26.5.08

Cartoons para pensar e reflectir...




Diria eu numa alusão ao azinheiragate:
" Ás vezes penso que o sinal mais evidente que Alvaiázere está na mó de baixo é o facto de ter a classe política que tem."

Para bom entendedor maia palavra basta....

25.5.08

Um link energético amigo do ambiente

Tenho este e muitos outros links úteis amigos do ambiente disponíveis neste blog, invistam um bocadito de tempo a vê-los e não se vão arrepender!
De forma a dar visibilidade a um destes deixo-vos o seguinte link:

http://www.troquedeenergia.com/

Energias renováveis no seu melhor!!

Ps: Se um autarca qualquer vos disser que quer as eólicas devido a ser uma energia amiga do ambiente, não acreditem muito, a probabilidade de ele querer parques eólicos devido apenas ao $$$ que ele significa é muito elevada. O resto é conversa de conveniência.....

Obs: Já à mais de 15 anos que nós, ambientalistas/conservacionistas/ecologistas, andamos a falar nisto e nessa altura chamavam-nos tótós, agora chamam-nos impedidores do desenvolvimento, o que mudou? O facto de dantes não saberem que isso lhes dá muitos $$$$ e agora sabem...

Deixo-vos com uma imagem que apesar de ser extremamente engraçada, fala de algo muito problemático e pelo qual devemos colocar os nossos esforços, ter comportamentos amigos de ambiente, o eu afinal é apenas ter comportamentos amigos de nós próprios! A Terra é a nossa casa, se não cuidarmos dela quem cuidará?!!
Reflictam, à parte de brincadeiras.....


22.5.08

A Natureza insólita!

Mais do que falar sobre este vídeo, vale a pena ver algo que dificilmente se vê!!

Pena é que haja pessoas ditas racionais que não tenham esta capacidade, a tolerância e o respeito pelo próximo....

Fica o vídeo insólito que tratei de fazer quando cheguei a casa e me deparei com isto, simplesmente fabuloso!

20.5.08

Não atropelem os animais sff!!




Andava para colocar este tema à vossa disposição já à algum tempo, à meses atrás andava com o intuito de tentar disponibilizar este conteúdo no site de uma instituição, infelizmente não me permitiram este facto. Sendo assim deixo aqui um pequeno post para vos fazer reflectir sobre um tema que muito me interessa, o atropelo de animais selvagens.

Por vezes não temos hipótese de nos desviar de alguns destes animais, mas muitas das vezes há pessoas que têm prazer em atropelar alguns animais, nomeadamente ouriços caixeiros, cobras etc.

As fotos que aqui vos disponibilizo são de um dos animais mais fabulosos que conheço, as corujas! E não, não fui eu que atropelei este belo animal que vê na foto, foi uma coruja que foi atropelada por uma alma qualquer que tendo ou não culpa, não de dignou de parar para ver como tinha ficado o animal e retirá-lo da beira da estrada. O que eu fiz quando passei por este belo animal, morto na berma da estrada, foi parar e recolher o mesmo, levei para casa na bagageira do carro, tirei fotos para que servisse para algum tipo de campanha como este post pretende alertar e sepultei a ave no jardim, um fim digno para um ser vivo que tem tanto direito como nós a estar neste planeta!
Quando forem na estrada tenham cuidado e evitem atropelar os animais, uma das sugestões que dou é andarem mais devagar, o ambiente agradece!
Outro dia ia nos meus treinos e estava um ouriço caixeiro a passar a estrada (com algum movimento), parei, pois vi que ele podia não ter muitas possibilidades, e peguei com cuidado nele, algo que foi mesmo engraçado, levando-o para o outro lado da estrada. Se querem saber, soube mesmo bem fazer algo tão simples como isto, não posso esquecer que somos nós que andamos a fragmentar os habitats destes animais com tanta estrada...
Falem com os vossos amigos, sensibilizem!! Ah, e se virem alguém a fazer um atropelamento forçado a algum animal selvagem (ou não) revoltem-se a façam ver a vossa posição!!





