28.6.21

Pombal 1 século depois!



Há umas semanas, enquanto navegava pelas redes sociais, reparei numa publicação de um membro de um grupo (Sérgio Jorge), na qual constava um postal bem antigo de Pombal, concretamente a área da colina onde se localiza o Castelo de Pombal. 
Para mim, enquanto sicoense e geógrafo, foi uma imagem que me ficou na memória, daí ter tido uma ideia que me pareceu engraçada, ou seja tentar descobrir o local de onde foi tirada a fotografia do postal e, dali, tirar uma fotografia, de forma a ter o antes e o actual.
Não sei o ano do postal e da fotografia antiga, mas terá umas valentes décadas, facto que se reflecte na brutal transformação da paisagem.
Não vou falar muito mais, vou apenas desfrutar destes dois registos fotográficos que distarão talvez um século. Se alguém souber do ano da fotografia do postal, peço que comentem, de forma a todos sabermos qual o ano da imagem inicial. Quanto à imagem actual, foi registada este último fim-de-semana do local aproximado (deve distar meras dezenas de metros do local exacto). 
Tal como tive a oportunidade de descobrir, nem sempre é possível tirar fotografias dos locais aproximados.  Tenho um outro registo, de outro local, que brevemente irei partilhar, e há outros dois locais que tentei fotografar, um impossível de replicar, já que o local está florestado, e um outro só será possível de captar caso obtenha autorização do dono do edifício de onde a fotografia antiga foi tirada.
E estou desejoso de ver outros postais, de forma a fazer mais registos como agora fiz. É fabuloso fazer isto!


24.6.21

Um ano que Sicó deveria celebrar!


 


Apesar de ser raro o/a sicoense que sabe, este é o Ano Internacional das Grutas e do Carso. Perguntam agora vocês o que tem Sicó a ver com isso?
Bem, tudo a ver, já que a identidade da região de Sicó foi forjada com o calcário, rocha "padroeira" da nossa região. E grutas, muitas grutas! Sim, a espeleologia também faz parte integrante de Sicó. Poucos são os que já tiveram o privilégio de ser espeleólogos e, assim, conhecer as grutas de Sicó, que de outra forma seria impossível de conhecer. Raros são os que têm a sorte de poder estudar o carso de Sicó e perceber a jóia que Sicó e o seu carso são. Uma paisagem cultural fenomenal que teimamos em, de facto, menorizar, dizendo que lá fora é que é bom e que cá não é nada de mais.
Também são poucos os que, de facto, percepcionam o quanto somos quem somos graças ao carso. O carso é a nossa identidade. Quase tudo o que possam imaginar depende directa ou indirectamente do carso. Boa parte do vosso dia-a-dia é guiado pelo carso e tem reflexos em toda a vossa vida. Já pensaram o quando o carso condiciona as disponibilidades de água? Solos agricultáveis ou florestais? Olival tradicional? Aquela bela paisagem que vos acompanha todos os dias? Muros de pedra tradicionais? Tanta, mas tanta riqueza que o carso nos traz!
Por isto e por muito mais não poderia deixar de falar desta efeméride, a ver se a literacia dos sicoenses,e  não só, aumenta exponencialmente!!


11.6.21

Excepcional é dizer pouco!


Já estava hiper desejoso de voltar a Ansião para matar saudades e alimentar a mente e o coração, mas depois de ver estas imagens (retiradas do facebook do Município de Ansião), fiquei ainda mais ansioso, já que eis que surge mais um ícone em Ansião. Uma obra de arte simplesmente maravilhosa feita em co-autoria pelos suspeitos do costume, a ALN e por um antigo vizinho meu, que conheço desde criança e infelizmente não vejo há vários anos, Fernando Freire. Sobre a ALN, mais uma vez nos presenteia com algo de extraordinário. Sobre o Professor Fernando Freire, uma das memórias mais antigas que tenho dele é de este fazer uma obra em pedra que julgo que ainda estará situada na escola EB 2.3 de Ansião, que tem um rectângulo sustentado numa base e tem um globo(?) trabalhado, não me lembrando eu com que motivos. Terá mais de 3 décadas.
Esta obra de arte é assombrosa e localiza-se no local ideal, tendo, portanto, um duplo simbolismo. Só espero que um qualquer bêbado ao volante não dê cabo desta preciosidade...
Daqui a poucas semanas voltarei finalmente a Ansião e aí poderei ir ver pessoalmente esta, sublinho, assombrosa obra de arte!



