir ao cerne da questão, uma curiosidade que já terei por aqui dito, não sei é quando. Cidadãos como eu, interessados e activos nas temáticas ambientais, tiveram num qualquer dia da sua vida algum tipo de clique que acabou por servir de rastilho para se tornarem quem são. No meu caso aconteceu quando trabalhava num posto de combustíveis. Deslocava-me para lá de bicicleta, daí a minha atenção ter começado a focar-se nas bermas da estrada, que eram povoadas por garrafas de água. Nessa altura eram mais garrafas de água e latas de refrigerante, mas agora há uma maior diversidade de resíduos. Nessa altura comecei a levar um saco de plástico e a apanhar todas as garrafas e latas que via nas bermas. Depois colocava tudo no ecoponto. Foi algo que me transformou...
Em 2009, e enquando formador de uma academia de miúdos nos Bombeiros Voluntários de Ansião, organizámos, a meu pedido, uma acção inspirada no que descrevi atrás
Depois de tantos anos, e mesmo tendo as coisas melhorado, o mundo é mais complicado, contudo os porcalhões continuam porcalhões. Se há indicador fiável do grau de civismo, ou falta dele, de uma sociedade são as bermas de uma qualquer estrada. Elas espelham a sociedade em que vivemos. Esta, na imagem, é nos Olhos de Água, em Ansião.
E se virem um badalhoco a mandar resíduos pela janela do carro... apitem ao animal!!!

10.3.20

Queimar parte da Serra de Sicó para que os visitantes tenham vistas mais largas?!



Preferi esperar uns dias para comentar oficialmente, já que queria esperar pelo desenvolvimento desta novela quente, que apanhou tantos de surpresa.
Falo, claro, de uma acção de fogo controlado planeada algures para a Serra de Sicó. As minhas "antenas" detectaram o assunto através das redes sociais, depois de um conhecido ter comentado esta questão e um membro de Assembleia Municipal ter comentado, de forma não oficiosa, o assunto. A senhora utilizou como argumento para o fogo controlado a suposta necessidade de ter vistas na serra, já que o que ela denominou como mato alegadamente tapa a vista aos visitantes. E não, não utilizou argumentos aos quais eu poderia dar algum crédito, tais como argumentos técnicos e/ou científicos. Poderia ter alegado a necessidade de fogo controlado para gestão da paisagem e aí já valeria a pena dissertar sobre o assunto. Mas não, alegou a necessidade de fazer arder parte da serra para que os visitantes pudessem ver melhor. Bravo! Resta saber se esta senhora sabe, de facto, o que é andar na Serra de Sicó, mas a pé e não de jipe. Eu já por lá ando há muitos anos e, portanto, sei o que é palmilhar a Serra de Sicó e os seus belos campos de lapiás, a pé. 
Há pessoas com responsabilidades que, devido ao seu distanciamento sobre a Natureza, cometem erros graves, que depois se reflectem na má gestão do território, mesmo que de forma indirecta, já que a sua posição, enquanto políticos, se sobrepõe muitas vezes a posições técnicas e científicas. Isto mesmo que possam não ter qualquer competência na matéria em causa.
"Argumentos" como este, invocados por um membro de uma Assembleia Municipal são sintomáticos de um mau conhecimento do território e de uma má gestão do território e da paisagem de Sicó, talvez daí tanta indignação de populares e associações que usufruem daquela área e que nem sequer foram consultados.
Não sou contra o fogo controlado, já que nalgumas situações pode ser uma boa ferramenta de gestão da paisagem. Não é este o caso na Serra de Sicó, onde já há muitos anos a frase "gestão da paisagem" é desconhecida por parte do poder público. Infelizmente hoje é mais uma moda em voga, boa para mostrar "serviço" e algumas pessoas. Ah, e já agora, um técnico de queima ganha 120 euros por hectare ardido numa acção de fogo controlado. São pormenores que importam saber.
Depois de todo este zum zum nas redes sociais, realizou-se uma sessão de esclarecimento (curioso o cartaz ter dois pontos de exclamação...), a qual, e pelo que me foi confidenciado, foi pouco útil. Fiquei a saber que alegadamente as comissões de compartes não foram tidas em conta neste processo. Curioso, muito curioso... E outras curiosidades mais, nomeadamente pela posição da Junta de Freguesia de Vila Cã, que alegadamente não ficou nada bem na fotografia. 
Fiquei também curioso sobre a questão da(s) pedreira(s) e do jeitaço que isto poderia dar. Mas isso é para outras conversas.
Querem mesmo fazer algo de útil e que se justifica? Vamos por partes, no imediato proceder às limpezas em redor do edificado, salvaguardando bens para o próximo Verão. Depois a elaboração de um Plano de Paisagem, o qual acautela a gestão da paisagem e da vegetação, bem como outras coisas mais (neste Plano de Paisagem as populações e entidades são devidamente auscultadas). Essa proposta já existe e é do conhecimento da Terras de Sicó. E deixem-se de "show off", pois isso já temos a cada Verão que passa. E já não deve faltar muito para que, mais uma vez, boa parte da Serra de Sicó arda, como é tradição (cíclico). Já muitos sabem onde o próximo incêndio começará e onde acabará, mas isso parece que já não interessa para alguns nem dá para fazer "show off".
Como nota final, a necessária declaração de interesses. Já trabalhei num Plano de Paisagem Municipal (bem longe de Sicó), embora na temática da geodiversidade, portanto à luz dos factos, e para alguns de vós, posso eventualmente ser considerado suspeito para sugerir/propor a necessidade/utilidade de um Plano de Paisagem.

6.3.20

Sobre o vandalismo...


O vandalismo é algo que me irrita. O vandalismo é algo que me incomoda, seja em locais que não conheço, seja em locais tão especiais como este. Desde que esta obra foi feita que o vandalismo tem estado presente, desde montante a jusante, desde lâmpadas partidas, bancos e mesas até aos irritantes grafitis. Provavelmente terão sido miúdos e provavelmente terão adquirido as latas numa qualquer loja da Vila de Ansião, sendo, portanto, fácil de saber quem foi. Isto teoricamente.
Traquinices à parte, isto revela uma coisa muito simples, a falta de educação e de respeito pelo espaço público. Temos de educar as gerações mais novas para esta questão, fazendo-os respeitar o espaço público. E sim, todos nós fizémos das nossas traquinices em miúdos, daí sabermos agora a importância de, nós, trabalharmos esta questão para que as novas gerações não façam o que se vê nesta imagem.