Não, não é engano, o título deste comentário é assim mesmo. Á primeira vista as pessoas observam esta fotografia e, aquelas que até sabem algo, dizem logo que esta é uma estrutura associada ao abastecimento de água de outros tempos. É obvio que é isso mesmo, mas não é o óbvio que pretendo abordar, é sim aquele pequeno pormenor que passa ao lado da maior parte de vós...
É certo que o pormenor que pretendo salientar até pode estar à vista de todos, no entanto só os olhares mais atentos é que param para pensar e, daí, elaborar um raciocínio lógico dedutivo no domínio da vasta temática que é o património.
Olhando bem para aqueles pilares, o que vêm nos mesmos? Simples, umas pedras saídas para fora, as quais não são mais do que degraus, à antiga, que de uma forma simples e eficaz faziam o seu trabalho. Estes degraus são algo que, para mim, tem um significado muito próprio, o conhecimento dos antigos, em épocas em que estes não ligavam o complicómetro quando precisavam de fazer as coisas.
Hoje em dia, para fazer as coisas mais simples, ligamos o complicómetro e debatemo-nos a fazer algo que, sendo simples, se torna no final complicado. Na lógica de um qualquer vendedor, para fazer uma infraestrutura destas, além de toneladas de betão, ferro e afins, seria necessário uma escada em cada um dos pilares de betão construídos nessa obra faraónica. Além disto ainda iria surgir uma qualquer entidade a dizer que aquilo tinha de ter condições de segurança e isso significaria mais qualquer coisa a fazer, mais um gasto evitado de matéria prima.
Este último ponto pretende acima de tudo demonstrar que, muitas vezes, não vale a pena complicar o que é fácil, que se podem utilizar recursos de forma sustentada e racional. Já se questionaram acerca dos muitos porquês da crise? Também por isto...
Obviamente que a questão patrimonial está também bem presente, esperando eu que com este breve contributo muitos possam começar a olhar com olhos de ver aqueles pequenos grandes pormenores que fazem toda a diferença. Numa região tão rica em termos patrimoniais, como é o caso de Sicó, os pequenos grande pormenores estão em cada esquina, em cada recanto, bastando focar a nossa atenção naquilo que realmente é importante e não naquilo que é supérfluo e inconsequente.
No próximo passeio por Sicó, ou mesmo no vosso dia-a-dia, reparem nos pormenores e deliciem-se com esses pequenos grandes pormenores, é esse o meu conselho.
No próximo passeio por Sicó, ou mesmo no vosso dia-a-dia, reparem nos pormenores e deliciem-se com esses pequenos grandes pormenores, é esse o meu conselho.
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