27.10.19

O que fez a diferença este ano? O S. Pedro!


A regra é não utilizar imagens que envolvam chamas, mas apenas a destruição causada pelas mesmas, contudo abro a desejável excepção, já em pleno Outono, e prestes a acabar o dispositivo especial de combate a incêndios rurais (DECIR 2019). Antes que façam a pergunta, eu dou a resposta, ou seja que a fotografia em causa não é de pose, mas sim uma fotografia tirada por terceiros em modo furtivo num incêndio nocturno, daqueles que alguns ignorantes na matéria dizem que não acontecem (interesses em que arda...).
Indo directamente à questão, este ano foi dos menos maus em termos de incêndios florestais, nomeadamente no que concerne a prejuízos e área ardida. Sensivelmente a cada década há um ano menos mau e isto acontece simplesmente porque o S. Pedro ajuda bastante. Não são medidas de cosmética entretanto tomadas que contribuem para um ano como este. Em termos práticos nada mudou e isso é habitual (e parece que a maioria dos portugueses se conformam na prática, com isso...). A cada ano que passa a conversa é sempre a mesma e nunca se é consequente. Quais são as causas? Muitas, já que a equação é complexa. Muitos maus políticos, poucos bons políticos, muitos interesses em jogo, nomeadamente as celuloses, que gostam de publicitar as boas práticas (que existem, mas apenas nos minoritários terrenos em que são proprietárias) e omitir as más práticas e externalidades negativas nos  terrenos maioritariamente privados, mas que alimentam as celuloses (paga o contribuinte e não bufa...). Muita irresponsabilidade de muito cidadão que, de forma activa ou passiva, contribui para o cenário actual. Muito pouco ordenamento do território (o cerne da questão!), pouco ordenamento florestal, etc, etc, etc...
E depois algo que me preocupa cada vez mais, ou seja uma agenda que indicia querer desmantelar uma estrutura voluntária, secular, que tem sido o garante da salvaguarda dos bens alheios, nomeadamente floresta. Graças a esta agenda oculta, guiada por certos interesses económicos e alguns interesses académicos, estes têm tentado impor uma estrutura paralela, também profissional e imensamente cara (bom para eles ganharem uns valentes trocos, através de estudos, assessorias e afins...), algo de curioso, já que se se investisse a sério numa estrutura profissional já existente nos corpos de bombeiros voluntários (e sapadores florestais), o problema ficava mitigado com a mesma ou melhor eficácia e a um custo muito inferior. Conheço algumas destas pessoas sem escrúpulos, guiadas pelo preconceito ideológico, que insistem em mitos urbanos e realidades ocorridas há 30 anos. E sim, nos corpos de bombeiros voluntários já há uma estrutura profissional, a qual peca apenas por pequena, com poucos direitos e muito mal paga. Em cada corpo de bombeiros, uma determinada percentagem (10 a 20%?) dos elementos é profissional, sabiam?
Claro que como em todas as organizações há problemas, e os bombeiros voluntários, enquanto organização, não são excepção, mas esses problemas nesta entidade resolvem-se, basta haver quem se queira chegar à frente. E há cada vez mais elementos a querer corrigir estes problemas a partir de dentro e a ajudar a evoluir e capacitar mais e melhor esta estrutura (tendo chatices por isso, já que há gente sentada em sofás muito confortáveis...). Não fosse a ignorância e os interesses pessoais, de entre os quais a vaidade, de alguns elementos de comando, as coisas já estariam melhor. Depois não ajuda nada ter alguém que se diz representante dos bombeiros voluntários quando afinal nem sequer é eleito por eles, mas sim por aqueles que estão sentados nos confortáveis sofás...
A melhor altura para falar disto é agora e não no Verão. Lembrem-se que nos próximo Verão há mais "festa" e se não quiserem ser cúmplices, têm não só de mudar (os que ainda insistem em ter comportamentos pirómanos) bem como exigir que as coisas mudem, nomeadamente mais e melhor ordenamento do território (que inclui a floresta e as monoculturas do eucalipto e pinheiro). É assim que conseguiremos mudar o paradigma! Portanto já sabem, no que concerne à silvicultura, têm agora uns meses para salvaguardar os vossos terrenos florestais, fazendo uma gestão racional e responsável dos mesmos.
Confesso que fui ingénuo ao pensar que, depois da tragédia humana de há 2 anos, as coisas mudariam alguma coisa. Nada mudou desde então! Nem mesmo a ignorância e maldade atroz de gente reles, que nunca pegou numa mangueira ou numa enchada para apagar um fogo e viu a tragédia da TV, sentado no sofá e depois de contrariado por quem tem opiniões fundamentadas do ponto de vista teórico e prático surge com frases como "gostava de vos ver defender a vossas teorias em frente aos familiares dos que morreram em Pedrógão". Caso para dizer, burros há muitos!

22.10.19

Isto não é o "faroeste", sabiam?


