Logo que vi estas imagens nas redes sociais, através da página do Museu de Alvaiázere, lembrei-me que era altura de falar desta questão, a qual tanto me diz. Faço-o por vários motivos, desde a componente cultural e identitária, até à questão da produção local e de um modo de vida saudável e sustentável. Há um bónus, ou seja o facto de ser importante abordar esta questão numa altura onde reina uma espécie de puritanismo bacoco, impulsionado por pessoas sem bagagem cultural e identitária, alguns dos quais elementos de partidos políticos pseudo ecologistas. Estes últimos têm desenvolvido uma espécie de extremismo ideológico, de génese citadina, o qual diz que não podemos fazer coisas que afinal sempre fizémos, por necessidade, que são saudáveis e úteis para as as sociedades do meio rural e semi-rural. Se há tradições que não fazem sentido, tal como espetar ferros no lombo de toiros (para mero entretenimento..), há também as que, parecendo cruéis, fazem sentido e que importa preservar, tal como a matança do porco. Trata-se de algo necessário.
Durante vários meses cria-se um animal com o natural respeito que temos pelos animais de criação. Restos de comida são aproveitados na alimentação destes animais, evitando que este tipo de resíduos vá para o lixo e aterros (recicla-se, portanto!). O animal é bem tratado, bem alimentado (carne saudável, sem químicos...) e quando chega a altura mata-se. Isto ao contrário dos porcos criados de forma intensiva, onde não são bem tratados, onde a carne não é muito saudável e onde são mortos sem muito respeito pelo animal.
Não se mata por prazer (ninguém gosta) mas sim por necessidade, tentando no processo causar pouca dor, numa morte rápida e dignificante. Depois aproveitam-se todos os recursos que este animal proporciona e, no dia da matança promove-se a festa e o convívio entre amigos e família. A carne que dali sai dura para uns tempos. E os belos dos enchidos, ui, um mimo!
Não se mata por prazer (ninguém gosta) mas sim por necessidade, tentando no processo causar pouca dor, numa morte rápida e dignificante. Depois aproveitam-se todos os recursos que este animal proporciona e, no dia da matança promove-se a festa e o convívio entre amigos e família. A carne que dali sai dura para uns tempos. E os belos dos enchidos, ui, um mimo!
Se há memórias boas que tenho da infância é a matança do porco (muitas vezes nos Netos). O convívio e o comes e bebes é algo de imperdível. Num território como Sicó a matança do porco faz parte da tradição e da nossa cultura, esperando eu que esta continue por muitos e bons anos, a bem da nossa identidade, cultura, saúde, sustentabilidade e racionalidade.
E já agora parabéns ao Rancho Folclórico da Freguesia de Pussos e ao Museu de Alvaiázere, pelo seu trabalho em prol do que mais importante temos na região de Sicó, uma identidade única. Orgulho!
E já agora parabéns ao Rancho Folclórico da Freguesia de Pussos e ao Museu de Alvaiázere, pelo seu trabalho em prol do que mais importante temos na região de Sicó, uma identidade única. Orgulho!
De acordo.
ResponderEliminarA minha memória está carregada desta festa, que ao mesmo tempo era uma nnecessidade.
Vou relembrar esta tradição no meu livro "Molho de Vergas " a sair brevemente.
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