27.8.15

Paisagens sonoras de Sicó


Já conhecia o lugar, no entanto fruto de uma passagem rápida. A vontade de voltar aquele lugar ficou, mais ainda porque é um lugar onde o tempo anda devagar e a qualidade de vida impera.
Uma das coisas que mais aprecio na região de Sicó é estar num qualquer lugar e não ouvir o barulho de um carro. Estar aqui e ouvir os sons rurais, e não de forma circense, é das coisas que mais aprecio. Daí que, ao deparar-me com este velho som, lembrei-me de registar o momento. Bem vindo às paisagens sonoras da região de Sicó! E o melhor é que há muitas e variadas paisagens!
Um conselho aqueles que quiserem visitar os muitos lugarejos da região de Sicó, deixem o carro à entrada dos mesmos e vão a pé, pois é assim que estimulam os sentidos...
Fartos da cidade? Bem vindos à região de Sicó!

Nota: não me esqueci de dizer que lugar é este. Posso apenas dizer que é em Penela...

23.8.15

Onde pára a resina?


Há coisa de 30 anos este era um cenário comum também pela região de Sicó. Isto antes da invasão do bandido do eucalipto. Fosse nestes recipientes ou noutros recipientes, a resina era recolhida e isso fazia com que parte da floresta estivesse a ter uma utilidade económica concreta e objectiva. Com este pessoal na floresta, esta estava mais salvaguardada, dada a sua óbvia e inegável utilidade. Via-se movimento onde hoje em dia não se vê movimento algum.
Extensas áreas estão ao abandono, fazendo com que o risco de incêndio suba exponencialmente. Nós fomos gradualmente abandonando a floresta. Muitos lembram-se apenas dela quando ela arde...
A lei do menor esforço impera hoje em dia, sendo que o bandido do eucalipto agradece a passividade dos portugueses. Há muitos portugueses que são co-responsáveis por este febre incendiária que nos consome há 3 décadas, pois ao não quererem saber da floresta, dos seus terrenos, são cúmplices!


O pinheiro tem perdido muito espaço na floresta portuguesa e isso é preocupante. Há que pense que só o eucalipto dá dinheiro. Este estereótipo tem vindo a trazer muita gente para a equipa dos cromos do eucalipto. A valoração económica da floresta tem sido esquecida pela sociedade, que prefere assobiar para o lado, pois assim tem menos trabalho (e felicidade...) pela frente.
Resina e pinhas são apenas dois dos rendimentos que se podem retirar anualmente do pinhal. São poucos pinheiros para retirar resina? Cooperativismo, conhecem? Assim ganha-se escala...
Não me lembro de quanto é o rendimento anual, promovido pela extracção da resina, no entanto lembro-me de há alguns meses ter visto uma reportagem onde se referia o ganho. E não é nada mau, mais ainda sabendo que é um ganho anual...
Deixem o eucalipto de lado, plantem espécies autóctones e também uns pinheiros!


14.8.15

Porque somos capazes de fazer tanto por uns e tão pouco por outros?



Esta dicotomia é daquelas que vale mesmo a pena pegar para ilustrar um problema real e concreto. Este comentário é daqueles capazes de suscitar ódios por parte dos fundamentalistas e daqueles que se ficam pela leitura do título deste comentário. Os racionais irão perceber o que pretendo com este comentário.
Antes de mais, eu gosto de todo o tipo de animais, ao contrário de outras pessoas que só gostam de alguns animais. Nós, humanos, somos parte integrante da Natureza, contudo boa parte de nós esquece-se deste pequeno pormenor.
Lembrei-me de utilizar uma dicotomia para abordar uma questão que considero fundamental. Quantos de vós já compraram comida para gatos? Quantos já pagaram intervenções nos veterinários? Quantos já esterilizaram gatos? Quandos já doaram dinheiro a causas relacionadas com os gatos? Muitos, é certo.
Mas então quantos já colocaram ninhos para aves selvagens? Quantos já pagaram intervenções a animais selvagens, por exemplo atropelados ou envenenados? Quantos já doaram dinheiro para compra/preservação de habitats? Poucos, é certo.
É nesta dicotomia que pretendo centrar este comentário, o qual pretende suscitar uma profunda reflexão. Porque é normal ajudar tanto uns e tão pouco outros? Fica a questão...

