E chego ao último comentário de 2018, algo com um significado especial. Desde já, desculpem o texto mais longo do que o costume! Gosto de aproveitar este último comentário para fazer uma espécie de balanço, que é sempre algo sentimental, contudo este ano pretendo algo diferente (embora com óbvia carga emocional). Decidi já há uns dias pela questão "bombeiros", a qual tem sido motivo de conversa e de notícia no mês de Dezembro, algo que não é normal, já que costuma ser apenas no Verão, quando as coisas correm mal...
Sobre a polémica deste mês, pouco tenho a dizer. Prefiro dizer apenas que tenho sido um elemento que tenta melhorar a estrutura da qual faz parte, por dentro. Lá dentro há obviamente interesses e gente menos correcta (uma minoria minoritária, passe o pleonasmo), parte porque se acomodou ao poder, parte porque só ali se consegue afirmar. É algo que já me trouxe chatices, contudo não me arrependo de nada e, a seu tempo, irei ser mais incisivo. Não ser corporativista tem destas chatices... Bofetadas de luva branca já dei umas quantas. Prefiro também distanciar-me do Jaime Marta Soares, indivíduo que não me representa. Prefiro, por fim, dizer que a luta dos bombeiros é justa, mesmo que alguns não saibam bem pelo que protestam.
Não tenho muitas fotos de incêndios, já que não é meu hábito tirar fotos deste tipo. Tenho algumas, maioritariamente de formação e do dia-a-dia do bombeiro em serviço.
Escolhi esta foto para ilustrar o comentário. Foi tirada por um colega meu em 2017, em Góis, por volta das 7 da manhã, enquanto dormitava hora e meia onde era possível (3 noites, 3 quase directas..). Tapei a face porque há por aqui gente menos correcta, a qual poderia eventualmente utilizar esta foto com propósitos menos sérios.
Mas vamos ao comentário. Diz-se que as pessoas gostam muito dos bombeiros e, de facto, isso é notório quando vemos a confiança que a maioria das pessoas deposita nos bombeiros voluntários. Contudo nem sempre o discurso corresponde ao que, de facto, se passa, pois os que se fazem sócios dos bombeiros são ainda uma minoria (embora haja discrepâncias substanciais entre Associações..). Mesmo assim as coisas vão-se fazendo com o apoio de quem pode, seja com a ajuda de sócios, beneméritos, empresas e afins. Diga-se de passagem que Portugal tem conseguido um feito que é manter um corpo de bombeiros ímpar a nível mundial. Urge dar mais e melhor apoio e responsabilizar mais e mais, a bem das comunidades.
Nem tudo corre bem, já que há obviamente falhas, mas é um caminho que se tem feito à custa de melhorias e essas têm acontecido. Quando eu entrei para os bombeiros bastava pedir autorização para entrar para os bombeiros, ao passo que actualmente não é bem assim. Quando eu entrei para os bombeiros era raro ver alguém com qualificações universitárias, ao passo que hoje em dia é normal haver vários elementos com essas qualificações. Mas não pensem que estou a menorizar quem tem o 9ª ano, pois bombeiros excepcionais há com todas as qualificações, sejam elas de nível dito superior ou não. Quando eu entrei, não havia a triangulação, de forma a detectar com precisão um foco de incêndio, o que havia era manda um veículo e quando lá chegares diz qualquer coisa. Hoje em dia é bem diferente. O paradigma mudou, não ao melhor ritmo, por vezes refém de alguns, mas mudou e continuará a mudar.
Contudo há interesses externos que indiciam pretender alterar o paradigma, possivelmente por interesse financeiro e também por mero preconceito e/ou ideologia. Há também interesses que têm adoptado uma estratégia de minar a imagem dos bombeiros voluntários, de forma a que, um dia, o caminho esteja aberto para algo com o qual essas mesmas pessoas esteja relacionada de alguma forma em termos profissionais (como aliás já acontece...).
