23.2.20

Como garantir que os "craques" não vão para outros "clubes"


Nestes últimos dias li um artigo numa revista internacional, sobre um tema que já andava a adiar, esperando a melhor altura para dissertar sobre o mesmo. Falo, claro, da perda de população, a qual tem sido a regra na região, mesmo em municípios como Ansião, o qual, e para todos os efeitos, tem tido um desenvolvimento minimamente aceitável em termos económicos nos últimos anos.
Pretendo com este comentário abordar não tanto a perda de sicoenses, enquanto residentes, mas sim a perda de sicoenses altamente qualificados, caso de licenciados, mestres ou doutorados. Não pretendo menorizar de forma alguma quem não tem estas qualificações, mas sim focar o facto de ser fundamental captarmos estes jovens altamente qualificados, os quais podem fazer toda a diferença em termos de dinamismo nas mais variadas áreas, com um retorno económico fundamental para a região de Sicó nos próximos anos. 
O que acontece já há muitos anos é que os jovens saem para estudar nas capitais regionais, caso de Coimbra ou Leiria, e noutras cidades como Lisboa, Porto ou outras mais. E o facto é que muitos destes jovens, acabando os respectivos cursos, não voltam para a sua terra. Ficam sim ou onde estudaram, já que o emprego e as oportunidades são outras, ou vão para outras paragens. Com isto perde-se um valor fundamental e perpectua-se um cenário pouco favorável.
Como se combate este esvair de cérebros? Com medidas específicas, pensadas objectivamente para estes casos. Cada caso é um caso e cada caso pode fazer muita diferença para a região, já que são estes jovens que têm a capacidade de trazer mais valias essenciais para o dinamismo da região. Está na hora de as autarquias, e não só, criarem pacotes de apoio a estes jovens, sabendo que um investimento/apoio de poucos milhares de euros, podem resultar em dezenas de milhar de euros para a economia local e em novas formas de dinamização económica, social e cultural.
Fazendo uma declaração de interesses, eu sou um dos que se enquadra neste conjunto de jovens, embora já não seja propriamente jovem. Não basta gostarmos da nossa terra e termos o coração na nossa terra, é preciso que haja visão para nos fazer regressar e/ou manter na nossa terra. Por isto e por muito mais, fica o desafio para que nos consigam fazer regressar à nossa terra, onde ficou o nosso coração.


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