28.3.25

Aí vão eles pela região de Sicó, felizes !


Esquecendo a parte deles irem em sentido contrário ao que é suposto pela sinalização, é uma imagem interessante esta, a qual captei há poucas semanas na Vila de Ansião. Um jovem casal, estrangeiro, com o seu cão, a fazer turismo de bicicleta na nossa Sicó. Antes tinham estado a comer qualquer coisa num estabelecimento comercial mais acima. 
É uma imagem a partir da qual muito se pode dizer. Eu sou suspeito para falar de bicicletas, pois ando de bicicleta desde criança, seja no dia-a-dia, seja em modo desportivo. Faço-o pelo gosto de andar de bicicleta, de ser e andar feliz da vida e não me preocupo com as aparências que muitos cultivam e fazem questão de, tristemente, perpectuar na (i)lógica do carro, posso e mando. Para muitos andar de bicicleta é para o coitadinho, para o pobre, mas para os outros, como eu, andar de bicicleta é para quem é racional, para quem gosta de usar outros meios de transporte além do carro e para quem não faz sentido andar às voltas e voltinhas para mostrar o carro. Nas várias profissões que já tive, em quase todas elas usava a bicicleta, dependendo, claro, da distância. Até já conjuguei a bicicleta com o expresso, quando dei aulas na Universidade de Lisboa. Eficaz, rápida no trânsito e nas distâncias curtas e até médias, e algo que nos cria um sorriso na cara e nos permite absorver tudo o que vemos em redor.
Mas voltando atrás, aos turistas. É comum ver turistas em Sicó de bicicleta, umas vezes turismo mais na onda desportiva, outras vezes turismo na onda de lazer. Eu ando a trabalhar num projecto ligado a bicicletas e turismo, só ainda não avançou porque não consegui patrocínios. Uns disseram que o projecto era interessante mas não estavam interessados outros que o projecto era interessante mas que neste momento queriam focar-se apenas em quem já patrocinavam (sugerindo uma espécie de crise económica) e outros disseram que era interessante, mas que não patrocinavam, podiam apenas ceder uma bicicleta, facto que não me  entusiasmou porque afinal tenho 6 bicicletas, portanto já estou bem servido. Talvez este ano, e mesmo sem patrocínios, inicie a aventura num outro formato, adaptado à falta de patrocínios. É algo que nunca foi tentado, portanto sei que terá sucesso. 
Isto tudo porquê? Bem, porque se trata de uma fileira económica muito interessante por explorar em Portugal, Sicó incluída. Está dito e mais não digo, pois daqui a uns tempos terão novidades... 

 

23.3.25

Mais-valia?! Mais valia estar calado...

Fonte: Jornal Terras de Sicó (Ed. 240)

A maioria das pessoas não imagina o quanto dramático será esta questão a nível ambiental nos próximos anos, tendo a mesma já iniciado... À boleia da pseudo descarbonização, e sob um manto do greenwashing puro e duro, vão-nos impor uma falácia ambiental, dizendo que é ecológico, que é ambientalmente sustentável e outras ecotretas. Percebam de uma vez por todas que arrasar terrenos e floresta para colocar painéis solares é dos maiores atentados ambientais que se podem cometer em nome do... ambiente.
Fiquei indignado quando li, no Jornal terras de Sicó (na última edição, cujo recorte da notícia está acima), que o presidente da Câmara de Condeixa afirmou que "é uma mais-valia sempre para o concelho, já que estamos a participar no esforço de ter uma economia verde e de descarbonização e ainda obtemos algumas receitas e a criação de postos de trabalho". Não, não é nenhuma mais-valia para o concelho sr presidente, é sim um atentado ambiental cometido em nome de uma falácia e de interesses privados que vestem a capa "eco" e vendem na sua campanha puro greenwashing que autarcas menos preparados assimilam. Economia verde não é arrasar terrenos e floresta para colocar painéis solares, economia verde é colocar painéis solares nos telhados e paredes. Descarbonização não é destruir valores naturais para colocar painéis solares no seu lugar, isso é apenas destruir os valores naturais em nome de uma ecotreta. Descarbonização é apostar nos transportes públicos, fomentar os modos suaves, promover a arquitectura amiga do ambiente, promover a micro-geração na fonte, etc, etc. Destruir os valores naturais para obter receitas é algo de intolerável. As receitas obtêm-se de forma racional, sem destruir, mas sim criar. Postos de trabalho criados com destruição de valores naturais? Tanto por aprender sr presidente, tanto por aprender. Experimente analisar o ciclo de vida dos materiais e perceberá que o que empresas privadas lhe vendem não tem nada de eco, mas sim de dinheiro criado à custa da destruição dos valores naturais de Condeixa, os mesmos valores que é suposto ter a função de proteger e valorizar. Pense nisto, em vez de se deixar levar em conversas da ecotreta.
Produção económica em Condeixa a partir de sobreiro? Sabe que a venda de cortiça em Condeixa é produção económica a partir do sobreiro certo? E já agora, sabe que os sobreiros têm uma função ecológica e prestam serviços de ecossistema, certo? É por estas e por outras que em vez de estarmos no bom caminho, continuamos a trilhar um caminho de destruição do que de mais valioso temos neste território. Até quando?! 

