18.6.25

Quem será o/a badalhoco/a?!


Há alguns dias estava eu descansado num banco em Ansião quando de repente reparei em algo que me irritou profundamente. Quem será o/a badalhoco/a que se senta ali, fuma um cigarro e recorrentemente coloca ali a pirisca? Será que este ou esta badalhoca não tem um caixote do lixo para colocar o lixo? Será que o/a badalhoco/a não sabe que além de ser uma porcalhice, é ilegal? Qual o respeito que esta gente tem pelos outros? Já pensaram se, por exemplo, um filho vosso se senta ali e pega neste cocktail poluente?

 

13.6.25

Os carvalhos merecem protecção, portanto toca a assinar esta petição!! E partilhem sff


Vamos ajudar a proteger estes monumentos naturais vivos? Assinem por favor a seguinte petição:


O texto da petição é este:

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República,

Os signatários vêm por este meio solicitar a V. Ex.ª que submeta à consideração desse hemiciclo, a casa da 
democracia portuguesa, a urgente necessidade de criação de um enquadramento legal que assegure a protecção
 efectiva dos carvalhos autóctones portugueses e das formações florestais naturais onde estes se inserem.

A degradação e desaparecimento progressivo dos carvalhais — habitats únicos e de elevado valor ecológico,
 climático, paisagístico e cultural — resulta da ausência de legislação nacional específica, que permita salvaguardar
 estes ecossistemas singulares da pressão crescente sobre o uso do solo, do corte indiscriminado, da expansão 
de monoculturas e da proliferação de espécies exóticas invasoras.

A presente petição propõe:
- O reconhecimento legal da importância ecológica e biogeográfica dos carvalhos autóctones, com destaque 
para o carvalho-cerquinho (Quercus faginea), o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), o carvalho-galego 
(Quercus orocantabrica) e o carvalho-de-monchique (Quercus canariensis);
- A criação de critérios técnicos claros para a sua protecção, conservação e restauro;
- A implementação de mecanismos de compensação, incentivo e apoio à conservação em propriedades privadas 
e públicas;
- A valorização do arvoredo isolado e das florestas climácicas com importância ecológica, genética e patrimonial.

Num contexto de alterações climáticas e perda de biodiversidade, proteger os carvalhos autóctones é também
 investir na resiliência do território e na preservação da identidade natural de Portugal."


 

9.6.25

Porquê este ódio para com as ervas?


Há uns dias vinha de Ferreira do Zêzere, já a entrar em Alvaiázere, quando me deparei com algo que me fez parar o carro e fazer este registo fotográfico. Numa primeira olhadela se calhar não notam nada, mas a imagem tem muito que se lhe diga. Só como curiosidade, ali mais à frente tem uma peregrina de Santiago. Mais adiante está um tractor...
Se repararem na berma do lado esquerdo estão aquelas belas flores vermelhas, as papoilas, enquanto que do lado direito as mesmas já foram cortadas. Parece que não sabemos conviver bem com as ervas, considerando as mesmas como um mal, embora sejam precisamente uma benção. Gastamos milhares de euros em coisas sem nexo, que além de não nos beneficiarem, prejudicam-nos. A simples passagem dos carros faz  controle, portanto para quê insistir nisto que se vê na fotografia?

 

5.6.25

A cura para uma democracia doente? Livros, leituras e literacia!



Num mês onde começam em força as feiras do livro, também na região de Sicó, e no mês após um acto eleitoral que mostrou sintomas fortes de uma democracia doente, volto com o melhor que temos contra o ódio, o fascismo e a ignorância, ou seja os livros e a cultura. Não é por acaso que abordo regularmente a questão dos livros, é sim propositadamente, pois uma população informada a formada é imune aos encantadores de burros.
Eis então mais 5 entradas na minha biblioteca pessoal. Arte como terapia, um livro especial que tinha mesmo de trazer comigo da livraria. Segue-se um tema também complexo, sobre o Médio Oriente, com mais este "acrescento" para a compreensão de algo complexo a todos os níveis.



Depois dois livros em bom português, livres do desacordo ortográfico e sobre dois temas tão importantes como a ciência e os museus. Ambos escritos por mulheres. Serão leituras fáceis e desejadas.


