26.6.23

Muito mal planeado e concretizado...

Foi há 1 mês que aqui falei da questão dos painéis informativos, tendo então referido que iria logo que pudesse a este local, para ver a coisa no seu todo, complementando assim o comentário inicial, limitado ao painel.

No início deste mês fui então à Lagoa/dolina do Pito. Chegado ao local confirmou-se o que tinha visto na fotografia do painel. E é isto um painel novo, o qual mal se vê, tem informação mal elaborada e não é nenhum exemplo do que se deve fazer neste domínio. Mas disso já tinha falado.

Quanto aos outros pormenores, fiquei algo perplexo constar que após a inauguração do espaço, as obras não estão terminadas. Uma obra tão simples com atrasos depois da inauguração?! Não gostei de ver aquele muro reconstruído com cimento. Há formas de o fazer, basta perguntar a um arquitecto interessado na temática da reconstrução tradicional.

Depois algo de surreal, ou seja um esgoto, do lavatório, a escoar directamente para a dolina, algo que é um erro crasso e que atenta contra o valor ecológico deste mini-ecossistema. Quem ali for irá utilizar, pelo menos ocasionalmente, detergente (e outros...), o qual depois vai pelo tubo para a... dolina, afectando fauna e flora. Péssima gestão desta questão. E era simples de resolver. Compreendo e aplaudo haver ali um espaço para quem ali vier comer, contudo há que pensar mais além, salvaguardando o equilíbrio do ecossistema. Caso não se salvaguarde, teremos ali apenas uma massa de água poluída em determinado grau, afectado assim por exemplo o desenvolvimento dos anfíbios...




 

21.6.23

Uma paisagem e uma identidade local destroçadas...


Há uns meses li e vi algo nas redes sociais da Junta de Freguesia de Ansião que me inquietou. Inquietou porque eu já andava com receio de mais acções lesivas desta Junta de Freguesia perante os valores naturais, tal como aquela que já tinha ocorrido nos Netos, onde foi destruída uma charca histórica, com valor natural. E antes disto eu já tinha ficado indignado pelas afirmações do presidente da Junta aquando da questão do alargamento da zona industrial do Camporês, onde este afirmou que a avaliação ambiental era uma perda de tempo. Uma afirmação infeliz e bem ilustrativa da fraca literacia do mesmo no domínio do ordenamento do território. Confesso que esperava mais de um autarca da minha geração, contudo a política da brita e manilhas continua em força enquanto forma de estar na política...
Mas indo ao caso em análise, este mês fui finalmente ao local analisar o que tinha sido feito pela Junta. O mero populismo político levou a que a paisagem e identidade locais fossem destruídas. Oliveiras arrancadas, muros de pedra tradicionais arrasados. Para quê? Acesso? Muito trabalho de casa por fazer, está à vista... E o tal ribeiro que corria no caminho, onde até, imagine-se, havia um equilíbrio natural, vai, em poucos anos, alargar/erodir de forma acelerada o canal que podem ver na imagem a seguir, levando muito provavelmente a um gasto de dezenas de milhar de euros para mitigar o problema criado pela Junta. É lamentável que se descaracterize a identidade e o património locais só para agradar a alguns. É lamentável que se ignorem factos básicos no domínio da gestão do território só para agradar a alguns. Tudo isto teria sido evitado se se tivesse, primeiro, ponderado a questão, segundo, estudado o que se poderia fazer sem destruir o património e a identidade locais. O resultado desta acção lesiva em termos ambientais e patrimoniais levará, muito provavelmente, à impermeabilização do canal na imagem, o qual irá ser alargado pela nossa amiga Natureza e pela água que ali passa, agora em desequilíbrio natural.
Lamento profundamente que este tipo de mentalidade de "brita e manilhas é que é bom" continue na região de Sicó, mesmo com gerações mais novas e supostamente mais sensíveis à preservação da nossa identidade local e do espaço rural.
A muita água que ali passa em episódios de grande pluviosidade alargará em pouco tempo este canal e aí vão surgir as queixas dos proprietários e as desculpas do jovem autarca. Depois... aguentem-se à bronca. Só tenho pena os muitos milhares de euros que vão ser precisos para resolver o problema criado só para agradar a alguns. O contribuinte vai ter de se chegar à frente... 




