27.4.23
Oito projectos a votação, muito bem!
21.4.23
"Financiamento em risco pode levar a mudança de paradigma na Terras de Sicó", dizem eles...
Há alguns dias fui alertado por um amigo sobre uma notícia que me tinha passado despercebida, já que deixei de acompanhar o Diário de Leiria quando este adoptou o desacordo ortográfico. De qualquer das formas fui indagar a notícia, onde constava o seguinte:
"A Terras de Sicó – Associação de Desenvolvimento vê, este ano, o seu financiamento em risco, no âmbito do programa comunitário Portugal 2030. Segundo explicou o presidente da associação, Pedro Pimpão, as Associações de Desenvolvimento Locais (ADL) “estão a ser um pouco desconsideradas” neste apoio governamental e a Terras de Sicó está a viver uma fase de “indefinição”.
“Aquilo que está a ser pensado a nível nacional é reforçar o papel das comunidades intermunicipais, o que eu concordo, mas a Terras de Sicó, como outras associações do género, com este histórico e ‘know-how’ de apoio à microactividade nos territórios, deviam ter também um reforço daquilo que é a possibilidade, do ponto de vista do financiamento, em ajudar a microeconomia”, considerou o também presidente do município de Pombal, em reunião de Câmara realizada ontem.Face a esta realidade, Pedro Pimpão adiantou que existe “o compromisso” por parte da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) e pelas ADL em alterar a configuração da Terras de Sicó para “Geoparque”.
“Há um compromisso interessante, do meu ponto de vista, que foi assumido pela CIMRL, no âmbito do papel de interligação que as várias ADL têm cada vez mais, que evoluirmos também para Geoparque nas Terras de Sicó, que não conflitua com a paisagem protegida”, assegurou o autarca.
Esta alteração já está a ser desenvolvida e estudada “por intermédio da CIMRL, com alguns investigadores”, adiantou.
Pedro Pimpão mostrou-se apreensivo sobre a falta de dinheiros públicos, sendo incerto o futuro dos projectos que a Terras de Sicó apoia, caso o financiamento falte.
“Uma coisa é a Terras de Sicó saber que tem um pacto financeiro de apoio e de estímulo ao território e outra coisa é saber que não temos pacote financeiro e que estamos integrados na CIMRL ou na CCDRC ]Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro] directamente e que não conseguimos gizar uma política de apoio, nomeadamente às micro, pequenas e médias empresas neste território”, reflectiu o presidente da associação.
“Estamos nessa fase de transição. Não temos, do ponto de vista daquilo que há-de ser o financiamento comunitário, a certeza do que é que podemos contar ou se podemos contar efectivamente com alguma componente”, adiantou."
Fiquei perplexo com este texto, primeiro porque mostra uma total confusão e algum desespero no que concerne à gestão do território e da própria Marca "Sicó", depois porque mostra que a Terras de Sicó está totalmente dependente de fundos comunitários. Ou seja, não tem capacidade de estimular ideias e projectos sem ser com fundos comunitários. Não tem a capacidade de captar e atrair os jovens altamente capacitados da região, muitos dos quais a viver fora da região, já que ali não conseguem ter futuro nem ser reconhecidos. É uma dependência absoluta que mostra bem as fragilidades da Terras de Sicó, as quais eu aponto já há muitos anos. Mostra também que a Terras de Sicó não tem capacidade de criar o que falta em Sicó, ou seja apoiar os jovens que poderiam fazer toda a diferença para o futuro da região. Vejamos o meu caso. Em 2007, e ao serviço da Câmara Municipal de Alvaiázere, fui o responsável (e autor da ideia) do colóquio "Desenvolvimento sócio-económico promovido pelo património geológico e geomorfológico nas terras de Sicó". Nesse colóquio apresentei ideias como a eventual criação de um geoparque Sicó e a criação das aldeias do carso. Ninguém quis saber, havendo até um vereador que disse que eu era jovem e que sonhava alto de mais. Eis que os anos mostraram quem é que tinha razão. Anos depois, e vendo que nada tinha sido feito, apontei para uma gestão do território de Sicó como que se de um geoparque se tratasse, pois assim poderia trabalhar-se a questão do desenvolvimento de uma forma transversal. No texto acima consta que a questão está a ser desenvolvida e estudada por intermédio de alguns investigadores. Eu não sei de nada e, diga-se, sou um dos investigadores com trabalho feito em Sicó. Lembra quase a história do pseudo trabalho para a classificação da paisagem de Sicó, onde constavam dados da minha investigação sem que tivessem sido citados ou sequer tivessem constado na bibliografia. E não foi caso único, muito pelo contrário... Isto mostra também que os principais investigadores com trabalho em Sicó não são considerados. É a excepção, não a regra. Nem conselhos pedem, seja a investigadores, seja a pessoal também muito capacitado em associações várias, caso por exemplo do Grupo Protecção Sicó.