Por último um livro daqueles "pesados" e densos, que exigem calma e tempo para compreender, de facto, o que se lê. Um dos autores, o mais conhecido dos dois, tem perdido a minha consideração, pois nota-se que já está naquela fase em que os neurónios já queimaram. Contudo é importante ler livros como este, pois só nos expondo a ideias é que as podemos compreender e elaborar as nossas próprias ideias.
Agora já sabem, visitem as feiras dos livros, as livrarias, as bibliotecas municipais. E ofereçam livros, pois é algo de muito importante para que tenhamos uma sociedade mais informada e menos susceptível a encantadores de burros.




 

28.5.25

Caçar javalis sim, fazer isto é que não!!

Outro dia numa das minhas caminhadas deparei-me com isto a meio do caminho no meio do monte. Confesso que fiquei furioso, pois pensei que isto já não se fazia...

Os javalis são actualmente uma praga e devem ser controlados através de batidas ao javali, contudo não vale tudo neste "combate". Usar óleo queimado para atrair javalis é uma prática criminosa em termos ambientais, que não pode ser tolerada. É provável que quem fez isto vá ler este comentário, portanto o alerta está dado...


 

23.5.25

Loureiros, folha de louro e gastronomia regional


Há umas semanas acabei por tirar foto a um pormenor, numa superfície comercial. Tratava-se do preço de umas meras gramas de folhas de louro, bem nossas conhecidas, ou pelo menos conhecidas para quem cozinha ou é bom garfo. Em moeda antiga são mais de 300 escudos por umas meras folhas. 
Quem, como eu, palmilha Sicó de lés a lés, sabe a quantidade de loureiros que existe nesta região e o quanto fácil é lavarmos um ramo de loureiro para casa, de forma a termos tempero para o ano inteiro. De graça... A esmagadora maioria dos loureiros está abandonada. Para reflexão!

 

18.5.25

E a água?!

Há uns dias, enquanto fazia uma bela de uma caminhada por caminhos onde já não passava há alguns anos, tive de fazer uma paragem algo inesperada, já que o calor que se sentia fez-me consumir mais água do que aquela que levava comigo. Aproveitei para parar num parque de merendas recuperado há alguns meses, no Maxial, Ansião, contudo fui apanhado completamente de surpresa, já que este parque de merendas não tem água! Tive sorte porque pedi a uma senhora dali se me podia fazer o favor de deixar encher o cantil e ela foi excepcional, dando autorização para me abastecer de mais um litro de água para o resto da caminhada.

Ora, de que vale recuperar ou melhorar um parque de merendas sem que este tenha água corrente para pelo menos lavar as mãos? Alguém de vós vai a um parque de merendas e não precisa de lavar as mãos ou um utensílio de cozinha? Claro que não... Já imaginaram a má imagem que isto dá a quem nos visita e espera parar para uma bucha ali? E o jeito que nos dá ter água para beber nestes locais? E ainda nem chegámos ao Verão, altura em que a necessidade de locais para beber água é ainda maior.

Um outro parque de merendas por onde já passei e usufrui, situado nas Cavadas, Pousaflores, tem água, cumprindo com a sua função. Ter água corrente é algo de basilar.

A dica está dada...



 

13.5.25

Bela máquina do tempo!

Outro dia fiz algo que não fazia há coisa de 35 anos, sendo algo que já andava a contar fazer e que, encontrado o belo naco de casca de pinheiro, ou como eu dizia em miúdo, carcocha (acho que era assim que dizia...), tratei de o trazer comigo para, então, esculpir algo...

Em miúdo não havia propriamente brinquedos, sendo que os tínhamos de fazer, facto que nos fazia ser criativos e inventivos, ao contrário dos miúdos de hoje, que levam uma carrada de brinquedos a pilhas e está feito... Um dos brinquedos que fazia era uma nau de casca de pinheiro, esculpida num belo naco, com uma navalha ou faca. Depois colocava o respectivo mastro, feito de urze, bem como uma vela, que podia ser de papel ou de pano. E depois ia para o rio Nabão e a brincadeira começava. 

Foi um dia bastante emotivo, que me transportou para o passado de há umas décadas, passe o pleonasmo. Já não é a primeira vez que o faço e não será a última. É algo com o qual alguns da minha geração se podem identificar e algo que todos devemos fazer, a bem da nossa memória e da nossa felicidade. Não deixem que vos digam que é uma patetice fazer isto ou aquilo, façam o que vos faz feliz!



 

9.5.25

Nova jornada do campeonato das leituras!


