27.3.22

A diferença entre o sucesso e insucesso de Sicó passa por aqui...




Decorreu este mês mais uma BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa, montra para o turismo português, para Portugal e para tantas regiões e patrimónios localizados nas mesmas. Sicó deveria ser uma destas regiões a estar presente na BTL com um expositor próprio. Infelizmente não esteve presente, pois quem esteve presente foi por exemplo a Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, com um expositor que focava o belo Museu POROS. Esteve também presente a Comunidade Intermunicipal Região de Leiria. Ansião marcou presença, sem expositor próprio e Soure marcou presença através da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, tal como Penela. Pombal esteve, genericamente falando, ausente, apesar de ter visitado institucionalmente o evento. Alvaiázere marcou presença através do Turismo de Portugal. 
O que é que isto nos diz? Bem, diz que o que há tantos anos a Terras de Sicó afirma e publicita não passa de um rascunho, ou seja que Sicó enquanto região turística por si mesma é inexistente. Aquela conversa que nos vendem há tantos anos não corresponde à realidade. Se correspondesse à realidade e a um projecto real, teríamos um stand próprio da região de Sicó, onde estariam presentes todas as muitas riquezas e atracções que Sicó tem para apresentar a turistas nacionais e internacionais. Haverá maior prova da inaptidão da Terras de Sicó na projecção de Sicó enquanto região com uma identidade, cársica, especial? Temos um Sítio RN2000 - Sicó/Alvaiázere, temos um (mau) projecto para uma paisagem protegida, temos pontos de interesse turísticos Q.B. e não temos ainda uma identidade Sicó que valorize a região e com isso todos os municípios de Sicó? Porquê?! A resposta não é fácil e tem raízes profundas, mas se tivesse de resumir numa palavra a resposta a esta questão, diria "capelinhas". Há poucas semanas estive com um ex autarca e ele acabou por mostrar o que eu referir atrás, já que ele disse algo como isto: "ah, eu gosto muito dos meus vizinhos mas eu sou mais importante do que eles". Uma afirmação destas ilustra bem o porquê dos sucessivos falhanços em termos de desenvolvimento territorial, onde cada um quer ter a sua piscina, o seu campo de futebol, a sua zona industrial, a sua auto-estrada, etc. Nunca se pode pensar assim, já que se os nossos vizinhos não estão bem, nós também não estaremos. Sicó é uma região com características próprias, portanto estar a querer inventar a roda em cada um dos municípios em separado é um tiro no pé.
Como é possível por exemplo a Praia das Rocas ter um expositor (muito bem!) e Sicó não ter um expositor próprio?!
Não é por acaso que há uns tempos li uma entrevista a um jovem empreendedor onde este se queixava que não conseguia vender o destino turístico Sicó lá fora. Como é óbvio, não consegue, já que quem deveria fazer esse trabalho não o fez. É um trabalho que demora anos a fazer, mas que, bem planeado terá efeitos muito positivos. E até que esse trabalho seja eventualmente feito, passarão mais uns anitos, os quais atrasarão ainda mais a região de Sicó. Tal como eu referi há alguns dias noutro comentário, os anteriores autarcas, bem como alguns dos actuais, pensam ainda em focar a sua estratégia em... zonas industriais, relegando esta questão para segundo plano...
E o triste é que temos tudo para ter sucesso, já que temos profissionais capacitados, gente de grande valia, capazes de esboçar um projecto "Sicó turística", riquezas patrimoniais que sustentem uma estratégia turística de sucesso. Falta o essencial, mudar o paradigma, mudar as mentalidades e acabar com as capelinhas e vícios associados, que tanto têm atrasado Sicó na senda do desenvolvimento territorial.
Não podemos ser uns paninhos quentes e ter receio de falar dos factos, já que assim seremos cúmplices no atraso de Sicó...

 

22.3.22

Comemorar o Dia Mundial da Água!


É dos raros aspectos que aplaudo da requalificação urbana na Vila de Alvaiázere, ou seja a manutenção de uma fonte pré-existente e um belo poema que associaram à mesma. Aproveitei este dia de 22 de Março, Dia Mundial da Água, para relembrar da importância da água no nosso dia-a-dia e das mais variadas formas, desde os aquíferos até às belas, e cada vez menos, fontes em uso na região de Sicó.
Não me vou alongar no comentário, vou apenas sugerir que passem por Alvaiázere e se detenham à frente desta fonte, lendo o poema perpetuado naquelas lajes.

18.3.22

Como vão estes projectos, alguém sabe?