 

17.6.23

Não sejas B....


Desde que surgiu a moda parva das mariolas, que a parvoíce se espalhou de uma forma pandémica. Algo que até tem sentido num contexto e história específicas, tornou-se um modo de ignorantes deixarem uma marca parva q.b. por onde passam. Há alguns dias vinha de Condeixa para o Rabaçal pelo sítio do costume e deparei-me com o que se observa na imagem B. Fui parando em cada um destes pontos e derrubei cada uma destas pseudo mariolas (falhei julgo que duas), já que o que Sicó precisa não é mais parolice como mariolas sem nexo, mas sim respeito pela paisagem e pela sua história e contextos históricos. 



 

13.6.23

As cicatrizes que o TT sem regras deixa na paisagem de Sicó

Podem achar que é só uma ou duas situações como esta que ocorrem, contudo são às centenas pela região de Sicó, muitas delas em áreas de grande beleza cénica, a qual é negativamente afectada por estas cicatrizes na paisagem, causadas por veículos de todo-o-terreno.

Não é a primeira vez que aqui trago esta problemática, e dificilmente será a última tendo em conta a falta de regras e de civismo de algum do pessoal do TT. Irei insistir para que este tipo de situações acabe de uma vez por todas. Não tenho nenhum ódio para com o TT, tenho sim contra a falta de regras e a falta de respeito pela paisagem de Sicó. Há uns anos, e na minha tese de mestrado, fiz uma proposta de percurso de TT, a qual utilizou estrados já existentes e não implicava nada desta parvoíce que se observa nestas duas fotografias. Até parece que subir uma subida de acentuado declive é sinal de masculinidade ou um feito heróico... Que criem uma pista num local indicado em vez de fazerem estes disparates que degradam a paisagem. Quem faz isto não gosta da sua região!

E já agora algo de também importante, ou seja o facto de existir uma boa probabilidade destes actos afectarem gravemente património geológico de grande relevância...



 

9.6.23

Desmascarar o amadorismo sem ética e manipulador!