9.8.15

Se colocar herbicida uma vez é mau, colocar duas vezes é bem pior...


Há uma diferença de 1 mês entre esta primeira fotografia e as seguintes. A primeira data de 3 de Junho, enquanto que a segunda data de 7 de Julho. Em comum têm o facto de ilustrarem a "sementeira" dos herbicidas, onde quem mais ordena é o glifosato, um componente cancerígeno que tem sido banido por países, municípios, juntas de freguesia, etc. Esta sementeira foi efectuada no mesmo local, por uma entidade pública e por uma empresa privada, algo de muito preocupante de se constatar. Avisos nem vê-los... Protecção, o que é isso? Ai a saúde pública...
E já agora, onde estavam as tais malvadas ervas na rotunda, esse bicho assassino que mata tantas abelhas? 


Seja na via pública, seja já no domínio privado, o que interessa é espalhar herbicida e mais herbicida, pois o desenvolvimento é isso mesmo, litros de herbicida sem fim é um bom indicador económico, que atenta o progresso que vemos actualmente na região. E se tiver glifosato melhor, pois assim o número de crianças com autismo aumentará e isso leva-nos aos níveis dos países mais desenvolvidos.


O que eu gostava é mesmo espalhar herbicida a torto a direito pelos passeios. Nem me preocupo com a saúde pública, pois isso é, para mim, secundário. Há que gastar herbicida.


E que fazer ao chegar à proximidade de um café? Simples, espalha-se mais herbicida. Nem o poço escapa, não vá ali crescer uma erva muito perigosa. As abelhas não interessam para nada, o que importa é matar as ervas malvadas.
E quando restar herbicida no tanque? Simples, vou ali a um esgoto e mando fora. Assim vai parar ao rio Nabão e a coisa fica resolvida.


Vamos acabar com atitudes pouco responsáveis à luz do conhecimento actual? Vamos pegar nas alternativas e resolver o problema sem que, para isso, a saúde pública, fique em risco? A Plataforma contra os herbicidas de Sicó está à vossa espera. Juntos seremos mais fortes!

5.8.15

Será que concessionar serviços é a melhor solução?!


Este ano, e por três vezes, desloquei-me aos serviços da Câmara Municipal de Ansião, de forma a alertar para situações ou de desperdício de água, ou de perigo para os peões. A primeira situação foi a de uma torneira que estava a perder diariamente dezenas de litros de água, já que tinha uma fuga. Esta situação foi prontamente resolvida pelos serviços camarários.
A segunda situação foi próximo da primeira, no Moinho das Moitas. Tratava-se de dois ou três buracos situados em plena via pública (passeio). Eram locais onde era suposto terem levado postes de iluminação mas que, por um qualquer motivo, nunca foram colocados, tendo ali ficado os buracos durante anos a fio sem que nenhuma pessoa do bairro fosse dar conta deste perigo à Câmara Municipal de Ansião. Mais uma vez a situação foi resolvida em poucos dias, para meu contentamento.
Eis que chega a terceira situação, um ponto de rega automática que estava a perder dezenas de litros de água todos os dias à noite, aquando da rega, às 23:38. Dei igualmente conta desta situação há várias semanas, mas, curiosamente, nunca foi resolvida. Estranho? Não, já que afinal estes espaços estão concessionados a uma empresa privada, daí a demora que nunca chegou. Quem salvou a situação foi um bom samaritano que por acaso até percebia da coisa e resolveu isto em 15 minutos. Tudo isto sem encargos para o contribuinte. Foi um bom exemplo de cidadania activa. Durante semanas perderem-se ali centenas de litros de água, mas a solução chegou por quem não era suposto. 
Este é um excelente exemplo da (i)lógica que move a concessão de serviços municipalizados. Ao invés de se investir nas pessoas, e resolver os problemas, chuta-se os mesmos para empresas privadas, nas quais o que mais conta é o lucro. O resto é conversa e a água... foi-se. 
Qual a motivação de uma empresa privada para resolver rapidamente este problema? Isto, porque o rendimento já está garantido à partida...
Enquanto cidadão, agradeço ao bom samaritano que resolveu este problema!