26.2.23

Na semana da protecção civil, algo para nos fazer pensar...



Começa hoje a semana da protecção civil, em Pombal. É uma data que importa destacar e, mais importante, uma data em que importa reflectir sobre o estado da protecção civil. 
Não vou aqui destacar o óbvio, deixando isso para outros, vou sim destacar algo que parece esquecido. 
Em 2006, aquando das últimas grandes cheias e inundações na cidade de Pombal, o centro nevrálgico da protecção civil, o quartel dos Bombeiros Voluntários de Pombal, ficou parcialmente inundado, dado não haver o adequado escoamento de água por causa daquela barreira que se vê na primeira fotografia (datada de 2018). O que foi feito deste 2006 para impedir que o mesmo voltasse a suceder? A resposta a esta pergunta diz tudo sobre a realidade que nos assombra cada vez que há um evento deste ou de outro tipo...
Aproveitando a coincidência de falar deste tema, aproveito para sugerir uma pertinente leitura, já que a revista está nas bancas.



22.2.23

SIG ou SIGA?


Na cultura portuguesa há uma palavra que usamos frequentemente quando somos pouco competentes em termos profissionais. Falo, claro, da palavra "siga", que utilizamos quando fazemos trabalhos amadores. Siga para a frente que está feito, dizem muitos. Já são menos os que dizem que o trabalho ficou bem feito...
Curiosidades à parte, vamos então aos factos que me levam a escrever estas linhas. Há poucos dias deparei-me com uma imagem que é basicamente um ortofoto com uns extras. Qualquer um percebe o que se pretende com esta imagem, contudo, e fazendo uma análise da mesma, nota-se uma pobreza franciscana na elaboração da mesma. Péssimo enquadramento do título e do logo do município, margens nem vê-las e legenda minimalista sem um bom enquadramento. Na rosa dos ventos mal se percebe o "N" (para quê complicar o que é simples...) e falta um elemento fundamental, ou seja a escala, gráfica ou numérica.
Entre Dezembro de 2004 e Março de 2008 fui técnico superior no município de Alvaiázere e implementei os SIG´s municipais (Sistemas de Informação Geográfica). Tristemente está à vista o investimento feito desde então nos meios humanos que lidam com os SIG´s municipais. 
Eu teria vergonha se apresentasse uma imagem destas, com tanto erro técnico. É suposto o trabalho ser de qualidade, já que os técnicos são pagos para isso. Exige-se os mínimos aos técnicos, municipais ou não. Brio profissional idem.

19.2.23

Vamos candidatar vários projectos ao Orçamento Participativo de Ansião?

Quem acompanha o azinheiragate sabe que a temática dos Orçamentos Participativos, OP, é algo que me motiva muito a vos desafiar para que apresentem ideias criativas e inovadoras. Por isso é que mais uma vez venho aqui espicaçar mentes criativas para a apresentação de projectos válidos ao OP.

Em Ansião, e em 2022 foram apenas 2 projectos que chegaram à fase de votação, facto que mostrou que houve um decréscimo de propostas válidas face a 2021, ano onde foram 5 ou 6 projectos a votação, alguns deles realmente criativos, inovadores e de louvar.

Este ano gostava que fossem mais projectos a votação. Não sabem que projecto pensar? Eu ofereço ideias ligadas ao que estejam a pensar, respeitando sempre a ideia base, e depois vocês fazem o resto. Vamos a isso?!

O mesmo se aplica aos outros OP´s dos restantes municípios de Sicó. A existência de vários projectos a votação é sinal de cidadania activa e uma população consciente do seu papel na sociedade.!

 

14.2.23

Concentrar competências é um péssimo indicador...

 


É um facto que muito me tem preocupado, embora não me surpreenda, de todo. Acompanho e visito o Museu Municipal de Alvaiázere há muitos anos, mais concretamenteamente desde que trabalhei em Alvaiázere. Nos primeiros tempos aconteceu algo que foi no mínimo risível, ou seja um autarca colocar-se como o responsável pelo museu em causa, talvez pela questão do prestígio (algo que não aconteceu). Isto tendo o mesmo Museu profissionais competentes e com competências para a gestão do mesmo.