Um dos indivíduos que, na minha opinião, mais tem minado a credibilidade dos bombeiros voluntários é o arquitecto paisagista Henrique Pereira dos Santos, e logo de uma forma insistente e pouco séria, quiçá com objectivos bem delineados (os quais não sei). Há umas semanas bloqueou-me no facebook, já que não tinha argumentos para rebater os factos que eu enunciava e achou que me conseguia descartar. Para ele os meus conhecimentos enquanto geógrafo, por um lado, e enquanto bombeiro voluntário, por outro, valem zero, pois ele é que é o sabichão. É uma atitude típica de um miúdo de 15 anos, algo que é estranho para quem tem uma postura de sabe de tudo. É um indivíduo que tem um tique particular, o do "eu sei tudo e tu não sabes nada". É alguém fácil de desmascarar na sua argumentação falaciosa, sendo bastante elementar na argumentação. Irónicamente uma das situações onde o desmascarei foi sobre factos ocorridos em Góis. Ele referiu determinado facto, que alguém lhe relatou e isso, para ele, parece ser um facto científico. Quando eu lhe disse que aquilo não correspondia à verdade e que eu tinha lá estado, ele ficou um bocado irritado... (foi apanhado...) Só para perceberem quem é este indivíduo, passo a citar uma afirmação dele sobre a minha pessoa:
"outro vendido, um frouxo com medo das verdadeiras soluções que podem libertar o país do cancro que conduz às tragédias de Pedrógão e Monchique. Gostava de vos ver a defender as vossas teorias em frente aos familiares dos que morreram em Pedrógão".
Ironia das ironias, o especialista em ordenamento do território sou eu e o bombeiro voluntário sou eu (ele tem apenas algumas equivalências no domínio do ordenamento do teritório e nenhuma equivalência no domínio "bombeiros", já que regar o jardim com uma mangueira não conta como equivalência. Quem é que lá andou a combater as chamas? Não foi este indivíduo, o qual está permanentemente a ser associado ao lóbi do eucalipto e a negar as externalidades negativas do mesmo. Há uma outra situação que destaco, e que na minha opinião, mostra bem carácter do indivíduo em causa:
"não entende que cada vez que diz que ficou três vezes rodeado de fogo porque o fogo é imprevisível a única coisa que as pessoas avisadas percebem é que de aprendizagem lenta por combater três vezes o mesmo erro sem conseguir aprender com isso".
É isto mesmo que este indivíduo disse sobre mim. Disse-o sem que tenha qualquer competência em combate de incêndios florestais (é um mero teórico de sofá) e disse-o sem referir que as 3 situações foram em... eucaliptal. Quem sabe de incêndios sabe o que representa um eucaliptal a arder. Quem não sabe diz que sabe. E quem não sabe e nem sequer sabe onde, como ou de que forma se passou tudo aquilo, costuma mandar estas postas de pescada, em desespero de causa argumentativa. Este arquitecto gaba-se muito dos seus ditos feitos, como a Rede Natura 2000, não responde é por tudo o que de mal foi feito na RN 2000, com evidentes reflexos negativos actualmente (muita coisa mal pensada...). E conseguiu também um outro feito, o de muita gente de valor se distanciar dele (factos públicos), facto que o fez criar uma associação para, quiçá, fazer algum greenwashing, além de outras coisas (algumas de facto úteis). Há umas semanas, e num evento onde ambos estivémos presentes, apanhei-o a ser incoerente. Sobre uma área que a associação dele estava a gerir, disse, em primeiro lugar, que o fogo não causava erosão, mas depois mostra para a mesma área, imagine-se, medidas de engenharia natural para mitigar erosão linear derivada a queimadas. Bravo!
"outro vendido, um frouxo com medo das verdadeiras soluções que podem libertar o país do cancro que conduz às tragédias de Pedrógão e Monchique. Gostava de vos ver a defender as vossas teorias em frente aos familiares dos que morreram em Pedrógão".