Regresso para mais uma jornada do campeonato das leituras, com 4 novas entradas na competição da literacia. Os três primeiros livros, livres do desacordo ortográfico, decorrem de mais uma visita a uma das minhas livrarias preferidas, a Centésima Página. O primeiro tem a ver com os espaços que mais usamos no nosso dia-a-dia, ou seja o espaço urbano. Trata-se de uma obra que alerta sobre algo de fundamental e que pode ter uma notável contribuição para a nossa qualidade de vida, ou falta dela, nestes mesmos espaços urbanos.
O segundo livro é uma obra daquelas mais exigentes na leitura, dada a sua profundidade. Arte e educação, dois conceitos indissociáveis na nossa existência, pois precisamos dos dois para vivermos uma vida plena.



Ainda não tinha nenhum livro sobre inteligência artificial, daí quando me deparei com este o ter escolhido para uma primeira incursão nesta temática.
Finalmente algo de completamente novo na minha biblioteca, um livro dedicado inteiramente a um país com uma história complicada, o Paquistão. Noutros que tenho o Paquistão aparecia só de relance, nalguns capítulos, mas este é totalmente dedicado a este país. Estou particularmente curioso para o ler...
À data que escrevo este comentário, vi outro sobre outro país curioso, a Síria, sendo que será muito provavelmente uma das próximas entradas na minha biblioteca pessoal.
Para fechar,  repto para que comprem e leiam livros, pois abre-nos os horizontes. E se não podem comprar, têm as nossas maravilhosas bibliotecas municipais que emprestam livros gratuitamente, portanto não há desculpas...


E para terminar, revistas, pois nem só de livros se fazem as leituras. São duas revistas que acompanho regularmente e que facilmente percebi que eram uma mais-valia para as minhas leituras e, também, para relembrar o meu francês, já enferrujado.





 

5.5.25

Atenção que é ilegal a plantação desta espécie!

Foi com muita surpresa que me deparei com algo outro dia, no Avelar, e num jardim situado ao lado do hospital. Ao olhar com atenção notei que havia ali algo de errado, ou seja uma espécie que não era suposto estar sequer ali, dado ser uma espécie invasora e, portanto, nem sequer pode ser usada, seja em jardins ou noutro local.

Para tirar a dúvida, contactei um colega geógrafo, o qual se especializou em botânica e com o qual já trabalhei. Confirmou o que eu pensava, que era uma invasora, mais concretamente uma Albizia julibrissin. Eu pensava que era uma mimosa, mas afinal era esta outra invasora. Os meus tempos de biogeografia já vão longe, pois especializei-me em geografia física. 

É muito importante falar desta problemática que representam as plantas invasoras e não se deixem levar pelo discurso que se vê nalguns cromos zen das plantas, que dizem que os invasores somos nós, ok?! As espécies invasoras são um problema muito grave, seja plantas ou espécies animais!
Não sei de quem é o jardim, mas espero que a planta invasora em causa seja devidamente erradicada. E, já agora, as invasoras já são um grave problema na região de Sicó, nomeadamente devido às mimosas, mas não só (eucalipto idem...). Os incêndios de há poucos anos vieram agravar o que já era mau...




 

27.4.25

Viva os mercados municipais e os produtores locais!


É algo que aprecio seja onde for, em Ansião ou em qualquer local que visite por este mundo fora. Falo, claro, dos mercados municipais. Há uns dias voltei a visitar o Mercado Municipal de Ansião, o qual está longe de outros tempos, contudo o espírito, esse continua lá. Gosto do ambiente, dos sons, dos cheiros, da paleta de cores e do ambiente em redor dos mercados municipais. E nada como comer também algo quando lá vamos, tal como o fiz. 
Isto tudo porquê? Bem, temos de salvaguardar estes verdadeiros tesouros que são os mercados municipais e os produtores locais, a bem de todos nós e das economias locais!


 

14.4.25

Não é legal, não é aceitável!



Outro dia deparei-me com esta curiosa situação em Pombal, na Rua Família Neves, onde surge uma suposta área de estacionamento que é afinal ilegal. Não sei de quem é a culpa do que se vê na imagem, sei apenas que é uma situação a corrigir, a bem da legalidade e da integridade e segurança dos peões.
Observando o google maps, vê-se que supostamente o estacionamento é apenas do lado de lá do passeio, paralelamente à estrada, portanto assumo que todos aqueles 4 carros estacionados estão em infracção. Assim sendo, nada como ficar o alerta para a Polícia de Segurança Pública, de forma a fiscalizar o local. Seria também importante o município de Pombal indagar sobre a legalidade dos estacionamentos ali, pois não me parece que mesmo a possibilidade de estacionar ali dois veículos  paralelamente à estrada, a coisa fosse legal tal como está.




