Ontem foi um dia diferente dos demais. A razão é muito simples, dá pelo nome de "Escola da Água". É um projecto de enorme importância e de grande potencial pedagógico e é dos raros centros de interpretação ambiental que verdadeiramente o é, já que desde há uns anos surgiu a moda de denominar tudo e mais qualquer coisa como centro de interpretação.
Já conhecia este projecto há alguns meses e há uns dias surgiu o convite para a desejada inauguração. Ansiava bastante pela inauguração, ainda mais porque há quase 10 anos andei a trabalhar num projecto similar (Escola da Geodiversidade e Escola da Biodiversidade). Infelizmente o projecto não foi em frente à conta de ressabianismos políticos. No caso da "Escola da Água" o destino do projecto felizmente foi diferente e todas as entidades e pessoas ligadas a este projecto conseguiram levá-lo a bom porto.
Chegado ao lugar da Arrifana, na Freguesia de Ega. Condeixa-a-Nova, deparei-me com algumas caras conhecidas e não demorou muito até surgir uma ideia para um artigo científico, bem como algo mais. Eram dezenas de pessoas, desde habitantes da Arrifana até investigadores vários. A imprensa esteve também presente, destacando eu o Jornal Terras de Sicó, que disponibilizou prontamente no seu facebook várias fotografias do evento.
Enquanto investigador do carso, e tendo em conta tudo o que já vi em termos de boas práticas e projectos em países como a Eslovénia, não tenho a mínima dúvida da qualidade do projecto "Escola da água". Todos os envolvidos estão de parabéns e agora é seguir em frente. Gostei bastante da forma como o projecto foi planeado e a forma como está posto em prática. Foi conseguido um bom compromisso entre os conteúdos pedagógicos e a forma de os expor no recinto da antiga escola primária da Arrifana. Conteúdos bem elaborados, claramente pensados por quem percebe da coisa, e uns belos painéis que qualquer pessoa deverá compreender aquando de uma visita aquele espaço. A solução encontrada para a exposição dos painéis interpretativos foi muito bem conseguida. Importa referir que a visita aos painéis é gratuita, podendo qualquer um de vós parar naquele local e investir uns minutos na leitura e compreensão daqueles conteúdos.
Há uma grande margem para evoluir agora, mas para isso vão ser necessárias parcerias (algumas já existentes) e dinamização do local, com actividades várias. O limite é a criatividade, dando para fazer muita coisa neste âmbito, a começar peças escolas da região de Sicó, às quais recomendo uma visita.
Para o espaço interior, já é necessária marcação e tem de se pagar um valor simbólico, mas garanto-vos que vale a pena. Com esta última fotografia, deixo-vos uma pista do porquê valer a pena...
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