 

19.3.25

Não percebo, por mais que tente perceber...

 


É a segunda vez que abordo aqui o que se vê nas imagens. Para quem não conhece, é ao lado da estação de comboios de Pombal, e trata-se de um espaço desportivo que está ao abandono já há... anos. Não percebo porquê, pois é num espaço muito favorável à sua fruição. Não percebo porque não está aberto, depois de limpo e pintado, para os mais jovens, ou não, poderem praticar a importante actividade desportiva. Dinamizar a cidade passa também por fazer com que não aconteça o que se vê nas imagens.

Limpe-se o espaço, arranje-se o que tiver de ser arranjado, crie-se as regras de utilização, horário e, fica a dica, coloquem uns carregadores para telemóveis, que vão ver que sempre ajuda a que este espaço tenha mais utentes, nem que seja enquanto estão a carregar o telemóvel. Não é só queixarem-se que os jovens vivem nos telemóveis, mas sim criar e dinamizar o espaço urbano para que os jovens passem menos tempo ao telemóvel e mais tempo em espaços desportivos, mesmo que não seja na óptica do desportista puro e duro, mas sim do cidadão que durante uns minutos se mexe...




14.3.25

Moinhos de vento: relíquias de Sicó


Não sei como, mas passou-me despercebido até há poucas semanas, quando ali ia a passar e o meu radar o apanhou. E já ali tinha passado dezenas de vezes... Estamos a poucas semanas da iniciativa do Dia Nacional dos Moinhos - Moinhos Abertos, 7 de Abril, data em que alguns dos moinhos que ainda funcionam abrem as suas portas para espalhar magia pelos visitantes. Sempre gostei de moinhos, ainda mais quando investiguei e escrevi sobre eles, seja num artigo científico seja aqui mesmo, no azinheiragate. Outros moinhos há que não funcionam, outros que estão em ruínas e locais onde a única memória que subsiste é apenas a base circular dos moinhos de vento, completa ou apenas parcial. 
Curiosamente não conheço outro moinho como o da imagem (que peço que não divulguem, já que há quem se possa aproveitar da informação para causar estragos...). Conheço os outros moinhos da região de Sicó, mas nenhum como este. Há uns parecidos, mas de metal e não de tijolo e cimento. É mais uma bela curiosidade e é mais um moinho que seria importante recuperar caso o/a proprietário/a estivesse interessado/a, pois é património de valor que importa recuperar e com isso ganha a região de Sicó. 
Confesso que fiquei maravilhado estar em frente a este belo moinho de vento, mesmo que no estado que está. É melhor do que já não existir e sinal que ainda é possível a sua recuperação. Aos proprietários, obrigado por não o destruirem e possibilitar que ele ainda exista!

 

10.3.25

Este ano quero ver pelo menos uma dúzia de projectos candidatos ao Orçamento Participativo!


Já por várias vezes aqui lancei o repto para que surgissem mais e melhores ideias para candidatar aos vários orçamentos participativos criados na região de Sicó. Ansião é, naturalmente, o município onde mais tento pugnar pela criação de projectos para serem candidatados ao OP. Há já vários anos cheguei a candidatar alguns projectos e já não o faço há um par de anos, diga-se. Este ano vou tentar candidatar um ou dois projectos, mas caso algum de vós queira pensar projectos, aqui estarei para troca de ideias, pois com isso todos ficam a ganhar. Assim sendo, o repto está lançado e os prazos a que têm de estar atentos são os que constam na imagem acima.