Á primeira vista se calhar alguns de vós pensarão que eu tenho um parafuso a menos por estar a mostrar uma foto de galinhas num dos meus comentários, no entanto no final do comentário ficarão não só esclarecidos, bem como elucidados sobre um problema complexo, mas fácil de resolver...
A sociedade em que vivemos complica, por vezes, casos que até são de simples resolução, por isso mesmo e por muito mais decidi falar desta questão aqui neste nosso espaço de partilha de conhecimento.
Os restos de comida representam uma fatia significativa no volume total de resíduos que infelizmente teima e ocupar espaço, hoje em dia em locais pomposamente denominados por aterros. Há pessoas que pensam que este não é um problema delas, nem mesmo um problema da região de Sicó, mas especialmente para essas pessoas dedico este comentário de reflexão.
Quando muitos de nós colocamos para o lixo restos de comida estamos a criar um problema. Isto porque tem de vir um camião buscar esse mesmo lixo, tendo-o de levar para um ecocentro, local onde é comprimido e levado por outro camião para um aterro. Isto, quanto a mim, é um puro desperdício de dinheiro e tempo, já que este processo custa tempo e dinheiro.
Felizmente que na região de Sicó há pessoas que fazem como eu, que evitam todo este processo dispendioso e perfeitamente evitável. Obviamente que há pessoas que estão limitadas neste aspecto porque vivem em apartamentos, mas havendo consciencialização e vontade por parte de cidadãos e entidades este problema pode ser em grande parte erradicado, ganhando-se com isso em toda a linha (economia, ambiente, cidadãos, etc).
Um exemplo nacional desta problemática ocorreu há poucos anos nos Açores, onde devido à exiguidade do espaço físico dos aterros, resolveu-se criar uma rede de compostagem de restos de comida/orgânicos. Esta simples ideia prolongou em dois anos o tempo de vida dos aterros. Sei que um aterro é sempre problemático, mas dou apenas o exemplo para ilustrar um raciocínio do quanto positivo pode ser uma ideia...
Indo a exemplos externos, falo de uma notável ideia que aconteceu há poucos meses na Bélgica, um município ofereceu galinhas (vivas) às pessoas, de forma a elas terem na sua hortazinha estas belas destruidoras de restos de comida. Mitiga-se assim um grave problema com uma solução muito simples.
Penso que a crise, à parte de algumas questões problemáticas que não são do âmbito do azinheiragate, vem apenas dar uma ajuda na educação/reeducação da sociedade sobre estes e outros aspectos. São factos que mostram que ser-se ambientalista não é preocupar-se com o ambiente, é sim preocupar-se com tudo aquilo que nos rodeia e que nos sustenta!
Na região de Sicó há ainda muitas pessoas que fazem como eu, têm as belas galinhas que resolvem problemas e dão o belo do ovo. Infelizmente, e na minha faixa etária, são cada vez menos....
Para finalizar dou um exemplo prático que coloquei em acção numa entidade aqui da região de Sicó. A partir de 2009 houve a possibilidade de recolher restos de comida, os quais decorriam do seu normal funcionamento (semestral) e do movimento de algumas pessoas (em média 12). Em apenas 6 meses recolhi mais de 200kg de restos de comida que foram integralmente trucidados por algumas galinhas. Ganhei porque arranjei um complemento alimentar para as galinhas, ganhou a entidade porque demonstrou um apoio incondicional a uma questão séria, e ganhou a sociedade, já que não teve de dispender dos seus impostos para que estes mais de 200kg de resíduos fossem para um aterro.
Para quê ligar o complicómetro se podemos simplificar e ganhar em toda a linha?
Fica a nota de reflexão e fica também a ideia para que além dos particulares, as entidades da região de Sicó sigam este exemplo.
2 comentários:
Havendo tanta pomba à solta em alguns centros urbanos, pergunto-me: de que estão à espera?
O problema agora é que as galinhas domésticas teem de ser declaradas e paga-se bem (não sei co esta actualmente). Eu em casa spre tive meia duzia delas e desde q entrou a norma, desaparecemos c a capoeira...
MARLO
Enviar um comentário