 

9.4.25

Porcos... há muitos!

Nem mesmo havendo locais próprios para a deposição de frigoríficos e outros monstros, ou mesmo havendo um número de telefone para onde se pode telefonar para agendar a recolha dos mesmos, impede que gente sem respeito e, diga-se, porca, vá ao meio do mato abandonar estes monos. 

É de uma vergonha absoluta fazer o que se vê na primeira imagem, ocorrido em Pousaflores, Ansião. Mas podia ser noutro qualquer ponto de Ansião, pois infelizmente não é caso único (e brevemente irei publicar vídeos da acção nefasta destes porcalhões anónimos). 

Este é, infelizmente, um cenário que teima em se manter não só em Ansião, bem como por toda a região e mesmo país. Gente ignorante, má e sem respeito pela sua terra, pela sua região e pelo seu país, que com a sua falta de educação consegue dar uma má imagem deste belo território.

Se virem alguém a abandonar resíduos, denunciem, mesmo sendo vosso vizinho ou conhecido, pois num país civilizado não há lugar para gente porca e mal educada como a que faz o que se vê na primeira imagem. E o curioso disto é que sendo mais fácil levar aos locais próprios para o efeito, como se observa na segunda imagem, ainda se dão ao trabalho de ir levar a locais ermos e com risco de atascarem o veículo. Cambada...



 

4.4.25

Um belo painel azulejar para apreciar!



Nos últimos anos a arte urbana tem-se implantado em Ansião a olhos vistos, enriquecendo a paisagem urbana da Vila e assumindo-se cada vez mais como mais um motivo para visitar Ansião. Há poucos dias surgiu algo de novo em pleno centro da Vila, algo que enquanto apreciador de arte, me alegra, ainda mais sendo o motivo utilizado para este mural azulejar, ou seja as galinhas e os galos. Já por várias vezes me viram aqui falar de galinhas, portanto não é de admirar.
Gostei do resultado final e da localização, pois é num local de grande visibilidade e isso pode trazer um sorriso dos grandes às muitas pessoas que por ali passam todos os dias. Porque a arte é assim mesmo, tem poderes que subestimamos...




 

28.3.25

Aí vão eles pela região de Sicó, felizes !


Esquecendo a parte deles irem em sentido contrário ao que é suposto pela sinalização, é uma imagem interessante esta, a qual captei há poucas semanas na Vila de Ansião. Um jovem casal, estrangeiro, com o seu cão, a fazer turismo de bicicleta na nossa Sicó. Antes tinham estado a comer qualquer coisa num estabelecimento comercial mais acima. 
É uma imagem a partir da qual muito se pode dizer. Eu sou suspeito para falar de bicicletas, pois ando de bicicleta desde criança, seja no dia-a-dia, seja em modo desportivo. Faço-o pelo gosto de andar de bicicleta, de ser e andar feliz da vida e não me preocupo com as aparências que muitos cultivam e fazem questão de, tristemente, perpectuar na (i)lógica do carro, posso e mando. Para muitos andar de bicicleta é para o coitadinho, para o pobre, mas para os outros, como eu, andar de bicicleta é para quem é racional, para quem gosta de usar outros meios de transporte além do carro e para quem não faz sentido andar às voltas e voltinhas para mostrar o carro. Nas várias profissões que já tive, em quase todas elas usava a bicicleta, dependendo, claro, da distância. Até já conjuguei a bicicleta com o expresso, quando dei aulas na Universidade de Lisboa. Eficaz, rápida no trânsito e nas distâncias curtas e até médias, e algo que nos cria um sorriso na cara e nos permite absorver tudo o que vemos em redor.
Mas voltando atrás, aos turistas. É comum ver turistas em Sicó de bicicleta, umas vezes turismo mais na onda desportiva, outras vezes turismo na onda de lazer. Eu ando a trabalhar num projecto ligado a bicicletas e turismo, só ainda não avançou porque não consegui patrocínios. Uns disseram que o projecto era interessante mas não estavam interessados outros que o projecto era interessante mas que neste momento queriam focar-se apenas em quem já patrocinavam (sugerindo uma espécie de crise económica) e outros disseram que era interessante, mas que não patrocinavam, podiam apenas ceder uma bicicleta, facto que não me  entusiasmou porque afinal tenho 6 bicicletas, portanto já estou bem servido. Talvez este ano, e mesmo sem patrocínios, inicie a aventura num outro formato, adaptado à falta de patrocínios. É algo que nunca foi tentado, portanto sei que terá sucesso. 
Isto tudo porquê? Bem, porque se trata de uma fileira económica muito interessante por explorar em Portugal, Sicó incluída. Está dito e mais não digo, pois daqui a uns tempos terão novidades... 

