17.2.25

O que 17 anos de Azinheiragate me trouxeram!


A fotografia que utilizo neste comentário é meramente uma curiosidade fotográfica de um início de dia em Pombal, daqueles que nos arranca um sorriso. Dito isto, passam agora 17 anos desde que formalmente criei o meu blogue, o Azinheiragate, tendo publicado o primeiro comentário no dia 12 de Fevereiro de 2008
Parece incrível, mas inacreditavelmente passaram 17, repito, 17 anos desde aquele dia que marcou uma era, a qual se mantém passados todos estes anos. A minha vida mudou, a vários níveis. Vários foram os blogues criados antes e depois, raros são os que se mantiveram. E mais raro é haver blogues sobre a temática do património a manter-se tantos anos e sem se desvirtuar. E sem publicidade. Ainda mais raro na região de Sicó...
Tem sido uma jornada excepcional, custosa, mas que deu frutos e chegou muito longe, literalmente. Não trabalho para os gostos ou número de visitantes, pois se o fizesse publicava todos os dias. Só publico 7 comentários por mês, já que o meu intuito é a reflexão sobre o património de Sicó e as suas problemáticas, bem como as suas virtudes. Nos últimos anos deixei de abrir demasiado o jogo, já que percebi que havia oportunistas que pegavam em ideias minhas para ganhar dinheiro, dando o selo delas (sem referir que a ideia afinal não era desses oportunistas) numa (i)lógica de chico-espertismo tuga. Abri os olhos e isso foi mais uma entre muitas aprendizagens. Faz parte do caminho, nada de dramático.
Ao longo dos anos, e esta é a melhor parte, fui conhecendo pessoas pessoalmente que me foram conhecendo através do blogue. Pessoas que partilham os mesmos valores e com as quais desde então criei redes de contactos que são úteis a ambos. Como se costuma dizer, juntos somos mais fortes. E a luta já rendeu muitos frutos em prol do património, seja da sua valorização seja da sua defesa. Particulares, empresas e entidades públicas, todos já o sentiram na pele, seja no sentido positivo, seja no sentido negativo, após ilegalidades por eles perpetradas. No início eu era olhado de lado pela maioria, mas poucos meses depois a maioria já percebia ao que eu vinha e me começava a reconhecer e respeitar pelo trabalho em prol do património de Sicó.
Ainda hoje é frequente conhecer novas pessoas que viram no Azinheiragate uma nova forma de pensar Sicó e todo o seu vasto património. Não é fácil gerir tudo isto, pois de ajuda em ajuda, de conversa em conversa, o tempo escasseia. Mas é tão bom, pois tenho aprendido tanto com estas pessoas que também partilham conhecimento e pontos de vista! E há muita acção que passa completamente ao lado do conhecimento público, tal como deve ser para melhor eficácia nesta luta eterna pelo património. A surpresa e a descrição são muito eficazes, por mais estranho que alguns possam pensar, dada a exposição mediática que o Azinheiragate tem...
Actualmente o Azinheiragate conta com 1397 comentários escritos por mim, à excepção de talvez meia dúzia, escritos por convidados. Sabendo que em termos de visitas ao blogue só conta 1 IP a cada 24 horas, o Azinheiragate conta actualmente com cerca de 770000 visualizações, número bem interessante tendo em conta que os temas do Azinheiragate não são propriamente daqueles que trazem tanto interesse como as banalidades do país. O melhor ano foi o de 2017, com mais de 150000 visualizações e o mês com o maior número de visualizações foi Junho de 2023 com cerca de 35000 visualizações. O comentário com o maior número de visualizações foi sobre o abate de uma árvore monumental em Chão de Couce, com cerca de 14000 visualizações. E os gralhos têm sido um sucesso, tendo 7 dos seus episódios no Top 10 de sempre do blogue. Tenho tentado inovar, seguindo sempre o rumo que tracei desde o início. Tudo isto continua a animar-me e não faço tenções de fechar o blogue tão cedo. No início havia quem dissesse que seria um blogue que iria desaparecer pouco tempo depois, mas 17 anos depois ainda cá está e com vigor, chegando a milhares e mexendo com as mentalidades, tentando fazer evoluir as mesmas, as boas para ainda melhor e as más para melhor. 
Por tudo isto e por muito mais, cá estarei para defender o património de Sicó e todo este extraordinário território, com vocês. Tenho muito mais para aprender, mais pessoas amigas do património para conhecer e trocar ideias e mais pessoas que atentam contra o património para denunciar, pois se é certo que há casos que com pedagogia se consegue chegar lá, outros há que de tão graves que só resta a denúncia às autoridades. E alguns sabem que já consegui umas boas "prendas" a alguns destes artistas que pensam que Sicó é um esgoto, uma lixeira ou um território sem leis em domínios do ordenamento do território. E algumas das pessoas/entidades visadas eram ditas poderosas. Pagaram tal como qualquer cidadão, para aprenderem...
Voltando à imagem inicial, talvez faça sentido a teia de aranha, pois já entrei naquela fase dos "ais". Faz parte do ciclo da vida, perde-se algumas coisas e ganha-se outras. O ciclo da vida é assim mesmo, portanto há que aproveitar e deixarmos o mundo melhor do que estava quando chegámos. Só assim faz sentido a nossa estadia neste belo planeta!

13.2.25

Património e associativismo vs Imprensa e notícia



De há duas décadas até à actualidade, tenho tido a sorte e o privilégio de poder escrever regularmente em vários jornais, locais e regionais, seja a título pessoal ou através do associativismo, podendo desta forma partilhar o meu gosto pelo património e aprendendo mais com isso.  Neste caso destaco os dois últimos textos que escrevi através da Al-Baiaz, Associação de Defesa do Património, no jornal O Alvaiazerense. E há mais textos também interessantes, de outros autore/as, portanto pesquisem e chegarão a mais textos que enriquecem a nossa cultura. São pequenos contributos, eu sei, mas um copo de água enche-se com gotas de água...
Agora um apelo, envolvam-se com o associativismo, seja de Sicó ou não. Podem associar-se à Al-Baiaz por exemplo, que é uma das associações mais relevantes e com trabalho feito nesta região em prol do património natural e não só. O associativismo precisa de sangue novo para continuar!

 

5.2.25

Um lago por cima de um ribeiro...


Outro dia, enquanto estava por Pombal com amigos, vi algo que já tinha visto mas que ainda não tinha aqui falado. Algo sobre o qual importa falar, de forma a que todos percebam o quanto ignorantes foram decisões passadas, tomadas por autarcas e aplaudidas por muitos cidadãos e cidadãs. Algo que atenta contra o ordenamento do território e representa uma má prática que em tantos países está a ser revertida, trazendo novamente os rios/ribeiros "enterrados" à vida, resgatando-os da escuridão e trazendo-os à superfície novamente.

As fotografias mostram algo que muitos pombalenses, e não só, veem todos os dias mas que ignoram. Um lago que se localiza por cima de um... ribeiro. Sim, por debaixo daquele lago passa um ribeiro que há muitos anos foi enterrado. Alguém considerou uma boa opção, até porque os rios são feios e inúteis... Más práticas que durante décadas foram implementadas por muitos municípios. Alguns entretanto perceberam o erro que é e já reverteram estas más práticas. A ver vamos quantos anos mais irá demorar até aquele troço da ribeira voltar a ver luz...