10.1.23

Mitigar o problema dos microplásticos



Apesar de já conhecer o problema dos microplásticos, em boa medida através do ciberactivismo ambiental que pratico há mais de duas décadas, foi somente em 2015 que abri a sério os olhos para o problema, depois de numa praia em Zumaia (País Basco, Espanha) me ter deparado com a gravidade da situação. O que ao longe parecia espuma, era, afinal um manto de pequeníssimos bocados de plástico, ou microplástico. Milhões de bocadinhos milimétricos (e microscópicos também...) jaziam naquela praia. São momentos como este que nos abrem os olhos para as problemáticas.
Desde então que o cuidado com os plásticos é ainda maior, seja pela diminuição progressiva de utilização de recipientes de plástico, seja por muitas outras formas de mitigar o problema (ex. uso de sacos de pano). E se acham que isto não é um problema, fiquem sabendo que estes bocados microscópios de plásticos já chegaram à corrente sanguínea de muitos de nós. 
E não há nenhum de nós que não tenha alguma culpa nisto, já que poucos de nós não têm por exemplo um polar ou roupa feita também com "plásticos". Eu evito comprar roupa que tenha "plásticos" na sua constituição.
Mas o que me leva a elaborar este comentário é algo de mais vasto, já que vai além dos microplásticos, mais concretamente até aos espaços verdes. 
Em Ansião, tal como noutros municípios da região, já se começou a utilizar estes tapetes verdes, de plástico, em antigos espaços verdes, agora verdes apenas na cor. E isso é um problema a vários níveis, seja a nível de microplásticos, já que com a degradação destes tapetes os microplásticos vão começar a surgir em força e depois seguem até aos esgotos pluviais e depois pelo rio abaixo, até ao mar, seja ao nível dos espaços verdes. 
Compreendo que a questão dos espaços verdes é problemática, nomeadamente pelo vandalismo que ali acontecia e ter de se fazer algo, contudo colocar este tipo de tapetes não é de todo a melhor solução. A melhor solução é sempre criar espaços verdes com estrato arbustivo e herbáceo, neste caso concreto. E com vegetação autóctone, não com relva. Com vegetação autóctone tem-se um espaço adequado e com poucos gastos, nomeadamente a nível de regas e de manutenção. E uma vedação a enquadrar resolve o resto. Aprendi muito sobre a temática dos espaços verdes no tempo da licenciatura, quando escolhi uma disciplina opcional que se chamava de "Espaços Verdes". E que bom foi aprender sobre mais esta temática.
Uma das melhores coisas que podemos fazer na vida em prol das nossas terras e das nossas comunidades é partilhar conhecimento, daí este comentário. 
Para finalizar, fica o apelo a toda e qualquer uma autarquia para que evite estes tapetes de plástico, especialmente em espaços ao ar livre, onde se degradam e criam milhões de microplásticos. 

1 comentário:

Luis M. Mateus disse...

Importante nota sobre uma temática bem relevante.