 

23.3.25

Mais-valia?! Mais valia estar calado...

Fonte: Jornal Terras de Sicó (Ed. 240)

A maioria das pessoas não imagina o quanto dramático será esta questão a nível ambiental nos próximos anos, tendo a mesma já iniciado... À boleia da pseudo descarbonização, e sob um manto do greenwashing puro e duro, vão-nos impor uma falácia ambiental, dizendo que é ecológico, que é ambientalmente sustentável e outras ecotretas. Percebam de uma vez por todas que arrasar terrenos e floresta para colocar painéis solares é dos maiores atentados ambientais que se podem cometer em nome do... ambiente.
Fiquei indignado quando li, no Jornal terras de Sicó (na última edição, cujo recorte da notícia está acima), que o presidente da Câmara de Condeixa afirmou que "é uma mais-valia sempre para o concelho, já que estamos a participar no esforço de ter uma economia verde e de descarbonização e ainda obtemos algumas receitas e a criação de postos de trabalho". Não, não é nenhuma mais-valia para o concelho sr presidente, é sim um atentado ambiental cometido em nome de uma falácia e de interesses privados que vestem a capa "eco" e vendem na sua campanha puro greenwashing que autarcas menos preparados assimilam. Economia verde não é arrasar terrenos e floresta para colocar painéis solares, economia verde é colocar painéis solares nos telhados e paredes. Descarbonização não é destruir valores naturais para colocar painéis solares no seu lugar, isso é apenas destruir os valores naturais em nome de uma ecotreta. Descarbonização é apostar nos transportes públicos, fomentar os modos suaves, promover a arquitectura amiga do ambiente, promover a micro-geração na fonte, etc, etc. Destruir os valores naturais para obter receitas é algo de intolerável. As receitas obtêm-se de forma racional, sem destruir, mas sim criar. Postos de trabalho criados com destruição de valores naturais? Tanto por aprender sr presidente, tanto por aprender. Experimente analisar o ciclo de vida dos materiais e perceberá que o que empresas privadas lhe vendem não tem nada de eco, mas sim de dinheiro criado à custa da destruição dos valores naturais de Condeixa, os mesmos valores que é suposto ter a função de proteger e valorizar. Pense nisto, em vez de se deixar levar em conversas da ecotreta.
Produção económica em Condeixa a partir de sobreiro? Sabe que a venda de cortiça em Condeixa é produção económica a partir do sobreiro certo? E já agora, sabe que os sobreiros têm uma função ecológica e prestam serviços de ecossistema, certo? É por estas e por outras que em vez de estarmos no bom caminho, continuamos a trilhar um caminho de destruição do que de mais valioso temos neste território. Até quando?! 

 

19.3.25

Não percebo, por mais que tente perceber...

 


É a segunda vez que abordo aqui o que se vê nas imagens. Para quem não conhece, é ao lado da estação de comboios de Pombal, e trata-se de um espaço desportivo que está ao abandono já há... anos. Não percebo porquê, pois é num espaço muito favorável à sua fruição. Não percebo porque não está aberto, depois de limpo e pintado, para os mais jovens, ou não, poderem praticar a importante actividade desportiva. Dinamizar a cidade passa também por fazer com que não aconteça o que se vê nas imagens.

Limpe-se o espaço, arranje-se o que tiver de ser arranjado, crie-se as regras de utilização, horário e, fica a dica, coloquem uns carregadores para telemóveis, que vão ver que sempre ajuda a que este espaço tenha mais utentes, nem que seja enquanto estão a carregar o telemóvel. Não é só queixarem-se que os jovens vivem nos telemóveis, mas sim criar e dinamizar o espaço urbano para que os jovens passem menos tempo ao telemóvel e mais tempo em espaços desportivos, mesmo que não seja na óptica do desportista puro e duro, mas sim do cidadão que durante uns minutos se mexe...