Peço desculpa ainda não ter colocado o post sobre os Olhos de Água, mas ainda não consegui encontrar uma foto antiga, facto importante para o que pretendo fazer! Logo que tenha mais tempo colocarei este post que tanto me diz!!



18.5.08

Acessibilidade Rodoviária para Alvaiázere - IC3: Não assinem a petição pois o intuito é manipulador!

Andava eu pela web quando vi uma petição que começou à poucos dias a rodar pelo mundo virtual, parecia interessante pelo facto de tratar de um tema que a todos nós interessa, o IC3, mas depois de começar a ler o conteúdo vi que é nada mais nada menos do que uma tentativa desesperada de lobbys interessados em fazer vingar uma hipótese de traçado do IC3 que já perdeu, ou seja a hipótese 2 é a hipótese perdedora!
Esta petição não traduz a manifestação de vontade e querer das gentes do Concelho de Alvaiázere, do Distrito de Leiria e de toda uma região, é falso!
Estou perfeitamente à vontade para falar abertamente e de forma imparcial deste tema, trabalhei 3 anos por terras de Alvaiázere, área que muito aprecio e defendo com unhas dos lobbys que dela se querem acercar! Trabalhei vários meses nesta pasta e a conclusão geral foi a de que hipótese fundamentada é a nº 1, opinião partilhada pelas Estradas de Portugal!

Esta petição tem por objectivo tentar alterar a opinião das pessoas que estão escandalizadas com o facto de se andar a querer impingir uma pseudo-hipótese de traçado para o IC3 no que toca à sua passagem em Alvaiázere, não tem fundamentos técnicos nem éticos, porque é o seguimento de um abaixo assinado que manipulou a votação das pessoas, manipulando desta forma a opinião das pessoas, as quais foram convidadas ( do forma muito insistente...) porta a porta a assinar um papel que apenas tinha o local para assinar e não tinha num mapa explícito as hipóteses de traçado em jogo...
Noto que a Estradas de Portugal já decidiu o traçado a elaborar (garantindo as ligações!!), que será a hipótese 1, a qual tem menos impactos ambientais, sociais e mais impactes económicos (positivos). Está-se a tentar desesperadamente inverter as regras legais instituídas, referindo-me eu ao facto de que a hipótese 1 é a que tem defesa técnica e não a 2!
Menos impactos ambientais porque evita a destruição e afectação de áreas tão importantes como e Rede Natura 2000, Zonas de infiltração máxima, carvalhais, estradas romanas etc. Menos impactos sociais porque evita extensas áreas com edificações, nomeadamente de jovens que se implantaram nesta área. Pena é que os poucos que defendem a segunda hipótese não referem o facto de terem de ir casas abaixo, porque será? É a qualidade de vida das populações que está em jogo....
Relativamente aos impactos económicos porque promove um ordenamento territorial equilibrado, não sobrecarregando uma área já muito afectada por uma via de comunicação, a EN110. Todos podemos observar a selvajaria que é a área em redor da EN110!
Além disso, já há uma via de comunicação excelente, que é a EN 348, a qual curiosamente passa por uma das zonas indústriais do concelho, sendo que a outra zona indústrial fica ao lado da EN110... (o argumento base dos lobbys é que precisariam de uma estrada para servir as zonas indústriais, mas afinal elas já estão bem servidas...)

Neste blog já tratei esta questão (http://azinheiragate.blogspot.com/2008/03/o-famigerado-ic3.html) e por isso não vale a pena estender o assunto, espero no entanto que todos vós se apercebam que andam a fazer jogo sujo com esta questão, será desespero?

Quando vos pedirem de forma insistente para votarem numa qualquer sondagem, abaixo-assinado ou petição vejam bem o que está nas entrelinhas, assim evitam comprar gato por lebre...

Ps. Eu sei que sou "chato", mas a defesa de uma região tão bonita e das suas gentes está em primeiro lugar, mesmo que seja chato por vezes....