Mas não é esse o cerne da questão. Nos últimos meses tenho constatado uma alteração do bom trabalho de marketing e divulgação feito pelos profissionais do Museu Municipal de Alvaiázere. O que se passará? O que tem acontecido é que canais de comunicação próprios (Museu Municipal de Alvaiázere) têm desaparecido (Facebook, blog e afins), facto que me preocupa. Preocupa-me por dois motivos, o primeiro é que este marketing e divulgação estava a ser feito pelos profissionais do Museu, os quais têm o conhecimento técnico. O segundo é que fica no ar a ideia que o marketing e a divulgação estão a ser concentrados nas mãos de quem não sabe do assunto, não é profissional da área e não faz esse marketing e divulgação por paixão, mas apenas por obrigação e a mando de terceiros. Tem sido tudo concentrado nas redes sociais do Município de Alvaiázere, facto que empobrece o marketing e a divulgação do Museu Municipal de Alvaiázere. É assim que se valorizam os profissionais da área? Fica a questão...

Observando outros Museus Municipais, o que se vê é que a maioria tem canais próprios de comunicação, com alguma independência dos colarinhos brancos da política. Funciona melhor, é feito por quem mais sabe e valoriza os profissionais ligados aos museus. Em Alvaiázere anda-se ao contrário, na onda dos achismos e achistas. E é a regra, não a excepção, a qual tem tido resultados muito negativos ao longo dos anos.

Não é por acaso que tenho visto algumas pessoas que ali trabalhavam a migrar para outras paragens para trabalhar na mesma área em que trabalhavam em Alvaiázere, embora nas novas paragens sejam respeitados e lhes seja dada alguma independência baseada nas suas competências. E assim rendem muito mais em termos profissionais e são mais felizes. Mas em Alvaiázere o que importa não é ser competente, mas sim ser um jotinha e bajular o poder político, sendo esse o cartão para o "sucesso" profissional, em vez da meritocracia. E dói tanto ver bons profissionais a sair para outras paragens ou bons profissionais limitados pela acção política medíocre. Alvaiázere tem tanto potencial não concretizado...

10.2.23

Uma fotografia que diz muito sobre um cenário nada favorável...


Tinha esta imagem no arquivo há uns meses à espera da altura ideal para a utilizar num comentário. Chegou o seu dia! É uma imagem e um comentário que convida à reflexão. Nesta imagem vê-se logo à partida uma pia que era usada para os animais beberem água. São objectos patrimoniais cobiçados pelos amigos do alheio... Pormenores à parte, quem estiver com mais atenção, verá que no interior desta pia, dentro de água, está uma garrafa de cerveja. Para o comum dos mortais, é algo que não tem nada que se diga, mas para mim, trata-se de uma imagem que ilustra na perfeição a imagem de Sicó, um território rico, mas subvalorizado e desprezado por tantos. No mês em que o Azinheiragate faz 15 anos, é uma imagem que marca, dada a reflexão que esta pode levar após o meu desafio à reflexão. Este poderá ser (mais) um ano que pode servir para dar seguimento a um cenário nada positivo para a nossa região, ou poderá ser um ano que pode dar seguimento a um virar de página. Nos últimos tempos tenho andado a lançar sementes para ver se ajudo a este virar de página. Tenho reunido com pessoas que partilham a minha visão. Tenho feito planos que não sei se irão em frente, já que este é um território onde quem tem capacidades acima da média tem mais dificuldades acima da média na hora de levar em diante ideias e projectos que fazem falta na região. A culpada? A pulhítica... Eu sinto essa dificuldade já há muitos anos, facto que nunca possibilitou a criação da minha empresa.
A ver vamos como vai ser este ano e os próximos meses, determinantes para ideias e planos que tenho. Quem partilha a minha visão sabe onde me encontrar... Mas sei que muito não conseguirão alcançar o que pretendo com este comentário.
 