Fonte: Jornal Terras de Sicó

Fonte: Jornal Terras de Sicó

Tinha estas notícias no arquivo para posteriormente as utilizar quando voltasse a abordar desta questão, a reciclagem. São projectos bastante interessantes e relevantes, daí eu agora querer saber como vão ambos os projectos, um em Condeixa e outro em Penela. Como gosto de interagir com quem acompanha o azinheiragate, peço a quem seja um destes locais me possa informar sobre o estado actual destes projectos, se estão a decorrer bem ou se estão com algum tipo de atraso.
Monitorizar projectos é uma das formas mais eficazes de promover o sucesso dos mesmos, já que monitorizado os projectos, está-se em cima do acontecimento e consegue-se corrigir eventuais falhas ou proceder a melhorias em aspectos que não estavam previstos. Claro que as condições também se alteram e o facto de termos tido um período em que o Covid perturbou a nossa vida pode ter sido impactante no normal decorrer destes projectos.
Caso possam dar testemunhos de como estão ambos os projectos, agradeço de antemão o facto. Caso sejam também as próprias autarquias a dar essa informação, mais completa a imparcial será a partilha dos factos e melhor será o debate sobre a temática da reciclagem na região de Sicó.

14.3.22

Porque falharam? Porque...



Há poucas semanas tive a honra de ser convidado pela Câmara Municipal de Ansião para um fórum para debater, com outros actores de desenvolvimento territorial, algumas questões que achávamos pertinentes para ser debatidas, de forma a, assim, contribuir para uma discussão aberta sobre o futuro de Ansião, focando-nos na questão empresarial. Esta reunião não foi em Alvaiázere, tal como estas fotografias poderão dar a entender. Mas já irei à parte onde entra o que veem nestas duas imagens...
O debate foi, para mim, enriquecedor, contudo, e no final, motivo de preocupação, já que alguns dos intervenientes mostraram que em vez de evoluírem no pensamento estratégico, mantêm uma forma de pensar que fazia sentido há uns... 30 anos. Actualmente não faz sentido e acaba por ser um garrote ao desenvolvimento territorial. Fiquei perplexo quando vi um dos intervenientes, ligado a uma incubadora de empresas, ser "atacado" por dois outros intervenientes, menorizando o papel estratégico que o empreendorismo pode ter em Ansião. Isto a propósito de eu, no debate, ter salientado a importância de termos uma incubadora de empresas criativas na Vila de Ansião. A incubadora de empresas localizada no Camporês não é minimamente atractiva para toda uma panóplia de empreendorismo ligado à criatividade, ao marketing territorial e outros mais. 
O "ataque" que referi foi feito por quem acha que o modelo de desenvolvimento territorial deve continuar a ser focado apenas em fábricas e emprego pouco qualificado. E o preocupante foi que este "ataque" não foi feito apenas por uma geração mais avançada mas também por um interveniente da minha geração. Insiste-se numa fórmula que até há uns 20 anos fazia sentido mas que actualmente é uma fórmula caduca.
A minha preocupação deve-se ao facto de ver que continuam a menosprezar aquilo que poderá fazer toda a diferença em termos de dinamismo territorial em Ansião. Acham que a coisa se faz apenas com fábricas e que não se faz com micro empresas de elevado valor social/territorial/económico, ou seja empresas que criem valor que mais ninguém tem criado e que é fundamental para o futuro. Apoios a jovens altamente qualificados que estejam dispostos a criar na sua terra empresas das mais variadas valências, muitas delas... inexistentes! Acham que o foco deve ser termos mais fábricas para trazer pessoal pouco qualificado, para que estes tenham um dia-a-dia casa - fábrica - casa, em vez de termos muitas mais empresas diversificadas que mantenham neste território os jovens que foram estudar para cidades como Lisboa, Porto, Coimbra, Leiria ou outras mais. Jovens que criem aqui as suas famílias e que assim aumentem o número de habitantes. Jovens que tenham conhecimentos que potenciem a manutenção da bela paisagem, a manutenção das boas práticas e tradições. Jovens que mantenham o extraordinário associativismo que temos. Há quem menospreze todas estas questões, estratégicas, e isso é deveras preocupante. Como se pode defender um sistema que privilegia um modo de crescimento que não é abrangente, que não promove o desenvolvimento territorial pleno, que potencia a perda de população e de quadros altamente qualificados? Mas, diga-se, não me surpreende, já que esta linha de pensamento foi até há poucos anos uma linha de pensamento que "mandava" os destinos de Ansião. Foi esta linha de pensamento que fez muitos não voltarem à sua terra depois de terminarem os estudos superiores. Foi esta linha de pensamento que me impediu de criar uma empresa em 2009, pensada para desenvolver um modelo de negócio relacionado com temas como o marketing territorial, o geoturismo, a inovação social e outras coisas mais. Não admira, portanto que quem me fez isto esteja agora ligado a, pelo menos, uma empresa que há alguns anos estive envolvida em violações de PDM e da Rede Natura 2000. 
Fiz uso destas duas imagens, da incubadora de empresas da Vila de Alvaiázere, porque representam, no abstracto, o que falta na Vila de Ansião, ou seja uma incubadora de empresas criativas. Mas não é tudo, falta uma estratégia de apoio a jovens empreendedores. Esta estratégia pode e deve ter várias vertentes e, fazendo uma analogia, da mesma forma que uma autarquia quase que oferece terreno a uma empresa para construir uma fábrica, esta pode, no caso de um jovem empreendedor, oferecer o espaço da incubadora, durante 1 ou 2 anos a quem apresentar um projecto devidamente justificado. Micro-crédito é também uma boa aposta, já que boa parte deste tipo de negócios passa numa primeira fase por um pequeno apoio financeiro. Mas não só, é preciso consciencializar toda uma sociedade para o potencial e mais-valias deste tipo de ideias, que se desenvolve com os jovens da terra, altamente qualificados, e que, imagine-se, suprem necessidades prementes em termos de projectos que podem valorizar as potencialidades e especificidades deste território fabuloso, do qual Ansião faz parte, ou seja Sicó.
Já quase me esquecia de referir outro ponto preocupante, ou seja a típica forma de pensar das "capelinhas". Apesar de ter sido apenas uma pessoa a falar da sua capelinha, foi alguém que era suposto perceber que se os vizinhos não estiverem bem, Ansião também não estará. O desenvolvimento de Sicó passa pelo trabalho e estratégias em conjunto, não de forma estritamente individual... 
Depois desta reunião/debate, o sentimento foi de desilusão, já que apesar de nos últimos anos a forma de pensar ser algo diferente e de novos caminhos estarem a ser trilhados, há fantasmas do passado que são verdadeiras barreiras ao desenvolvimento territorial, social e económico. 
Brevemente voltarei a esta questão, complementando com outros factos... 