Notas de imprensa sobre a questão:

Jornal Sol 7 de Março de 2008

«« «Todos os municípios, entre Alvaiázere e Lousã, escolheram como opção comum o traçado pelo lado nascente, pois em termos de plano rodoviário não faz sentido o traçado poente, que encostava a estrada mais para o litoral», afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Penela, Paulo Júlio.
O autarca social-democrata entende que o IC3, «numa tipologia de auto-estrada, é fundamental para o desenvolvimento de todos estes territórios e o único que serve os municípios de Miranda do Corvo e Lousã»
«O IC3 tem uma importância política estratégica entre Tomar-Coimbra, em territórios que nos últimos anos, por falta de boas acessibilidades, perderam população», frisou Paulo Júlio.
Em comunicado, a Câmara de Miranda do Corvo considera que se o Governo optar pelo traçado nascente é uma decisão «de grande justiça para um conjunto de concelhos que, apesar das infra-estruturas rodoviárias criadas nos últimos anos por todo o país, têm ficado sistematicamente esquecidos».
Na terça-feira, aquela autarquia juntou, numa reunião, os presidentes das juntas do concelho com os de Torres do Mondego, Ceira e Almalaguês (Coimbra), freguesias directamente abrangidas pela passagem da estrada.
Da reunião, saiu uma posição de defesa conjunta do traçado denominado «solução 1», que passa a nascente de Penela.
Também a associação ambientalista Quercus emitiu quinta-feira parecer favorável à «solução 1 (traçado a nascente de Penela) em termos gerais, com algumas correcções, e parecer negativo às alternativas da «solução 2» que atravessam a Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura Sicó-Alvaiàzere e a Mata Nacional de Vale de Canas em Coimbra».
O IC3 terá um perfil de duas faixas em cada via, com uma largura total de 24,1 metros, com uma via de lentos nos trechos mais inclinados, estando prevista a construção de três pontes sobre os rios Corvo, Ceira e Mondego. »»

17.5.08

Arqueologia nas Terras de Sicó - Voluntários precisam-se!!


Há locais de valor internacional no que concerne à arqueologia por Terras de Sicó, neste caso específico em Alvaiázere. É algo que é incompreensível, acontecer que certas pessoas ditas responsáveis e que de forma tão irresponsável gritam que pugnam pelo desenvolvimento desta região, não tenham aproveitado até agora recursos fabulosos como este, que além de riqueza trazem postos de trabalho a esta região. É algo que já vem de à décadas mas que teima em continuar, fala-se muito que existe património, mas afinal isto acontece apenas quando colocados à frente de um jornalista, indo ele ou ela embora voltam as ideias estereotipadas do que supostamente é desenvolvimento....
Conheço pessoalmente a área que é referenciada neste anúncio, por isso e pelo facto de conhecer o vasto património arqueológico existente entre outros em Alvaiázere, deixo o anúncio:


ESCAVAÇÕES NO COMPLEXO MEGALÍTICO DE REGO DA MURTA
(REGIME VOLUNTARIADO)

30 de Junho a 26 de Julho e de 1 de Setembro a 19 de Setembro
(aberto sobretudo a estudantes de arqueologia)

Localização: Alvaiázere
Período: Neolítico/Calcolítico
Tipo de Estação: Dólmen de corredor
Entidade: CAAPortugal / IPT
Condições: Alojamento e alimentação (almoço e jantar)
Direcção: Doutora Alexandra Figueiredo

Todos os voluntários recebem certificado de participação.
Inscrições até 6 de Junho para alexfiga@ipt.pt
Os inscritos deverão enviar o seu currículo e o período em que se inscrevem (mínimo 15 dias).

Conhecimento a adquirir:
Escavação em open área, uso de estação total, GPS, fotografia vectorial, desenho de estruturas e cortes, análise de materiais, análise osteológica e odontológica, recolha de amostras datação e sedimentologia.

