26.5.11

Pseudo política urbana em Alvaiázere

Fonte: C.M.Alvaiázere

Não sei a que propósito, já ouvi falar deste projecto como um projecto de valorização e regeneração ambiental das margens do Rio Nabão, isto tendo em conta que aquele terreno era (é!) leito de cheia e terreno bom para a agricultura (foi), dá que pensar não dá? Tendo em conta o autarca em causa e dada a sua natural inaptidão no domínio do ordenamento do território é algo que infelizmente já é recorrente tendo em conta os últimos anos.
O exemplo que agora destaco é a prova irrefutável da paupérrima aptidão do autarca Paulo Morgado para questões essenciais como são o ordenamento e gestão do território. O local do projecto que saliento neste comentário, situa-se na freguesia de Pelmá, mais precisamente no lugar de Avanteira, onde existe um belo moinho de pedra, o qual ainda funciona (recomendo visita quando houver actividades).
Num terreno agricultável, o autarca local teve a peregrina ideia de construir um parque urbano, isto numa freguesia iminentemente rural. Importa também salientar que além de terreno com aptidão agrícola, esta área é leito de cheia.
Tendo em conta estes pequenos pormenores que destaquei atrás, como se justifique que o autarca de Alvaiázere desperdice 558.931 euros na construção de uma infra-estrutura que além de ter destruído terreno com aptidão agrícola, se justificaria sim numa freguesia urbana? Numa freguesia onde faltam condições básicas, o autarca considera que este é um projecto válido, algo que mostra claramente o equívoco deste projecto. Em vez de apostar na criação de condições essenciais para o desenvolvimento daquela freguesia, aposta-se erroneamente num projecto que deixa muitas dúvidas e ao qual se chama de regeneração ambiental? Ora, como se pode denominar assim um projecto que transforma uma área natural numa área não natural?
Quem irá utilizar por exemplo aquele campo de futebol? Alguns miúdos concerteza, mas não haveria prioridades a seguir? Para que necessitam as pessoas de um sítio para passear se estão rodeadas pela Natureza? 
Há cerca de 4 anos, quando consegui trazer um professor universitário de Lisboa, para uma reunião com vista à efectivação de um protocolo com a Universidade de Lisboa (coisa que nunca aconteceu...), este mesmo professor necessitou apenas de uma tarde para, no final, me dizer que este autarca era um pleno tecnocrata e este projecto que destaco mostra isso mesmo, pois o autarca baseou-se apenas na teoria, não fundamentada sequer, para se sobrepor aos factores humanos e sociais (tecnocracia). Com isto perverte-se toda a lógica de desenvolvimento e em vez de se criar mais valias com investimentos, castra-se as possibilidades e riquezas de uma freguesia, com projectos subservientes à política do betão, que esquece o essencial, as pessoas.
O greenwash que o autarca local tem feito, felizmente não tem conseguido ter sucesso, pois a sua política "predadora" tem sido denunciada por várias vezes, quer na imprensa local até à imprensa nacional, se bem que algumas manipulações da opinião pública têm passado.
Em vez de se apostar nas pessoas e no património, constrói-se parques que de pouco serve a quem pouco tem, obras para quando chegarem as eleições se dizer que se tem trabalho feito, mesmo que este valha de pouco ou nada em termos de desenvolvimento territorial.
Curiosamente a escassos metros daquele parque, foi feita uma obra ilegal, em plena Reserva Ecológica Nacional, com autorização do autarca local, algo que foi denunciado há 3 anos, mas que curiosamente não deu em nada, porque será?
Na foto abaixo dá para ver claramente o que falo, onde existia um terreno com boas aptidões agrícolas, agora existe um espaço nada funcional, que custou caro e que serve apenas para questões eleitorais, quando às necessidades básicas da freguesia, pouco se tem visto. Querer impor ideias absurdas, erróneas e desenquadradas como esta, têm tornado o concelho de Alvaiázere um território desvirtuado, onde apenas os lóbis do betão ganham alguma coisa.
O cidadão, por seu lado, infelizmente pouco alfabetizado, vai sendo iludido com projectos que não garantem um futuro, pelo contrário adiam o mesmo, pois em vez de se elaborar projectos de base, desperdiça-se dinheiro com ideias snobistas e desajustadas às especificidades locais.
A apenas 2 km deste local, existe uma ponte medieval, a qual está votada ao abandono e desprezo, mesmo sendo conhecida pelas entidades oficiais, isto mostra o equívoco que este parque urbano, em meio rural, é. Há muitos mais exemplos de património desprezado neste freguesia, e em vez de se potenciar e preservar o mesmo, deixa-se de lado para criar projectos que além de não aproveitarem estes mesmos recursos, afectam as riquezas naturais da freguesia, caso da zona ribeirinha. Ideias inovadoras e acertadas é coisa raríssima por Alvaiázere, cultiva-se apenas a aparência e a personalidade.
Pelo que vejo, aquele parque urbano poderá ser um bom sítio para colocar gado a pastar, pelo menos não se perde tudo.
Daqui a alguns anos, Alvaiázere será conhecido como um território que será basicamente um recreio para gente rica se vir divertir à grande e à francesa, nem que para isso se esteja a desvirtuar um território até então ímpar...

Fonte: C.M. Alvaiázere

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