O trocadilho que faço no título não é por mero acaso, aproveitando-o para abordar uma questão que tem como principal intuito a reflexão em ano de eleições autárquicas. É público que sou apartidário, daí que esteja à vontade para falar desta questão. Apesar de ser apartidário, reconheço que a política pode ser uma coisa útil, no entanto não com gente reles, mesquinha e/ou corrupta. Há alguns bons exemplos de gente que é honrada neste domínio e que é séria. Conheço alguns presidentes de junta aos quais reconheço seriedade, mas subindo um degrau, a coisa já fica mais difícil...
As Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia são as formas mais próximas de contacto entre quem nos governa e quem é governado (ou desgovernado...), daí ser normal colocar algumas questões pertinentes.
Em ano de autárquicas, surge inevitavelmente o discurso amigo do património, discurso este que é sublinhado pela esmagadora maioria dos autarcas, mas apenas nesta altura em que convém cativar a malta. No resto do tempo o discurso centra-se quase que apenas no betão e em números. Eu prefiro sempre o discurso do património e das pessoas que vivem neste território, daí estranhar que agora surjam tantos amigos do património.
Em tempo de vacas gordas o património era o parente pobre, mas agora que as vacas emagreceram, e que algumas morreram, o património surge colado muito convenientemente ao discurso político. Agora se vê quem é consequente com o seu discurso, não o discurso destas e das próximas semanas, mas sim dos quase 4 anos anteriores. É uma boa altura para colocarem questões a todos os candidatos, especialmente aos que se recandidatam em Setembro próximo. Mas não só, esta é uma altura de debate, sem medo e sem receio de olhares de lado, por parte daqueles que nos governam e pensam que são imunes à crítica séria e construtiva.
E se posso apontar os maus autarcas, também o posso fazer aos cidadãos que pensam que é mantendo-se quietos que as coisas se fazem. Há pessoal que critica, critica, mas não passa daí e, depois, queixam-se que as coisas estão mal. Há outros que criticam, mas que se lhes for dado um tacho, esses esquecem-se das críticas. Há também aqueles que apesar de discordarem, em ano de eleições se vendem por um par de manilhas ou uns metros de alcatrão, à sua porta. Eu não sou destes, pois não me desvirtuo nem sou inconsequente para com o que digo. Temos de ser críticos com nós próprios, algo que sugiro que cada um de nós faça, pois Sicó só pode andar para a frente se formos consequentes com o que dizemos.
Confesso que este foi um ano de surpresas, pois curiosamente recebi 4 convites, representados por 3 partidos políticos (um deles em coligação), para 2 concelhos, para integrar as respectivas listas. Há 4 anos tinha sido 1, embora tivesse sabido que poderiam ter sido 2, para o mesmo concelho.
Tem sido realmente curioso passar por todas estas situações, pois também elas nos fazem crescer e aprender, algo que só nos faz mais fortes.
Poltitiquices à parte, fica o convite à reflexão e o desafio para quem questionem todos aqueles que se chegam à frente nas autárquicas, confrontando especialmente aqueles que querem continuar, perante o que disseram há 4 anos e o que fizeram nesse mesmo tempo.
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