Pequena descrição do monumento:
O Monumento em estudo implanta-se numa vasta plataforma de depósito fluvial, integrado num complexo de 10 monumentos.
Arquitecturalmente, é construído por blocos de pequenos esteios em calcário, matéria-prima local, que perfazem uma câmara semi-circular e um corredor que pouco se diferencia deste e que se prolonga para SE, tal como a Anta I do Rego da Murta (localizada a menos de 500 metros).
A câmara tem de diâmetro máximo cerca de 4 metros e o corredor prolonga-se num comprimento de 3 metros por cerca de 1 metro de largura.
A sua boa preservação permite exumar uma grande quantidade e diversidade de objectos, na sua maioria intactos (vasos, um grande número de pontas de setas, alabardas, objectos simbólicos, como placas de xisto, botões em osso, contas de colar, etc.), as ossadas humanas (contando-se até ao momento com cerca de 50 indivíduos) e fauna (desde coelho, lebre, cavalo ou zebro, cão, porco, ovelha, etc.)

14.5.08

Dar visibilidade a quem não a tem!




Pois é, isto é como no natal, fingimos todos que somos solidário/as e passada esta época a dita solidariedade desvanece-se...

Infelizmente passou despercebido aos cidadãos das Terras de Sicó um evento de nível nacional, o campeonato de Boccia, mas a particularidade os atletas serem portadores de paralisia cerebral levou a que quando entrei no pavilhão os espectadores não estavam lá...
Infelizmente o egocentrismo e a falta de solidariedade leva a que as pessoas não se interessem por eventos como este, pena é!
O sorriso daquelas pessoas (sim, são pessoas como nós!) vale a pena, os breves momentos que lá estive valeram a pena, falta às pessoas uma bagagem intelectual que faça a diferença, pois momentos como este são para disfrutar, imaginam a alegria daquelas pessoas ao ver-nos nas bancadas?!
Por vezes fico irritado ouvir algumas pessoas dizer (por capricho) que não têm sorte na vida, pessoas estas que não têm problemas físicos, têm carro, casa e muito mais. Apenas esquecem uma coisa fundamental, o que interessa é a felicidade, a nossa e a dos outros e isso consegue-se deixando o umbigocentrismo, as aparências de lado e coisas do género...
Os atletas que ali estiveram têm todos problemas físicos, não têm carro e casa e muito mais, mas têm uma coisa que falta a muitos de nós, a alegria de viver!!
Decidi fazer este breve apontamento sobre algo que considero muito importante, o respeito e carinho pelo próximo, mesmo que ele/a seja diferente de nós! Apesar de este tema estar fora do contexto que trato neste blog, é importante fazer estas notas. Se não temos pessoas conscientes em várias temáticas como pode o ambiente andar bem?!
Pela atenção a estas pessoas/atletas, os meus parabéns ao município de Ansião, nem tudo o que cá se faz é menos bom....




12.5.08

O Património Geológico e Geomorfológico nas Terras de Sicó e a Exposicó


Pode parecer estranho, mas foi uma especialista na área (de bem longe...) que me avisou sobre um evento que muito me interessou em... Ansião! Apesar da pouca divulgação do evento, integrado na Exposicó

( Aspectos geológicos de Sicó - Documentos da História da Terra e o seu valor patrimonial ) foi um evento extremamente interessante e que espero que suscite o interesse de muitas câmaras, especialmente de Ansião, já que outras houve que tiveram oportunidade de apanhar o comboio e agora....

Foi uma palestra simples e concisa, todos os participantes perceberam bem a mensagem, depois seguiu-se uma pequena visita a um ponto de interesse de nível internacional que eu não conhecia pessoalmente! Finalizou com uma visita ao ainda pequeno e muito incompleto museu do fóssil na Granja. Se as coisas não de desvirtuarem podemos ter ali a breve prazo um local muito interessante, isto se as parcerias certas forem estabelecidas!

Termino apenas com uma nota muito importante, os fósseis não devem ser recolhidos senão para fins científicos, muitas vezes as pessoas apanham fósseis de valor que além de não terem qualquer utilidade fechados e esquecidos em casas particulares, mais tarde acabam deitados num quintal quelquer. É importante que esta mensagem passe, não apanhem fósseis, falem com quem sabe se virem algo fora do comum!!

