4.5.20

Já doaram 0,5% do vosso IRS? Dar e escrutinar, fica a sugestão!


Escolhi esta imagem do meu arquivo pelo simples facto de ser uma imagem peculiar e perfeita para ilustrar este comentário, sobre o apoio que devemos dar a quem merece. Para enquadrar, esta imagem tem já alguns anos e é de uma ambulância acidentada, que esperava num terreno pelo dia de ir incorporar a economia circular, ou seja a reciclagem. Isto enquanto não vinha uma nova, desejada e fundamental nova ambulância. Fiz muitos km nesta ambulância, a mítica Ford Transit. 
Esta é a altura perfeita para falar de uma questão importante, mais ainda pelo facto de tanta Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários deste país estar a passar um mau bocado em termos financeiros à conta da pandemia, a qual está a levar muitas Associações Humanitárias aos limites, já que estas vivem e sobrevivem, além dos apoios de sócios e beneméritos, de lucros decorrentes de transportes de ambulância. Estes últimos caíram a pique em todo o país e isso está a tornar-se dramático para a sustentabilidade, já debilitada, de tantas Associações Humanitárias. Há várias formas de mitigar esta problemática, seja pelo facto de cada um de nós se poder fazer sócio da Associação Humanitária da sua terra, seja por donativos vários, nomeadamente pela doação de 0,5% do vosso IRS. Já o fizeram? Fica o apelo, pois é em vosso benefício!
Ironicamente, e há vários anos, propus o que vos proponho agora ao actual comandante dos Bombeiros Voluntários de Ansião. Na altura parece que não era uma boa ideia, mas depois não sei como, ficou a ser uma boa ideia. O tempo acaba por mostrar as boas ideias.
Mas, e obviamente, há uma outra coisa importante que podem e devem fazer, ou seja inteirarem-se sobre a gestão das vossas Associações Humanitárias. A gestão nem sempre será a melhor e a mais transparente e se todos forem acompanhando e monitorizando o que por lá se passa, a gestão será tendencialmente melhor e mais eficaz. Em Dezembro último fiquei mais uma vez desiludido com o frequente discurso de ocasião do actual comandante dos Bombeiros Voluntários de Ansião, o Sr Neves Marques, quando lamentava a escassa quantidade de cidadãos a assistir às comemorações do aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ansião. Esta escassa quantidade de cidadãos presente é, para mim, apenas reflexo da sua postura algo demagógica e muito populista, já que não se pode querer sol na eira e chuva no nabal. Não se pode, por um lado, querer as pessoas do lado do bombeiros só porque são, de facto, uma mais-valia para a sociedade e, contudo, por outro, não assimilar bem o escrutínio das pessoas, incluindo bombeiros, sobre a gestão e actuação das Associações Humanitárias e dos seus Bombeiros Voluntários. É um mal que é uma constante no mundo dos bombeiros e que quem o aponta costuma ter chatices e ganhar inimizades ressabiadas. Não é, também, de estranhar, o afastamento de tantos valorosos bombeiros nos últimos 15 anos, boa parte dos quais bombeiros com muitos anos de casa, que alegadamente e estranhamente, começaram a ser vistos como uma ameaça, pela sua competência, ao suposto "status quo" deste comandante, que fazendo um bom percurso até ao topo, começou, na minha opinião, a perder qualidades de liderança ao lá chegar, alegadamente privilegiando a amigocracia face à meritocracia. A política e a alegada politização do cargo,  também ajudou à perda de qualidades de liderança, contudo essa vertente cessou abruptamente em 2017. Desta forma vários elementos foram sendo afastados da acção, uns ficando a ser apenas pouco mais do que "carne para canhão", outros simplesmente saindo deste corpo de bombeiros sem tenções de voltar. Se questionarem estes bombeiros ou ex bombeiros, constatarão que há um denominador comum para a sua saída ou para terem sido encostados a um canto.
E exemplos não faltam para ilustrar o que falo, muito embora seja tema tabú e, por isso, publicamente escassos são os que falam destes problemas. Um dos vários exemplos que posso dar é o que me aconteceu quando tive um acidente num incêndio em 2005. Decorrente dos ferimentos que tive, acabei por ter de fazer fisioterapia em 2006 e, no final, pagar do meu bolso (700 euros). O seguro não pagou por incompetência do mediador respectivo e o mediador não foi responsabilizado por quem alegadamente dizia que fazia tudo pela defesa do nosso interesse quando acidentados. E o que me custou não foi tanto ter de pagar no meu bolso, mas sim a incompetência do já então comandante, que levou a este desfecho lamentável, com mazelas que me acompanharão até ao final dos meus dias. Passados 15 anos voltei a fazer fisioterapia