14.3.25

Moinhos de vento: relíquias de Sicó


Não sei como, mas passou-me despercebido até há poucas semanas, quando ali ia a passar e o meu radar o apanhou. E já ali tinha passado dezenas de vezes... Estamos a poucas semanas da iniciativa do Dia Nacional dos Moinhos - Moinhos Abertos, 7 de Abril, data em que alguns dos moinhos que ainda funcionam abrem as suas portas para espalhar magia pelos visitantes. Sempre gostei de moinhos, ainda mais quando investiguei e escrevi sobre eles, seja num artigo científico seja aqui mesmo, no azinheiragate. Outros moinhos há que não funcionam, outros que estão em ruínas e locais onde a única memória que subsiste é apenas a base circular dos moinhos de vento, completa ou apenas parcial. 
Curiosamente não conheço outro moinho como o da imagem (que peço que não divulguem, já que há quem se possa aproveitar da informação para causar estragos...). Conheço os outros moinhos da região de Sicó, mas nenhum como este. Há uns parecidos, mas de metal e não de tijolo e cimento. É mais uma bela curiosidade e é mais um moinho que seria importante recuperar caso o/a proprietário/a estivesse interessado/a, pois é património de valor que importa recuperar e com isso ganha a região de Sicó. 
Confesso que fiquei maravilhado estar em frente a este belo moinho de vento, mesmo que no estado que está. É melhor do que já não existir e sinal que ainda é possível a sua recuperação. Aos proprietários, obrigado por não o destruirem e possibilitar que ele ainda exista!

 

10.3.25

Este ano quero ver pelo menos uma dúzia de projectos candidatos ao Orçamento Participativo!


Já por várias vezes aqui lancei o repto para que surgissem mais e melhores ideias para candidatar aos vários orçamentos participativos criados na região de Sicó. Ansião é, naturalmente, o município onde mais tento pugnar pela criação de projectos para serem candidatados ao OP. Há já vários anos cheguei a candidatar alguns projectos e já não o faço há um par de anos, diga-se. Este ano vou tentar candidatar um ou dois projectos, mas caso algum de vós queira pensar projectos, aqui estarei para troca de ideias, pois com isso todos ficam a ganhar. Assim sendo, o repto está lançado e os prazos a que têm de estar atentos são os que constam na imagem acima.

 

25.2.25

A intenção e o gesto são bons, contudo é fundamental corrigir...


Há uns dias deparei-me com estes estacionamentos para bicicletas, no Intermarché de Pombal. Nunca tinha reparado neles, já que só passando ali a pé é que se repara e não é daqueles locais em que os peões passem muitas vezes, daí passar despercebido à maioria.
A intenção e o gesto de criar este local para estacionamento de bicicletas são muito positivos, contudo este não é de todo o tipo de equipamento mais adequado para prender as bicicletas. Porquê? Bem, porque só se consegue prender uma roda e não é preciso muito para que gente menos bem intencionada pegue no resto da bicicleta e a leve para outras paragens, deixando a roda presa... O equipamento adequado para estacionamento de bicicletas é do tipo Sheffield
Gosto sempre de alertar para este erro, havendo já casos onde as lojas alertadas corrigiram o problema. E sim, os clientes das lojas também se deslocam de bicicleta, cada vez mais até. E alguns com bicicletas de carga, que levam muitos produtos... E já agora, obrigado por criarem um espaço para estacionamento de bicicletas!

 

17.2.25

O que 17 anos de Azinheiragate me trouxeram!