Nas Terras de Sicó existe muito de valor, mas não só as pessoas bem como as autarquias destroem porque não falam com quem sabe... brevemente darei exemplos em Ansião!

Os meus parabéns por esta iniciativa integrada na Exposicó, espero que o interesse comece a crescer....

9.5.08

Dois discursos pelo IC3?

Depois de ter lido mais um artigo sobre a questão do IC3, não podia deixar de comentar a questão, não que já não tenha referido a temática mas sim pelo conteúdo confuso de dois textos que estão disponíveis a quelquer um de nós através da imprensa.
Comecemos então pelo início, as duas notícias contraditórias:

«Tal como estou em crer que a todos os munícipes interessa a defesa do património natural e a salvaguarda da biodiversidade, creiam também que o Município de Alvaiázere é e será o primeiro defensor desses valores, com a clara consciência que os mesmos pertencem, não ao indivíduo ou à comunidade local ou regional, mas à humanidade.»
Paulo Tito Morgado in Jornal O Alvaiazerense, 4 de Março de 2008

«No abaixo-assinado, os munícipes reclamam que seja escolhido o traçado mais próximo da sede de concelho, o qual, no entanto, apresenta mais constrangimentos ambientais.»
Notícias do Centro, Edição nº 72, 30 de Abril de 2008

Qualquer um de nós pode comentar livremente esta questão, acima de tudo nota-se que aqui há algo que é no mínimo contraditório, mas não é tudo!
Tive a oportunidade de ler o tal abaixo-assinado na ADECA, o qual não foi feito pela população, nem difundido pela mesma, é bom que isto se diga! Em termos técnicos o abaixo assinado foi mal elaborado, isto porque quando pede a opinião do cidadão, condiciona à partida a sua resposta. Isto porque o cidadão não pôde "reclamar" acerca de uma das possibilidades (a que menos afecta ambientalmente o concelho), tinha portanto de assinar defendendo obrigatoriamente a 2ª hipótese, o que em termos técnicos é muito pouco ortodoxo, já que está a manipular a opinião das pessoas, vinculando-a para algo que não pretende, mesmo que defenda a outra hipótese, ou seja a 1ª solução, a qual eu defendo de forma acérrima em termos pessoais e profissionais. O IC3 é muito necessário, mas feito de acordo com as regras que tenham em conta o equilíbrio entre Natureza, economia e população, fugir a isto é perverter tudo o que permite que as coisas corram bem no curto, médio e longo prazo!!
As pessoas de Alvaiázere defendem sim a 1ª hipótese e neste abaixo-assinado mal elaborado, não tiveram a possibilidade de o mostrar, tendo sido apenas remetidas de uma forma pouco aceitável para a segunda hipótese, a que menos interessa a Alvaiázere e às suas gentes! Além disso constava neste abaixo-assinado um mapa que nem merece esse nome, pois está muito mal elaborado pelas regras cartográficas que todos os bons profissionais seguem...
Defendi também as gentes de Alvaiázere nesta questão durante o período de discussão pública, já que pessoas houve que off the record vieram falar comigo para ver o que eu podia fazer. A 2ª hipótese é lesiva para o ambiente (zonas de infiltração máxima, carvalhos centenárrios, habitats de interesse comunitário da RN2000, estrada romana, etc) , economia e para as gentes de Alvaiázere, diminuindo a sua qualidade de vida, não é por passar 1 ou 2 km ao lado que o desenvolvimento não vem.... Havendo duas vias de acesso e havendo uma boa estratégia de marketing territorial o desenvolvimento surge!!
Eu defendo os abaixo-assinados, mas de uma forma justa, competente e imparcial, longe de manipulações lobbistas!! Se este abaixo-assinado foi mal elaborado é porque houve incompetência (tem de ser apurada a fonte!), é que eu prefiro nem sequer sonhar que poderá ter sido propositadamente manipulado não por uma entidade, mas sim por um lobista...
Eu detesto duas coisas em especial, incompetência e lobbys!! Se acabarmos com isto, as entidades respeitáveis que nos governam terão possibilidade de se afirmar e sair da tradição da incompetência (que é encarada infelizmente como "normal") das cunhas e de coisas do género a que o funcionalismo público está associado desde há décadas...
É este o meu singelo objectivo, fazer algo de positivo pelo país e por esta gente que merece melhor. Isto consegue-se respeitando as entidades legalmente instituídas e denunciando os incompetentes e situações associadas aos mesmos, aos clientelistas, lobistas e por aí adiante...

