15.3.20

A sociedade evolui, os badalhocos não!


Faz este mês 10 anos que aconteceu o Limpar Portugal em Portugal e em Sicó, evento ímpar que, diga-se, ajudou a mudar mentalidades para melhor. Não foi um evento único, pois deixou sementes que nos anos seguintes teve seguimento em muitos municípios. Foi, para mim, um evento marcante, já que sendo coordenador concelhio e fazendo parte da organização a nível distrital, foi algo que me ajudou a capacitar neste domínio e a consolidar quem sou actualmente enquanto activista ambiental.
Efemérides à parte, e antes de ir ao cerne da questão, uma curiosidade que já terei por aqui dito, não sei é quando. Cidadãos como eu, interessados e activos nas temáticas ambientais, tiveram num qualquer dia da sua vida algum tipo de clique que acabou por servir de rastilho para se tornarem quem são. No meu caso aconteceu quando trabalhava num posto de combustíveis. Deslocava-me para lá de bicicleta, daí a minha atenção ter começado a focar-se nas bermas da estrada, que eram povoadas por garrafas de água. Nessa altura eram mais garrafas de água e latas de refrigerante, mas agora há uma maior diversidade de resíduos. Nessa altura comecei a levar um saco de plástico e a apanhar todas as garrafas e latas que via nas bermas. Depois colocava tudo no ecoponto. Foi algo que me transformou...
Em 2009, e enquando formador de uma academia de miúdos nos Bombeiros Voluntários de Ansião, organizámos, a meu pedido, uma acção inspirada no que descrevi atrás
Depois de tantos anos, e mesmo tendo as coisas melhorado, o mundo é mais complicado, contudo os porcalhões continuam porcalhões. Se há indicador fiável do grau de civismo, ou falta dele, de uma sociedade são as bermas de uma qualquer estrada. Elas espelham a sociedade em que vivemos. Esta, na imagem, é nos Olhos de Água, em Ansião.
E se virem um badalhoco a mandar resíduos pela janela do carro... apitem ao animal!!!

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