Ironia das ironias, o especialista em ordenamento do território sou eu e o bombeiro voluntário sou eu (ele tem apenas algumas equivalências no domínio do ordenamento do teritório e nenhuma equivalência no domínio "bombeiros", já que regar o jardim com uma mangueira não conta como equivalência. Quem é que lá andou a combater as chamas? Não foi este indivíduo, o qual está permanentemente a ser associado ao lóbi do eucalipto e a negar as externalidades negativas do mesmo. Há uma outra situação que destaco, e que na minha opinião, mostra bem carácter do indivíduo em causa:
"não entende que cada vez que diz que ficou três vezes rodeado de fogo porque o fogo é imprevisível a única coisa que as pessoas avisadas percebem é que de aprendizagem lenta por combater três vezes o mesmo erro sem conseguir aprender com isso".
É isto mesmo que este indivíduo disse sobre mim. Disse-o sem que tenha qualquer competência em combate de incêndios florestais (é um mero teórico de sofá) e disse-o sem referir que as 3 situações foram em... eucaliptal. Quem sabe de incêndios sabe o que representa um eucaliptal a arder. Quem não sabe diz que sabe. E quem não sabe e nem sequer sabe onde, como ou de que forma se passou tudo aquilo, costuma mandar estas postas de pescada, em desespero de causa argumentativa. Este arquitecto gaba-se muito dos seus ditos feitos, como a Rede Natura 2000, não responde é por tudo o que de mal foi feito na RN 2000, com evidentes reflexos negativos actualmente (muita coisa mal pensada...). E conseguiu também um outro feito, o de muita gente de valor se distanciar dele (factos públicos), facto que o fez criar uma associação para, quiçá, fazer algum greenwashing, além de outras coisas (algumas de facto úteis). Há umas semanas, e num evento onde ambos estivémos presentes, apanhei-o a ser incoerente. Sobre uma área que a associação dele estava a gerir, disse, em primeiro lugar, que o fogo não causava erosão, mas depois mostra para a mesma área, imagine-se, medidas de engenharia natural para mitigar erosão linear derivada a queimadas. Bravo!
Outra pessoa que, na minha opinião, tem minado a imagem dos bombeiros, é um investigador da UTAD, o Paulo Fernandes. Há uns tempos comecei a tentar perceber quem ele era, pois, na minha opinião, tinha um discurso pouco próprio por parte de um professor do ensino superior. Tal como o Henrique Pereira dos Santos, indicia ter uma atitude de que "eu é que sei, eu é que sou o especialista", contudo comete erros básicos, que demonstram uma clara falta de conhecimento pessoal sobre os bombeiros voluntários e sobre a sua acção no que concerne ao combate às chamas. Sobre este propósito, referiu, e passo a citar, algumas preciosidades:
1 - "A partir dos anos 80 a responsabilidade transitou para os bombeiros e tudo descambou a partir daí. O combate passou a fazer-se ignorando o comportamento do fogo e basicamente continua a ser assim"
2 - "em Portugal não há realmente combate a incêndios florestais. O que há é uso de meios de combate na protecção civil".