5.5.08

Dois concelhos, duas realidades?

Um post sincero para reflectir sobre o nosso papel na sociedade e no que podemos fazer por um mundo melhor...


Fui a Mirandela e vi algo que me chamou a atenção:



Foram a Alvaiázere e viram algo que lhes chamou a atenção:


Próximo tema a tratar:

Olhos de água em Ansiao, um projecto com muitas falhas...


Parques eólicos e desordenamento do território: breves apontamentos


Como prometido, falo agora sobre a questão dos parques eólicos, um tema que conheço já há alguns anos e que estou à vontade para falar. Sou acérrimo defensor das energias renováveis, as quais não se reduzem apenas à energia eólica.

Deixo-vos um texto que já escrevi em 2007 e coloquei à discussão num fórum de profissionais da minha área, este texto foi muito bem recebido por todos e passados poucos dias fui convidado por uma Associação de Desenvolvimento Local para um destes dias ir falar sobre esta questão que tanta polémica anda a levantar em Portugal. É um texto que convida à reflexão de uma questão que a todos nós diz respeito:


«Como adepto fervoroso das energias alternativas já à muitos anos, não posso deixar de colocar à discussão um tema que apesar de estar a ter fortes impactos na paisagem de Portugal, paisagem nocturna incluída, não tem sido devidamente discutida a bem da temática do ordenamento do território neste país.
Comecemos pelo início, há poucos anos atrás especialmente os políticos chamavam-nos “idiotas futuristas” ou algo muito semelhante, mas hoje em dia já nos chamam impedidores do desenvolvimento por chamarmos à atenção certos atropelos a que assistimos hoje em dia devido ao autêntico lobby económico que se tornou a questão dos parques eólicos.
Como sempre começamos pelo fim, em vez de apostarmos em primeiro lugar em medidas práticas de eficiência energética e de poupança de energia, continuamos a alimentar o “monstro” sedento de energia. Desta forma para alimentar o monstro, cria-se uma porta que fecha e dificulta o caminho a outras energias alternativas, centrando-se a questão das energias renováveis na energia eólica, mesmo que já muito esteja pensado para outras energias, solar, biomassa etc.
É certo que precisamos de parques eólicos, mas passando-se de 8 para 80 estamos a assistir a uma série de problemas que em breves anos vão representar uma descaracterização de locais até então livres da acção humana e que supostamente deveriam ser protegidos, mesmo em Rede Natura 2000, caso da Serra de Alvaiázere, a qual conheço e estudo como poucos.
Um dos dramas que vejo é o facto de os parques eólicos serem uma torneira de fundos para muitas câmaras, as quais passam por cima de tudo, literalmente, para chamar à si parques eólicos, possibilitando-lhes um rendimento livre do Estado, um segundo orçamento municipal para gerir como eles bem entendem, algo que considero muito perigoso, já que conhecendo os meandros autárquicos vários, sei bem que por mais ridícula que seja uma ideia de um autarca deste país, tendo ele dinheiro, nada o pára… contribuindo para um cenário dramático em termos de ordenamento do território.
Em meio cársico, que é o meu domínio neste momento, assisto a graves situações em que a construção de parques eólicos destrói não só património geológico e geomorfológico, mas também toda uma herança cultural, arqueológica e paisagística, já que as poucas áreas que ainda não estavam afectadas pela acção antrópica, os últimos redutos, estão agora irremediavelmente perdidos.