A fotografia que utilizo neste comentário é meramente uma curiosidade fotográfica de um início de dia em Pombal, daqueles que nos arranca um sorriso. Dito isto, passam agora 17 anos desde que formalmente criei o meu blogue, o Azinheiragate, tendo publicado o primeiro comentário no dia 12 de Fevereiro de 2008
Parece incrível, mas inacreditavelmente passaram 17, repito, 17 anos desde aquele dia que marcou uma era, a qual se mantém passados todos estes anos. A minha vida mudou, a vários níveis. Vários foram os blogues criados antes e depois, raros são os que se mantiveram. E mais raro é haver blogues sobre a temática do património a manter-se tantos anos e sem se desvirtuar. E sem publicidade. Ainda mais raro na região de Sicó...
Tem sido uma jornada excepcional, custosa, mas que deu frutos e chegou muito longe, literalmente. Não trabalho para os gostos ou número de visitantes, pois se o fizesse publicava todos os dias. Só publico 7 comentários por mês, já que o meu intuito é a reflexão sobre o património de Sicó e as suas problemáticas, bem como as suas virtudes. Nos últimos anos deixei de abrir demasiado o jogo, já que percebi que havia oportunistas que pegavam em ideias minhas para ganhar dinheiro, dando o selo delas (sem referir que a ideia afinal não era desses oportunistas) numa (i)lógica de chico-espertismo tuga. Abri os olhos e isso foi mais uma entre muitas aprendizagens. Faz parte do caminho, nada de dramático.
Ao longo dos anos, e esta é a melhor parte, fui conhecendo pessoas pessoalmente que me foram conhecendo através do blogue. Pessoas que partilham os mesmos valores e com as quais desde então criei redes de contactos que são úteis a ambos. Como se costuma dizer, juntos somos mais fortes. E a luta já rendeu muitos frutos em prol do património, seja da sua valorização seja da sua defesa. Particulares, empresas e entidades públicas, todos já o sentiram na pele, seja no sentido positivo, seja no sentido negativo, após ilegalidades por eles perpetradas. No início eu era olhado de lado pela maioria, mas poucos meses depois a maioria já percebia ao que eu vinha e me começava a reconhecer e respeitar pelo trabalho em prol do património de Sicó.
Ainda hoje é frequente conhecer novas pessoas que viram no Azinheiragate uma nova forma de pensar Sicó e todo o seu vasto património. Não é fácil gerir tudo isto, pois de ajuda em ajuda, de conversa em conversa, o tempo escasseia. Mas é tão bom, pois tenho aprendido tanto com estas pessoas que também partilham conhecimento e pontos de vista! E há muita acção que passa completamente ao lado do conhecimento público, tal como deve ser para melhor eficácia nesta luta eterna pelo património. A surpresa e a descrição são muito eficazes, por mais estranho que alguns possam pensar, dada a exposição mediática que o Azinheiragate tem...
Actualmente o Azinheiragate conta com 1397 comentários escritos por mim, à excepção de talvez meia dúzia, escritos por convidados. Sabendo que em termos de visitas ao blogue só conta 1 IP a cada 24 horas, o Azinheiragate conta actualmente com cerca de 770000 visualizações, número bem interessante tendo em conta que os temas do Azinheiragate não são propriamente daqueles que trazem tanto interesse como as banalidades do país. O melhor ano foi o de 2017, com mais de 150000 visualizações e o mês com o maior número de visualizações foi Junho de 2023 com cerca de 35000 visualizações. O comentário com o maior número de visualizações foi sobre o abate de uma árvore monumental em Chão de Couce, com cerca de 14000 visualizações. E os gralhos têm sido um sucesso, tendo 7 dos seus episódios no Top 10 de sempre do blogue. Tenho tentado inovar, seguindo sempre o rumo que tracei desde o início. Tudo isto continua a animar-me e não faço tenções de fechar o blogue tão cedo. No início havia quem dissesse que seria um blogue que iria desaparecer pouco tempo depois, mas 17 anos depois ainda cá está e com vigor, chegando a milhares e mexendo com as mentalidades, tentando fazer evoluir as mesmas, as boas para ainda melhor e as más para melhor. 
Por tudo isto e por muito mais, cá estarei para defender o património de Sicó e todo este extraordinário território, com vocês. Tenho muito mais para aprender, mais pessoas amigas do património para conhecer e trocar ideias e mais pessoas que atentam contra o património para denunciar, pois se é certo que há casos que com pedagogia se consegue chegar lá, outros há que de tão graves que só resta a denúncia às autoridades. E alguns sabem que já consegui umas boas "prendas" a alguns destes artistas que pensam que Sicó é um esgoto, uma lixeira ou um território sem leis em domínios do ordenamento do território. E algumas das pessoas/entidades visadas eram ditas poderosas. Pagaram tal como qualquer cidadão, para aprenderem...
Voltando à imagem inicial, talvez faça sentido a teia de aranha, pois já entrei naquela fase dos "ais". Faz parte do ciclo da vida, perde-se algumas coisas e ganha-se outras. O ciclo da vida é assim mesmo, portanto há que aproveitar e deixarmos o mundo melhor do que estava quando chegámos. Só assim faz sentido a nossa estadia neste belo planeta!