16.7.20

Não é natural morrer por querer andar de bicicleta!


Hoje, 16 de Julho de 2020, será um dia simbólico e que irá ficar na memória de muitos de nós. Hoje realiza-se uma manifestação a nível nacional, em memória de uma jovem que foi atropelada enquanto circulava de bicicleta, em Lisboa. Morreu depois de ter sido atropelada por um automobilista que, além do excesso de velocidade, passou um vermelho. É, infelizmente, apenas mais uma vítima de uma arma mortal, o carro, o qual já há muitas décadas se tornou uma perigosa arma com a nossa cumplicidade, dada a nossa tolerância para com tantos e tão graves abusos. Esta tolerância está bem expressa nas penas a que os criminosos são condenados, penas suspensas, coimas de uns 2 ou 3 mil euros e está feito. É esta a importância que damos à perda da vida de peões, ciclistas e outros utilizadores da via pública.
Falando nas bicicletas e nos seus utilizadores, estes ainda são vistos como uns coitadinhos, uns quaisquer que estorvam ao trânsito. É um estereótipo que ainda subsiste numa sociedade carrófila. A região de Sicó não é neste domínio excepção.
Eu sou um dos que já teve o azar de ser atropelado de bicicleta, sem culpa, por um automobilista apressado, e teve a sorte de sobreviver. Sou bastante sensível a esta questão, a mobilidade sustentável, em segurança. Todos nós temos o direito de optar pela bicicleta no nosso dia-a-dia e o direito de circular em segurança nas estradas. E não me venham com a conversa da treta de que só estorvamos, que devíamos ter seguro e pagar IUC, pois isso é conversa de ignorantes!
Respeitem todos os utilizadores da via, sejam eles peões, ciclistas, motards, camionistas, automobilistas e outros mais. Os números da sinistralidade rodoviária deviam envergonhar-nos a todos! Chega de mortes na estrada e chega de atropelamentos!!


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