Aqui entra a questão falada já por Reimold (2005), a do geovandalismo aplicado a nós próprios, já que há técnicos que a troco de avultadas somas, desvirtuam a profissão, além de erros gravíssimos, aos quais eu sugeria que perdessem a carteira profissional. Digo isto, porque não é concebível que um suposto especialista em geologia do Porto, faça um “estudo” para uma empresa de eólicas, no qual além de nem sequer pesquisar bibliografia sobre uma determinada área, apenas foi de carro ao topo de uma serra conhecida, saindo do carro, andando 20 metros e tirando uma foto, referindo apenas que aquilo eram lapiás. Fez apenas umas notas dignas de um aluno repetende de primeiro ano em meio académico. Isto não é trabalhar é brincar com um património que é de todos! Aprovar parques eólicos com base em pareceres dignos de serem metidos num ecoponto é uma piada de muito mau gosto…
Não pretendo com esta última afirmação “atacar” nenhuma profissão em especial, já que há maus profissionais em todas as profissões, pretendo sim alertar que temos de ser sérios no que fazemos e não fazer trabalhos de encomenda a empresas eólicas ou não!
Outro dia fui a uma serra perto de minha casa e vi que até a paisagem nocturna era diferente, o sossego que muitos de nós tínhamos à poucos anos, quando íamos à serra olhar para o céu, perdeu-se em muitos lugares, diria até que já não vale a pena observar o céu de muitas serras do nobre Portugal!
É algo que sugiro que seja discutido, muito está a ser mal feito e ilegalmente por este Portugal fora, o mal é ser muito mal feito e à revelia das leis existentes, já que se sabe nalguns casos em especial que certos processos são agilizados de forma a permitir a construção de parques eólicos, mesmo que destruídos uma série de valores presentes e protegidos por leis europeias e nacionais. Isto já para não falar que os sacos azuis também existem nesta questão dos parques eólicos, mas falar nisso pode dar problemas a quem sabe desses mesmos factos, se não tivessem passado tantos anos do 25 de Abril diria que há ainda vivemos por vezes nesse tempo…
Enfim, Portugal está na situação que está devido a questões como esta que vos alerto. É sinceramente uma pena Portugal estar no final da cauda, já que apesar de pequeno, Portugal é muito diverso e tem muitas potencialidades. Tentamos inventar a roda, apesar dela já existir, e com isso andamos a destruir o pouco que ainda temos.
Para finalizar diria que temos o país que fazemos por merecer, pena é que haja poucos que passam das palavras à acção….
Eu pessoalmente, doa a quem doer estarei por aqui para lançar umas pedras ao charco, Portugal merece bem melhor, ainda é um país que esconde muitas surpresas positivas!!»


Com este texto espero que todos vós pensem de uma forma séria e imparcial sobre esta questão, que não se deixem levar pela conversa de alguns autarcas das Terras de Sicó (e outros) quando falam nas energias renováveis, pois o que lhes interessa (genericamente) são os milhões que as eólicas lhes dão. Eólicas sim, mas apenas se forem legais e não destruirem um património que é de todos nós. É imperativo em primeiro lugar apostar na eficiência energética e na poupança, só isso representa mais de um terço dos gastos!! Depois sim, pensemos nas energias renováveis e de forma diversificada, eólica, solar, biomassa, ondas, térmica etc!
Fico chocado quando vejo alguns políticos que querem ver parques eólicos aprovados a qualquer custo (falando a nível de Portugal) e vêm que a coisa lhes está a correr mal, porque poderão não ter dinheiro para rotundas com 30 m de diâmetro ou circulares de 4 faixas, vêm com aquela conversa demagógica dizer que os "milhões" são para os pobrezinhos...

Deixo-vos alguns links que vos poderão ser muito úteis:

http://www.troquedeenergia.com/

http://www.energiasrenovaveis.com/

http://www.guianet.pt/vdir/4381/energias+renov%E1veis.html

Hoje em dia podem encontrar na internet muitos recursos para se inteirarem sobre esta questão e isto de uma forma séria e imparcial!