3 - "Na melhor das hipóteses temos bombeiros semi-voluntários, ou nem isso, porque se dividem nos que são do quadro das corporações e nos que são contratados para o Verão. PPP é o que temos hoje em dia no que toca a bombeiros e bem danosa é para o contribuinte"
Tratam-se de afirmações falaciosas e difamatórias do bom nome dos bombeiros, que apenas demonstram o enorme desconhecimento de causa, algo de grave a este nível. Pegando por exemplo na afirmação nº 3, e para quem não sabe, dentro de cada Corpo de Bombeiros existe um conjunto de assalariados, ou seja que fazem daquilo profissão. Há CB´s com 10 funcionários e outros com mais, dependendo da dimensão do CB. Estes funcionários garantem o socorro e os serviços de transporte durante a semana, de dia, enquanto tudo o resto é garantido por colegas que não têm salário e que fazem parte do mesmíssimo quadro de elementos, dito quadro activo (mesmo os assalaridos são voluntários no restante tempo. No Verão não há contratos, há sim 5 ou 10 elementos, maioritariamente desempregados, estudantes ou elementos que tendo emprego, tiram 1 ou 2 semanas de férias para ali estar, em turnos de 12 horas a 2 euros à hora (uma fortuna), tendo de pagar o próprio almoço. Se gastarem 5 euros no almoço ficam, "ao final do dia" com 19 euros no bolso (por 12 horas de serviço nas brigadas ECIN). Dizer que isto é danoso para o contribuinte é, no mínimo, risível... Falar em PPP´s com IPSS´s, em vez de empresas é também curioso.
Sobre o combate, não reconheço autoridade ao Paulo Fernandes para falar sobre o tema, pois a especialidade dele é comportamento do fogo e não de combate ao fogo, que, sendo complementares, não são a mesma coisa. Sobre afirmar que em Portugal não há realmente combate a incêndios, bem isso é ainda mais risível. Eu devo ser muito burro, já que parece que o que eu vejo fazer e faço deste sensivelmente 1993 (acho que foi o primeiro ano que fui para um incêndio) afinal não é combate a incêndios florestais. Se calhar andei a regar eucaliptos e não sabia. Há que realçar que também este investigador é frequentemente associado ao lóbi do eucalipto, algo que sendo legítimo, levanta, no meu entender, questões éticas, que colidem com uma abordagem estritamente científica e factual.
Para finalizar, a luta dos bombeiros é justa, pormenores à parte. Querem ajudar? Façam-se sócios e estejam atentos ao que por lá se faz. Se virem pessoal com calças rotas ao mesmo tempo que um comandante estoira centenas de euros a comprar pin´s dos bombeiros, esse objecto muito útil no socorro, questionem sobre prioridades. Se virem que as ordens são mais na base do amiguismo do que na base da operacionalidade, questionem! Se virem situações menos próprias, denunciem, pois melhores bombeiros fazem-se com exigência e responsabilidade. Analisem os orçamentos respectivos e pugnem por melhores condições para os bombeiros voluntários. Sobre esta última questão vem-me à memória um caso onde sendo o presidente simultaneamente presidente da Associação e de Câmara, este pouco ou nada fez para que os elementos da sua corporação tivessem benefícios reais e palpáveis. Logo que saiu da lides autárquicas o seu sucessor, de uma outra força política, apresentou logo uma proposta de benefícios reais e palpáveis. Curioso, sem dúvida.
E sobre os quadros de comando, exijam o melhor possível, longe de amiguismos. Há quem chegando ao topo se acomode e isso é muito negativo para uma corporação, a qual pode perder elementos vários em "guerrinhas" parolas à conta do DDT.
Tudo isto e muito mais contribui decisivamente para que tenhamos mais e melhores bombeiros voluntários. Os últimos anos têm sido complicados, com muita gente de valor a sair, seja por circustâncias da vida ou porque se fartaram dos amiguismos que privilegiam e protegem uns e mantêm à distância outros, não vá o feudo ficar ameaçado.
E, para finalizar, valorizem uma das coisas que melhor temos em Portugal, os Bombeiros Voluntários. E não confundam algumas ovelhas negras com o rebanho...
Para terminar, ser-se bombeiro voluntário é difícil e não é para todos, mas para quem estiver interessado, experimentem, pois vale a pena. Uma coisa a destacar? O que podem aprender sobre relacionamento humano, sobre o valor da vida e dos pequenos gestos que podem fazer toda a diferença!
Gostei imenso de ouvir falar quem sabe e quem gosta do que faz. Parabéns pelo artigo e muita sorte e coragem para todos vós.
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