 

6.6.21

Descarbonizar a ignorância...





Depois de verem estas 4 imagens de uma mesma folha, devem estar a pensar porque carga de água eu tirei 4 fotografias a uma simples folha A4 usada, já com 14 anos. Ou então devem estar a pensar o porquê desta folha não estar no ecoponto. Já vou explicar tudo, mas primeira vamos a uma introdução ao tema que me leva a escrever estas linhas.
Já há uns anitos que penso bastante sobre o que, para mim, seria um problema mais tarde ou mais cedo. Quando surgiu mais uma onda verde, eu pensei logo quanto tempo demoraria para que os interesses económicos predatórios sequestrassem as linhas de acção e a frente "eco", a qual deveria ser guiada pelo bem comum. A lógica da onda verde deveria ser sempre guiada pela lógica e pela racionalidade, sendo, portanto, independente de tudo o resto. Eu sabia que era uma questão de tempo até esta onda verde ser capturada pelos interesses económicos, os quais fariam da onda verde uma nova forma de consumir mais, em vez de consumir de forma racional, responsável e de forma ambientalmente mais responsável. Tal como previ, o sequestro ocorreu e actualmente os interesses económicos são até bastante eficientes na hora de fazer passar a mensagem. Esta mensagem é repetida pela maioria sem que, de facto, perceba afinal o que está a repetir. se um amúncio da TV diz que é eco trocar um carro a combustíveis fósseis por um eléctrico o pessoal leva isso à letra. Se o pessoal ouve a palavra descarbonizar, repete-a sem saber do que se trata, que nem marioneta. Toda uma série de contos de fadas que a maioria ouve e repete.
E o cúmulo, pessoal que nunca esteve muito ligado à causa ambiental e à racionalidade das acções, faz-se de especialista na coisa, dizendo o que se deve fazer... É fixe ganhar uns trocos em anúncios de TV à conta da "onda verde" patrocinada por aqueles que nunca quiseram saber da mesma até saber que afinal até é lucrativa...
Mas volto ao início e aquela simples folha A4. Trata-se de uma folha de rascunho, uma de milhares que guardei no tempo em que trabalhava na Câmara Municipal de Alvaiázere. Já aí guardava as folhas que tivessem uma face limpa, para utilizar em rascunhos. Todas as outras iam para a fábrica de reciclagem (umas 5 toneladas só no meu, então, local de trabalho). Nesta altura ainda não se falava em descarbonização, esse rótulo "eco" utilizado pelos interesses económicos. Ainda tenho umas centenas de folhas de rascunho desse tempo, que utilizo nos meus rascunhos, evitando comprar folhas novas.
Já imaginaram a quantidade de gestos simples que no vosso dia-a-dia podem adoptar, e que têm um impacto muito positivo na gestão dos recursos que este planeta nos disponibiliza? Gestos e acções que sem a lenga lenga da descarbonização têm um impacto transversal na sociedade?
Acham que trocar um carro a gasolina por um eléctrico é por si mesmo, positivo para o planeta? Não será mais positivo deixar o carro na garagem sempre que possível e andar a pé, de bicicleta e de transportes públicos? Mudar de carro não muda basicamente nada!
Lembrei-me deste exemplo da folha para ilustrar algo de fundamental, o pensar simples em vez de repetir chavões e ir em contos de fadas. Urge reflectir.