Pessoalmente sou adepto da extinção da Terras de Sicó, ou então a sua passagem a uma entidade privada, não política. A Terras de Sicó é um mero prolongamento das Câmaras Municipais da região de Sicó, e isso, na minha opinião, tem sido desastroso para a gestão do território e castrador da muita inovação e criatividade. Deveria ser sim uma entidade independente, a qual, obviamente, fizesse a ligação e trabalhasse com as Câmaras Municipais. E com um vasto quadro de profissionais independentes de várias áreas de conhecimento técnico e científico. Só assim as coisas poderiam mudar. Andar a rezar por fundos comunitários é que não vai mudar nada...
Enquanto as mentalidades não mudarem, o paradigma de Sicó não irá mudar. E isso é trágico, tal como é trágico insistirem na mesma tecla há décadas, sem bons resultados à vista. E tenham a decência de não se queixar da perda de jovens para as cidades em redor ou mesmo para o estrangeiro, pois parte da culpa é vossa... Os bons projectos têm sido uma excepção em Sicó, o que é de estranhar tendo em conta toda a riqueza patrimonial deste território e tanto jovem altamente capacitado natural desta região que ali não é reconhecido mas que fora dali destaca-se pelos melhores motivos profissionais. Não é por acaso, fica a dica...
Sicó é um território de excepção, com tudo o que precisa para ser uma região diferenciada e de sucesso para quem ali vive (sim, são estes que devem ser o foco, não os que podem vir de fora e que, naturalmente, são muito bem vindos). Património de excelência, cultura valorosa, paisagem fabulosa e muito mais, contudo falta mudar o paradigma "mentalidade". Até lá, continuem a iludir-se que as coisas vão mudar por um qualquer motivo do acaso...
17.4.23
O pessoal avisa e eles... continuam a ignorar!
Estas imagens são datadas de Fevereiro deste ano, aquando de mais uma visita à aldeia dos Poios, Pombal. Os painéis devem ter poucos meses, portanto o comentário que faço agora enquadra-se bem. Há anos a fio que eu e outros apaixonados por Sicó fazemos estes alertas, sobre más práticas nos painéis como este que as fotografias mostram. Tristemente continua a insistir-se nas "traduções" à Google translator, ou seja uma autêntica borrada e uma ofensa aos profissionais da tradução. Custa assim tanto investir umas dezenas de euros nos serviços de um tradutor profissional e fazer o serviço bem feito? Vejam a terceira imagem para ver esta bela "tradução".
Segue-se algo que alguns podem considerar um pormenor, mas que eu não considero um pormenor, muito pelo contrário. Falo, claro, daquela imagem que mostra dois moinhos de vento, um em metal, outro em madeira, ambos em más condições, para não dizer outra coisa. Será isto um bom cartão de visita?
Façam-me um favor, acabem com este amadorismo de uma vez por todas!!! Temos de ser competentes e ter brio no que fazemos em prol da região de Sicó, senão não saímos da cepa torta. E isto numa região com um potencial excepcional!