Fonte: Jornal Serras de Ansião

Nada tenho contra o amadorismo, contudo quando este se reveste de falta de ética, de manipulação de factos históricos e legais e de uma postura parcial e tendenciosa, então tenho tudo contra o amadorismo. Hoje venho aqui denunciar esse amadorismo, de uma amadora que há uns meses fez birra quando confrontada com factos históricos. E até já a tive de limitar a acção dela num dos grupos que administro por linguagem pouco própria e desrespeito para com terceiros.
A amadora em causa escreveu mais um "artigo" de opinião no Jornal Serras de Ansião, sobre um alegado topónimo. Resta saber se esta amadora sabe o real significado técnico de "topónimo". Há uns meses esta personagem fez birra quando eu a coloquei no lugar dela, num debate sobre topónimos, no caso da Serra da Portela, em Pousaflores. Neste "artigo" ela refere a serra de Pousaflores, quando deveria dizer "serra da Portela", Pousaflores, topónimo quase secular e oficial, tal como a documentação legal e histórica o confirma. Ela confunde o facto de algumas pessoas chamarem a Serra da Portela por Serra do Anjo da Guarda. Ora, não existe nenhuma Serra do Anjo da Guarda, mas sim a Serra da Portela. Não me incomoda que terceiros chamem a Serra da Portela por outro nome, mas daí a afirmarem que o seu topónimo legal é outro que não Serra da Portela vai muito. E tentarem manipular o topónimo na web (Google Maps), colocando nomes para fazer passar por topónimos. Ou criarem uma página de uma "empresa" no Facebook para colocar a localização "Serra do Anjo da Guarda".... Ou denunciarem comentários meus, onde alerto sobre estes factos, como impróprios, para baixar o número de visualizações. Já fizeram de tudo, mas está-lhes a correr mal a desonestidade. Ela ignorou a história e os topónimos, facto que em termos éticos é grave. Quem é, de facto, investigador sabe do que falo, mas quem acha que é investigadora não sabe, ou melhor, não quer saber, já que padece de uma ideologia que pretende manipular topónimos em prol dos seus interesses. Grave... Só tem sorte porque como não é, de facto, investigadora, não tem de prestar contas a ninguém, pois se tivesse de prestar contas como eu e outros investigadores, já estava arredada das lides, sem credibilidade e sem quaisquer reconhecimento por parte dos pares.
Esta personagem anda a tentar mandar barro à parede a ver se cola, com cuspo. Desta vez surge com mais uma tentativa de manipular topónimos. Ora, chamar local X por um nome não o torna um topónimo. Só quando ele é reconhecido e consta na documentação legal é que se torna um topónimo. Desta vez vem com a lenga lenga da Serra dos Carrascos, sem saber do que fala, já que apenas leu uns textos e fez um juízo de valor sem base técnica e científica. É óbvio que muitas vezes chamamos a um local que conhecemos por um nome baseado em algo, no caso carrascos. No século XIV havia quem chamasse ao sector Norte (em termos de forma é um "dedo" que se prolonga até à povoação da Serra do Mouro) da actual Serra da Portela, Serra dos Carrascos. Era essa a vegetação e era normal na época, não havendo referências, ser esse um dos nomes pelo qual era chamado aquele sector da serra. Ora, um topónimo é um nome oficial de um determinado local. Factualmente pode-se afirmar que nunca existiu o topónimo "Serra dos Carrascos". Na década de 1940 surgiu a primeira cartografia oficial daquela área e com isso o topónimo Serra da Portela, o qual teve origem nos locais. Até agora houve 4 versões da Carta Militar de Ansião (a última publicada há 3 ou 4 anos - tenho-as todas), em todas elas o topónimo Serra da Portela. Nunca constou o alegado topónimo Serra dos Carrascos. Mas esta personagem até fala uma carta militar que... não existe, já que ela refere uma alegada carta militar de 1940, quando a primeira foi publicada em... 1947. E o curioso é que nem falou da carta militar mais actual. Será que já as viu todas?! Não lhe convém... Quando não se sabe do que se fala, mais vale estar calada... Fazer colagens com o que outros escreveram é fácil, mas daí a ter sentido ou ser real vai muito. E para saber interpretar é preciso ser competente.
Reparem como esta amadora omite em todo o texto o único topónimo legal, Serra da Portela. Isto diz tudo sobre a falta de credibilidade e profissionalismo da mesma. 
Quanto ao topónimo "Castelo", este é comum onde há povoamentos arqueológicos, tal como acontece na vertente Norte da Serra da Portela. O curioso é que esta amadora nem falou das fotografias aéreas da Royal Air Force, da década de 60, que mostram o Castro da Serra da Portela. É curioso o facto deste amadorismo demonstrado, necessitar frequentemente de ir buscar informação de outros locais para tentar engrossar o enredo. Tal o desespero...
Fartei-me de rir quando ela escreveu "... na crista do lombo da Serra dos Carrascos...". A falta que umas aulas de geomorfologia fazem... E o curioso é que sem esta amadora perceber, está-se a contradizer e a confirmar o que eu disse sobre o facto das pessoas no século XIV falarem numa serra dos Carrascos quando falam apenas daquele sector da Serra da Portela. Tudo isto serve um propósito para esta amadora, tentar fazer esquecer o topónimo legal Serra da Portela. É algo de francamente vergonhoso e que atenta contra os mais básicos princípios de investigação. Mas isso compreendo, até porque para investigar não basta pegar nuns livros e citar o que interessa dos mesmos. A sorte é que o IGEOE, autoridade no domínio da cartografia, baseia-se nos factos e na ética, protegendo os topónimos destes chico espertismo amadores.
Curioso também esta amadora falar do Castro da Marzugueira, quando afinal ele se situa no topo da Serra de Alvaiázere. Marzugueira é um lugar situado a meia vertente da Serra de Alvaiázere. Será que esta amadora sabe o que é uma serra e os limites das mesmas? É que claramente está à vista que não... Nem sabe como são referenciados os povoamentos arqueológicos, ou seja a lógica subjacente...
E o triste disto é haver quem vá nesta lenga lenga, não percebendo que não está a ler algo escrito por quem sabe, mas sim por alguém que pensa que sabe e que gosta de ser bajulada. E é curioso constatar que no final do texto dela consta apenas o nome e nada mais. Ela é mesmo especialista em quê?! Qual a credibilidade dela?
A máscara caiu...