O que me motivou mais a fazer este post foi o facto de neste momento (desde à alguns meses) a Serra de Alvaiázere estar sob ameaça de um parque eólico, o qual tem um processo associado de licenciamento muito pouco claro e que está a ser investigado pela Inspecção Geral do Ambiente, há muita coisa ali que "cheira mal" e que tem de ser investigada a fundo. Já foram destruídas algumas coisas de valor e outras estão sob grande ameaça. Só para vos dar uma ideia do que está em jogo, na Serra de Alvaiázere situa-se o maior Castro da Península Ibérica da Idade do Bronze (que já poderia ter rendido centenas de milhares de contos e postos de trabalho..), Habitats de Interesse Comunitário e de Preservação Prioritária (partes já foram destruídas), achados arqueológicos vários já referenciados e outros descobertos à pouco tempo, Locais de Interesse Geológico e Geomorfológico muito relevantes (sabiam que esta área está numa lista da Liga para a Protecção da Natureza - década de 70 - como das mais importantes a nível nacional?!), estrada dos Templários, etc. Enfim, Alvaiázere tem tudo para ter sucesso, criar riqueza, postos de trabalho, mas continua na mó de baixo, porquê? Politiquices...

Posso-vos dizer que já fui alvo de ameaças (cobardes e encapuçadas...) devido a estar na linha da frente na contestação a este processo ilegal que mexe com milhões e gente muito poderosa, mas felizmente tenho as costas bem quentes e pessoas importantes que estão comigo, apesar de "não se poderem identificar" (represálias....). É incrível como é que as coisas se passam assim, Portugal está numa situação cada vez pior, onde quem manda é o dinheiro e não a seriedade, o profissionalismo e a ética. Mas Alvaiázere e as suas gentes merecem o melhor, merecem que haja quem não tenha medo destes "papões" que refugiam-se a iliteracia e no desconhecimento das populações acerca das leis, quando estes "papões" encontram alguém que sabe algumas coisas, aí, as coisas mudam de figura e já ficam com medo... Já alguém dizia que o poder do feiticeiro baseava-se na ignorância dos seus pares, mas quando os seus pares sabem tanto ou mais do que eles e se movem na legalidade e se baseiam na ética e no profissionalismo, aí, o feiticeiro fica em maus lençóis! Só para que não haja confusões, na questão do processo pouco claro de licenciamento (hipotético) da eólica, não me estou a referir a nenhuma entidade pública local, aí há apenas alguma incompetência de alguém que não é especialista na área, mas dá "pareceres" positivos sobre uma área da qual não tem competências técnicas nem científicas (na função pública genéricamente é assim, alguns maus profissionais e muitos preguiçosos...), é pena que assim seja, qualquer dia vamos a um médico e deparamo-nos com um guardador de vacas a dar pareceres médicos (não ofendendo médicos nem guardadores de vacas - tenho amigos nestas duas profissões!). Fiquei também muito surpreendido quando uma pessoa muito comichosa (e que vê com maus olhos quem não concorda com as suas megalomanias) viu um texto que escrevi sobre esta temática (análogo a este) e disse «....isto é muito grave...» referindo também que «vou resolver isto à minha maneira». É triste, mas desengane-se esta personagem, pois no que concerne à primeira afirmação só lhe tenho a dizer que vivemos numa democracia onde existe liberdade de expressão e onde nos podemos expressar, isto de uma forma correcta e baseada em factos concretos, se não gosta azar! No que concerne à segunda afirmação, digo-lhe que tem azar pois à maneira dele resolve os problemas em sua casa e mesmo aí está sujeito às leis, quando não as cumpre sujeita-se a medidas correctivas por parte de quem de direito, o Estado Português!

Espero sinceramente que sejam apuradas responsabilidades neste caso que atrás referi, já que outros há que passaram em branco, caso do parque eólico em Ansião, em que quando faziam a sapata para a torre do meio se depararam com um algar (protegido por lei!) taparam-no com betão e fizeram a sapata ao lado.... é isto progresso e respeito pela lei e pela Natureza?!

Enfim...