13.4.20

Vamos falar... disto!


Estava para falar disto, que consta neste cartaz (disponível nas redes sociais), aquando do início da pandemia, contudo esta última acabou por atrasar a coisa a adiar a minha atenção sobre esta questão. Assim sendo, vamos ao que interessa.
Nunca escondi o meu desprezo por aqueles caçadores que atentam contra espécies animais de forma gravosa. Sublinhando que, por vezes, há a necessidade de controle da população de algumas espécies, sempre na base de estudos técnicos, fundamentados em ciência e não em achismos de caçadores, o certo é que não é isso que aqui acontece. O que acontece é certos caçadores acham que se justifica a perseguição a algumas espécies. Acham normal destruir/afectar negativamente habitats e deixar as galinhas soltas à noite, ao mesmo tempo que acham inaceitável haver animais que fazem o que sempre fizeram, no seu habitat! Pois, para não afectar negativamente os habitats é preciso conhecimento e vontade e construir uma galinheira em condições dá trabalho, muito mais do que organizar batidas...
Conheço caçadores que sabem o que fazem e não são daqueles que o que lhes interessa é trazer milhentos espécimes para casa, e conheço caçadores que o que lhes interessa é mandar uns tiros, apontar a tudo o que mexe, incluindo sinais e afins, e destruir. São estes últimos que foco.
Já há muitos anos que vejo caçadores a cometer crimes de vária ordem, alguns sendo apanhados, talvez daí o muito ódio que alguns têm para com a minha pessoa. Eu aponto os factos e eles não rebatem os mesmos... Já aquando do escândalo da abertura de um estradão na Serra de Ariques, a variável "caçadores" esteve ao barulho, já que foi uma das variáveis que contribuiu para aquela ilegalidade. E alegadamente terão sido pessoas ligadas à caça que levou a isto.
Em Almoster, Alvaiázere, também há caçadores que são parte do problema. Ali as polémicas também são comuns e de vária ordem.
Mas vamos, finalmente, ao que me trouxe aqui. O que justificou esta batida à raposa? Onde estão os estudos técnicos, devidamente fundamentados, que justificaram esta acção? E dizer que as raposas atacam as galinhas não conta, ok? Também não conta dizer que é pela preservação das espécies e que os caçadores são os mais interessados, pois isso é demagogia e populismo bacoco!
Para quando os caçadores se afirmarem, no seu todo, como grupo interessado, de facto, na preservação das espécies e dos habitats? Alguns afirmam-se, de facto, como tal, contribuindo para isso, enquanto que os outros, a sua maioria, não!
Resumindo, esta batida à raposa não se justifica!! Controlem mas é os javalis, aqueles dos quais tanto se queixam de destruir os campos, ao mesmo tempo que, em "segredo", os alimentam... E mesmo no que concerne aos javalis, onde param os números que têm supostamente justificado as batidas ao javali nesta região? Pois, não há! 
Baseiem-se na técnica e na ciência e não em achismos. Tenham como troféu a preservação de habitats e espécies e não 30 ou 40 pássaros, ou umas quantas raposas penduradas nas carrinhas. E não me venham com aquela história do pessoal da cidade não sabe, já que eu não sou da cidade, sou sim do campo e sei do que falo. Sim, há pessoal da cidade que não sabe do que fala, caso de algum pessoal fundamentalista do PAN e afins, tal como há pessoal do campo que não sabe do que fala, caso de alguns caçadores que parece que vivem na idade da pedra. E, ainda, não venham retirar verbas aos orçamentos públicos para pagar pequenos-almoços e almoços a caçadores, ok? Paguem do vosso bolso, não do bolso do contribuinte alheio!
Finalizando, e falando de raposas, vem-me à memória um caçador, criminoso, que se queixava das raposas lhe visitarem a capoeira. Isto, ao mesmo tempo que, trezentos metros acima da sua casa, mandava frangos de aviário mortos para o meio do mato só para não os ter de enterrar, acto este que atraiu a atenção das... raposas. É esta incoerência de alguns caçadores que me irrita...

1 comentário:

  1. Não queria usurpar do espaço ao enviar mais um comentário. Em relação às raposas eu lembro-me de adoptaram ou outra forma de terem uma rapidinha em casa é curioso é que se tornavam dóceis à medida que iam crescendo. Estavam acorrentada e se as liberassem elas andavam por ali e fugiam. Quando tinham fome vinham às suas origens e a caça da capoeira ela ou elas levavam mas, lá está a capoeira era muito artesanal e era fácil entrar.
    As batidas às raposas recordo que o bacalhau era colocado num poleiro, tudo muito bem acomodado e em água corrente mesmo à porta e na Ribeira que ali passava e passa mas na altura não era poluída. Depois era levado para a Ameixeeira para um espaço que eu ajudei a construir e onde quem sabia fazia a confecção do almoço. Essa parte eu também gostava porque tinha fome e aproveitava pois tinha de lavar a loiça e arrumar muita coisa. Confesso que fugia de ver as raposas suspensas nas carrinhas.
    Há no entanto um desporto interessante que os caçadores poderiam usufruir, não é nada que se coma, talvez por isso não tenho visto essa prática. Compreendo porque só quem tivesse uma boa espingarda de marca, de 5 tiros de preferência, podia fazer. Era caro. O tiro aos pratos. Recordo que no sítio onde se comia o bacalhau , havia um outro espaço onde se colocavam os que também se dedicavam a esse desporto. Mais abaixo existia uma casinha rentinha ao chão, coberta onde era colocada uma máquina que tinha onde colocar o prato e onde eu, milhares de vezes armação e quando ouvia o sinal, disparava, ou desarmada, o prato era largado e o caçador tentava e conseguia estabelecer grandes resultados. Foram experiências de vida e que eu gostava de cumprir colocando os pratos e tinha de exercer alguma força física para que os caçadores concretizassem o gesto de fazer gosto ao dedo. Era curioso porque os cartuchos gastos ficavam no chão.

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