Por mais experiência que tenha no ramo de descobrir coisas estranhas, há sempre algo mais para me surpreender. Esta situação passa-se a escassos metros de uma antiga pedreira, situada ao lado do IC8, em Ansião. E é realmente curioso ver como é que alguém faz isto, pensando, quiçá, que ninguém vai reparar...
Há uns meses lembro-me de saber, através das redes sociais, da venda de um terreno que fazia parte da área de exploração da antiga pedreira, onde se situavam edifícios de apoio à mesma. Lembro-me também de um muito estranho negócio que foi a passagem de um troço de uma estrada municipal para a posse de um privado. Tudo num secretismo muito estranho, que passou ao lado do conhecimento público.
A juntar à festa, eis que o novo proprietário eventualmente achou que seria fixe fazer o que se vê na foto, ou seja fazer um desaterro e meter ali uns postes para fazer uma ponte. Isto sem qualquer autorização, facto que torna a coisa grave... No que concerne a linhas de água, não se pode fazer o que se vê na foto, pois há regras a cumprir. Só por si já é algo que me preocupa, mas há algo que me preocupa ainda mais, ou seja a presença de veículos em fim de vida por ali. O que tem de mal? Vejamos, infiltração de óleos para a linha de água e do rio Nabão. É um potencial foco de poluição, e não é de menorizar, pois os óleos são altamente poluentes!
Por esta altura o caso já deverá ter sido alvo de fiscalização, de modo a repor a legalidade e a ordem. Ansião não é o "faroeste" e eu sou muito sensível quer a questões ligadas ao (des)ordenamento do território bem como a questões ligadas à poluição e afins. Agora resta a quem cometeu a ilegalidade colher o que semeou...

13.10.19

Devolver o espaço pedonal aos peões


Gosto de andar a pé também nos espaços urbanos, seja em Ansião ou numa outra qualquer vila ou cidade em Portugal ou no estrangeiro. Já residi em vários espaços urbanos, seja por motivos de estudo, profissional ou outros mais. Já palmilhei as ruas de centenas de vilas e cidades portuguesas, europeias, sul americanas, cabo verdianas ou outras mais e há algo que me incomoda profundamente, ou seja a invasão dos espaços pedonais pelos carros. Diria que o número de carros no passeio é inversamente proporcional ao nível de civismo dos povos.
A situação que podem observar na fotografia que acompanha este comentário foi tirada em Agosto último e ilustra na plenitude o problema que me levou a escrever este comentário. Do lado esquerdo estão 4 carros em cima do passeio e mais acima estão mais uns quantos, ou seja mais de 200 euros em coimas caso fossem autuados. Infelizmente é pouco comum os condutores serem autuados ao estacionarem em cima do passeio, já que o fenómeno tornou-se o novo normal, algo de aceitável e que não deve ser apontado. Mas não é normal nem é aceitável!
Soluções? Neste caso é simples, pilaretes, pois onde estes estão ou estiveram, o problema fica mitigado e o pessoal tem mesmo de estacionar onde é legal. Andar cansa e é, para muitos, uma chatice. Levar o carro até à porta de casa, loja ou afins é uma necessidade para muitos. Depois são capazes de chegar ao final do dia e ir ao... ginásio.
Se eu não faço o mesmo? Não, não faço! Só utilizo o carro quando é mesmo necessário, pois de resto ando a pé ou de bicicleta, bem como de transportes públicos. Em Ansião só mesmo a pé, de bicicleta ou excepcionalmente de carro. Há 10 anos fiz um exercício bastante interessante que me permitiu perceber, de facto, algo de muito preocupante... E já este ano abordei esta mesma questão.
Resumindo, venham novamente os pilaretes em força na Vila de Ansião, de forma a reeducar tanto condutor e condutora sem respeito pelos peões. Mas sabem o que é mesmo estranho? Ser apontado por alguns por chamar à atenção de quem afinal não sabe viver em comunidade e de quem não sabe o que significa civismo. Já não falo sequer da questão do cumprimento das mais elementares regras do Código de Estrada...

9.10.19

Os tanques de lavar roupa!


Para quem, como eu, cresceu a ver os familiares a lavar roupa em tanques ao pé da ribeira, é normal apreciar os últimos tanques comunitários de lavar roupa que se veem na região de Sicó (e não só!). Alguns têm desaparecido, sinal dos tempos e, diria eu, sinal de alguma insensibilidade para o património.
Estes, nas imagens, são na Arrifana, e valem a pena uma visita demorada. Fiquem por ali uma horita ou duas e usufruam! Levem um livro e leiam enquanto desfrutam daquele ambiente calmo e histórico. Falta-nos parar para desfrutar e este é um de muitos dos locais onde o podem fazer. O convite está feito!


5.10.19

Larga o telemóvel e pega nos livros sff!


Não é dos comentários com mais visualizações, mas afinal isso não me interessa, o que me interessa a qualidade dos leitores, não a quantidade per si. É uma questão de cultura, este meu hábito de regularmente trazer aqui a questão "livros". Aproveitando este meu vício dos livros, aproveito para partilhar o interesse dos mesmos por quem queira.
Começo pela já referida cultura, com um livro, livre de desacordo ortográfico, que me chamou à atenção logo que os meus olhos passaram por ele. Dada uma vista de olhos, não houve dúvida, era mesmo para adquirir. É uma reflexão particularmente interessante, seja no passado, no presente ou no futuro!


Tendo eu o interesse também na temática do património construído e na arquitectura, eis que este livro, igualmente livre de desacordos ortográficos, me cativou. Espero brevemente começar a leitura atenta do mesmo.
Para finalizar, um livro que descobri numa livraria depois de subir um escadote. Estava lá no fundo, meio esquecido, algo que não compreendo dada a importância da temática dos recursos geológicos. Mais um bom investimento para a minha biblioteca pessoal, na qual só entram livros de qualidade e sem desacordo ortográfico!
Não apreciando eu aquela altura no final de Dezembro, aproveito, contudo, para vos sugerir que comprem livros, não só para vocês bem como para os vossos amigo/as. Mas não se fiquem por essa altura, mas sim pelo ano inteiro!