Utilizo este excerto do meu exemplar da primeira carta militar de Ansião, datada de 1947, para vos mostrar algo de particularmente curioso em termos de topónimos. Claro que a primeira tendência será olharem para o topónimo "Ancião", mas não é esse topónimo que me traz aqui para partilhar informação, muito embora seja interessante. No meu tempo da primária, era Ancião que escrevíamos.
Antes de tudo importa referir algo de fundamental, ou seja de que as Cartas Militares são elementos muito importantes, seja em termos de cartografia oficial, que é utilizada para tudo, seja pelo manancial de informação relevante que encerram em si, nomeadamente em termos de toponímia.
Há uns anos descobri que me faltava uma das cartas militares de Ansião, tendo eu apenas a segunda, datada da década de 80 e a terceira, datada da primeira década deste século. Afinal havia outra, esta datada da década de 40. Na altura o meu interesse era investigar os topónimos Serra da Portela, Pousaflores e outros mais. Algumas pessoas ficaram particularmente incomodadas por eu mostrar que a Serra da Portela sempre teve esse topónimo/nome (desde a década de 40) e que uma coisa era algumas pessoas conhecerem a serra por outro nome (Anjo da Guarda) e difundirem erroneamente que o nome da Serra era Serra do Anjo da Guarda, e outra coisa era o seu nome/topónimo ser afinal Serra da Portela e omitirem o facto, contribuindo para a actual confusão de algumas pessoas. Percebi também que Pousaflores antigamente era Pousa-Flores, depois de ver documentação antiga, que não cartografia oficial.
Mas vamos ao que me traz aqui. Quando adquiri a Carta Militar em causa, a primeira de todas, descobri algo que nunca tinha ouvido falar, mas que depois de falar com o uma senhora nascida umas décadas antes de mim, percebi que o topónimo em causa lhe dizia muito.
Qual o topónimo? Precisamente o topónimo que eu mais utilizava no meu dia-a-dia, ou seja Moinho das Moitas (mas que deveria ser "Porto Largo"). Até à década de 70, mais coisa menos coisa, o Moinho das Moitas era Moinho das Velhas. E esta, hein?!
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