10.3.22

Adoro quando surgem ideias brilhantes!


Há poucas semanas tive de voltar a falar de um problema recorrente na Vila de Ansião, concretamente os estacionamentos abusivos no espaço pedonal. Fi-lo na esperança de contribuir para que a sociedade ansianense se mobilize na mitigação deste problema. Sim, é um problema!
No final de Fevereiro, quando voltei a Ansião, vi que tinha havido acção e da boa. Confesso que não me tinha lembrado da ideia dos vasos para este e outros locais, mas ainda bem que surgiu esta solução, a qual ajuda, de facto, a resolver o problema em alguns dos locais, bem como torna a Vila de Ansião mais bonita! Claro que vai acontecer o costume numa fase inicial, tal como aconteceu nos canteiros situados à frente do gimnodesportivo há uns anos, o/as chico/a esperto/as que roubam as plantas, mas se estivermos todos vigilantes para estes actos de vandalismo, podemos estar perante uma solução brilhante para um problema que era suposto não existir num país e numa Vila civilizada!
Aplaudo de pé esta ideia! Sejamos criativos na resolução dos vários problemas existentes no nosso território.

5.3.22

É este o cartão de visita dos caçadores no Casal Soeiro?



Mais uma vez tenho de intervir num tipo de situação recorrente e que parece que no pós covid piorou significativamente. Este é o cenário na zona do Casal Soeiro, em Ansião, cartuchos às centenas e caixas de cartuchos espalhadas à descrição.
Este cenário preocupa-me a vários níveis, seja pela notória falta de civismo de alguns caçadores, seja pela poluição causada por estes resíduos, seja também pela péssima imagem que fica por quem ali caminha. 
Espero que estas imagens envergonhem quem é o responsável por este cenário. Espero que estas imagens façam os caçadores que não se revêem nestas imagens pugnar não só pela responsabilização dos badalhocos que fizeram este serviço, bem como proceder a medidas que impeçam que isto volte a acontecer. Seria fundamental que cada caçador tivesse de entregar um cartucho usado por cada um que comprasse. Seria fundamental que o clube de caçadores iniciasse uma campanha de sensibilização para este problema. Seria um avanço civilizacional acabar de uma vez por todas com este tipo de comportamentos que não dignifica a classe dos caçadores e não dignifica a região. É do interesse de todos que isto não se repita!