27.10.21

Uma exposição excepcional, no Museu Municipal de Alvaiázere!



Na semana passada tive a oportunidade de poder visitar (mais) uma exposição fenomenal no Museu Municipal de Alvaiázere, da autoria de Marco Correia. Tem o título "Da Natureza para o papel II".
Sempre que estou por Sicó, tento fazer uma visita ao belo Museu Municipal de Alvaiázere, de forma a ver que exposição ou exposições estão patentes no mesmo, além das exposições permanentes (duas que também valem a pena ser desfrutadas!). Desta vez fui surpreendido por uma exposição sobre ilustração científica que merece a vossa visita. E apressem-se, pois não vai estar muito mais tempo. Vale mesmo a pena. Ilustrações de espécies de uma extraordinária beleza e realismo. Os meus parabéns ao autor destas verdadeiras obras de arte e os meus parabéns ao Museu Municipal de Alvaiázere, à sua directora e aos seus funcionários, sempre prestáveis e prontos para conversar sobre estas exposições.
Agora toca a levantar do sofá e ir visitar esta exposição de grande valor artístico e científico! 

22.10.21

Nascimento e crescimento dos monstros de Penela!

Termino esta trilogia com o caso de Penela e as suas pedreiras, uma ainda, bem, activa. Outra, abandonada,  já há meia dúzia de anos anos ouvia dizer que era para ser recuperada em termos ambientais e paisagísticos. A análise das 4 versões da Carta Militar do Espinhal mostra a evolução dos monstros nas últimas décadas, concretamente desde a década de 80. A mim tudo isto diz-me muito, já que todas elas fazem parte das minhas memórias visuais desde pequeno, e não por bons motivos. 

Espero que mais estes três contributos sirvam para sensibilizar para esta temática, de forma ponderada e racional, sem demagogias e populosos tão comuns pela região de Sicó. Há uns anos tive uma "luta" precisamente nesta questão, em Alvaiázere. Os donos e a ralé política andavam bastante irritados comigo por eu alertar para o facto daquela pedreira andar a poluir o aquífero e andar a laborar em clara violação do Plano Director Municipal e Rede Natura 2000, portanto à revelia das mais elementares regras assumidas por entidades públicas e privadas. Essa pedreira fechou e lições foram aprendidas :-D

1947

1983

2003

2019

Fonte: excertos dos meus exemplares da carta militar do IGEOE, folha - Espinhal

18.10.21

O nascimento e crescimento dos monstros da Redinha!

Prosseguindo então com uma reflexão fundamental sobre o que queremos para a nossa região e para a paisagem de Sicó, mostro mais uma área bastante afectada com a extracção de pedra calcária, desde a década de 40 até à actualidade. É algo que até a mim me espanta, da a a dimensão e impactos desta indústria, bem como o legado tão negativo da mesma. Claro que é necessário extrair pedra, contudo de forma ordenada e justificada. Não se pode abrir uma frente de pedreira em cada canto e em cada serra, à vontade do freguês. Mas infelizmente foi isso que, literalmente, aconteceu em Sicó. Um suposto indicador de desenvolvimento, para alguns, era ter uma pedreira ou mais.

A temática das pedreiras, também nesta área da Redinha, é uma temática que já acompanho há muitos anos, através, também, de divulgação dos factos e de imagens que normalmente estão fora do radar do cidadão comum. E o cenários para os próximos anos não é nada bom...

1947

1984

2003

2019


Fonte: excertos dos meus exemplares da carta militar do IGEOE, folha - Redinha

14.10.21

O crescimento dos monstros, folha após folha: Serra de Sicó

Ontem foi um dia daqueles mesmo fabulosos. Comecei o dia a ir levantar uma encomenda muito especial. Um conjunto de Cartas Militares, ou melhor de versões de Cartas Militares que ainda não tinha em papel. Tinha apenas a versão de 2003 das quatro folhas que, genericamente falando, apanham o sector mais interessante do Maciço de Sicó, e duas versões mais antigas da folha de Ansião. Adquiri todas as versões destas 4 cartas militares (Pombal, Redinha, Ansião e Espinhal), ou seja uma da década de 40, outra da década de 80, outra já de 2003 e a mais recente de todas, datada de 2019. São mais 10 documentos cartográficos a juntar aos 6 que já tinha na minha biblioteca pessoal.

Saliento a rapidez e eficácia do IGEO, já que tratou de imprimir estas 10 cartas e fez as mesmas chegar às minhas mãos em menos de 24 horas. Bravo! E o preço é bem acessível, portanto não se acanhem se gostam destas temáticas. Há 20 anos andava eu à boleia de colegas de curso para ir ao IGEOE, em Lisboa, comprar cartografia para os nossos trabalhos e já nessa altura sentíamos orgulho na cartografia portuguesa, a qual é uma referência já há séculos! De referenciar é a existência de uma app do IGEOE que podem instalar para consultar informação, parte de forma gratuita.

Mal cheguei a casa tratei de estender todas as folhas no chão (limpo!) e analisar com atenção. Algumas actualizações, como é normal, e algo que me surpreendeu e passo a mostrar.

Lembram-se daquelas crateras que veem na Serra de Sicó? Bem, lembrei-me de fazer algo de simples mas poderoso em termos visuais. Foquei com a máquina fotográfica cada uma das folhas da Carta Militar numa área em especial, a área afecta às pedreiras na Serra de Sicó e ordenei as versões em termos temporais. Do nada passou-se a...

