Fui apanhado completamente de surpresa, algo que não é assim tão difícil tendo em conta que já não vou à terra há umas valentes semanas e se trata de um local com pouco movimento. Fiquei chocado quando me deparei com esta primeira imagem, retirada do Facebook da Junta de Freguesia de Ansião, a qual retrata a inauguração de um espaço de fruição, com uma obra de arte. Até aqui estaria tudo (muito) bem não fosse um pequeno pormenor. Qual é o pormenor?
Neste local existia um charco, habitat protegido de de grande importância em termos de biodiversidade e não só. Se estava bem preservado? Não, não estava, daí eu há uns anos (4?) ter tido a intenção de fazer queixa às autoridades pelo facto de alguém, provavelmente dos Netos, estar paulatinamente a atulhar o charco. A segunda e terceira imagem são da minha autoria, datadas de Março de 2012, e mostram como já naquela altura estava o charco, moribundo mas ainda vivo e passível de ser recuperado. A quarta, quinta e sexta imagem são do Google Maps. Posteriormente, talvez há uns 4 anos, ainda estive prestes a denunciar o caso às autoridades, contudo uma pessoa disse-me que não seria preciso, pois trataria da situação. Fiquei descansado, pois tendo em conta as palavras de uma pessoa de confiança, pensei que tratar da situação seria recuperar o charco. Eis que há poucos dias me deparei então com a primeira (e outras) imagens do local, com o charco devidamente sepultado. Claramente que há mais um jovem autarca que necessita de umas noções básicas de ordenamento do território e afins. O mesmo autarca que há meses dizia que fazer um estudo de impacte ambiental para o alargamento da zona industrial do Camporês era uma perda de tempo... (isto numa área particularmente frágil do ponto de vista ambiental...).
E nos comentários da publicação surge uma afirmação que brevemente a Lagoa do Pito (Dolina do Pito) será reabilitada. Estou curioso para ver o projecto... E uma coisa é certa, nessa requalificação não vou dar margem para decisões profundamente lamentáveis, que atentam contra habitats a proteger ou protegidos e a memória do local. E nessa margem incluo eventuais violações dos instrumentos de gestão territorial, as quais, a ocorrer, podem dar perda de mandato. Vou estar particularmente atento a partir de agora. Escusado será dizer o quanto incisivo sou quando cometem atentados ambientais/patrimoniais.
Esta situação nos Netos afecta-me ainda mais do que o costume, já que tinha ligação emocional aquele charco, que fez parte da minha infância. Ainda há 2 dias tinha voltado a relembrar um comentário que aqui fiz sobre girinos. Ali já não existem mais...
Estou chocado com esta mediocridade que paulatinamente vai destruindo os valores naturais da nossa região! É a segunda vez que destaco situações como esta, relacionadas com charcos.
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