Andava eu numa das minhas caçadas fotográficas, algures pela região de Sicó. Enquanto procurava um posicionamento mais favorável para uma fotografia, ao lado de uma pequena ruína, eis que me deparei com uma porta. As silvas cobriam as ruínas e dificultavam quer a visualização, quer a própria entrada, no entanto lá consegui aceder ao interior e tirar esta fotografia. Eis um pombal!
Apesar de já conhecer aquela área há muitos anos, desconhecia completamente a existência daquele pombal. Fiquei imensamente satisfeito com esta nova descoberta, até porque nunca a vi referenciada em nenhum lugar, mesmo que de certeza haverá alguma referência à mesma, nem que seja num livro ou documento antigo.
Esta novidade fez-me lembrar a década de 80, onde era comum comer-se o belo do borracho numa bela refeição. Fez-me lembrar a importância ambiental, paisagística e económica dos pombais, a qual teve o seu maior fulgor no século XX, concretamente na sua primeira metade. Fez-me lembrar também a qualidade do estrume dos pombais e a sua importância para a agricultura.
O êxodo rural e a caça acabaram por ditar o desaparecimento de muitos destes pombais. Não conheço a história dos pombais tradicionais de Sicó, no entanto fiquei com bastante interesse em investigar a coisa.
Em alguns pontos do país os pombais tradicionais têm sido recuperados, muito por mérito de algumas associações. A importância ecológica dos mesmos tem sido a base de um trabalho muito importante no domínio da valorização da biodiversidade. Esta importância tem-se mostrado também em termos de mais-valias económicas e na bela gastronomia local. O debate está lançado...
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