13.4.23
Os livros físicos são insubstituíveis e não precisam de bateria...
É uma verdade verdadinha, os livros são algo de insubstituível. E não são como os telemóveis ou computadores, que precisam de ter bateria para vermos algo neles. O livro tem bateria para sempre e dura séculos se for bem cuidado. Sejam livros vossos ou livros da biblioteca mais próxima, os livros são tesouros de valos incalculável para quem os souber aproveitar. E se há prenda melhor para quem gostam, são livros. Mas dos úteis, já que há livros e livros... Mas lembrem-se que a utilidade também tem a ver com os interesses de cada um.
Eis as novas entradas na minha biblioteca pessoal. O primeiro trata de fronteiras, essa bela "construção" humana que tem muito que se lhe diga no bom e no mau sentido. Trata-se de uma obra, em bom português, que foca algo de muito importante para cada um de nós na compreensão deste complexo mundo. Ainda há poucas semanas ensinava este tema a alunos e salientava a importância do assunto, seja no passado, seja no futuro.
O segundo livro trata de um tema que ainda poucos de vós se aperceberam do quanto crucial já é e será ainda mais nos próximos anos, ou seja as denominadas "terras raras", das quais dependemos para o nosso dia-a-dia, nomeadamente quando se fala em componentes electrónicos e afins. É um tema excepcional para debater a actual geopolítica as próximas décadas da mesma. E quando souberem por exemplo o papel chave que a China já tem neste domínio, se calhar ficarão mais preocupado/as com as jogadas geopolíticas dos próximos anos, nomeadamente dos países europeus, reféns do tal papel chave atrás referido. Fica a dica para se inteirarem sobre o assunto...
Quanto ao terceiro livro, não resisti, já que calhou desta vez adquiri-lo. Trata-se de um autor que costumo acompanhar e que fala da grande viagem de Fernão de Magalhães. Em bom português, sem desacordo ortográfico à mistura. Será uma boa leitura numas quaisquer férias nos próximos tempos.
9.4.23
Troféu calcário da montanha?
4.4.23
Não sei se hei-de rir, se hei de chorar com este caso: um dejá vu previsível...
Foi em 2011 que fui surpreendido por algo que não lembra a ninguém, pelo menos num país de gente competente. Nessa altura um trabalho que eu tinha elaborado no âmbito da minha tese de mestrado, foi utilizado por uma autarquia. Até aqui tudo bem, já que o trabalho em causa foi dedicado às gentes de Alvaiázere e Ansião, dado o facto da área que estudei se localizar em ambos os municípios. A questão é que o meu trabalho não foi referenciado como a base daquele percurso pedestre, facto que o torna um alegado plágio que em 2011 denunciei aqui. Mais abaixo têm em destaque as páginas da tese onde apresentei o percurso pedestre em causa. A situação nunca foi regularizada nem me foi apresentado um pedido de desculpas.
Mal eu sabia que em 2022 a novela ia ter continuidade. Desta vez o que aconteceu é o que podem observar nas primeiras três imagens. O que é que tem? Bem, primeiro o meu trabalho não é referenciado. Segundo, trata-se de um projecto que envolveu fundos nacionais. Terceiro, tendo parte dos conteúdos sido alegadamente copiados, estes foram mal copiados. A placa que se vê na imagem pretende destacar um megalapiás que não corresponde ao que está à frente deste, o qual foi baptizado como o "tochas". O "homem velho" é outro, situado mais abaixo e que na altura que tirei esta foto nem acesso tinha. Podem ver nas imagens abaixo os nomes dos megalapiás daquela área.
E a tradução com a ajuda do "tradutor" do google está um mimo... Nunca mais aprendem a utilizar os serviços de tradutores a sério. E com os termos científicos é de bradar aos céus este tipo de "tradução"...
Depois admiram-se com a migração ou emigração dos jovens qualificados naturais da região, que vão para outras paragens. Sorte em sobreviver aqui.