para mitigar o problema crónico com o qual lido desde então, sem que quem tanto diz que faz pelos seus homens e que tem os melhores bombeiros do mundo, tenha tido desde então qualquer intenção ou palavras que visem menorizar este triste episódio. Outro exemplo, simbólico mas bem ilustrativo da pouca competência deste comandante, é o facto de ter permitido que um elemento ressabiado pela minha pessoa, um elemento mais novo do que eu, e que entrou uns anos depois de mim, me avaliasse (avaliação anual) numa altura que já havia um conflito de interesses e atritos. Daí, e estranhamente, naquele ano ter tido uma nota abaixo do que era regra, sem qualquer tipo de justificação factual que não uma mera vingança por parte deste elemento que tanto temia a minha influência. Em termos éticos e morais é de lamentar este episódio, contudo, não me afecta, porque eu nunca quis ser chefe ou comandante, mas apenas bombeiro. Ao contrário de outros, que precisam dos bombeiros para ser gente e para ter reconhecimento, eu não preciso dos bombeiros para ser gente nem para ter reconhecimento. Só para terem uma ideia, a notas anuais (de 0 a 5) que tinha tido até então na avaliação anual foram respectivamente, e da mais antiga até ao ano em causa, de 3 - 3 - 3 - 3,6 - 3,2 - 3,8 - 3 - 3 - 3,3. A última nota foi de... 2,4, sendo que no ano anterior, quando não havia atritos, foi de 3,3, dada pelo mesmo elemento. Difícil de explicar, no mínimo, já que a quantidade de serviços, a dedicação e muitos outros aspectos eram... iguais. Depois dessas avaliações anuais, já sem ressabianismos à mistura, e noutra casa, tive as classificações de 4, 4,7 e 5. Note-se que estas avaliações contam caso se queira subir de posto, e desta forma o indivíduo em causa só não me prejudicou porque eu já em 2004 decidi que não iria nunca subir de posto, por não concordar com um sistema que ignora competências validadas por universidades em domínios do âmbito dos bombeiros, caso de competências relacionadas por exemplo com cartografia, climatologia, geomorfologia, entre outras fundamentais na temática dos incêndios. Estas competências foram, na minha opinião, interpretadas factualmente como uma ameaça ao suposto "status quo", em vez de uma mais-valia, daí logo que eu terminei a licenciatura, em 2004, as coisas mudaram e não foi para melhor. Pode parecer incrível, mas tecnicamente, e para todos os efeitos, o sistema actual dos bombeiros não me reconhece nenhuma competência enquanto especialista, mas se um colega meu, com o 9° ou 12° ano for tirar um curso de 1 semana à Lousã, é considerado especialista. Curiosidades que importam que se saiba.
Há muitos outros exemplos, que o tempo se encarregará de trazer a público. E eu não tenho pressa, ficarei calmamente à espera que outros exemplos sejam conhecidos. O tempo encarrega-se de mostrar os factos, bons ou menos bons.
Continuando, fiquei também pouco surpreendido com outras afirmações de ocasião deste comandante, tão incomodado sobre as naturais directrizes emanadas por quem de direito (por vezes bem, por vezes mal...). Como disse atrás, não é só pedir investimento às cegas, mas sim aceitar o escrutínio, este último alegadamente mal visto por este comandante que, na minha opinião, já fechou um ciclo positivo há alguns anos, e, acredito, sairá pela porta pequena. Não é só aceitar envelopes financeiros, mas sim reportar os mesmos e fazer uma gestão competente. 
Em termos de gestão e captação de verbas é de estranhar que, por um lado, se peça dinheiro e, por outro, não se veja com bons olhos verbas vindas por exemplo da pernoita de peregrinos de Santiago ou de iniciativas como o "Quartel Electrão", no meu tempo válidas (1700 euros de lucro nesse ano...) e posteriormente sem interesse algum. Não é também, e na minha opinião, um bom acto de gestão adquirir centenas de PIN´s, daqueles que se coloca na lapela ou num boné, com o custo financeiro associado, ao mesmo tempo que se tem elementos a fazer serviços com calças rotas (sem possibilidade de arranjo), tal como me aconteceu. Se quisesse umas novas tinha ou de as... comprar ou de esperar semanas ou meses para ter umas novas e poder andar aprumado.
Por isto e por muito mais, façam-se sócios das Associações Humanitárias do vosso Concelho, dêem donativos regulares ou esporádicos, e nas suas mais variadas formas (ex. IRS) e acompanhem estas Associações Humanitárias, nomeadamente na sua gestão, já que, no caso de serem sócio/as podem fazer propostas e jogar com o vosso voto na hora de eleger os Orgãos destas Associações Humanitárias. No caso de Ansião, tem sido positiva a gestão destes Orgãos de Gestão.

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