14.2.23

Concentrar competências é um péssimo indicador...

 


É um facto que muito me tem preocupado, embora não me surpreenda, de todo. Acompanho e visito o Museu Municipal de Alvaiázere há muitos anos, mais concretamenteamente desde que trabalhei em Alvaiázere. Nos primeiros tempos aconteceu algo que foi no mínimo risível, ou seja um autarca colocar-se como o responsável pelo museu em causa, talvez pela questão do prestígio (algo que não aconteceu). Isto tendo o mesmo Museu profissionais competentes e com competências para a gestão do mesmo.

Mas não é esse o cerne da questão. Nos últimos meses tenho constatado uma alteração do bom trabalho de marketing e divulgação feito pelos profissionais do Museu Municipal de Alvaiázere. O que se passará? O que tem acontecido é que canais de comunicação próprios (Museu Municipal de Alvaiázere) têm desaparecido (Facebook, blog e afins), facto que me preocupa. Preocupa-me por dois motivos, o primeiro é que este marketing e divulgação estava a ser feito pelos profissionais do Museu, os quais têm o conhecimento técnico. O segundo é que fica no ar a ideia que o marketing e a divulgação estão a ser concentrados nas mãos de quem não sabe do assunto, não é profissional da área e não faz esse marketing e divulgação por paixão, mas apenas por obrigação e a mando de terceiros. Tem sido tudo concentrado nas redes sociais do Município de Alvaiázere, facto que empobrece o marketing e a divulgação do Museu Municipal de Alvaiázere. É assim que se valorizam os profissionais da área? Fica a questão...

Observando outros Museus Municipais, o que se vê é que a maioria tem canais próprios de comunicação, com alguma independência dos colarinhos brancos da política. Funciona melhor, é feito por quem mais sabe e valoriza os profissionais ligados aos museus. Em Alvaiázere anda-se ao contrário, na onda dos achismos e achistas. E é a regra, não a excepção, a qual tem tido resultados muito negativos ao longo dos anos.

Não é por acaso que tenho visto algumas pessoas que ali trabalhavam a migrar para outras paragens para trabalhar na mesma área em que trabalhavam em Alvaiázere, embora nas novas paragens sejam respeitados e lhes seja dada alguma independência baseada nas suas competências. E assim rendem muito mais em termos profissionais e são mais felizes. Mas em Alvaiázere o que importa não é ser competente, mas sim ser um jotinha e bajular o poder político, sendo esse o cartão para o "sucesso" profissional, em vez da meritocracia. E dói tanto ver bons profissionais a sair para outras paragens ou bons profissionais limitados pela acção política medíocre. Alvaiázere tem tanto potencial não concretizado...

Sem comentários: