Terminou há poucos dias a Semana Europeia da Mobilidade, daí que eu tenha esperado até agora para vos trazer esta temática na primeira pessoa.
Muitas vezes ouvimos a palavra mobilidade e ficamos com dúvidas sobre o que afinal é. Por vezes vamos procurar a melhor definição, esquecendo que a mesma depende muito de indivíduo para indivíduo, de país para país e de região para região. Contudo procurar a melhor definição não é a melhor solução...
A melhor solução para entender o que é afinal a mobilidade é mesmo falar com quem faz dela o seu modo de vida há uns anitos. Sou suspeito, contudo lembrei-me de mim e nada melhor do que vos dizer o que é, para mim, a mobilidade.
Apresento-vos em primeiro lugar as minhas 4 meninas de duas rodas. Exagero? Nada disso, eu explico!
A primeira "menina" é a mais antiga de todas, que já vem do início da década de 90. Foi uma das minhas bicicletas da juventude, aquela que ainda resiste, considerando-a eu uma clássica (a primeira mesmo minha era laranja e foi roubada quando a deixei encostada no gimnodesportivo por 10 minutos, mesmo com pedal e travão partidos...) É uma Sirla, marca portuguesa que já não existe, mas que ainda se vê pelas estradas. Esteve uns anos encostada na garagem até que a voltei a utilizar. Tive de investir 68 euros para a pôr nova, aproveitando para lhe meter pneus de estrada. Ao final de 6 meses já tinha pago o investimento, já que, ao evitar utilizar o carro, pegando na bicicleta para as viagens diárias até aos bombeiros, na época de Verão, tive o retorno em poucos meses (relativo ao que gastei no arranjo, ou seja pneus, câmaras, travões e afins). Continua a rolar, claro que de forma comedida, já que é uma clássica. Para pequenos trajectos é perfeita para tratar dos assuntos. Tem valor sentimental, já que além de ter sido uma das biclas da juventude, fui atropelado nesta mesma bicicleta, na segunda metade da década de 90, por um condutor apressado (que reconheceu a culpa e pagou a despesa médica e o arranjo da bicicleta (a malvada da cicatriz é que ainda resiste...).
Em segundo lugar eis a minha bicla de montanha, a minha primeira bicicleta de "topo". Comprei-a em 2005, quando comecei a ter os primeiros ordenados enquanto geógrafo. Custou, na altura, 599 euros. É, como podem imaginar, uma bicicleta para o monte e para umas pequenas voltas utilitárias. Já tem largos milhares de km...
A terceira bicla é uma órbita, um modelo que já não é fabricado, o que significa que já é uma clássica. Comprei-a em 2009, na fábrica da Órbita. Como precisava de uma bicicleta utilitária, que desse para pequenos trajectos e para meter na bagageira do carro ou levar no comboio, decidi que seria uma boa compra. E assim foi! Tem sido muito útil, vos garanto. Podem achar este modelo antiquado, contudo não me importo. Decidi-me por este modelo porque me faz lembrar a bicicleta na qual aprendi a andar em duas rodas, uma órbita muito semelhante a esta, mas verde. Dobra no guiador e no quadro, sendo bastante prática.
Por último a minha última aquisição, uma bicicleta de estrada, a qual eu ansiava há muitos anos mas que demorou. Decidi adquirir esta bicicleta porque as outras não eram as indicadas para fazer trajectos rápidos e utilitários de 10 a 15 km e dar a bela da volta, sem ser no monte (obviamente), de vez em quando. Custou 349 euros em 2017, mas há umas semanas vi-a a 300 euros, numa campanha. Para o preço que custou é muito boa para uns anitos. Já abati uns 50 euros ao preço inicial, já que evitei a utilização do carro. Só não abati mais porque uma lesão tem-me impedido de andar de bicicleta (tem custado tanto...).
Ou seja, gastei apenas 1100 euros na aquisição da 2ª, 3ª e 4ª bicicleta ( a 1ª foi "oferecida" e penso que custou 18 contos). Já poupei alguns milhares de euros em gasolina, em viagens que fiz nas várias bicicletas, portanto pensem um bocadinho nisto... Apanhei uns sustos (muita besta de automobilista...), mas ganhei na saúde e na carteira. Andar de bicicleta é, para mim, uma forma de vida desde pequeno, da qual não prescindo e sobre a qual tenho grande orgulho. Não me incomoda ver certa gente olhar de lado, gente que anda a polir o passeio desde que eu era pequeno. As aparências não me iludem. Andar de bicicleta não é por necessidade (pouco dinheiro) mas sim por gosto, racionalidade e saúde (entre muitos outros...).
Como podem ver isto é mobilidade, a minha mobilidade. O carro só sai quando é estritamente necessário, nomeadamente para viagens grandes.
Para terminar, a lembrança de um pequeno exercício que fiz há 9 anos, o qual podem consultar aqui.
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