Mas em vez de dizer mais, digo apenas para verem com os vossos próprios olhos a evolução das crateras:

1947


1984


2003


2019



Fonte: excertos dos meus exemplares da carta militar do IGEOE, folha - Pombal


E daqui a mais 15 ou 20 anos, como será! Pois... Daqui a uns dias volto à carga, já noutra área de pedreiras.

11.10.21

Sair, descobrir, usufruir, sentir!

 




Foi há coisa de 19 meses que fiz um comentário daqueles que nem todos conseguem perceber, já que exige algo que é cada vez mais escasso, ou seja capacidade para parar e pensar. Actualmente somos bons a pegar no telemóvel e a passar horas a fio a ver conteúdos ocos. Somos maus a pensar de forma crítica, a planear e a gerir Sicó. Alguns têm provas dadas em gerir para mais tarde colher...
Mas não é de coisas tristes que venho aqui falar. Como podem ver pelas três fotografias, é para falar de coisas alegres que aqui venho escrever uns parágrafos. Estas fotografias foram tiradas há umas semanas aquando da minha última visita a Ansião. Mesmo nos locais mais improváveis há beleza para descobrir. Não se admirem a última fotografia não estar no ponto, já que a máquina é nova e ainda há aspectos a melhorar com o tempo. Não falta "matéria-prima" para fotografar, portanto...
Após estes 19 meses, o panorama é, felizmente, outro. O pior já passou e a retoma já está em marcha. Os novos autarcas, sejam eles reconduzidos ou novos no cargo, já tomaram posse, portanto serão meses especialmente determinantes para a região de Sicó. Há muito em jogo e será nos próximos meses que tudo se irá conjugar, seja no bom ou seja no mau sentido. Boas decisões resultarão em desejados frutos para a nossa região e más decisões resultarão em coisas menos positivas para o futuro de Sicó.
O futuro, esse cabe-nos moldar no bom sentido, portanto é cada um de nós meter mãos à obra para que a região recupere os anos de atraso que tem, enquanto região, e os municípios mais atrasados nesta "corrida" que é o desenvolvimento territorial igualem os que estão mais à frente neste e noutros domínios. E denunciem o que está mal, sem receios! Eu sou a prova que denunciar o que está mal tem resultados muito positivos para a sociedade. E não se iludam, as capelinhas não são nada boas. Se um município vizinho estiver menos bem, isso tem também impactos negativos nos municípios mais próximos.
No que me toca, ainda não se como as coisas vão ser. O facto de ser alguém muito activo em prol do património criou muitos anticorpos em muitos municípios e não só, daí conseguir projectos na região ser algo de muito difícil. Não me arrependo de nada, muito pelo contrário, é um preço que sempre aceitei pagar, pois o património merece o sacrifício. Talvez com este novo ciclo as coisas mudem, mas se não mudarem terei, para minha tristeza, outras regiões ou países para desenvolver projectos, à falta de Sicó. A ver vamos...
Agora um desafio, saiam e usufruam da nossa bela Sicó. Esteja sol ou esteja chuva, esteja calor ou esteja frio é sempre possível desfrutar as belezas desta região! E o Outono é das mais belas estações, onde a transição nos traz muito "alimento" para a vista, que nos alegra o coração. E não se preocupem com o que os outros dizem de vocês, mesmo que vos vejam no meio do monte a mandar um berro de alegria!

6.10.21

As máquinas do tempo existem, sabiam?


Pode parecer uma fotografia pouco ou nada estética, que não vos diz nada, contudo, e pelo menos para os da minha geração (além dos mais velhos do que nós, obviamente), esta imagem consegue ser uma verdadeira máquina do tempo, transportando-nos para outros tempos. É boa a sensação que esta fotografia causa, não é?
Uns vão pensar nas belas pasteleiras Ye-Ye, outros vão pensar nestes emblemáticos cabos elásticos para prender objectos (o verde era dos mais comuns). Actualmente é raro ver disto, mas há quem, como eu, goste de ambos, daí ter comprado há uns tempos estes cabos elásticos para colocar na minha pasteleira Ye-Ye. Porquê? Não, não é para ficar mais bonito, mas sim para prender o saco das compras no suporte. Não sou de recuperar as coisas antigas só porque sim, só para inglês ver, mas sim porque gosto destas "coisas" e de as utilizar nos meu dia-a-dia.
Tenho 5 bicicletas, cada uma delas de estilos diferentes, mas esta é a que me alegra mais e que mais gozo me dá pedalar. Não a adquiri para a meter num museu, mas sim para a utilizar. É a que tem a melhor posição para pedalar, algo que não seria expectável para muitos. Todas as semanas sai para uma voltinha de lazer ou simplesmente para ir às compras.
Passam agora 2 semanas da Semana Europeia da Mobilidade. Não quis elaborar este comentário na altura, pois havia uma saturação do assunto, preferi escrever estas linhas agora, para ser um assunto do dia-a-dia e não algo só falado no dia X ou Y. É bom falar desta temática regularmente e despreocupada.
É maravilhoso sentir o efeito de uma bicicleta a vários níveis, desde a alegria de pedalar sem pressas, até ver miúdos e graúdos olhar para mim, espantados, em cima de uma bicicleta histórica. Detecto facilmente as emoções daqueles mais velhos que, ao passar por eles, sentem esta máquina do tempo causar emoções antigas. Isso vê-se bem no olhar deles. 
E, claro, é ainda melhor passar por umas bombas de gasolina e não estar preocupado com as constantes subidas do preço dos combustíveis. Toca a pedalar, seja para exercitar, seja simplesmente passear ou ir às compras (e com isso exercitar...). Mesmo que não seja todos os dias, experimentem um dia ou outro que irão ver quer gostam e que isso tem apenas reflexos positivos!