5.2.23

O Azinheiragate faz 15 anos!

E já passaram 15 anos desde a criação do blogue Azinheiragate. Foram anos muito frutuosos em prol da defesa e da divulgação do património da região de Sicó, onde fui conhecendo dezenas e dezenas de pessoas, as quais são também elas apaixonadas pela região onde o belo calcário moldou a nossa cultura e a nossa forma de ser e estar no território. Serão mais uns quantos anos para continuar este trabalho. Sim, porque tudo isto deu trabalho e muitas dores de cabeça, bem como ameaças à minha integridade física. Houve apenas uma queixa sobre o blogue ao longo destes 15 anos, mas a queixa não seguiu sequer para tribunal, já que não foi dada qualquer razão ao denunciante. Imaginam quem foi? :-D Só gostava de ter estado lá no momento do denunciante ter pago uns trocos decorrentes da queixa. Para o enorme ego deve ter doido bastante, eh eh. Eu saí reforçado depois desse episódio, numa bela bofetada de luva branca dada pela justiça portuguesa ao denunciante.

Neste comentário utilizo uma imagem da bela Alvaiázere, onde o cenário continua muito mau, ainda pior do que estava até 2021. E as perspectivas são péssimas, facto que me entristece dado o enorme potencial de Alvaiázere, trucidado por uma família política, no sentido literal. Há que continuar a mudar mentalidades, para ver se Alvaiázere começa a ter quem honre este território na hora de o saber gerir...

Foi em Alvaiázere que tudo começou e que fez nascer o Azinheiragate, daí a fotografia que ilustra este comentário. Mas o Azinheiragate expandiu-se em poucos meses, já que o início do Azinheiragate deveu-se a eu ter a necessidade de ter um canal para denunciar tudo aquilo que se passou a partir de Novembro de 2007. Poucos meses depois percebi que o intuito do Azinheiragate era não só defender o vasto património da região de Sicó, bem como divulgar e ajudar à valorização do mesmo. Não tenho trabalhado demasiado na questão da valorização, já que a determinada altura reparei que havia quem estivesse a utilizar parte deste conhecimento para ganhar dinheiro. Coisa feia...

Mas voltando ao que mais interessa, tem sido um caminho muito enriquecedor. Pode não parecer, mas atrás do que escrevo neste blogue está muito trabalho feito e muito investimento pessoal gratuito, incluindo a recorrente ajuda que dou a quem me pede ajuda para resolver problemas ambientais. Curiosamente, ou não, é em Alvaiázere que mais tenho sido solicitado. E as maiores vitórias também. Tenho pena não poder divulgar algumas destas estrondosas vitórias, mas faz parte. Só o facto do "lado negro" saber que eu dei uma ajuda a denunciar certos factos muito gravosos, já é uma alegria para mim, não precisando de publicitar certos casos.

Este ano o Azinheiragate chega às 600000 visualizações, o que honestamente falando, é um muito bom número, o qual atesta o interesse do que é aqui retratado. Isto mesmo sabendo que a temática do património não é propriamente algo que mexa muito com o interesse das pessoas, mesmo embora nos últimos anos esse interesse tenha aumentado. Como já devem ter reparado, não embarco em "lutas" de visualizações, pois se o quisesse fazer escrevia todos os dias. Mas escrevo apenas 6 vezes por mês, juntando a isso os já vossos conhecidos gralhos, ao início de cada mês. Ou seja faço apenas 7 publicações por mês, de forma a que cada um de vós reflicta sobre os temas abordados. E, claro, de vez em quando também temos os pensamentos do carvalho.

A cada um/a de vós, que acompanha o Azinheiragate, o meu agradecimento pelo vosso interesse no que aqui vou falando. Há dias mais inspirados e outros menos inspirados, mas isso faz parte da vida e é bom que assim seja. Ainda este mês terei uma nova surpresa para vos presentear!